quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Não se esqueça: se você está nEle, você nunca estará só

Uma das mais belas declarações da Bíblia foi proferida em um dos momentos de maior tensão.
Nos capítulos 14 a 17 do Evangelho de João, encontramos Jesus se despedindo dos Seus discípulos. Ele estava prestes a experimentar a cruz. Por isso, a conversa que teve com eles foi carregada de emoção. Ela revela a tensão daquele momento.
No capítulo 14, encontramos os discípulos sentindo-se órfãos e inseguros por antecipação. Jesus, então, conforta-os, afirmando que o Espírito Santo, o Consolador, estaria com eles permanentemente. Além disso, os discípulos veriam Jesus novamente (Jo 14.16-18).
No capítulo 15, o Mestre continua reanimando-os e lembra do Seu propósito de estar ligado eternamente a eles, quando fala que Ele é a videira e eles, os ramos. No capítulo 16, volta a falar do Consolador. Porém, já no final do capítulo 16, Jesus revela que Seus discípulos O abandonariam na Sua trajetória até a cruz. Ele afirma claramente que aquele seria um caminho que trilharia em completo abandono. “Eis que vem a hora, e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só...”, Jo 16.32a.
Como é terrível enfrentar a tragédia completamente sozinho! Mas, pensando bem, quem disse que Jesus estava totalmente sozinho? Ele poderia estar no sentido físico, mas não no espiritual. O Pai estava com Ele! Foi o Mestre mesmo quem declarou isso, logo depois de dizer que os discípulos o deixariam só. Foi em um clima de abandono e saudade que Jesus proferiu uma das mais belas declarações da Bíblia. Uma declaração de esperança: “...me deixareis só; contudo não estou só, porque o Pai está comigo”, Jo 16.32b.
Que afirmação inspiradora! Momentos antes de ser abandonado pelos Seus e acometido pelo terrível suplício que culminaria na Sua sangrenta morte na cruz, Jesus diz que estava firme diante da profunda dor e das injustiças que enfrentaria porque sabia que o Pai estava com Ele. A presença do Pai encorajou-o até o Gólgota e deu-lhe forças para prosseguir. Foi no Pai que buscou forças no Getsêmani, quando verteu sangue pelos Seus poros (Lc 22.41-44). Mesmo em meio à dor intensa que o fez clamar “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”, Ele sabia que o Pai estava com Ele; inclusive, ao expirar, foi ao Pai que entregou Seu espírito na hora da morte, citando Salmos 31.5, uma oração que era ensinada bem cedo às crianças judias daquela época (Lc 23.46). Ele sabia que o Pai estava ali.
Ora, Jesus é o nosso padrão, o modelo a ser seguido, nosso manequim e alvo, e com Ele aprendemos que se Deus está conosco, podemos ser até esbofeteados, injustiçados, crucificados, mortos e enterrados. Tudo isso valerá a pena, se o Pai está conosco. Se Ele não está, o “fim” é o fim. Mas, se Ele está, o capítulo final da nossa história será outro. Com Ele, depois da tumba sempre vem a ressurreição, e com ela a glorificação.
Em outras palavras, se Deus está conosco, pode tudo estar dando errado agora, mas no fim vai dar tudo certo.
Na vida, todos sofremos. Uns mais, outros menos, mas todos sofremos. E Ele não escondeu isso a Seus discípulos: “No mundo tereis aflições...”, Jo 16.33. Porém, se Deus está conosco, podemos sofrer por um tempo, mas não por todo tempo. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Depois de cada luta, vem a vitória. Depois de cada vitória, luta de novo, mas sempre seguida por mais uma vitória. E se Deus permite, em alguns casos, que um sofrimento específico vá conosco até o final de nossa vida na Terra, lembremos que uma coroa de justiça gloriosa nos espera no Céu, um sublime galardão, além da já perfeita eternidade com Deus. E quem padece mais por Cristo, mais receberá em Glória.
Nossa “leve e momentânea tribulação” dará lugar a um “peso de glória”.
Isto é, seja agora ou no porvir, os que andam com Ele sempre sagram-se vencedores.

O que importa é Deus conosco

O que importa essencialmente não é quanto você tem na sua conta no banco, se você é uma pessoa bem aquinhoada, se tem pessoas influentes para fazerem lobby em seu favor, mas, sim, se Deus está com você.
Abraão Lincoln, presidente dos Estados Unidos no século 19, sabia disso, por isso afirmou certa vez: “O que importa não é se eu estou com Deus, mas se Deus está comigo”. Com isso, ele quis dizer que estar ao lado de Deus é fácil. Afirmar que Ele está certo no que diz e faz não é difícil. A questão mesmo é se Deus está ao nosso lado, se nos acompanha, se chancela o que fazemos, se permeia a nossa vida, se guia os nossos passos. O que importa mesmo é Emanuel, “Deus conosco”. E para Ele estar conosco é preciso mais do que o nosso convencimento; é preciso conversão e entrega diária da nossa vida a Ele.
Se um dia O aceitamos verdadeiramente, Ele nos acompanhará durante toda nossa vida e pela eternidade, mesmo nos trechos mais escuros da estrada. Ele prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”, Mt 28.20.
Cristo promete nunca nos abandonar. Se você o ama e serve, nunca estará só. Ele é fiel e vela pela Sua Palavra para a fazer cumprir (Jr 1.12). Com essa certeza, podemos caminhar com passos firmes e seguros, pois a certeza da Sua presença conosco é tudo. Ele garante: “Não temas, porque Eu estou contigo”. Estar com Ele = Nada temer.
Só tem essa certeza quem conhece a Deus, por isso quem O conhece é forte e ativo (Dn 11.32), pois sabe que não há o que temer se maior é o que está conosco (Sl 27.1). Se há Deus, há tudo. Quem tem Deus tem tudo, mesmo não tendo nada.
É a certeza da Sua presença que preenche toda e qualquer ausência. “A minha porção é o Senhor, diz a minha alma”, Lm 3.24.
É a certeza de Sua companhia que nos faz crer mesmo quando as trevas são vizinhas. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo”, Sl 23.4.
É a Sua presença em nossa vida que garante a chegada a um porto seguro. “Então eles, de bom grado, o receberam, e logo o barco chegou ao seu destino”, Jo 6.21.
Da mesma forma, é a Sua ausência que nos faz desesperar. “Ao expirar, disseram as mulheres que a assistiam: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou ao menino Icabode, dizendo: Foi-se a Glória de Israel”, 1Sm 4.20-21.
E é a Sua ausência que nos leva à precipitação da nossa derrocada. “Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes, e me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele”, Jz 16.20.
Quer descansar na adversidade? Cultive a presença divina em sua vida. Só a certeza da presença de Deus nos faz descansar mesmo diante da borrasca mais intensa (Êx 33.14). Mas, como cultivá-la?
Basicamente, de três formas.
Em primeiro lugar, por meio da oração. “Perto está o Senhor de todos que o invocam em verdade”, Sl 145.18. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”, Jr 29.13. Lutero dizia que a oração é a respiração da alma. Encha seus pulmões espirituais e oxigene sua vida espiritual com a graça, a paz e o poder que fluem de uma vida de oração com o Senhor.
Em segundo lugar, ouvindo a Sua Palavra, bebendo dela todos os dias. Deus só ouve aquele que ouve a Ele. Portanto, se quer que Ele ouça você e se manifeste na sua vida, antes ouça a Sua voz. Em ler, ouvir e praticar a Sua Palavra, somos tremendamente abençoados.
Por fim, também adorando ao Senhor. Deus habita na verdadeira adoração (Sl 22.3).
Se você encarnar em sua vida essas práticas espirituais básicas e bíblicas, nunca se verá só no meio da borrasca. A presença de Deus será sempre a realidade dentro do seu coração. Podem haver, em volta, tempestades, terremotos, desmoronamentos, tsunamis, dilúvios, mas a presença gloriosa de Deus será sempre uma realidade patente em seu coração, bem como a certeza de um novo dia após a borrasca.
Feliz Natal e um 2010 recheado das bênçãos do Senhor!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Drops: (1) Reflexos do fracasso do COP 15; (2) "Veja" e "Época" sobre a Bíblia e Deus; (3) Bjorn nunca foi cético; (4) e um artigo de Rick Santorum

O saldo do COP 15 não se restringe apenas à decepção daqueles que torciam para que fosse assinado o tratado de 181 páginas elaborado pela ONU em setembro (aliás, quem quiser ler o documento final assinado - de apenas 3 páginas [Das 181 páginas, só sobraram 3 páginas] - pode lê-lo aqui). Dois outros resultados também são visíveis. Quais são eles?
Em primeiro lugar, a credibilidade do IPCC, assim como a do garoto-propaganda Al Gore, não vai muito bem. Além do escândalo do Climategate de que falei em postagem deste blog no dia 30 de novembro, o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, está sendo acusado de fazer fortuna com essa história de aquecimento global. A notícia é do jornal britânico The Telegraph. Leia-a aqui. E em segundo lugar, os "cientistas céticos", como são denominados os cientistas que não crêem na "religião" do Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível (AGAI), estão agora sendo mais ouvidos. Leia no blog da Agência de Notícias Reuters (aqui).
Como acontece todo final de ano, as revistas Veja e Época trouxeram em suas capas matérias relacionadas à fé cristã. No caso de Veja, a crítica de cinema Isabela Boscov falou sobre a atualidade da Bíblia, e até se saiu bem. Há falhas aqui e ali em seu texto (duas são erros crassos), mas, no geral, ela tenta falar da Bíblia em tom respeitoso. Já a revista Época traz uma matéria que se opõe aos antiteístas Dawkins, Hitchens e et caterva, mas, no fundo, termina apresentando uma espiritualidade e um Deus, em muitos aspectos, divergentes da Bíblia.
A revista Veja tentou vender gato por lebre em suas páginas amarelas desta semana. Não só apresentou Bjorn Lomborg (autor de O ambientalista cético) como se ele fosse um especialista em clima como ainda disse que ele é o “maior representante dos céticos”. Duplo erro. Primeiro, ele é cientista político, e não de clima. Bjorn não é meteorologista, climatologista, físico, nada disso. Nunca fez, sequer, um treinamento intensivo em algum desses assuntos. E em segundo lugar, Bjorn nunca foi aceito pelos "céticos", pois nunca defendeu o que defendem os "céticos". Ele crê no aquecimento global constante, crê também que é antropogênico (provocado pelo homem), só não crê que seja absolutamente irreversível. Ora, os cientistas céticos, ao contrário, são (1) especialistas em Climatologia, Meteorologia ou Física (aliás, geralmente os mais destacados em suas áreas); (2) não crêem que o aquecimento global tem razões antropogênicas, muito menos que seja irreversível; (3) e sempre alertaram que nos próximos anos haveria esfriamento e não aquecimento, como os dados já têm mostrado (desde 1998, o mundo está esfriando). Bjorn, porém, ainda crê em aquecimento hoje. E ao ser perguntado porque crê que há aquecimento hoje, em vez de argumentar, diz apenas que estudos de cientistas têm mostrado isso (sic). Ademais, chega a ser ridícula a resposta de Lomborg à pergunta sobre o Climategate. Para ele, “mascarar dados” não é falsificação!!! E Bjorn ainda omite que o caso do Climategate envolveu não só o mascarar dados. Ocorreram também a destruição e a omissão deliberadas de estudos que mostravam o esfriamento da Terra, além da manipulação de dados para que eles dissessem o que não dizem. Isso se chama falsificação, fraude.
E uma onda de frio acomete o Hemisfério Norte pós-Copenhague. Foram -33,6 graus na Baviera, Alemanha. Na Polônia, -25 graus. Na França, a madrugada mais fria do ano: -24 graus. Na República Tcheca, -20 graus. Londres sofreu a maior nevasca desde 1895 (ou seja, a maior dos últimos 114 anos) e Washington D.C., capital dos EUA, registrou a maior nevasca de toda a sua história. E a notícia é que esse frio veio... do Ártico (isto é, daquele lugar onde as geleiras haviam diminuído 7% até 2007 e voltaram a crescer de 2007 para cá, desmentindo Al Gore). A desculpa da turma do AGAI? “É verdade que essas tempestades de neve e temperaturas muito baixas não eram esperadas para essa época. Porém, o modelo do AGAI permite períodos eventuais de extremo frio”. Ah, tá.. Quer dizer que, se está frio, é “o aquecimento global”; se está quente, é “o aquecimento global”; se está numa constante, é “o aquecimento global”. Mas, o melhor argumento é o que se segue: “O que vale é a temperatura média durante os últimos anos”. Ok. O problema é que, hoje, esse argumento está mais do que "furado", porque sabe-se que a Terra está esfriando desde 1998, e não aquecendo como se dizia.
Leiam o interessante artigo do ex-senador norte-americano Rick Santorum publicado em 17 de dezembro no jornal Philadelphia Inquirer. Santorum destaca que a censura imposta pelos cientistas do AGAI sobre os "cientistas céticos" (devido à força política em favor da turma do AGAI) é, na pratica, o mesmo que os cientistas evolucionistas fazem com os cientistas criacionistas. Leiam o artigo aqui.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

