sábado, 5 de julho de 2008

A tresloucada simpatia de alguns cristãos por Friedrich Nietzsche e a gritante distorção que fazem do seu discurso

Há um pequeno fenômeno entre alguns cristãos de hoje, influenciados pela mentalidade pós-moderna, e que, mesmo sendo ainda tímido, já está suficientemente reproduzido em inúmeras reflexões exaradas em livros e sites, ao ponto de merecer a nossa atenção e preocupação: a prática de eleger acriticamente, como referenciais, personalidades que nada têm a ver com aquilo ao qual elas foram eleitas para representar pelos seus aficcionados.
Trocando em miúdos, muitos cristãos estão cometendo o terrível equívoco de escolher como seus referenciais na fé cristã, ou em aspectos da fé cristã, personalidades não-cristãs que não apenas não têm nada a ver com os princípios bíblicos como, em alguns casos, também se opõem ferozmente à genuína fé cristã. Mas seus aficcionados, com sua percepção eclipsada pela sua veneração à entourage da pós-modernidade, não conseguem (ou não querem) enxergar isso. Ao ponto de alguns deles chegarem a afirmar ainda, em alguns casos, o absurdo de que tais personalidades não-cristãs “entenderam mais do Evangelho do que a maioria dos crentes” (sic).
Para não me alongar muito nesta postagem, citarei apenas um dentre vários exemplos graves: o caso do tratamento que alguns cristãos dão ao filósofo prussiano Friedrich Wilhelm Nietzsche.

Nietzsche não era um “oponente do falso cristianismo”

É inconcebível que cristãos vejam algo de cristão, algo do Evangelho, nos escritos de Nietzsche. Na verdade, os que assim fazem ou agem por ignorância ou por pura desonestidade.
Já li e ouvi alguns crentes citarem frases de Nietzsche absolutamente fora de contexto, fazendo seus leitores ou ouvintes pensarem que o filósofo estava se referindo, naqueles momentos pinçados, a idéias que, de alguma forma, se assemelhariam a algo que o Evangelho ensina. Já vi também alguns cristãos irem mais além, afirmando o absurdo de que a luta ácida do prussiano não era contra Jesus, não era contra o Evangelho, mas “apenas contra a religião chamada 'cristianismo', que se corrompeu”, e, por isso, “a luta de Nietzsche, de certa forma, seria a mesma nossa”. E ainda há quem assevere tresloucadamente: “Quem pensa que a luta de Nietzsche é contra Jesus ou não leu Nietzsche ou, se leu, leu e não entendeu”. Não! Quem afirma isso é quem nunca leu Nietzsche ou, se leu, não entendeu absolutamente nada do que escreveu, por mais claro que ele tenha sido em seus escritos.
Nietzsche não era intrincado, mas claro em suas afirmações absurdas. Obtusos são os que tentam fazê-lo dizer o que não disse, citando-o totalmente fora de contexto.

