domingo, 25 de novembro de 2007

Uma palavra sobre os erros dos reformadores

(Na ilustração acima, aparecem, da esquerda para a direita, Teodoro Beza, Calvino, John Wycliffe, Zwinglius, Bucer, Lutero, Melanchton e John Huss)
Encerrando finalmente nossa série de três artigos sobre a Reforma, segue, como prometido, nosso artigo sobre os erros dos reformadores. A demora se deveu ao fato de que estava extremamente ocupado nas revisões do meu próximo livro a ser lançado (e que breve estarei divulgando neste blog).
Bem, à guisa de introdução, é importante dizer, em primeiro lugar, que algumas das colocações aqui apresentadas não se constituem novidade para os leitores deste blog, uma vez que, durante os debates nos comentários sobre as duas primeiras postagens sobre os 490 anos da Reforma, acabamos naturalmente adiantando um pouco do assunto.
Um outro detalhe é que preferi, em vez de falar sobre todos os erros dos reformadores, apresentar um explicação geral para todos os casos. É que percebi que falar de todos eles exigiria, na verdade, mais de um artigo – creio que pelo menos umas dez postagens seriam necessárias. Além disso, qualquer caso específico pode ser sugerido e explorado pelos leitores nos comentários e, na medida do possível, iremos atender a todos. É mais prático assim.