(1) COP 15: fatos escondidos de você; (2) Leonardo Boff continua admirando terroristas; (3) a relação entre parte do jornalismo e o liberalismo social

Eis uma prática que já está se tornando padrão em parte do jornalismo brasileiro quando o assunto é o tal Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível: quando Al Gore mente, divulga-se a mentira como se fosse verdade; e quando Al Gore é, em seguida, desmentido publicamente - ou ele mesmo se desmente -, então a mídia brasileira, em sua maioria, esconde o desmentido. Eis dois exemplos recentes, e em menos de 15 dias:
1) A Globo mostrou mais uma vez, na semana passada, aquele gráfico manipulado do filme Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, em que o CO2 é apresentado como sendo a causa do aquecimento da Terra nos anos 90. Você deve se lembrar. No tal gráfico, à medida que a emissão de CO2 aumenta, a temperatura da Terra também. Tremendo embuste. O truque usado por Al Gore e a turma do IPCC, e desmascarado há anos por cientistas, é o seguinte: inverte-se a ordem cronológica das duas linhas, colocando a relativa ao CO2 como anterior à do aumento da temperatura da Terra, para convencer o incauto de que aquele aumento da temperatura da Terra é uma decorrência do aumento do CO2.
Se você não sabia, querido leitor, então fique sabendo: a ordem cronológica dos dados mostra que o aquecimento da Terra vem antes do aumento da emissão de CO2. É o aumento da temperatura que provoca a maior emissão de CO2, e não o contrário.
Ademais, o CO2 produzido pela atividade humana representa apenas 3% de todo o CO2 emitido à atmosfera. Logo, ainda que fosse verdadeira a estória de que uma maior emissão de CO2 produz maior aquecimento, estaríamos diante de outro problema: mesmo que todo o CO2 produzido pela atividade humana fosse eliminado, isso não bastaria para evitar o tal aquecimento. Das 200 bilhões de toneladas de CO2 jogadas na atmosfera por ano, 6 bilhões são produzidas pela atividade humana. Quem mais joga CO2 no ar são os mares (90 bilhões), as plantas, o solo e os animais. E mais: quando a temperatura da Terra aumenta (e isso ocorre devido à atividade solar), os mares emitem mais CO2 do que o costumeiro. E aí estamos falando de dezenas de bilhões de toneladas de CO2 a mais na atmosfera, e não de 6 bilhões num universo de 200 bilhões.
2) Na segunda-feira, 14 de dezembro, Al Gore, falando à Conferência de Copenhague, afirmou que uma recente pesquisa mostrava que o Ártico poderia ficar totalmente sem gelo dentro de cinco a sete anos (sic) (!!!). Disse ele: “Estes números são fresquinhos. Alguns dos modelos sugerem ao Dr. Maslowski [autor dos estudos] que há 75% de chance de que toda a calota polar do ártico poderá, durante os meses de verão, ficar completamente sem gelo dentro de cinco a sete anos”. O jornal O Globo deu destaque à declaração de Al Gore. Porém, esqueceu de divulgar o desmentido do dia seguinte. O climatologista em cujo trabalho Al Gore se baseou o deixou em situação complicada ao afirmar sobre sua declaração: “Não sei como ele chegou a esse valor”. Depois do vexame, o gabinete de Al Gore divulgou uma retificação (leia toda essa história aqui). E ainda nesta semana, Al Gore foi confrontado com dados que mostram que... o gelo no Ártico voltou a aumentar!
Para quem não sabe, o gelo na Antártida aumentou 43% nos últimos anos, e o do Ártico, que havia diminuído 7% até 2007 (fato alardeado pela turma que crê no Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível), voltou a crescer nos últimos dois anos. E aí? Qual foi a desculpa de Al Gore? Qual a desculpa do homem que estava prevendo uma espécie de “fim do mundo” para 2010? Disse ele, no dia 15, que “é verdade que aumentou a área do gelo no Ártico [Ué, mas, um dia antes, ele não disse que iria desaparecer em cinco ou sete anos?], mas a espessura do gelo deixa ainda muito a desejar”. Ah, tá...
E falando ainda de Copenhague, andaram dizendo por aí que a tal ilha de Tuvalu iria desaparecer. Al Gore estava entre eles. Bem, não é o que os gráficos dizem. Veja aqui se o nível do mar aumentou em Tuvalu de 2000 a 2009. E que tal ver também aqui se aumentou alguma coisa de 1993 a 2009?
(Indico ainda lerem a entrevista do professor e meteorologista Luiz Carlos Molion, representante da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Metereológica Mundial [leia-a aqui], e o didático artigo do pesquisador e jornalista Richard Jakubaszko [leia-o aqui]; e a assistirem à entrevista do professor Molion e do engenheiro agrônomo Evaristo Eduardo de Miranda ao programa Canal Livre da Rede Bandeirantes divulgada no domingo passado, 13 de dezembro [Clicando aqui, você entrará no site de vídeos da Bandeirantes. Digite "Clima e Copenhague" no espaço de busca e os 6 vídeos do programa aparecerão. Os das entrevistas do professor Molion e do engenheiro Evaristo Eduardo são os vídeos das Partes 1, 2 e 3 do programa])
No jornal O Globo, edição de 24 de novembro, página 2, na seção Panorama Político: “O frei Leonardo Boff escreve sobre o caso Battisti: ‘Sinto orgulho, como brasileiro, por uma pessoa da qualidade do ministro Tarso Genro. Sua argumentação é irrefutável e sempre respeitosa’”. Battisti, para quem não se lembra, é aquele terrorista italiano que cometeu atentados contra uma democracia para implantar a ditadura do proletariado e, entre as suas ações criminosas, foi responsável pela morte de quatro pessoas: duas como mandante e outras duas como executor. E nem se arrepende de ter feito isso. Battisti foi condenado pela justiça italiana pelo assassinato dessas quatro pessoas e fugiu, chegando, em sua peregrinação, ao nosso país, cujo governo atual já abriga o padre Olivério Medina, das Farc, e também já mandou dois boxeadores cubanos de volta à ditadura de Cuba “na velocidade da luz” só porque o amigo Fidel, aquele “democrata”, fez um telefonema.
Nada mais coerente com Boff, não? Se Battisti lutou pela “causa”, valia tudo. Já dizia Boff, grande apoiador da ditadura cubana (que matou dezenas de milhares por fuzilamento em seus 50 anos de existência), sobre a sua amada Teologia da Libertação: “Na Teologia da Libertação, a questão de fundo não é a Teologia, mas a Libertação” (Teologia da Libertação no Debate Atual, Editora Vozes, Petrópolis, p. 17); “Quando falo em Libertação, eu entendo concretamente isto: acabar com o sistema de injustiça que é o capitalismo. É libertar-se dele para criar em seu lugar uma nova sociedade, uma sociedade socialista” (Da Libertação, Editora Vozes, Petrópolis, p. 70); “É preciso dizer claro e vigoroso: a libertação (...) trata-se concretamente, para nós, de superar o sistema capitalista em direção a uma nova sociedade de tipo socialista” (Da Libertação, p. 113); “Para nós, o Reino de Deus é concretamente o socialismo” (Da Libertação, p. 96).
Justiça seja feita: Clodovis Boff, irmão de Leonardo e co-autor desses livros, já abriu mão de boa parte dos princípios fundamentais da Teologia da Libertação. Leia aqui. Leonardo, porém, continua sendo daqueles que acham Battisti um “santo”.
No jornal O Globo, edição de 17 de novembro, na página 25, seção O mundo, Gilberto Scofield Jr, correspondente em Washington DC, fala da onda de críticas que Obama recebeu nos EUA durante a sua visita ao Japão. Aí, ao mencionar de onde partem as críticas na televisão, escreve o jornalista: “Os disparos vieram tanto da conservadora Fox quanto da mais equilibrada CNN”. Sentiram? “...da mais equilibrada CNN”. Pois é, para o jornalismo brasileiro, instrumento difusor do liberalismo social, só há dois jornalismos nos EUA: o ideologicamente conservador, que deve ser ignorado, e o “equilibrado”. Nenhuma mídia ideologicamente não-conservadora dos EUA é chamada de liberal, mas sempre de “independente” e/ou “equilibrada”. Entendem? Ser liberal, como é a CNN, o NYT, a ABC, a NBC, o Los Angeles Times etc, é ser “equilibrado”. Isso me faz lembrar o que vi uma jornalista brasileira dizer, ano passado, sobre um suposto “furo” da CNN durante as negociações do primeiro pacote do governo americano para reagir à crise econômica: “Se é a CNN que está dizendo que aconteceu, deve ter acontecido mesmo”. E, no final, o tal “furo” não se confirmou. Como já disse aqui várias vezes: quem pauta a mídia brasileira são os liberais CNN e New York Times. Se um fato não foi divulgado em nenhuma dessas duas mídias, então, para os jornalistas brasileiros, ele não aconteceu. E se divulgam o fato, mas dizem que ele aconteceu de um jeito que não aconteceu, fica valendo o que disseram essas mídias. Exemplo: os protestos recentes contra o governo americano nas ruas de Washington DC. A CNN e o NYT disseram que foram apenas “milhares”, quando fotos, vídeos e órgãos especializados em medir quantidade de público em manifestações mostraram que havia pelo menos 1 milhão de pessoas no protesto. É por isso que a audiência da CNN e a vendagem do NYT nos EUA estão, por assim dizer, na “camada do pré-sal”, enquanto Fox News e Wall Street Journal estão nas alturas. Entretanto, ainda são aqueles a referência ideológica do jornalismo brasileiro.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Aos poucos, mundo vai descobrindo que a tal "verdade incoveniente" de Al Gore é uma tremenda mentira conveniente

Caros,

Ontem, aquilo de que falamos em um dos apêndices do meu livro A Sedução das Novas Teologias, em postagem do início deste ano e mais recentemente em 30 de novembro (leia postagem abaixo sobre Conferência do Clima em Copenhague) apareceu pela primeira vez na grande mídia brasileira. Releia o que falamos a respeito e veja a matéria de ontem do Jornal Nacional aqui.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"A Sedução das Novas Teologias" ganha da Associação de Editores Cristãos o Prêmio Areté de melhor obra de Apologética Cristã em 2008

Caros,

É com muita alegria que recebi hoje à tarde a notícia de que minha obra A Sedução das Novas Teologias (CPAD), lançada no final de janeiro de 2008, ganhou sábado (28/11), da Associação de Editores Cristãos (Asec), o Prêmio Areté de melhor livro de Apologética Cristã em 2008. Honras e glórias a Deus, de onde vêm toda graça e a inspiração!
Meu desejo é que o maior número possível de pessoas sejam alcançadas, despertadas e alertadas no Brasil por meio do conteúdo dessa obra, que nasceu como fruto do amor à Palavra de Deus e em meio ao labor do ministério cristão. Esse reconhecimento da Asec, com certeza, contribui para isso.