Nietzsche era absolutamente contra o Jesus da Bíblia

O Jesus que Nietzsche defendia não era o Jesus dos Evangelhos.
Para Nietzsche, os Evangelhos falsificaram a Boa Nova original de Jesus. O Jesus dos Evangelhos é, para ele, uma farsa. Afirmava o prussiano que os quatro evangelistas teriam misturado verdades (poucas) com mentiras (em profusão) em suas narrativas dos Evangelhos. Os quatro Evangelhos são, para Nietzsche, uma fraude, adulterações da “verdadeira história”. Baseado em que Nietzsche dizia isso? Em nada e em ninguém. Ele apenas achava que era assim. E mais: acreditava também que sabia qual era a suposta "genuína mensagem original de Jesus". E como teria encontrado essa "mensagem original"? Intuição (sic). Selecionava as passagens do Evangelho que ele achava que tinham mais a ver com sua idealização do “Jesus histórico” e desprezava as outras, que eram a esmagadora maioria, taxando-as absurdamente de fraudes promovidas por Mateus, Marcos, Lucas e João.
Nietzsche afirmava o que afirmava sobre Jesus e os Evangelhos não porque tinha como provar, mas por simplesmente achar que era assim e pronto. Afirmava como verdade sem preocupar-se com provas. Seguia apenas seu desejo e intuição. E como se não bastasse já a sandice do ato em si, ele escreveu essas suas tresloucadas intuições, em O Anticristo, quando já estava clinicamente louco e sob o efeito de drogas. Ou seja, além de vigarista, era louco. A própria professora Scarlett Marton, especialista em Nietzsche, admite que alguns estudiosos admiradores do prussiano, justamente por causa disso, preferem colocar o filósofo “no seu devido lugar”, separando os seus demais textos daqueles que foram escritos sob o efeito das drogas. Estes, apesar do péssimo gosto, pelo menos são mais honestos, diferentemente de alguns professores seculares que conheci que achavam "lindo" e "romântico" o fato de alguns dos livros de Nietzsche terem sido escritos quando ele estava louco e sob o efeito de drogas. Eles tratavam esses livros, exatamente por isso, como uma espécie de "livros sagrados", quase "revelações divinas", por mais absurdamente ilógicas que sejam, do começo ao fim, as afirmações contidas neles. "Oh, o gênio louco! Que lindo! Que emocionante!"
Ou seja, tratavam-no como aqueles tolos dos anos 60 e 70 tratavam (e alguns ainda tratam hoje) os quadros e músicas bizarros de artistas que produziram suas obras sob o efeito de drogas, sob o pretexto de "ampliar a criatividade". Preferem venerar o que chamam de "insights da loucura" do que atentar para o que é dito em lucidez e sem vigarices. Preferem a "intuição" da loucura do que a lucidez e a verdade dos fatos. Preferem deliberadamente ser engodados do que aceitar a verdade. A lucidez já não importa tanto. Loucura é quase salvação. Mas, pensando bem, o que esperar de uma geração que acha Dadaísmo arte?
E ainda há cristãos que alçam ao nível da excelência frases extraídas de textos sem lógica, sem pé nem cabeça, absurdos, de um coitado acometido de loucura e sob o efeito de drogas nos últimos 27 anos de sua vida (ele se auto-medicava e, entre as drogas consumidas quase que diariamente, estava o haxixe)! E ainda há cristãos que citam declarações de seus livros como se fossem pensamentos sadios teologicamente ou coerentes inferências filosóficas. Basta ler o respectivo contexto de cada citação e vê-se a verdadeira intenção e absurdo por trás de cada frase (independente de ser de livros em que Nietzsche já havia surtado totalmente ou não – basta serem da fase de revolta).
Bem, mas voltemos ao que o prussiano achava de Jesus. Afirma Nietzsche que o verdadeiro Jesus era um rebelde que morreu pelos seus ideais, não era Deus e nem queria salvar ninguém. Os seguidores de Jesus é que teriam inventado essa história de que ele era Deus. Jesus seria apenas um mestre anarquista que queria mostrar como se deveria viver, sem essa história de “humildade” (considerada pelo filósofo “tolice” e “fraqueza”), e que não morreu para salvar os homens. Era esse Jesus que Nietzsche aceitava. Ele afirmava, inclusive, que “o [verdadeiro] Evangelho morreu na cruz [com Jesus]” e o cristianismo seria nada mais do que uma invenção, tendo como seu maior mentor, construtor, idealizador, o apóstolo Paulo.
Nietzsche dizia que Paulo inventou a história do Céu e do Inferno e a necessidade da crença na imortalidade como maneira de desvalorizar o agora da vida no mundo. Seu livro O Anticristo é uma guerra declarada contra o Jesus da Bíblia, o apóstolo Paulo e tudo o mais relativo ao cristianismo. E ataca acidamente todos os teólogos cristãos em seu livro (e não o faz porque acha que os teólogos estão se desviando da Bíblia, como distorcem alguns, mas exatamente porque, como ele mesmo explica, os teólogos disseminam os valores ensinados pela Bíblia, que ele tanto odiava. Porém, alguns cristãos simpatizantes de Nietzsche, avessos à ortodoxia e seduzidos pelos princípios da pós-modernidade, cometem diante desses textos uma vergonhosa dislexia premeditada: usam descaradamente essas passagens em que Nietzsche fala contra teólogos como se ele estivesse opondo-se a estes porque teriam deturpado a Bíblia).
Sintética e finalmente, sabe o que Nietzsche achava do Jesus da Bíblia? A definição a seguir é dada por ele mesmo em O Anticristo: “Canalha indecente!” É isso mesmo que você leu. Essa blasfêmia contra Jesus é proferida por ele em meio à ojeriza que ele expressa em relação às falas de Jesus registradas em Lucas 6.23, Mateus 5.46,47; 6.15,33; 7.1-2; Marcos 6.11 e 8.34 etc. Nietzsche considera esses ensinos de Jesus, todos, uma “sujeira”. Sugere, inclusive, que “convém vestir luvas antes de ler o Novo Testamento”. Veja quanta "simpatia" ele acalentava por Jesus e a Bíblia! E o pior de tudo é que ainda há quem diga que a sua luta era apenas contra o falso cristianismo e não contra Jesus...

