terça-feira, 4 de maio de 2021

Resumo do governo Biden até aqui e suas propostas

Em 28 de janeiro, na véspera da Marcha Pró-Vida nos EUA, o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva liberando o financiamento público do aborto. De lá para cá, das mais de 60 ações e ordens executivas assinadas, 32 promovem o aborto e a ideologia de gênero, segundo levantamento feito pelo Family Research Council (Conselho de Pesquisa da Família) nos EUA.

Em 9 de abril, o presidente Biden assinou uma ordem executiva criando uma comissão para tratar da ampliação do número de membros da Suprema Corte nos EUA e da mudança do tempo de serviço dos juízes da Suprema Corte. Seis dias depois, em 15 de abril, o Partido Democrata, de Biden, apresentou um projeto de lei para expandir a Suprema Corte de 9 para 13 juízes. Afinal, não dá para esperar morrer mais alguns juízes para voltar a ter maioria de juízes liberais na Suprema Corte. A revolução exige pressa.

Em 28 de abril, Joe Biden apresentou, em menos de 100 dias de governo, a terceira proposta de expansão de gastos do governo dos EUA, os quais juntas somam agora 6 trilhões de dólares. A primeira proposta, de 1,9 trilhão, já havia sido aprovada, sendo mais de 600 milhões desse valor usado para distribuir cheques de 1.400 dólares como auxílio emergencial para a população daqueles estados governados por democratas que impuseram lockdown, gerando desemprego; e o restante do valor foi para salvar estados que estavam falindo por causa do lockdown que fizeram, todos eles estados governados por democratas, como Califórnia e Nova York.

Esse montante total de 6 trilhões se constitui a maior proposta de expansão de gastos da história do governo dos EUA. O primeiro lugar antes era do presidente Bill Clinton, nos anos 90, que em um de seus dois mandatos apresentou, em números atualizados para os dias de hoje, uma proposta de expansão de gastos da ordem de 2 trilhões de dólares. A proposta de Biden é três vezes maior do que o recorde de Clinton. Tais gastos fazem a dívida pública norte-americana bater o seu recorde percentual, que antes era da época da Segunda Guerra Mundial.

Para compensar uma parte desses gastos, Biden anunciou o aumento de impostos sobre os mais ricos – aqueles que ganham 20% de toda a renda nos Estados Unidos, mas que, por outro lado, já pagam 40% de todos os impostos federais sobre a renda. No governo Biden, eles vão pagar mais ainda, pois, segundo ele em seu discurso no dia 28 de abril, “é hora de eles começarem a pagar sua parte justa”. A parte justa seria subir de 21% para 28% o imposto sobre a renda fora o “aumento significativo de impostos” sobre as empresas. Alguém pode se perguntar: “Se o que eles pagam hoje é ‘injusto’ porque seria ‘pouco’, a partir de quantos porcento deve ser considerado injusto o valor arrancado deles?”. Bem, isso não importa. E daí que eles geram emprego e renda com sua riqueza e que tal medida pode afugentar muitos deles do país? Biden disse que vai usar esse dinheiro que vai arrancar deles para construir e manter creches de graça para toda a população; para criar licença médica e familiar remunerada; e para dar escola de graça para o povo, inclusive com dois anos de universidade financiados 100% pelo governo para todos os estudantes. Maravilha. É um verdadeiro Robin Hood. Afinal, tem dinheiro sobrando nos EUA depois da pandemia, não é mesmo?

Ele também anunciou que vai aumentar a regulamentação estatal sobre todas as coisas, sob a justificativa de deixar, diz ele, “a economia mais verde”. Por fim, 2 trilhões da expansão serão gastos com “investimentos em estrutura”, que é a parte do plano que parece ser mais interessante. Seriam mais de 600 bilhões para construção de pontes, estradas, aumento dos transportes de massa, novos portos e aeroportos, e o desenvolvimento dos carros elétricos; mais de 100 bilhões para melhorar a infraestrutura de água potável, expandir o acesso à banda larga e atualizar as redes elétricas; 400 bilhões para criação e manutenção de casas e comunidades para cuidar gratuitamente de idosos no país; 300 bilhões para fabricantes e pequenas empresas, mas apenas se estes investirem em “energia limpa”; 100 bilhões para “desenvolvimento de força de trabalho” (faltou explicar como vai ser usado nesse sentido); 60 bilhões para financiamento público de imóveis e para a construção e reforma de casas populares; e 100 bilhões para construção e melhoria de escolas públicas.

Biden disse ainda que todas essas medidas são para fazer frente ao crescimento da China. Sinceramente, não acho que o Partido Comunista Chinês tenha “tremido” nas bases ao saber dessas medidas, já que os Estados Unidos vão, na prática, aumentar consideravelmente sua dívida pública, retrair a economia com o aumento de impostos e regulamentações, e o que obterá de retorno em investimentos em infraestrutura pode não ser o esperado, pois é uma combinação de fatores que faz a coisa acontecer, não uma coisa só. Claro, economistas keynesianos vão achar as medidas ótimas, enquanto os demais, não. Bem, acompanhemos o que irá acontecer.


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