As polêmicas visão e proposta de mundo da Conferência do Clima em Copenhague

De 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, Dinamarca, ocorrerá a próxima Conferência do Clima, que, bem antes de ser realizada, já está cercada de polêmica. Isso porque, em primeiro lugar, como todos sabemos, a tese do Aquecimento Global Irreversível e Antropogênico nunca foi unanimidade no meio científico. Em postagem de 27 de março neste blog, enfatizei isso, indicando, inclusive, o documentário A Grande Farsa do Aquecimento Global, exibido em 8 de março de 2007 na tevê inglesa e que ganhou dois prêmios: Melhor Documentário na Europa em 2007 pelo Isabella Film Festival, da Itália; e Melhor Documentário para Televisão na Inglaterra em 2007 pelo British Television Industry's 2008 Broadcast Awards, o “Oscar” da tevê britânica. O excelente documentário pode ser assistido gratuitamente aqui. Ele conta com depoimentos e explicações de cientistas renomados dos EUA, Europa, Israel e Ásia, além de um depoimento de um co-fundador do Greenpeace, Patrick Moore.
Quem quiser saber mais sobre o assunto, indico o depoimento do Dr. William Gray, do Departamento de Ciência Atmosférica da Universidade do Colorado, publicado no site do Senado dos EUA. Gray é a maior autoridade no mundo em ciclones tropicais e ele afirma que – e explica cientificamente porque – o Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível (daqui em diante, chamarei AGAI) é “uma farsa”. Leia o artigo aqui. Indico ainda um artigo de Richard Litzen, renomado cientista e o mais destacado professor de Ciência Atmosférica do MIT, publicado no jornal Wall Street Journal em 2006 (leia-o aqui); um artigo do meteorologista gaúcho Eugenio Hackbart, publicado no site do MetSul (leia-o aqui); e o depoimento do professor José Carlos Parente de Oliveira, da Universidade Federal do Ceará, doutor em Física e pós-doutorado em Física da Atmosfera, negando o AGAI (veja aqui).
Mas, em segundo lugar, a Conferência de Copenhague está cercada de polêmica por causa do maior golpe sofrido pelos adeptos do AGAI, ocorrido há poucos dias.
Um hacker entrou nos computadores da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, considerada o maior centro de pesquisa sobre Aquecimento Global do mundo, e coletou 61 megabytes de documentos (1.073 e-mails, cerca de 3 mil PDFs, planilhas etc), colocando-os à disposição de todos na internet. Detalhe: os documentos provam (1) a manipulação de dados para tornar crível a tese do AGAI e (2) a destruição e omissão deliberada de informações embaraçosas contra o AGAI. A autenticidade dos documentos foi confirmada pelo diretor da unidade, Phillip Jones. Como a unidade é uma das maiores bases de elaboração de informações para o alardeado IPCC (a turma do Painel do Clima da ONU), alguns cientistas já estão chamando o conteúdo dos documentos de “o maior escândalo da ciência moderna”.
Em um dos e-mails, por exemplo, o diretor da unidade, Phillip Jones, afirma que usou um “truque” para esconder o declínio da temperatura no mundo (para quem não sabe, dados mostram que, desde 1998, a temperatura do planeta tem diminuído, e não aumentado). Escreveu Jones: “Eu apenas aperfeiçoei o truque da (revista) Nature aumentando a temperatura real para cada série durante os últimos 20 anos (ou seja, a partir de 1981) para esconder o declínio”.
Em outro e-mail, afirma Jones: “O fato é que não podemos explicar a falta de aquecimento no momento e é cômico que não possamos. Os dados do CERES publicado no suplemento BAMS em 9 de agosto de 2008 mostra que deveria haver ainda mais aquecimento, mas os dados estão certamente errados. Nosso sistema de observação é inadequado”.
Há ainda e-mails em que recomenda-se apagar dados científicos que servem de prova contra a tese do AGAI. Em matéria sobre o assunto publicada pelo jornal The New York Times, o climatologista Patrick J. Michaels declara que, mais do que “uma prova indiscutível” contra o AGAI, esses documentos são “uma nuvem explosiva”.
Declara o climatologista Tim Ball sobre o material publicado: “Esse material confirma as suspeitas que eu tinha em meus 30 anos nas ciências do clima. Eu vi o sequestro da climatologia, particularmente pelos ‘modelos computacionais’ ajudados por um pequeno grupo de pessoas associados com o IPCC. Antes era extremamente difícil provar que estávamos indo nesse sentido. Mas, agora, subitamente, com a publicação desses arquivos, temos não só o ‘revolver fumegante’, mas uma 'bateria de metralhadoras'”.
O jornal The Telegraph já informou que o parlamentar britânico Lord Lawson já pediu um inquérito público para investigar as manipulações. Mais sobre o caso na Fox News, no The Times, no site do The Telegraph (também aqui) e no The New York Times. E quem quiser ler todos os documentos, e-mails e planilhas que denunciam a manipulação, o endereço do site contendo-os está disponível a todos, tendo sido, inclusive, divulgado pelo The New York Times e pelo The Telegraph. Para acessar o referido site, clique aqui.
Mas, como se não bastasse tudo isso, temos ainda um terceiro ponto explosivo. A declaração de Lord Christopher Monckton de que o acordo de Copenhague resultará, na prática, em um passo gigantesco para a instauração de um “governo mundial”.
Lord Christopher Monckton, 57 anos, foi assessor de imprensa do Partido Conservador da Inglaterra nos anos 70 e editor-chefe da revista britânica The Sunday Telegraph no início dos anos 80. Ele foi ainda o responsável pelos grupos de estudos econômicos, de estratégia, saúde e emprego do Centro de Estudos Políticos fundado por Margareth Tatcher, Keith Joseph e Monckton Sherman em 1974. Após Tatcher assumir o poder, Monckton se tornou seu conselheiro político. Hoje, vive como escritor, colunista em jornais britânicos e conselheiro empresarial. Pois bem, Lord Monckton realizou em outubro uma conferência na Universidade Bethel, em Saint Paul, Minessota (EUA), cujo vídeo no You Tube já foi assistido por mais de 2,3 milhões de pessoas até a presente data. Um dos vídeos está com legendas em português - trata-se justamente do final de uma das palestras, quando Monckton fala sinteticamente sobre sua impressão acerca do que leu do texto de Copenhague, e mais precisamente do trecho que traz a polêmica expressão "governo" para descrever a função que a ONU exercerá sobre as nações para fazê-las cumprir o que estabelece o acordo. Monckton lembra ainda que os histéricos ambientalistas de hoje defensores do AGAI são, em sua maioria, antigos órfãos do comunismo (depois da queda do Muro de Berlim e da URSS) que migraram, com sua tendência ideológica, para o ambientalismo, e via "terrorismo" ambientalista tentam impôr hoje, em nova formatação, seus anseios ideológicos.
As declarações de Lord Christopher Monckton foram matéria no Wall Street Journal (não deixe de ler o artigo de Janet Albrechtsen) e na Fox News. O vídeo contendo o referido trecho da palestra de Monckton com legendas em português está aqui.
O presidente da República Tcheca, que esteve este mês no Brasil, fez coro com Monckton. Ele opõe-se totalmente ao acordo de Copenhague justamente porque "esse acordo vinculativo diminui a soberania dos países". Acrescentou ainda que ele teme que o acordo faça da ONU o que ocorreu com a União Européia – criada para cooperação das nações, ela acabou se tornando, na prática, pelos poderes que conquistou, um “governo transnacional”. Leia as declarações do líder tcheco aqui e aqui.
O texto do acordo de Copenhague, denunciado por Monckton e pelo presidente tcheco, foi disponibilizado em PDF via internet (para ler, clique aqui). Ele é datado de 15 de setembro. São 181 páginas da resolução da Convenção do Quadro sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas. É esse o documento que a ONU está levando para ser assinado na Dinamarca.
O documento fala de um "acordo vinculativo" ao qual os países, ao assinarem o Tratado de Copenhague, estarão se submetendo para que cumpram suas metas. E fala-se ainda de redistribuição de renda no mundo (sic) com imposto sobre os países mais ricos. Criar-se-á um imposto anual que será controlado pela ONU. É justamente no trecho do acordo que fala sobre essa atribuição nova da ONU que surge o termo "governo". O órgão administrará e fiscalizará a redistribuição de riqueza global, tanto no que diz respeito a taxas de CO2 quanto ao imposto anual sobre os países. Há ainda a proposta, por exemplo, de um imposto de 2% sobre todas as transações financeiras do mundo.
Mais sobre a Conferência de Copenhague, especificamente sobre a condescendência do governo americano e de boa parte dos países da Europa com o acordo a ser assinado lá, leia aqui e aqui.
Como se não bastassem esses temores, o atual presidente da União Européia, Herman Van Rompuy, afirmou semana retrasada à BBC de Londres, com todas as letras, que “2009 é o primeiro ano do governo global com o estabelecimento do G20 em meio à crise financeira, e a Conferência do Clima em Copenhague é outro passo à frente para a administração global do nosso planeta”. Não acredite só porque eu estou dizendo. Leia aqui. Ou ouça e veja aqui. Detalhe: Rompuy é um dos membros mais famosos do Clube Bilderberg, que prega que a solução dos problemas do mundo só será possível com a diminuição da soberania dos países em prol da criação de uma espécie de “órgão de governança mundial”. A idéia é fazer do mundo uma grande União Européia, onde cada país cede um pouco de sua soberania em nome dessa união.
O que mais me impressiona é que (1) essas informações são tolhidas por boa parte da mídia (com honrosas exceções) e, (2) a despeito das denúncias contra a tese furada do AGAI e do texto do acordo de Copenhague conter artigos polêmicos, essa parte da mídia insiste explicitamente em defender que o acordo deve ser assinado logo, e usando o discurso terrificante do "Aquecimento Global Atropogênico e Irreversível". E Hollywood, defensor de primeira hora do AGAI, engrossa a onda pró-Copenhague, e adaptando o discurso, devido ao crescente descrédito da tese do aquecimentro global antropogênico (Pesquisas mostram que, hoje, nos EUA, mais da metade dos americanos não acredita mais no AGAI. Dois anos atrás, a maioria acreditava). Um filme com investimento altíssimo (200 milhões de dólares), intitulado 2012, estreou nos cinemas de todo o mundo este mês falando do fim do mundo por desastres naturais. A diferença é que, nele, os desastres não são provocados mais pelo homem, mas por explosões no Sol (os céticos, contrários à tese do AGAI, afirmam que o aquecimento por que passou a Terra recentemente - e que já se foi - foi gerado pelo Sol, e não pela ação do homem). E na película, a China (nos últimos meses, uma grande defensora do acordo de Copenhague) é apontada como “salvadora do mundo”.
Um filme justamente assim, e lançado próximo da Conferência de Copenhague (marcada para dezembro de 2009 há muito tempo), não é coincidência demais?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre articulistas seculares anti-esquerda ou conservadores