Equívocos quanto à Reforma

Há dois tipos de equívocos muito recorrentes em pessoas que entram em contato com a história da Reforma Protestante.
O primeiro equívoco é o de querer ver apenas os acertos dos reformadores, olvidando seus erros. Quem age assim cria uma visão romântica da Reforma, e não uma visão realista. E isso é ruim por duas razões.
Inicialmente, porque olhar para o passado da Igreja é bom não apenas porque aprendemos com os acertos, mas também porque aprendemos com os erros de grandes homens de Deus. E em segundo lugar, porque a visão realista não diminui a importância da Reforma, mas, muito pelo contrário, mostra-nos quão terrível seria se a Reforma não tivesse acontecido. Sim, pois, ao analisarmos os erros dos reformadores, logo percebemos que eram frutos da influência do contexto cultural de sua época sobre eles, e a Reforma, como sabemos, propunha exatamente a transcendência dos princípios bíblicos sobre a tradição e a cultura de qualquer época. Ou seja, seus erros realçam ainda mais a importância dos primeiros passos que deram sob a graça de Deus, pois mostram que, apesar de seus esforços, como seres humanos falhos que eram (assim como nós hoje somos), os próprios reformadores não conseguiram vencer e transcender totalmente os vícios de sua cultura. Porém, abriram a porta e estabeleceram as bases precisas para o início da mudança.
Ou seja, os erros dos reformadores, que não devem ser olvidados, só valorizam mais ainda suas conquistas. À luz dos seus erros, percebemos que os passos que deram foram hercúleos. Devido ao seu contexto, foram conquistas tremendas.
A Reforma partiu da redescoberta da Bíblia. Ela pregou a volta às Escrituras, o que fez com que fossem defendidos princípios que se opunham à realidade cultural da época dos reformadores. Como conseqüência, em sua volta à Palavra, os reformadores acabaram chocando a sociedade quando encarnaram princípios bíblicos que estavam frontalmente em contraposição ao contexto político, religioso e social de seus dias. Por exemplo: a luta contra a supersticiosidade religiosa; a visão do sexo como uma bênção de Deus e a condenação apenas do sexo ilícito à luz da Bíblia (A Igreja Católica tinha uma visão de quanto mais sexo, menos santidade; e quanto menos sexo, mais santidade. A Reforma condenou e combateu essa visão); a preocupação com a educação do povo, a música e a literatura; e o resgate de mulheres da prostituição para a vida familiar (A Igreja Católica medieval “tolerava a prostituição, porque seus valores de gênero denegriam o sexo e também porque supunha que o desejo masculino fosse uma força anárquica e incontrolável que, sem um meio de descarga, macularia as mulheres respeitáveis da cidade. (...) Foi a Reforma que impeliu o fechamento dos bordéis” – As Reformas na Europa, Carter Lindberg, Sinodal, 2001).
Inúmeros outros exemplos de posicionamentos além de seu tempo, baseados na redescoberta da Bíblia, poderiam ser citados. Esses posicionamentos só foram possíveis por causa da visão de Sola Scriptura dos reformadores. Porém, como a Reforma foi apenas o começo dessa redescoberta, não poderíamos ser tão ingênuos de pensar que todos os vícios culturais da época dos reformadores foram rejeitados. Os reformadores nasceram e cresceram dentro daquela cultura medieval e tiveram seu pensamento impregnado desde cedo com a mentalidade de sua época. Por isso, em sua trajetória de vida, por terem nascido e crescido dentro daquela cultura, não conseguiram transcender todos os aspectos culturais de seu tempo, cometendo erros.
Muitos que criticam os reformadores se esquecem que se tivessem nascido e crescido no mesmo contexto cultural deles, teriam 90% de chances de fazer o mesmo ou até pior.
Os reformadores deram apenas os primeiros (e grandes) passos rumo à mudança. Por isso, seus erros, resultantes da influência do seu contexto cultural, só reforçam o quanto a Reforma foi importante. Os poucos avanços que eles deram, dentro do e apesar do seu contexto histórico, só nos devem levar a valorizar mais ainda o que fizeram pela graça de Deus. O que seria das gerações seguintes sem a Reforma?
O segundo grande equívoco recorrente é o de estereotipar os reformadores a partir de seus erros, às vezes até diminuindo a importância de seu trabalho e ministério por causa de seus erros.
Ora, a História não deve ser apenas contada, mas também interpretada, e sempre à luz do contexto a partir do qual cada história da História ocorreu. Os que a contam sem analisá-la ou sem mencionar o contexto de cada fato (citando-o apenas isoladamente) o fazem, não poucas vezes, imbuídos de determinados interesses. E isso é extremamente desonesto. É assim que se distorcem histórias. É assim que se distorce a História.
Nessa época de Pós-modernidade, a moda, como já falamos, é destruir, desconstruir, fluidificar, relativizar. Quando alguns citam os erros dos reformadores e os enfatizam sem atentar para o contexto histórico, sem analisar todas as nuances dos fatos, é porque querem que relativizemos a Reforma e, assim, deixemos de ver os postulados da Reforma como importantes.
O argumento usado geralmente é o que se segue: “Você é tão apegado aos princípios da Reforma? Você admira os reformadores? Então deixa eu te mostrar isso... Você sabia que Lutero disse isso? Você sabia que Calvino disse aquilo? Viu? Será que, depois disso, você vai admirar tantos os reformadores e a Reforma como antes? Será que gente que chegou a fazer isso e a dizer aquilo também não pode ter errado ao propor alguns princípios?”
Não é à toa que alguns cristãos, influenciados pela pós-modernidade, desprezam todos os princípios solas da Reforma, e com destaque para o Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”), o que chamam de “bibliolatria”. Muitos deles nem consideram a Bíblia autoritativa.