O “evangelho” segundo Nietzsche e o Evangelho de Jesus

Nietzsche era um ateu que se opôs veementemente a Deus, à Bíblia e a seus valores. Dizia até que não era “ateu por conseqüência” de alguma coisa, mas “ateu por instinto”; ou seja, segundo ele, sempre fora ateu, mas fugira inicialmente dessa realidade até assumi-la de vez em determinado momento da vida. E levou seu ateísmo até às últimas conseqüências, renegando todos os valores defendidos pela Bíblia, e que considerava a grande “praga” da humanidade e contra os quais lutou em seus escritos até a loucura e a morte. Era um ateu antiteísta no sentido correto da palavra. Ele não era do tipo de ateu que negava o Deus da Bíblia, mas, por outro lado, gostava dos valores judaico-cristãos. Deus, para ele, era uma invenção, “um reflexo da psicologia das pessoas”, do que há de mais fraco nelas, isto é, do que há no “homem atrasado”. Por isso, de acordo com ele, a idéia de Deus e os valores judaico-cristãos deveriam ser todos defenestrados da humanidade, e a nova moral deveria estar baseada no indivíduo, mais especificamente nos seus instintos. Para Nietzsche, a essência do ser é a vontade. Aliás, este é um conceito central no pensamento de Nietzsche.
Enfim, nenhuma das virtudes defendidas pelo prussiano se coaduna com o Evangelho. As virtudes do “super-homem” pregadas por ele são orgulho, vontade inabalável (a busca pela prevalência da vontade pessoal), ambição de poder e inimizade (que os fortes vençam os mais fracos), busca pela satisfação sem restrições “morais” e o que ele entendia como “espírito livre” (livre das “amarras” dos valores judaico-cristãos). Ou seja, extravasar e obedecer à vontade pessoal é a verdadeira felicidade. Jesus, ao contrário, falava de negar a si mesmo e ser fiel até à morte, e que o maior é aquele que mais serve e não se preocupa apenas consigo; e que a felicidade está no amor a Deus e ao próximo.
Entretanto, o que é nobreza para Nietzsche? Segundo ele, o ser humano é tão nobre quanto a sua proximidade com o “super-homem”. Isto é, quanto mais desejo de poder e orgulho, maior é sua nobreza. Já Jesus falava de humildade, mansidão, abnegação e submissão total e incondicional a Deus como coisas que caracterizam a verdadeira virtude, a verdadeira nobreza.
Bem, se Nietzsche chamava a idéia de Deus e todos esses valores defendidos pelo Jesus da Bíblia de “praga”, e asseverava que o que importava mesmo era o poder e o orgulho, como é que alguém pode afirmar que a luta dele era "apenas contra o falso cristianismo"?