De vez em quando, alguns leitores perguntam-me qual a minha impressão sobre célebres articulistas anti-esquerda e/ou conservadores não-evangélicos dos EUA e do Brasil, sobre o que sei e penso de seus posicionamentos, se tenho algum senão em relação a algum pensamento deles etc. Como não são poucos os que me perguntam isso, e para poupar-me de repetir muitas vezes a mesma resposta a cada um dos que me abordam, apresento aqui uma única e final exposição sobre o assunto.
Antes de tudo, é importante frisar que, como cristãos, nossa missão vai além das preocupações com as questões políticas e sociais de nosso tempo. Envolve esses assuntos, mas não apenas eles. Agora, por envolver-lhes também, a intersecção entre a nossa luta pelos valores na sociedade e a luta de outros segmentos em favor de valores que prezamos nos leva naturalmente à empatia em relação à boa parte da produção intelectual de nomes desses segmentos, independente de serem estes evangélicos ou não. Não é uma sintonia total, mas apenas em relação a certos pontos. Em alguns casos, a sintonia é maior; em outros, menor.
Exemplifico e, inspirado nas perguntas que me chegam, citarei agora alguns nomes bem conhecidos. Gosto, por exemplo, dos livros e artigos do professor, jornalista e filósofo católico conservador Olavo de Carvalho. Aliás, considero que muitos de seus textos estão entre os mais lúcidos já escritos em nossos dias sobre a atual conjuntura política, filosófica, social e econômica que vivemos no Brasil, na América Latina e no mundo. Porém, e obviamente, isso não significa dizer que me alinhe a todos os seus posicionamentos. E tais diferenças nada impedem que reconheça o brilhantismo e o acerto em suas colocações.
Da mesma forma, gosto de muitos textos do jornalista Reinaldo Azevedo, mas daí a pensar que concordo com todos os seus posicionamentos é bem diferente. Muito ao contrário. Ele é evolucionista teísta, eu sou criacionista; ele apóia a adoção de crianças por homossexuais, eu não apoio; ele é a favor dos abortos por estupro e terapêutico, e eu, não; ele é condescendente com o projeto de legalização da união civil homossexual, enquanto eu, não. Azevedo também foi inicialmente a favor da liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, mas, felizmente, mudou de posição depois. Poderia citar outros exemplos mais modestos de divergências, mas esses bastam. Entretanto, tais divergências (algumas profundas) não impedem que admire seus textos sobre política, imprensa, democracia, liberalismo econômico, contra a liberalização do aborto, contra a descriminalização das drogas, e a favor de campanhas pró-abstinência sexual até o casamento e pró-incentivo à fidelidade conjugal.
Gosto até de muitos textos do jornalista e escritor Diogo Mainardi, apesar de sua acidez e queda pelo liberalismo social. Mesmo admirando alguns de seus textos, fato é que ele é ateu, eu não; ele, conquanto pessoalmente contra o aborto, defende o “direito” de as mulheres decidirem abortar ou não, enquanto sou contra o aborto em todos os casos (eu era, até pouco tempo, seguindo a tradição histórica evangélica, condescendente apenas com o aborto terapêutico, mas, como já disse aqui, fui convencido, depois dos debates sobre o caso do aborto na menina de 9 anos em Recife, que uma situação em que a vida da mãe esteja em sério risco é, devido aos recentes avanços científicos, quase inexistente). Enfim, há divergências. E não são poucas. Mas, o que gosto nos textos de Mainardi são suas apurações jornalísticas e suas colocações no que diz respeito à política, à imprensa, às esquerdas e ao liberalismo econômico.
Mais um exemplo: gosto dos textos do poeta e jornalista judeu Nelson Ascher, mas daí a pensar que alinho-me com tudo o que diz é igualmente um erro. Minhas concordâncias são, sobretudo, em relação às suas colocações sobre política e esquerdismo. Além de muita coisa na área de cultura.
Gosto de textos do sociólogo e escritor Demétrio Magnoli, mas daí a concordar com tudo o que ele escreve é bem diferente. Aliás, o professor Magnoli, que escreve geralmente textos muito bons, com ricas informações e lógica apurada, já me surpreendeu algumas vezes usando argumentos pífios para defender posicionamentos dos quais discordo profundamente.
Aproveitando: Magnoli e Ascher não são de direita ou conservadores, como muitos pensam, mas, sim, o que pode ser classificado, no espectro político, de centro. Ascher é declaradamente social-democrata. Reinaldo Azevedo, por sua vez, já disse estar mais alinhado ideologicamente ao antigo PFL (hoje DEM) do que ao PSDB, apesar de ser acusado constantemente de ser “tucano”. Ele é um anti-esquerda, mas não plenamente conservador. E Mainardi é defensor do liberalismo econômico (o que é bom), embora seja adepto do liberalismo social (o que é mau). Conservador mesmo, no sentido clássico, desses mencionados, só mesmo o Olavo de Carvalho.
Enfim, ao citar em alguma postagem minha Ascher, Magnoli, Mainardi, Azevedo ou Olavo de Carvalho (ou Ali Kamel [que, como Ascher, Magnoli e Mainardi, não é um conservador, mas tem abordagens interessantes], ou ainda os conservadores Ann Coulter e Thomas Sowell, dentre outros), obviamente não estou dizendo que concordo com cada um de seus posicionamentos, mas, sim, que concordo com aqueles argumentos que menciono.
Com alguns desses nomes concordo muito mais do que com outros, mas, obviamente, com nenhum deles concordo em relação a tudo.
Como disse Paulo, "examinai tudo; retende o bem". Aplicando esse método em nossas leituras cotidianas, percebemos que, da produção de alguns articulistas seculares, não sobra praticamente nada. De outros, sobra alguma coisa. E de outros ainda, há muito a se aproveitar. Cabe a nós sermos bons examinadores.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

PLC 122 foi aprovado hoje na Comissão de Assuntos Sociais do Senado

Há poucas horas, enquanto os evangélicos se distraíam com a enquete no site da Agência Senado sobre o PLC 122/2006 e os deputados evangélicos estavam ainda preparando seus argumentos para duas audiências anunciadas para debater o tal projeto (que cria o crime de "homofobia" no Brasil), este foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Leia toda essa história no blog do Júlio Severo. O link está aqui.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Como previsto, um homem extremamente coerente com sua biografia e fiel aos alvos da cartilha do liberalismo social

Hoje, faz um ano que Barack Hussein Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos da América. Há pouco mais de um ano, mais precisamente em 5 de outubro de 2008, escrevi um artigo sobre as razões pelas quais, mesmo não sendo fã de MCain, preferia este a Obama e não era nada simpático à candidatura do então senador democrata, por mais incensado que este fosse pela maioria da mídia de lá, de cá e de toda parte. O artigo pode ser lido aqui.
Bem, um ano depois de eleito e com pouco mais de nove meses de mandato, Obama foi, como esperado, absolutamente fiel a todas as promessas que fez na área de liberalismo social e falho nas promessas que fez em outras áreas. Tudo dentro do script. Aliás, essa era uma das coisas mais óbvias de se antever. Não era preciso ter “bola de cristal”, revelação, nada disso, para saber essas coisas. Era só olhar para a biografia do indivíduo e esperar que ele mantivesse a coerência ideológica que marcou sua trajetória. Quanto ao que prometeu que se chocava com a realidade dos fatos, naturalmente deveríamos deixar de lado. A maioria das pessoas, porém, prefere marketing de campanha, afetação, esse tipo de coisa; e aí, logo depois que a fumaça abaixa, vem a frustração.
Pois bem, vejamos a extraordinária coerência de Obama.
Escrevi à época de sua campanha, no texto já mencionado, que Obama faria de tudo para apoiar os abortistas, e... Bingo! O seu primeiro ato como presidente, em 21 de janeiro, foi decretar a Lei da Liberdade de Escolha, que autoriza o financiamento de ONGs internacionais pró-aborto com dinheiro público americano. Ademais, sua reforma na área de saúde inclui oferecer aborto gratuito a toda a população. Absolutamente previsível.
Afirmei ainda que Obama era a favor da destruição de embriões para a produção de células-tronco e faria de tudo para liberar essa prática nos EUA, e... Bingo! Em 9 de março, com o apoio de um Congresso americano esmagadoramente formado pelos seus colegas liberais (capitaneados por Nancy Pelosi, da ala radical do Partido Democrata [O Congresso americano já viu dias melhores...]), o homem assinou a liberação de tal pesquisa e o financiamento público para sua execução. Totalmente previsível.
Escrevi também que Obama era a favor do movimento homossexual e faria tudo para implementar a agenda desse movimento, e... Bingo! Obama estabeleceu que o mês de junho nos EUA será agora o “Mês gay dos EUA”, um mês dedicado a homenagear o homossexualismo no país, e ainda está lutando pela aprovação, no Congresso, de projetos de lei contra a chamada “homofobia”. Aliás, já conseguiu a aprovação de um deles e está lutando pela dos demais (leia aqui).
Lembrei ainda que Obama era a favor da legalização de drogas e... Bingo! Há poucos dias, o homem acabou com as restrições ao consumo de drogas implementado pelo governo anterior em contraposição ao consumo liberado de maconha em 14 Estados dos EUA (leia aqui). Tudo isso para a alegria de George Soros, que está fazendo campanha para que Obama inclua no tal Sistema Público Nacional de Saúde a maconha por receita médica (leia aqui e aqui). Aliás, meses atrás, Obama chegou até a levar a sério a cogitação de alguém a respeito da legalização da maconha como uma estratégia para “aquecer a economia americana”, porém descartou não o seu desejo de lutar pela legalização da maconha em todo o país, o que permanece, mas a legalização da maconha como método eficiente para reverter a crise (leia aqui). O objetivo de Obama, já celebrado de antemão pelos que lutam pela legalização da maconha, é, ao final, liberar a maconha para fins lúdicos (leia aqui). Imensamente previsível.
Apresentei também meus temores de que Obama, ao ser eleito, colocaria no alto escalão de seu governo gente extremamente liberal e radical, justamente porque sua vida estava totalmente associada a essa turma. Adivinhem. Outra vez, bingo! Só para citar três exemplos (porque citar todos os casos aqui resultaria em uma postagem quilométrica): O chefe do Escritório de Segurança nas Escolas do governo Obama é um ativista do movimento homossexual (leia aqui) e outros dois secretários de Obama são fãs confessos do carniceiro Mao Tsé-Tung, que matou 70 milhões de pessoas na China, inclusive milhões de cristãos.
Vamos aos fatos.
Durante a 6ª edição do Fórum Anual de Investimento, realizado no Clube da Liga da União de Nova Iorque, nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2008, Ron Bloom, membro da ala radical do Partido Democrata e nomeado por Obama conselheiro sênior do presidente dos EUA para assuntos relativos à indústria, bem como líder da força-tarefa do governo para salvar a indústria automobilística (boa parte dela foi estatizada neste ano), externou sua admiração por Mao Tsé-Tung. Ao palestrar no evento supracitado sobre o tema “O papel da União na falência e reestruturação”, Bloom revelou o que acha de verdade sobre o Livre Mercado e sobre o pensamento de Mao Tsé-Tung a respeito. Disse ele: “Sabemos que o Livre Mercado é um disparate. Sabemos que a questão toda está no sistema de jogo. (...) Sabemos que isso é em grande parte sobre poder. (…) Estou de acordo com Mao (Tsé-Tung) de que o poder político vem em grande parte do cano de uma arma”. Veja e ouça a fala de Bloom aqui. Acho que, depois desse discurso, Obama não pensou duas vezes: "O homem odeia o Livre Mercado e é fã de Mao Tsé-Tung! Que maravilha! Se eu for eleito, esse é o cara que preciso para essa crise econômica". Idealizado e feito.
Anita Dunn, atual diretora de Comunicações da Casa Branca, que também pertence à ala radical do Partido Democrata, foi a conselheira sênior da campanha de Obama à presidência dos EUA. Dunn afirmou recentemente que é fã de Mao Tsé-Tung e que a Casa Branca controla a mídia americana.
Sobre seu apreço a Mao, disse Dunn, em 5 de junho, discursando aos estudantes da Escola Episcopal de Saint Andrews, em Potomac, Maryland (EUA): “...a terceira lição e dica [que quero vos passar] vem de dois dos meus favoritos filósofos politicos: Mao Tsé-Tung e Madre Tereza, não muitas vezes ligados entre si, mas as duas pessoas para quem me volto no dever de apresentar um ponto simples, que é: você deve fazer escolhas, você deve desafiar, você deve dizer ‘Por que não?”, você deve descobrir como fazer as coisas que nunca foram feitas antes. Este é o ponto: As escolhas são suas, elas não são de mais ninguém. [Exemplo:] Em 1947, quando Mao Tsé-Tung foi contestado dentro do seu próprio partido em seu plano para tomar a China. Chiang Kai-shek e os nacionalistas chineses estavam em algumas cidades, tinham o exército e a força aérea, tinham tudo ao seu lado. E as pessoas diziam a Mao: ‘Como você pode ganhar? Como você pode fazer isso?’. E, então, Mao Tsé-Tung disse, vocês sabem: ‘Vocês lutam sua guerra e eu lutarei a minha’. Pense sobre isso por um segundo. Você não tem que aceitar a definição de como fazer as coisas e não tem que seguir as escolhas de outros povos e caminhos. Ok? Trata-se de suas escolhas e seu caminho. Você luta sua própria guerra, você define o seu próprio caminho, você descobre o que é certo para você. Você não deixa a definição externa definir a sua definição interna do que é bom para você, você luta a sua guerra e deixa eles lutarem a deles. Todo mundo tem o seu próprio caminho”. Veja e ouça Anita proferindo estas "sábias" palavras aqui.
E há poucos meses, em uma conferência na República Dominicana, Anita Dunn afirmou: “Nós controlamos as notícias da mídia”. O vídeo está aqui. Nele, ela explica como a campanha de Obama controlou a circulação e os trabalhos da grande mídia (NBC, MSNBC, ABC, CBS, CNN, New York Times etc), que, por sua vez, aceitava submissa esse controle por ter toda boa vontade em relação a Obama. Mais sobre o assunto pode ser lido aqui.
Enfim, Obama é cansativamente previsível. Exaustivamente previsível.
Hoje, nos Estados Unidos, há muita gente decepcionada com Obama. Os “evangélicos moderados”, que foram decisivos para elegê-lo, já nos primeiros meses de mandato se disseram arrependidos por o terem apoiado (leia aqui). A população americana, que dava a ele cerca de 65% de apoio no início do mandato, também está decepcionada e indignada (Hoje, mais da metade dos americanos não aprova o governo Obama). Eu, não. Obama não me decepcionou em nada. O máximo que posso dizer é que ele chega a ser enfadonhamente previsível.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Drops de outubro: Confissões de Benny Hinn e William Bonner, "obamices" e Jim Belcher, o novo "inventor da roda"