Análise honesta

Falta honestidade nas análises que alguns fazem dos erros dos reformadores. Duas nuances, por exemplo, são completamente ignoradas.
Em primeiro lugar, lembremos que os reformadores não eram super-homens espirituais, assim como Abraão, Isaque, Jacó, Elias, Davi, Salomão e outros servos de Deus no passado não eram. Todos estes que citei tiveram falhas, umas maiores, outras menores, mas todos tiveram. E sabe qual é uma das coisas mais lindas na Bíblia? É que ela não esconde as falhas dos heróis da fé. Já imaginou se escondesse? Se ela o fizesse, ao lermos a história dos homens de Deus na Bíblia, diríamos: “Meu Deus, eles eram tão perfeitos! Não há como eu poder ser usado por Ti como eles foram, pois sou tão falho...”
Graças a Deus por não esconder as falhas dos heróis bíblicos! Graças a Deus por ela mostrá-los como eles realmente são! Diferentemente do que faziam os historiadores das nações da Antiguidade. Estes eram funcionários do reino e, por isso, tão tendenciosos que a maioria deles escondia todas as falhas dos reis, exaltava só as virtudes e ainda escondia relatos de derrotas em guerras contra outras nações. Esses funcionários relatavam só as vitórias. Por isso, para saber a verdade sobre determinados povos da Antiguidade, os historiadores modernos tiveram, em muitos casos, de comparar o que historiadores coetâneos de nações inimigas diziam sobre aqueles reis.
A Bíblia, porém, não mente, não camufla. Deus não dá “jeitinho” para ninguém. A Bíblia não esconde os erros dos heróis da fé. Ela mostra o ser humano como ele é, falho e extremamente necessitado e dependente da graça, da misericórdia e do perdão de Deus para ser restaurado, abençoado e se tornar uma bênção.
Enfim, ao mostrar os heróis da fé com suas falhas, a Bíblia nos ensina que Deus não faz a obra simplesmente através de nós. Ele faz Sua obra através de nós e apesar de nós, ou seja, apesar de nossas falhas. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e pôde ser usado por Deus como foi (Tg 5.17). Davi foi tremendamente falho, mas se arrependeu e pôde ser usado por Deus como foi. Nós somos falhos, mas podemos ser usados por Deus apesar de nossas fraquezas.
Então, não precisamos olhar para a Reforma para aprender que homens de Deus podem falhar. Basta lermos a Bíblia. Quem lê a Bíblia não se impressiona com a fraqueza humana, mesmo nos filhos de Deus.
Agora, em segundo lugar, devemos aprender a fazer distinção entre os que erram por fraqueza (como os reformadores) e os que erram por falta de conversão mesmo, porque são ímpios travestidos de cristãos (aqueles que demonstravam viver divorciados dos princípios do Evangelho e ainda fizeram atrocidades em cima de atrocidades em nome de Deus). No primeiro caso, não devemos ignorar os erros, mas também não devemos comprometer toda a obra de uma vida dedicada ao Senhor por causa desses erros isolados. Lutero, Calvino e outros foram grandes homens, apesar de suas terríveis falhas. Já no segundo caso, devemos rechaçar esses falsos irmãos, que dizem que estão no Evangelho, mas o Evangelho não está realmente neles. Estes podem não se envergonhar do Evangelho, mas ele se envergonha deles.
Enfim, aprendamos com os erros e acertos dos reformadores. Seus erros pontuais não devem ser esquecidos por terem sido apenas pontuais, mas também não devem ser usados desonestamente para diminuir a importância do que fizeram sob a graça e a inspiração divinas.
E uma última reflexão: assim como os erros cometidos no passado por célebres homens de Deus foram quase sempre frutos da influência do contexto histórico de suas épocas sobre eles, muitos cristãos repetem esse erro hoje quando se deixam influenciar pelo atual contexto histórico, pelos princípios da Pós-modernidade, na formação de sua mentalidade. Aprender com os erros dos reformadores e com o Sola Scriptura nos leva a não cometermos os erros desses cristãos de hoje.

30 comentários:

Anônimo disse...

Graça e paz pr Silas

Que bom que o irmão voltou a postar no blog, tenho aprendido muito com seus artigos.
Já li o seu livro, reflexão sobre a alma e o tempo, muito bom
vou adquerir o frustração espiritual parece ser muito bom também.
Que Deus continue te dando graça e sabedoria e por favor continue nos abençoando com seus artigos.

Silas Daniel disse...

Caro Ademir,

Graça e paz da parte de Cristo, nosso Senhor!

Os deveres outros me fizeram ausentar-me daqui por alguns dias, mas estou de volta a pleno vapor, como dantes.