“Deus está morto e os pecados morreram com ele”

Outro absurdo inconcebível é ver crentes lerem a declaração do filósofo de que “Deus está morto e esses pecados morreram com ele” como uma afirmação que estaria reverberando, ainda que inconscientemente, o Evangelho. Nada mais falso! É como usar a música Imagine de John Lennon como se fosse uma música que fala de como será o mundo quando o Reino de Deus for implantado definitivamente em toda a Terra, como já vi crentes fazendo. Isso é um desrespeito ao próprio Lennon, que nem escreveu aquelas palavras nesse sentido, pois nem cria nisso, e ainda era anticristão, deixando isso claro inclusive na própria letra de Imagine: “Imagine que não existe nenhum Céu (...) e nenhum Inferno. (...) Imagine que existe apenas o céu sobre nós. (...) Imagine todas as pessoas vivendo pelo hoje. (...) Nenhuma religião também”.
Quando Lennon fala de “religião” na letra dessa música, não tinha em mente o que chamamos pejorativamente de religião. Tinha em mente principalmente a pregação do cristianismo sobre a Salvação só em Jesus, a necessidade de arrependimento (palavra inconveniente na pós-modernidade) em relação aos nossos pecados, realidade do Céu e do Inferno etc. Ele, inclusive, destaca na letra de Imagine que devemos imaginar o mundo ideal sem Céu (Heaven), somente com o céu sobre nós (sky).
Além de não acreditar em Céu e Inferno, o Deus em que Lennon cria não era um Deus pessoal. Afirmou ele certa vez quando perguntado se o Deus em que ele cria era uma fórça cósmica: “Sim, eu acredito que Deus é como uma usina de força, que Ele é um poder supremo, que não é nem bom nem ruim, nem de direita nem de esquerda, nem branco nem preto. Ele simplesmente é”. Em outra oportunidade, acrescentou: “Deus é um conceito pelo qual medimos o nosso sofrimento”.
Na famosa entrevista que deu ao jornal Evening Standard, edição de 4 de março de 1966, ele afirmou: “O Cristianismo vai desaparecer. Vai diminuir e encolher. (...) Nós [Beatles] somos mais populares do que Jesus neste momento. Não sei qual vai desaparecer primeiro – o rock and roll ou o Cristianismo. Jesus era legal, mas os discípulos dele eram estúpidos e vulgares. É a distorção deles que estraga o Cristianismo para mim”. Segundo Lennon, foram os discípulos de Jesus que distorceram o Evangelho, pregando sobre Céu, Inferno, pecado, arrependimento etc (quando, sabemos, Jesus pregou sobre tudo isso). Para Lennon, o Evangelho, a mensagem de Jesus, consistia só em amor, paz e união, o resto era distorção. Para ele, Jesus não era Deus encarnado, mas apenas um grande homem, um mestre de moral, e sua morte foi apenas um martírio.
Por isso, se Lennon estivesse vivo e ouvisse o uso descaradamente distorcido de suas afirmações como se fossem referência ao Evangelho bíblico, ele se revoltaria, escandalizado e extremamente indignado. Nietzsche, idem.
Aliás, já notou como os crentes influenciados pela pós-modernidade criaram um mecanismo falacioso para tentar fazer os outros e eles mesmos crerem que todos os ataques ao cristianismo não têm a ver com ataques ao Evangelho? A falácia está no joguinho que se faz com o termo “religião”. É o que chamei, parágrafos acima, de “dislexia premeditada”. Simplesmente, dizem que todos esses ataques são, na verdade, contra a “religião cristã” (religião no sentido pejorativo, diferentemente do que aparece em Tiago 1). Porém, a maioria desses ataques estavam e estão expressamente se referindo, quando falam em cristianismo, não a meros ritos religiosos ou legalismo, não ao falso cristianismo, não a uma casca religiosa que se apresenta como cristianismo, mas aos princípios e valores bíblicos mesmo. Conquanto haja quem critica o cristianismo por confundi-lo com o falso cristianismo, é ignorância ou desonestidade classificar todos os ataques como sendo isso. Não são.