Charles Grassley, senador republicano por Iowa, lidera uma investigação sobre as finanças de seis grandes ministérios paraeclesiásticos dos EUA, dentre eles o de Benny Hinn. Diante da pressão, Hinn cedeu duas entrevistas sobre o assunto: uma ao canal a cabo Fox News e outra, a mais recente, ao canal ABC. A entrevista à ABC se deu em 20 de outubro. Nela, Hinn revelou que o seu ministério arrecada 100 milhões de dólares por ano e disse que o fato de ter um avião particular “não é extravagância, mas necessidade”. Ele ainda admitiu que muitas pessoas que testemunham em seus cultos e programas que foram curadas por suas ministrações estão hoje com os mesmos problemas de saúde.

Grande parte das faculdades de Jornalismo, sobretudo as públicas, se preocupa mais em fazer uma doutrinação ideológica de esquerda do que em formar profissionais. Não é papel da universidade doutrinar ninguém, mas oferecer um universo de conhecimentos. Além disso, há duas áreas desprezadas pelos cursos de jornalismo: português e história”. Essa declaração, com a qual concordo em gênero, número e grau, é de alguém com quem nem sempre concordo em gênero, número e grau: William Bonner, editor-chefe do Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. Ela foi proferida na sexta-feira, 16 de outubro, pela manhã, quando Bonner dava uma palestra a 450 alunos no auditório da Universidade Católica de Pernambuco, em Recife, ocasião em que acabou batendo boca com um professor de Sociologia da Comunicação daquela instituição que se incomodou exatamente com a declaração de Bonner de que as faculdades de Jornalismo doutrinam seus alunos para serem de esquerda.

Lembram-se do que escrevi aqui há meses sobre Obama e a perseguição a Fox News? Pois é, este mês a coisa chegou ao seu clímax e acabou sendo notícia até mesmo nas mídias que normalmente bajulam Obama. Veja aqui o artigo que escrevi a respeito em 19 de junho e aqui a matéria da revista Veja sobre o assunto. Detalhe: o autor da matéria de Veja, André Petry, um liberal fã do Partido Democrata, se apresenta agora como um obamista frustrado, depois de ver seu ídolo bater um recorde: Barack Hussein Obama é o presidente dos EUA que mais rapidamente foi do céu ao inferno em termos de popularidade. Em oito meses de mandato, mais da metade dos americanos já era contra o governo Obama. Só para usar um parâmetro: Bush levou sete anos de mandato para chegar aos atuais índices de Obama.

Outra observação: chega a ser risível ver Petry e demais jornalistas liberais referirem-se à CNN, à ABC, ao The New York Times como “independentes”, até mesmo quando não conseguem esconder o fato de que todas essas mídias sempre foram pró-democratas, algumas há mais de 30 anos. Vergonhosamente, eles apostam na ingenuidade dos seus leitores. Não precisa nem conhecer a linha editorial desses jornais e canais de notícias. Basta raciocinar: “Vem cá, quer dizer que os que não são pró-republicanos são independentes? Quer dizer que não tem mídia pró-democratas nos EUA ?”. CNN, ABC, NYT, Washington Post, Los Angeles Times etc não são “independentes”. Eles se declaram convenientemente "independentes", como a própria Fox News também o faz, mas são pró-democratas. Assim como 90% dos programas políticos e de debates das rádios americanas (Talk Shows) são conservadores ou pró-republicanos. Fox News é pró-republicanos, Wall Street Journal é pró-republicanos e CNN, ABC, NYT, Washington Post, Los Angeles Times etc são pró-democratas.
Agora todo mundo quer “inventar a roda”. Jim Belcher, um escritor evangélico americano, lançou recentemente um livro intitulado Deep Church: A Third Way Beyond Emerging and Traditional. O que ele propõe? O que chama de “terceira via evangélica”. Para Belcher, que é um dissidente da Igreja Emergente empenhado em conquistar o seu espaço criando uma nova visão de igreja, tanto as Igrejas Tradicionais como as Igrejas Emergentes estão erradas. Ele usa o termo Igrejas Tradicionais para se referir tanto às denominações históricas quanto às pentecostais clássicas conservadoras, classificando-as todas como “direita evangélica”; e chama as Igrejas Emergentes de “esquerda evangélica”. É a nova versão do "homem-que-tem-a-reposta-que-ninguém-sabia-até-ele-a-conceber". Agora, para Belcher, nem Igreja Tradicional nem Igreja Emergente. A nova onda agora deve ser a da Igreja Profunda, porque o certo mesmo é o “Movimento da Igreja Profunda”. Sabe, eu ainda prefiro a Igreja de Cristo...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Alma e o Tempo