Que bom que o "Reflexões sobre a Alma e o Tempo" foi bênção para a sua vida. Creio que você gostará também do "Como vencer a frustração espiritual". Trata-se de uma obra que apresenta os principais equívocos sobre Deus e a vida cristã que têm levado muitos cristãos sinceros a se frustrarem espiritualmente. Para honra e glória do Senhor (que nos inspirou e inspira) e alegria nossa, tenho recebido dezenas de e-mails e de telefonemas de pessoas que têm-me dito: "Pastor Silas, esse livro foi uma bênção para minha vida". Esse é o melhor retorno que um escritor pode receber de suas obras, pois é o que verdadeiramente nos anima a prosseguir nesse ministério da literatura.

Obrigado por suas palavras e que Deus continue abençoando sua vida.

Um abraço!

Unknown disse...

A paz do SENHOR. Parabéns pastor Silas por mais um texto sobre a Reforma. Vejo que o irmão tocou em um ponto muito importante: “A visão realista não diminui a importância da Reforma, mas, muito pelo contrário, mostra-nos quão terrível seria se a Reforma não tivesse acontecido.” Realmente, nós como cristãos protestantes e pentecostais, não podemos olhar para a nossa história só querendo achar imagens bonitas e perfeitas.
Os erros dos reformadores é fato, pois como o irmão lembrou, eles não eram super-homens. O pastor presbiteriano Elben M. Lenz César, no seu livro "Conversas com Lutero"(Ultimato), argumenta que há no meio cristão, uma falta de conhecimento da obra de Lutero, trazendo compreensões distorcidas de alguns erros.
Parabéns pelo Blog, e pelas duas últimas edições do MP, destaco principalmente o artigo do pastor Claudionor de Andrade sobre o Teísmo Aberto (Que linguagem profunda e até poética). E o espaço que o MP tem dado a temas importantes, como o infanticídio indígena e a “homofobia”.

Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com

Silas Daniel disse...

Gutierres, a Paz do Senhor!

Quanto mais leio e estudo a história de grandes homens de Deus do passado, mas vejo corroborada a necessidade da dependência que temos da graça divina para sermos bênção para nossa geração, algo enfatizado nas Escrituras e que estes ilustres homens do passado reconheciam. Seus erros, inclusive, fortalecem ainda mais esse fato. Por isso, defendo que obras que falem sobre os grandes homens de Deus de épocas anteriores não omitam seus erros, mas também, por outro lado, tenham a honestidade na hora de analisar esses erros, colocando-os nos seus devidos lugares. Infelizmente, muitos dos que citam os erros dos reformadores em nossos dias o fazem com espírito de "urubu em busca de carniça para deliciar-se com ela". Ou seja, são pessoas que, impregnadas pelo espírito do nosso tempo, buscam avidamente fluidificar os valores e as instituições para fazer prevalecer suas próprias posições, e a estratégia passa pela tentativa de diminuir ou difamar personagens do passado, avultando seus erros isolados para que coloquemos em detrimento a importância do que fizeram para o Reino de Deus (e que foi a tônica de toda a vida deles, e não os seus erros).

Sobre o jornal "Mensageiro da Paz" de novembro, realmente foi uma das melhores edições deste ano. O de dezembro também está muito bom e creio que até o final desta semana já estará nas lojas da CPAD espalhadas pelo Brasil e sendo enviado aos assinantes. A matéria de capa mostra o que determinadas leis que estão querendo aprovar no Brasil já fizeram e estão fazendo contra os cristãos em países como a Suécia e a Inglaterra. Imperdível.

O artigo do pastor Claudionor também chega em boa hora, corroborando o que já foi escrito e dito sobre o assunto nos últimos dois anos. Teísmo Aberto ainda é um assunto premente em nossos dias.

Um abraço!

Anônimo disse...

Graça e Paz pastor Silas!

O caso é sério. Existem os cristãos que desprezam a importância dos postulados da Reforma conscientemente. Já outros desconhecem até mesmo o que significa Reforma Protestante.

Há os que desprezam a importância da Reforma e não consideram que estão maculando os principios doutrinários e bíblicos dando as mãos para movimentos contraditórios, entre os evangélicos, e até mesmo movimento sectário.