Quer se fazer crer que sempre quando alguém ataca a “religião” está usando esse termo no sentido pejorativo que muitos cristãos usam. “Ah, o ataque deles é só contra a chamada ‘religião cristã’, não contra o Evangelho mesmo. Se conhecessem o que ensina o Evangelho, não fariam esses ataques”. E chegam até ao ponto de sacralizar ataques, sagrar o que é original, bíblica e essencialmente anticristão. "Ele não queria dizer o que pensam... O que disse até se parece com o Evangelho!..." Por exemplo, aceitar a letra de Imagine como um não-ataque ao Evangelho, quando é. Desfigura-se a intenção do autor da música ou do texto, ou do artigo, colocando por cima dela a sua interpretação. Despreza-se totalmente a intenção original do autor. Não vale mais o que Lennon quis dizer claramente e como ele tratou do assunto durante sua vida, mas o que eu acho que ele queria dizer ou, melhor dizendo, o que eu quero que ele diga. Assim como não vale mais a intenção de Nietzsche, o que ele quis dizer, por mais gritantemente claro e nítido que ele tenha sido. Vale o que eu quero que ele diga. Isso tem um nome na filosofia: desconstrutivismo. Pode chamar também de “desonestidade com roupagem filosófica”.
Além de não haver Evangelho em Nietzsche, torcer o significado claro de seu texto é desrespeitá-lo. É propaganda enganosa, é usar indevidamente, distorcidamente, as suas palavras. Não é à toa que os crentes que fazem isso são geralmente os mesmos que desprezam as regras básicas e evidentes de hermenêutica na hora de interpretar textos bíblicos. A motivação é a mesma: fazer com que os textos bíblicos que usam digam o que eles querem que digam, assim como fazem com os textos de outros autores.
Quem ler o argumento de Nietzsche todo verá que quando ele disse “Deus está morto e esses pecados morreram com Ele”, estava dizendo que os valores são uma invenção alimentada pela crença em Deus, por isso, de acordo com o prussiano, quando os seres humanos tomassem consciência da inexistência de Deus, os valores decorrentes dessa crença (e que são para ele uma “doença”) se extinguiriam, e com eles a idéia de “pecado”. Quando ele afirma “Deus morreu”, está dizendo que tanto a idéia de Deus quanto os valores, decorrentes de se crer nEle, morrem. Morrem com Ele. Por isso, não haveria mais o que se falar de “pecado”.
O que Nietzsche pregava era a “transvalorização” de toda moral e ética cristãs. O que vale mesmo, de acordo com ele, é a vontade de poder, que, quando prezada, leva ao “super-homem”, ao “sobre-homem”, ao “além-do-homem” (o übermensch, o overman). “Além-do-homem” significa que o “homem normal” deveria se tornar o “homem desejável”, o humanismo em seu sentido mais acentuado.
O que isso tem a ver com o Evangelho? Nada. Mas tem gente que prefere “ver cabelos em sapo” só para não parecer “atrasado” diante da entourage da pós-modernidade – já que, na pós-modernidade, desprezar o “papai” Nietzsche é não ser intelectual, quando a verdade crua e nua é que Nietzsche está quilômetros abaixo dos maiores filósofos do passado. É fumaça pura.
Isso não quer dizer que não possa existir alguma razão para lê-lo. Há umazinha só: ler Nietzsche é importante para entender melhor o espírito e a mentalidade desvirtuada dos nossos dias, tão influenciados pelos seus escritos. Excetuando isso, o que sobra é uma experiência irrelevante, que não acrescenta nada à nossa vida, além de ser desagradável por razões óbvias (Ou alguém gosta de ler mentiras grosseiras e ofensas vomitadas num papel em um transe de ódio e alucinação?). Passei por essa experiência há alguns anos, sem um pingo de saudades e achando cada vez mais estranho como tem gente que consegue lê-lo (se é que realmente leu, no sentido lato do termo) e confundir vidro com diamante, latas com taças de ouro.