Quando a alma percebe o seu Amado no pano de fundo do tempo, por trás do tempo, ela aceita tudo que o tempo lhe pode proporcionar como bênção e expressões de amor. O que víamos com a lente do desânimo e da crítica como equívocos agora são vistos nitidamente como são na realidade – coisas imprescindíveis.
Ela vê tudo como necessidades, não erros. Ela aspira ao amor em cada momento. Ela vê uma mão amiga em cada porta aberta ou lacrada pelo tempo. Ela descobre Deus no tempo e isto lhe concede sensações agradáveis, estimulantes e refrigério.
Kairós guia cronos. Kairós usa cronos como método para tocar a alma. Kairós é a ação de Deus no tempo, é Deus fazendo os horários e a agenda da nossa vida.
Em síntese, a alma e o tempo são dois assuntos que podem ser contemplados por dois prismas diferentes: a alma em relação ao tempo ou o tempo em relação à alma, ou melhor, o tempo da alma ou a alma do tempo.
Alma e tempo, tempo e alma; a alma do tempo, o tempo da alma. Isto é mais do que um trocadilho de palavras.
A alma do tempo é a essência do tempo, o que podemos extrair dele; são lições que tentam nos passar. São elas que dão significado à existência do tempo. O tempo existe para nós sermos burilados e amadurecidos para Ele.
E o tempo da alma? A alma é imortal, e sua existência é tecida basicamente pela agonia e pelo amor. E o que vai determinar o sabor e os consequentes adjetivos da sua existência é o ambiente onde a alma se nutre. Quais os ambientes possíveis para ela?
O primeiro é o clima do inferno. Quando alguém não se rende a Jesus e se entrega aos vícios, ao mal, está implementando uma extensão do inferno na sua alma. O tempo do existir, para ele, se torna angustiante, a despeito de eventuais prazeres terrenos. Se eu cultivo o inferno na alma, a alma irá para o inferno.
O segundo é o clima do céu, as “regiões celestiais”. Quando me lanço nos pés de Deus, o céu desce à minha alma e o prazer se estabelece. Se eu cultivo o céu na alma, a alma irá para o céu.
Sempre o ambiente da minha alma será uma pequena maquete, uma pequena amostra, do meu destino pós-morte e o definidor das minhas angústias ou prazeres que sinto.
O Tempo regra a alma enquanto a alma se encontra no tempo [Uso o termo "Tempo" para referir-se ao ambiente onde estamos, o cosmos onde vivemos; e o termo "tempo" para se referir à nossa vida individualmente no Tempo. Quem conhece o livro Refelexõs sobre a Alma e o Tempo já está habituado ao uso diferenciado que faço desses termos a partir das iniciais maiúscula e minúscula]. Entretanto, quando a alma romper a esfera do tempo pelo toque da morte (às vezes doloroso, às vezes suave), o Tempo deixará de ser, mas para algumas outras almas (que ainda esperam o toque liberador da morte) continuará sendo, até que venha o instante em que o Deus da alma e do Tempo acabará com este último, pois este não se fará mais necessário. O Tempo existe por causa da alma e não a alma por causa do Tempo.
A partir desse período, quando o Tempo dará seu último suspiro e não se falará mais dele, não existirá mais hora, segundo ou milésimo, nem o dia terá mais seus fins e começos interligados por noites. A definição e limitação que acompanharam nossa vida no Tempo darão lugar a uma doce 'prolixidade', a maravilhosa ininterruptabilidade da eternidade.
O horário, que muitas vezes nos dizia quando sermos e quando não sermos, quando termos e quando não termos (pois já dizia Salomão que há tempo para tudo debaixo do sol), dará lugar ao ser para sempre e ao ter para sempre. As separações não mais ocorrerão.
Cumprir-se-á, então, os dizeres gravados no Relógio de Sol do Seminário de Princeton, nos EUA: “Unidos pelo Tempo. Separados pelo Tempo. Unidos, novamente, quando não houver mais Tempo!” E eu acrescentaria: “E para sempre!”
Os “atés” darão espaço para as reticências, o finito dará lugar ao infinito, a transitoriedade ao sem fim, a trivialidade no ambiente do Tempo será substituida pelas novidades sem término da liberdade que existe na eternidade.
As estações desvanecerão, nunca mais outono ou inverno, mas só primavera e verão; sempre haverá dia, nunca noite.
Os nossos passos não serão mais cronometrados, nossa vida não será mais regida pelo som incessante de tique-taques do relógio a nos provocarem ansiedade; não haverá mais pressa, demora, disputa, corrida, correria, adiantamento, atraso, agitação ou espera.
Não entenda essas minhas palavras como se eu estivesse a contradizer-me, afirmando que, naquele dia, acharemos que o Tempo foi péssimo. Pelo contrário, estaremos certos de que, de alguma maneira, ele foi bom para nós, mas agora nos espera o melhor – o céu com Deus.
O céu é um lugar preparado para um povo preparado, e esse preparo é feito no chão deste planeta. Por isso, quando saírmos daqui, não nos sentiremos como pessoas que passaram décadas dentro de uma cela escura e agora são postos em liberdade. Nos sentiremos como pessoas que passaram anos numa faculdade até receberem seus diplomas.
Quem é salvo sabe que a felicidade existe, começa na terra e existe apesar dos problemas. Lá no céu, ela existirá em maior grau e sem a presença do sofrimento e da espera. O Tempo terá cumprido o seu papel de universidade da alma.
Diante desta possibilidade, a alma exclamará: “Vitória!” – O alvo terá sido finalmente alcançado.
Mas, para alguns, em algum lugar no universo, a saída do Tempo não representará vitória, porém a concretização de uma terrível, sem precedentes e inesperada tragédia. Tudo será o oposto: noite sem fim, gemidos sem resposta, dores lancinantes, ranger de dentes, desespero, horror, angústia. Eles perceberão como o tempo, que foi desprezado, era importante, e desejarão que volte, mas será impossível.
Enquanto para uns o infinito será o começo, para outros será o fim. Enquanto para alguns a eternidade será um belo começo sem fim que abrirá portas para outros começos extraordinários, para outros será o terrível fim sem fim, o começo da impossibilidade de começos. Destinos, percepções e situações distintas para aqueles que viveram no tempo antagonicamente.
Estejamos certos: o que fazemos e o que deixamos de fazer no tempo, as nossas principais decisões aqui, afetarão a nossa estada na eternidade.
Mais do que nunca, sob a ótica desta verdade, consideremos a nossa alma e o nosso tempo e, acima de tudo, o nosso Deus, que nos assiste fora do Tempo, mas ao mesmo tempo (porém sem estar como nós, preso ou sujeito ao Tempo) na nossa alma, trazendo um pedaço da eternidade ao nosso pequeno e frágil coração.
Que sua alma, neste tempo, tenha e mantenha esta oração:

Deus, ajude-me a não odiar o meu tempo e amar a eternidade contigo mais do que qualquer coisa. Ajude-me a viver para Ti nesse mundo com toda intensidade do que eu sou. Ajude-me a conhecer o meu tempo, a me refazer quando preciso, a me esquivar quando for necessário, a saber quando dizer ‘sim’ e quando dizer ‘não’. Quero acertar o relógio da minha alma com o Teu. Não quero nunca me adiantar ou me atrasar em relação à Tua Vontade, Senhor. Fecha todas as portas para mim, a não ser a certa. Quero sempre perceber e aproveitar o tempo oportuno e ideal. Que haja sempre sincronia entre cronos e kairós.
Amante e Amado da minha alma, ajude-me a suportar o que esta dimensão pode me reservar e aproveitar cada situação abstraindo-a e, assim, obter inferências, novos conteúdos para meu caráter. Auxilia-me a reconstruir cenários neste chão passageiro que sirvam de marcos que ajudem muitos e estimulem o louvor ao Teu Nome. Concede-me em tudo que eu sempre veja que somos do Eterno, mas estamos emprestados ao Tempo, para que o Tempo, que foi feito pelo Eterno, nos molde, até o momento tonicamente anelado em que sairmos do Tempo ao Eterno para no Eterno permanecermos. É o que te peço, sinceramente, em nome de Jesus”. Amém!


Se essa for a sua oração, o Deus do tempo terá com certeza se tornado o Deus da alma. Você sempre encontrará Deus no seu tempo e pode estar seguro de que viverá eternamente com Ele no além-Tempo. Ele o ajudará! Você conseguirá, em nome de Jesus!
'O Senhor te guardará de todo o mal; Ele guardará a tua alma' (Salmos 121:7a).

(Este texto foi extraído da minha obra Reflexões sobre a alma e o tempo, lançada pela CPAD em 2001. Dedico esta mensagem à memória do irmão Josias, meu sogro, que partiu para a eternidade em 29 de setembro)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Links importantes e recentes sobre o ataque à democracia hondurenha

Como alguns irmãos e amigos me pedem mais links de artigos sobre Honduras, ei-los:
Um manifesto contra o ato vergonhoso do Brasil contra Honduras assinado pela comunidade brasileira da cidade hondurenha de San Pedro Sula:
http://notalatina.blogspot.com/2009/09/manifesto-publico.html

Artigo do ex-preso político cubano Armando Valladares, que foi embaixador dos Estados Unidos na Comissão de Direitos Humanos da ONU durante os governos Reagan e Bush, e que recebeu recentemente um prêmio de jornalismo na Europa pelos seus artigos em defesa da liberdade no mundo:
Um artigo de quatro páginas do professor Lionel Zaclis, doutor e mestre em Direito, publicado no famoso site Consultor Jurídico, no qual ele mostra didaticamente, por A + B, que não houve golpe em Honduras (É o tal artigo citado pelo Merval Pereira em sua coluna de hoje no jornal O Globo e que mencionei no início da tarde de hoje no espaço de comentários da última postagem):
http://www.conjur.com.br/2009-set-22/apoio-zelaya-despreza-processo-constitucional-hondurenho-deposicao

Artigo da jornalista Graça Salgueiro ressaltando a ilegalidade do ato brasileiro em Honduras e denunciando a orquestração do Fórum de São Paulo:
http://www.midiasemmascara.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8935:brasil-opcao-preferencial-pela-ilegalidade-parte-2&catid=9:governo-do-pt&Itemid=15

A informação de que a Biblioteca do Congresso americano promoveu um estudo com especialistas para estudar o caso Honduras, e a conclusão foi a obviedade de que não houve golpe nenhum em Honduras:
http://schock.house.gov/News/DocumentSingle.aspx?DocumentID=146377

http://www.laprensahn.com/Ediciones/2009/09/24/Noticias/Destitucion-de-Zelaya-fue-legal-Informe-de-EUA

A jornalista Graça Salgueiro conta o que foi que aconteceu nos bastidores da viagem de Zelaya à embaixada brasileira em Honduras:
http://notalatina.blogspot.com/2009/09/ultimas-noticias-de-honduras.html

A nota de repúdio do governo hondurenho ao ato vergonhoso do Brasil:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/integra-da-nota-em-que-o-governo-interino-acusa-a-ingerencia-de-lula/

A União de Organizações Democráticas da América critica os que apoiaram o regresso clandestino de Zelaya:
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=1258

Artigo do presidente de Honduras, Roberto Micheletti, publicado em 22 de setembro (terça-feira agora) no jornal The Washington Post:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/09/21/AR2009092103111.html

E vale a pena reler o editorial de quarta-feira (23 de setembro) do jornal Wall Street Journal sobre o erro do governo Obama em cair na conversa de Lula-Chavez-Ortega etc de que houve golpe em Honduras e ressaltando ainda que se houver uma tragédia naquele país, o atual governo americano será um dos principais culpados:
http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204488304574427403985118892.html

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vergonha, asco, nojo é o que sinto ao ver o que estão fazendo (incluindo meu país) com Honduras







Protesto contra Zelaya reunindo 20 mil pessoas nas ruas da capital hondurenha hoje à tarde
É vergonhoso, e de dar asco, o que o presidente Lula e seus parceiros do Foro de São Paulo estão fazendo com Honduras. Estes dois últimos dias foram daqueles em que dá vergonha de ser brasileiro. Pensei em escrever algo a respeito, mas lembrei-me que já havia dito tudo sobre o assunto. Quem estiver interessado, favor leia (ou releia) as postagens deste blog publicadas nos dias 1 de julho e 8 de julho, e todas as minhas interações-artigos nos respectivos espaços de comentários destas referidas postagens. Inclusive, em 6 de julho, às 16h06, eu já dizia:
Um homem que desrespeitou a Constituição e todas as instituições do país (Suprema Corte, Congresso Nacional, Exército, Procuradoria Geral, Tribunal Eleitoral etc) e por isso é rechaçado, segundo pesquisas, por 70% da população; que não tem o apoio dos principais segmentos da sociedade civil (igrejas [Igreja Católica e todas as igrejas evangélicas], empresas, entidades de direitos humanos do país etc); um homem que foi legalmente deposto, como pode ele ser empurrado “goela abaixo” do povo hondurenho e das instituições?!? Como?!? Trazê-lo de volta vai criar aquilo que hoje não há em Honduras: uma crise, o caos, a desordem, uma guerra civil. Porque voltar ao poder significa cuspir no rosto de todas as instituições, rasgar a Constituição e desrespeitar a vontade do povo. Quem quer trazer Zelaya de volta em nome da estabilidade estará desestabilizando o país, provocando uma crise, uma guerra civil, derramamento de sangue”.
Não precisava ter "bola de cristal" para antever isso.
Na esteira desse assunto, pretendo posteriormente escrever apenas mais um artigo, desta feita sobre a tristeza de ver os caminhos tenebrosos que o nosso país está tomando ideologicamente. No mais, para inteirar-se corretamente sobre Honduras, indico aos irmãos e amigos acompanharem a verdade sobre os acontecimentos nos blogs dos jornalistas Graça Salgueiro, Heitor de Paula, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. Leiam ainda os jornais de Honduras (El Heraldo, por exemplo). E, dos EUA, só merece algum respeito ainda sobre esse assunto, dos jornalões, o Wall Street Journal. Só. Indico, por exemplo, três links do WSJ (este, este e este aqui).
Ademais, oremos por Honduras. Oremos!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sobre a candidatura de Marina Silva e o caso Universal-Record