Tive notícia de que um "ilustre" pregador (infelizmente da nossa denominação) estará pregando em um evento musical de um grupo unicista. Primeiro, contraria os dogmas teológicos das Escrituras, depois sua condescendência "joga" os postulados da Reforma na viela. Que pena! São esses que estão dispostos "a contar a história sem interpretá-la" tudo em prol da conveniência.

Obrigado por este texto. Que o Senhor continue o iluminando.

Em Cristo,

Pb Gilson Barbosa

Silas Daniel disse...

Caro Gilson, Graça e Paz!

Obrigado por suas palavras de incentivo. Quanto ao caso mencionado por você, só tenho a dizer que o pregador que faz uma coisa dessas que você está dizendo só pode ser das duas uma: ou é uma pessoa que desconhece completamente que esse grupo musical é unicista (como tantos outros crentes até hoje desconhecem) ou, na pior das hipóteses, é uma pessoa que não preza mesmo pela ortodoxia bíblica, mesmo que diga o contrário.

Um abraço!

Unknown disse...

Caro Silas Daniel

Apesar da demora, tomo a liberdade de fazer um humilde comentário neste importante espaço.

A despeito dos erros dos reformadores - como apropriadamente você colocou no post - uma das questões mais importantes para se destacar é o que ensejou a Reforma Protestante, ou seja, a sua causa.

A Reforma não foi um fim em si mesma, mas a revisitação e o resgate de postulados que sempre caracterizaram o cristianismo.

Há alguns atualmente que se intitulam reformadores, mas podem muito bem ser enquadrados como "reformistas" que - sem respeitar a óbvia diferença entre "livre exame" e "livre interpretação" - vivem com seus aleijões doutrinários a propagar heresias e aberrações nos púlpitos.

Falam de um "novo tempo", novo "avivamento", "nova unção" e por aí vai, mas desconhecem que precisamos mesmo é resgatar algumas coisas que estão perdidas no tempo e no espaço (e, neste caso não se trata de algo novo, mas coisas que não envelhecem pois são clássicas e jamais deveriam ter sido removidas de nosso meio).

Parabéns pela série de estudos sobre a Reforma, pois lembro-me com prazer de quando em 2002 ou 2003 você escreveu na Obreiro o artigo: "É uma Honra ser Protestante"; naquela época, devido o espaço não deu para aprofundar o assunto como agora você - magistralmente - o fez.

Um grande abraço

PS. A propósito, você, pastores Mesquita, Ciro e eu estamos como novos "filhos literários", os leitores aguardem.

Silas Daniel disse...

Caro amigo César,

Creio plenamente, como você, que a confusão que muitas pessoas fazem em torno das idéias de "livre exame" e "livre interpretação" tem levado muitos a confundirem avivamento e retorno às Escrituras com a busca obsessiva por algo "novo", "diferente" e "revolucionário". Aliás, esse é um dos segredos da proliferação dos modismos no mundo evangélico de nossos dias.

Já escrevi em livro e artigos que o lema da Reforma "Eclesia reformata et semper reformanda est" (Igreja reformada sempre se reformando), tão citado por aqueles que estão ansiosos por mudanças doutrinárias radicais, é um dos mais distorcidos hodiernamente. E o pior de tudo: basta relê-lo com atenção para perceber que ele não diz o que os que o usam desonestamente afirmam. Não precisa nem gastar tempo lembrando o contexto no qual ele foi proferido ou a intenção dos que o enunciaram pela primeira vez. Repito: Basta lê-lo. O lema não diz que a doutrina deve ser sempre reformada, mas que a igreja deve ser sempre reformada. Não se reforma a doutrina bíblica. Reforma-se a igreja.

No mais, obrigado por suas palavras motivadoras. Estou no aguardo de sua próxima obra, que soube deverá estar saindo também até o final deste ano. Desde já, parabéns!

E um grande abraço!

Anônimo disse...

Pr. Silas Daniel, Graça e Paz!

É com muita alegria que encontramos seu blog pois o conhecemos desde um bom tempo quan o sr congregava no Templo Central em Recife.
Nós aqui em pernambuco estamos contentes com o que Deus tem feito no sr e através do sr
Estaremos acessando sempre seu blog.