Como já é sabido por todos, a assembleiana Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, oficializou em agosto sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual estava filiada havia mais de 20 anos. No final do mesmo mês, depois de ser capa de algumas das principais revistas semanais do país devido à possibilidade de se lançar como candidata à presidência da República em 2010, ela oficializou sua entrada no Partido Verde (PV) e confirmou a possibilidade da candidatura à presidência da República ano que vem. Bem, desde então, alguns irmãos por e-mail e pessoalmente me perguntam o que acho sobre a possível candidatura da irmã Marina à presidência da República. De forma geral, posso dizer que é um fato muito positivo, apesar de particularmente não acreditar que ela possa ganhar o pleito do ano que vem. Claro que "muito água ainda vai rolar debaixo da ponte" até outubro de 2010, mas, por agora, tudo está caminhando para a eleição de José Serra, atual governador de São Paulo, à presidência do país, e não há indícios de que o quadro eleitoral mude muito daqui para lá.
Marina tem oscilado entre 6% e 8% nas últimas pesquisas, o que não é animador, embora uma pesquisa do Ipespe, pedida pelo PV e divulgada pelo jornal Valor Econômico de 26 de agosto, amenize sua baixa pontuação ao revelar que 59% dos eleitores brasileiros nunca ouviram falar de Marina Silva; só 7% dizem que a conhecem bem, 9% afirmam que a conhecem mais ou menos e 24% dizem que a conhecem apenas de ouvir falar. E segundo a mesma pesquisa, quando os entrevistados foram, ao final, informados sobre o currículo de Marina, as intenções de voto para ela subiram de 10% para 24%. Os únicos problemas com essa pesquisa são que o seu resultado final (24% para Marina) foi estimulado e que, um mês depois dela, quando o nome de Marina já é bem mais conhecido (depois de várias matérias em jornais, revista, tevê e rádio), ela ainda não ultrapassou a barreira dos 8%; além do que é preciso avaliar a variação dos votos para cada candidato após o eleitor ser submetido à propaganda televisiva de todos os candidatos. Entretanto, independente de resultados, a candidatura Marina já é uma das grandes notícias positivas das eleições em 2010. Por quê?
Em primeiro lugar, pela saída de Marina do PT - para mim, uma das melhores decisões de sua vida. Ela já não tinha quase nada a ver com o seu antigo partido, sendo sua permanência nele, a meu ver, já há alguns anos insustentável. Só por respeito a companheiros de décadas Marina tratou sua saída com extrema delicadeza (como, aliás, lhe é de praxe), demonstrando respeito à instituição a qual pertencera e à liderança desta em sua nota de despedida. Não creio que ela tenha sido tão respeitosa apenas por medo de o partido cobrar seu mandato.
A saída do PT era uma questão de tempo. Ela já não era mais a cara do PT. Se não, vejamos.
Primeiro, ela foi um dos poucos nomes de destaque do PT que saíram sem manchas após os escândalos do partido nos últimos anos. Contra ela pesa apenas o fato de ter ficado em silêncio diante de tudo.
Segundo, ela é contra a liberação do aborto e a descriminalização de drogas, duas bandeiras originais do PT (É verdade que não só políticos do PT defendem essas bandeiras, mas é preciso lembrar que o PT foi o primeiro a defendê-las e é até hoje o único partido que estabeleceu que quem é a ele filiado e não as empunha deve ser expulso do partido - vide o caso dos dois deputados expulsos recentemente do PT por isso. No caso de Marina, por ser um nome de peso, o PT fazia vista grossa em relação a ela e esta, por sua vez, não propagandeava sua posição contrária; mas, depois da saída dela, os processos que já existiam foram levados adiante e a "caça" aos pró-vida começou - os deputados federais Luiz Bassuma e Henrique Afonso foram expulsos, e o deputado Flávio Arns, outro pró-vida, pulou fora do barco antes de ser expulso). No PV, há quem defenda essas bandeiras, como em outros partidos, mas não trata-se de uma resolução oficial do partido que, se não seguida, resulta na exclusão do filiado. Repito: só o PT, o pai dessas propostas no país, empunhando-as como bandeiras oficiais do partido desde os anos 80, é quem exclui seus membros que divergem nesses pontos.
Terceiro, as divergências entre Marina, o governo e Dilma Rousseff, e que resultaram em sua saída da pasta do Meio Ambiente. Desde essa época, sua permanência no PT se tornou definitivamente insustentável.
Em segundo lugar, considero a candidatura de Marina Silva uma das grandes notícias positivas das eleições de 2010 porque, ainda que ela não ganhe, sua presença, além de elevar o nível dos debates presidenciais do próximo pleito, desestabiliza ainda mais a candidatura Dilma Rousseff.
Em terceiro lugar, admiro muito a postura de Marina de ser totalmente avessa a qualquer espécie de "messianismo" em torno do seu nome. Foi importante a sua declaração "Não sou um projeto messiânico" já nas primeiras entrevistas sobre a possível candidatura.
E finalmente, em quarto lugar, posso ainda hoje não concordar com todos os posicionamentos da irmã Marina, mas, no geral, ela parece estar mais madura e equilibrada em relação a algumas posições outrora radicais que parecia assumir, o que nos traz alegria. De sorte que vejo-a "anos luz" à frente da maioria dos possíveis candidatos do ano que vem à presidência da República.

O caso Universal-Record

Sobre o caso envolvendo Universal e Record, três pontos devem ser considerados.
Primeiro: esta não é uma guerra entre a Globo e os evangélicos, como alguns tentam impingir. Trata-se de uma guerra entre o Ministério Público, a Folha de São Paulo e a Globo contra a Universal e a Record.
Como anunciou em 2008 o colunista Lauro Jardim, da revista Veja, em sua coluna eletrônica no site da revista, já circulava há algum tempo uma determinação da direção da Globo para que se deixasse claro aos telespectadores de que a briga da Globo não é contra os evangélicos, mas contra a Universal. Escreveu Jardim na ocasião: “Há uma recente instrução geral (não escrita) na Globo sobre como tratar os evangélicos, vinda diretamente da família Marinho: adversária é só a Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo – e não todas as igrejas evangélicas. Em sua programação, a emissora deve deixar claro que não discrimina os outros evangélicos. Essa demarcação terá que ficar nítida. A avaliação é que a Universal aproveita bem o embate com a Globo para unir todos os evangélicos contra a emissora – e que a Globo nunca conseguiu explicitar de modo patente que a sua guerra é com igreja de Macedo, a qual chama de seita. Na verdade, a Globo nunca se preocupara com isso, que, afinal, parece meio óbvio, e botavam todos no mesmo saco. Resultado: há entre boa parte dos evangélicos o sentimento de que são discriminados pela emissora. Agora, ela tenta recuperar o tempo e a audiência perdidas”.
Meses atrás, a Globo deixou isso bem claro ao fazer uma série de reportagens no Jornal Nacional falando do excelente trabalho social que os evangélicos fazem no Brasil, mencionando o trabalho social das igrejas Assembleia de Deus, Presbiteriana, Batista, Metodista, Luterana etc. Outras matérias mostraram a parceria da Globo na área social com pastores de igrejas no morro do Rio de Janeiro; o trabalho social das igrejas nas cadeias também foi alvo de matéria no Fantástico há alguns meses; e nos jornais televisivos locais, a Globo fez também recentemente matérias sobre o trabalho social dos evangélicos e divulgou eventos evangélicos locais, como um que ocorreu aqui no Rio de Janeiro. Foram várias matérias de cunho positivo. E em mais uma demonstração de aceno aos evangélicos, um diretor da Globo chegou ainda a dizer, em julho, conforme nota publicada no jornal Folha de São Paulo, que uma das razões de a Globo ter ultimamente retirado as cenas de nudez e sexo explícito da novela das oito é o respeito ao público evangélico (sic). Resta saber se essa ausência de cenas de nudez e sexo explícito vai permanecer ou é só temporária.
Pois bem, logo depois de todas essas demonstrações de aproximação em relação aos evangélicos, explode a denúncia. Isto é, a Globo, ao que tudo indica, sabia das investigações que rolavam nos bastidores e procurou se precaver de possíveis ataques da Universal tentando arregimentar os evangélicos contra a emissora logo que as investigações viessem à tona, porque a Globo não quer ter os evangélicos como inimigos (não por razões ideológicas, mas obviamente por razões comerciais). Por isso, antes de estourar a investigação, a preocupação em deixar claro aos evangélicos a seguinte mensagem: “Temos nossas diferenças, porém a nossa briga não é com vocês, mas com a Universal”.
Ou seja, não é uma perseguição aos evangélicos (como a Universal-Record, por razões óbvias, quer que todos pensem), embora a Globo e os que produzem seu conteúdo claro que ainda alimentam preconceito em relação a princípios e valores dos evangélicos que chocam-se com o liberalismo social defendido pela emissora. Aliás, como escrevi recentemente aqui, essa aproximação da Globo com os evangélicos não significa mudança de princípios, mas apenas aproximação por motivos financeiros.
Em segundo lugar, a razão dessa investigação é mais do que clara. Há uma guerra declarada entre o Ministério Público, a Folha de São Paulo e a Globo contra a Universal e a Record fruto de rusgas passadas. A FSP e a Globo já tiveram problemas judiciais com membros da Universal (aqui) e esta, por sua vez, já criticou o Ministério Público várias vezes. No caso da Globo, a guerra de audiência é outro fator (se bem que, ultimamente, a Record está se estapeando é com o SBT).
E em terceiro lugar, quanto às acusações em si contra a Record e a Universal, esperamos que tudo seja investigado até o fim e, se há irregularidades, que os culpados sejam punidos. O fato de as investigações serem motivadas por rusgas particulares não deve ser usado como cortina de fumaça para se esquecer a investigação das irregularidades apontadas. Deve-se ir até o fim e, repito, se as acusações se comprovarem procedentes, que todos os culpados sejam punidos. Discordo profundamente das posições teológicas e da práxis eclesiológica da Igreja Universal, mas isso não deve me levar a considerá-la culpada de antemão das acusações que agora são feitas. Tenho minha impressão e opinião sobre o assunto (particularmente vejo-a como culpada de todas as acusações feitas), mas a prudência manda esperarmos o julgamento.
Agora, independente do resultado, duas coisas são certas: primeiro, as posições teológicas e a práxis eclesiológica da Igreja Universal continuam sendo uma afronta ao verdadeiro Evangelho; e segundo, é uma contradição sem tamanho a Record querer ser o “canal dos evangélicos” (se é que algum dia de fato desejou ser isso) e apresentar uma programação com uma qualidade moral pior do que a programação da rival, que não tem nada de evangélica. Sobre isso escreveu bem o pastor e amigo Ciro Zibordi.
Enfim, nem a Globo agora é "pró-evangélicos" ideologicamente, nem a dupla Universal-Record parece ser uma mera vítima nessa história, e nem essa briga é nossa.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Em setembro, de volta

Caros irmãos e amigos,

Devido à maratona de compromissos nas últimas semanas (compromissos particulares e de trabalho), passei em branco em artigos-postagens este mês e ainda não interagi com algumas mensagens que recebi nesse período. Anuncio, porém, que, em setembro, estou de volta. E na próxima postagem, como não poderia deixar de ser, falo sobre o caso Universal-Record-Ministério Público-Globo-Folha de São Paulo e sobre o que acho da novidade no cenário eleitoral do ano que vem: a irmã Marina Silva, candidata à presidência pelo PV. Enquanto a postagem está no forno, indico a do meu amigo pastor César Moisés sobre a entrevista da irmã Marina Silva à revista Veja desta semana. O endereço do blog do pastor César é marketingparaescoladominical.blogspot.com
Abraço a todos!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sobre importância da Campanha de Oração pelo Sudão em todo o mundo amanhã e a recapitulação de assuntos evocados anteriormente neste blog


Acima, cristãos sudaneses cultuando a Deus apesar da onda de perseguição e matança; na foto abaixo, no meio do texto, crianças cristãs sudanesas em uma escola cristã

Campanha de Oração pelo Sudão

Amanhã, 1 de agosto, conforme informado pelo pastor e amigo Geremias do Couto, representante da Associação Billy Graham no Brasil, os cristãos sudaneses estarão realizando o seu Dia Nacional de Oração pelo Sudão (Sudan National Day of Prayer) e todos os demais cristãos do mundo estão sendo conclamados a juntarem-se em oração aos irmãos sudaneses para que Deus fortaleça sua amada igreja naquele lugar e transforme a situação caótica daquele país. Para quem não sabe, ali está acontecendo um dos maiores massacres a cristãos da História da Humanidade.
O Sudão é o maior país da África em extensão territorial. São 42 milhões de pessoas, dentre as quais 70% de muçulmanos (30 milhões), a maioria ao norte do país; 20% de cristãos (8 milhões), a maioria no sul do país; e 10% (4 milhões) de seguidores de outras crenças, sobretudo animistas. Ocorre que, há 26 anos, o norte muçulmano do Sudão tenta submeter a população do sul, predominantemente cristã (5,5 milhões), ao islamismo e também expulsar os 2,5 milhões de cristãos do norte. Nestas quase três décadas de conflito, já são quase 3 milhões de mortos, sendo que, só nos últimos 6 anos, quando o governo ditatorial islâmico do Sudão iniciou o massacre de Darfur, já foram 400 mil mortos. Trata-se de um dos maiores genocídios da História da Humanidade e do maior massacre a cristãos por muçulmanos em toda a História.
Sudaneses que pertencem a outros grupos religiosos também estão sendo assassinados por tabela – estes representam cerca de 5% dos mortos –, mas a motivação do massacre é totalmente étnica e anticristã – são as tribos de sudaneses arabizados do norte, que são muçulmanos, contra as tribos de sudaneses predominantemente negros, que são cristãos. Não é verdade, como uma minoria tem dito, que o massacre em Darfur não é um conflito entre muçulmanos e não-muçulmanos como aquele encetado em 1983, e relativamente apaziguado em 2005, que dividiu o Sudão em Norte e Sul. A constatação de que mais de 90% dos mortos do Conflito de Darfur são de cristãos - e nenhum muçulmano - demonstra o contrário. E mais: a ditadura islâmica que promove o conflito usa como justificativa para a matança exatamente a não-aceitação das normas da Sharia por parte da população – parte esta esmagadoramente de cristãos.
São radicais armados pela ditadura contra cristãos que não têm como se defenderem. Há milhões de cristãos sudaneses vivendo de forma subumana em campos de refugiados e campos de concentração. Outro detalhe que mostra o radicalismo islâmico naquele país é a ligação do regime sudanês com terroristas. Por exemplo: antes dos atentados de 11 de setembro, os muçulmanos do Sudão chegaram a abrigar em seu território o terrorista saudita Osama bin Laden e o quartel-general da Al Qaeda. Ademais, o Sudão é mais uma prova de que aquela tese dos anos 80 de que xiitas são mais violentos do que sunitas é uma grande mentira – os muçulmanos do Sudão são sunitas.
Em 2004, devido ao genocídio encetado pelo ditador sudanês Omar Hassan Ahmad al-Bashir, que tomou o poder num golpe de Estado em 1989, o Conselho de Segurança da ONU tentou votar, com apoio dos EUA, Europa e Israel, duas resoluções contra o Sudão que impunham sanções econômicas caso o massacre continuasse, porém China e Paquistão, que investem na indústria do petróleo do Sudão, em associação com os países árabes, derrubaram as duas resoluções no Conselho de Segurança da ONU. Derrubadas as sanções, sobrou apenas uma alternativa, que chegou a ser ventilada à época: os Estados Unidos liderarem uma intervenção militar unilateral, já que a ONU estava de mãos atadas. Entretanto, naquele período, os EUA estavam com problemas demais no Iraque e no Afeganistão, por isso sem condições de despachar soldados para o Sudão.
Em 2006, houve uma segunda tentativa: o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em dezembro daquele ano, tentou votar a condenação do massacre, que já ceifara, à época, a vida de 200 mil sudaneses. Porém, mais uma vez, por causa da oposição de países africanos e árabes, da China e de dois países do Ocidente – Cuba e Brasil (sim, Brasil) –, o Conselho de Direitos Humanos não conseguiu aprovar a condenação. Vergonhosamente, o documento final não criticava o governo do Sudão nem falava de responsabilidades pelo massacre. O acordo desse bloco evitou que os países votassem a proposta dos EUA, União Européia e Israel de condenar o governo do Sudão. Pela proposta aprovada, foram enviados apenas cinco especialistas à região para analisar a situação e – Adivinhem! – nada aconteceu. Hoje, dois anos e sete meses depois, já chega a 400 mil os mortos do massacre islâmico em Darfur, e o governo do nosso país, vergonhosamente, manchou a nossa história ao se opor às sanções contra a ditadura genocida do Sudão.
Oremos pelo Sudão, por nossos irmãos perseguidos, pelo fim do massacre e, como for possível, manifestemos nosso repúdio ao que está acontecendo ali.
Recapitulação de assuntos evocados anteriormente no blog

Alguns leitores deste blog pedem-me para que volte a dar informações sobre o caso da não-divulgação da certidão de nascimento de Obama, que havia mencionado em postagem de 5 de outubro do ano passado. Querem saber em que pé está aquela história estranha. Posso adiantar que as coisas estão mais estranhas hoje do que antes. Agora, o detalhe curioso é que esses pedidos chegam exatamente nesta semana, quando o assunto voltou a ser mencionado pela grande imprensa devido à manifestação de neurastenia da Casa Branca com o crescente interesse dos americanos pelo assunto.
Outros querem saber se é verdade que mudei minha posição inicial sobre o caso do aborto praticado em uma menina em Recife no início do ano. Quem acompanhou o desenrolar do debate na blogosfera sabe que sim. Mantenho meu posicionamento inicial acerca de uma situação hipotética de aborto para salvar a vida da mãe, porém não sou mais ingênuo de achar que seja tão comum, como era no passado, uma situação dessas, devido ao avanço da Medicina nessa área.
O terrível caso do aborto da menina em Recife

Como expressei nas minhas últimas intervenções no espaço de comentários da referida postagem sobre o assunto neste blog e no meu comentário sobre o mesmo assunto no blog do pastor e amigo Geremias do Couto (leia aqui), meu posicionamento diante de uma hipotética situação em que concretamente só o aborto salvaria a vida da mãe continua o mesmo (Mesmo sendo pesarosa qualquer uma das duas decisões, vejo como eticamente possível tanto a mãe morrer em lugar do filho como a morte deste em lugar da mãe. Esta seria, portanto, a única exceção ética em relação ao aborto: o aborto para salvar a vida da mãe). Porém, já não acredito, diante das evidências que foram se apresentando nas semanas seguintes após o fato, que o caso da menina em Recife era desse tipo, como pregavam seus médicos (lembrando: a tese dos médicos era de que a menina mui provavelmente morreria se ou a gravidez fosse levada adiante - o que tinha lógica - ou passasse por uma cesariana - o que já era falso). E ademais, volto a frisar: também já não creio tanto na possibilidade de em algumas gravidezes de risco a salvação da criança no ventre só for possível se a mãe morrer e vice-versa.
"Quer dizer que é impossível que um caso assim surja ainda em nossos dias?" Não digo que seja impossível, mas, com certeza, é muito, muito improvável mesmo.
Enfim, hoje, já não seria ingênuo como fui no começo, ao dar o benefício da dúvida aos médicos da menina, e também já não creio que seja comum (como era no passado antes do avanço da Medicina nessa área) situações em que somos forçados a optar por apenas uma vida - a da criança no ventre ou a da mãe.

A certidão de nascimento de Obama

Continua a preocupar Obama o fantasma da sua certidão de nascimento, a qual nos referimos à primeira vez em postagem deste blog já mencionada. Sete meses depois de tomar posse como presidente dos Estados unidos e mais de um ano depois que a denúncia de não ser americano nativo surgiu, Barack Hussein Obama ainda não mostrou sua certidão de nascimento original e já gastou milhões de dólares com advogados para garantir na justiça a possibilidade de não revelar a certidão de nascimento original.
Recapitulando (para quem não se lembra da história): Phillip Berg, procurador geral da Pensilvânia e membro do Partido Democrata (tendo, inclusive, já se candidatado a governador da Pensilvânia pelo PD), questionou a legitimidade da candidatura Obama evocando claras evidências de que este não é um cidadão americano nativo (condição exigida pela Constituição dos EUA para alguém se candidatar à presidência). Para esclarecer definitivamente a situação, há mais de um ano, Berg entrou com um processo solicitando o direito de, como eleitor e membro do PD, ver a certidão de nascimento original do candidato do seu partido.
Seu processo acabou chegando à Suprema Corte ainda em outubro do ano passado, mas a decisão sobre o caso foi adiada para dezembro (ou seja, para depois do resultado das eleições) e depois para janeiro e, por fim, para depois da posse de Obama. No final das contas, só em fevereiro Berg teve seu pedido julgado. Na ocasião, os advogados de Obama conseguiram que o órgão máximo da Justiça americana desse ganho de causa ao presidente eleito sob a alegação esdrúxula de direito de privacidade. Seguiu-se à decisão um abaixo assinado com meio milhão de americanos exigindo o seu direito de ver a certidão original, apelo ignorado. Como resultado dessa atitude estranha de Obama de esconder o documento, outros processos já estão correndo na Justiça sobre esse assunto e a Casa Branca já criou um setor do governo só para lidar com esse caso.
Alan Keyes e John Haskins chegaram a publicar um artigo sobre o assunto no dia da posse de Obama. Keyes, que foi secretário no governo Reagan, entrou também com uma ação contra Obama. Leia o artigo de Keyes e Haskins aqui.
A grande questão é: Por que Obama não mostra logo a certidão original para acabar com essa celeuma toda? Por que ele insiste em não mostrá-la? Não a mostra por quê? O que teme? E aí é inevitável a pergunta seguinte: Afinal, a certidão existe ou não existe?
Um dos maiores sites conservadores de notícias dos EUA, o World Net Daily (http://www.wnd.com/), com mais de um milhão de acessos por dia, divulga toda semana novidades sobre o caso que complicam cada vez mais Obama. Aí, como resposta ao crescente interesse dos americanos pelo caso e preocupados com a queda da popularidade do presidente nos últimos dias, a Casa Branca fez um pronunciamento irritado esta semana insistindo que o presidente é um americano nativo. Leia sobre o pronunciamento aqui.
Ao divulgar o pronunciamento da Casa Branca, a Agência Reuters chegou a divulgar uma certidão de nascimento eletrônica de Obama, que fora divulgada há meses pela sua equipe de campanha, como se fosse a certidão original, erro no qual caíram também o jornal O Globo e o site G1 ao reproduzirem-na como sendo a certidão original em 27 de julho. Veja aqui.
A tal certidão eletrônica não prova nada. Só a certidão original, registro feito exatamente no dia em que nasceu, que está no Havaí guardada a sete chaves, pode resolver o problema. Porém, sabe-se lá por que, Obama não autoriza mostrá-la de jeito nenhum, nem pelo menos a cópia dela. Daí a pergunta: Será que existe mesmo? Leia mais sobre o assunto, por exemplo, aqui.
Agora, é esperar para ver no que vai dar.
P.S.: Leia mais novidades sobre o assunto aqui e aqui e aqui.