Acesse também o nosso blog: http://umadaljardimpaulistabaixo.blogspot.com/

Tenha um bom final de semana NA BENÇÃO DO SENHOR JESUS!

ass. JOVENS JPB

Esdras Costa Bentho disse...

Kharis kai eirene.

meus parabéns por mais este post... Pensando bem, qual movimento ou onda de transformação social, política, econômica e religiosa não têm os seus pontos positivos e negativos? É próprio da falibidade dos projetos humanos.
Um abraço

Silas Daniel disse...

Juventude de JPB, a Paz do Senhor Jesus seja convosco!

Foi com prazer que encontrei vossa participação aqui neste espaço. Sintam-se à vontade para deixar suas mensagens e comentários. Não pude dar retorno logo porque estava ocupado este final de semana pregando justamente aí no Nordeste, mais especificamente em um congresso na Assembléia de Deus em Itanhem (BA). Foram dias abençoados na presença de Deus. Cheguei ao Rio hoje, no meio da tarde.

Parabéns pelo blog de vocês! Estarei visitando-o de vez em quando. E se não pude retribuir desejando-lhes igualmente um final de semana abençoado, aproveito para, desde já, desejar-lhes um final de ano abençoado na presença de Deus!

Um abraço a todos!

Silas Daniel disse...

Caro amigo Esdras,

Obrigado pelas palavras. Realmente, todo processo de transformação, seja ela social, política, econômica ou religiosa, sofre com pontos positivos e negativos, justamente porque os envolvidos nela e com ela são seres humanos que, pelo simples fato de serem humanos, são falhos. Agora, como a Reforma foi um movimento influenciado pela Palavra de Deus, não há dúvida de que seus proponentes foram poupados de cometerem mais e maiores erros. Seu apego à Palavra evitou isso. E foi esse mesmo apego à Palavra que fez com que eles e os primeiros protestantes não esmorecessem, mesmo sendo tão sangrentamente perseguidos.

Um abraço!

Silas Daniel disse...

Caros irmãos e amigos deste blog,

A revista "Veja" desta semana traz uma matéria sobre a onda de construção de mega-templos no meio evangélico mundial, apontando que isso é decorrente do próprio crescimento evangélico no mundo (que, infelizmente, como sabemos, é mais quantitativo do que qualitativo). A matéria abre afirmando o que todo mundo já sabe: "A religião cristã que mais cresce no mundo é a evangélica". O detalhe é que o fato que motivou a matéria foi o novo e maior mega-templo dos EUA, pertencente ao Ministério de Lakewood, do jovem pastor e "evangelista de auto-ajuda" Joel Osteen (de que já falamos neste blog). Outros templos são citados na matéria, mas todos já antigos: um na Guatemala, a Catedral de Cristal nos EUA, a igreja do pastor David Yonggi Cho na Coréia do Sul, o Templo Maior da Igreja Universal no Rio de Janeiro e a sede internacional da Igreja Deus é Amor, lá em São Paulo. O destaque mesmo é o templo de Osteen, cuja foto toma duas páginas inteiras abrindo a matéria.

Se você quiser saber mais sobre a tal igreja e sobre o polêmico fenômeno Joel Osteen, leia postagem encontrada nesta mesma página de abertura do nosso blog. É a quarta postagem abaixo, com data de 13 de setembro.

Um abraço a todos!

Unknown disse...

Quando li a matéria na revista Veja, eu lebrei do seu post em relação ao pastor-star Joel Osteen.
Essa mania de construção de catedrais, que virou moda aqui no Brasil, revela que as prioridades da igreja brasileira é o luxo e o "culto-entretenimento", e não as missões transculturais(por exemplo). Lembro sempre de uma frase do teólogo Ariovaldo Ramos, quando comentava da falta de investimento em missões e do luxo de muitos templos: "Muitas catedrais foram construídas como monumento ao ego de seus líderes".
Agora mudando de assunto: Pastor Silas, gostaria de fazer um pergunta, que muitas pessoas já me fizeram e e nunca encontrei a resposta: Por onde anda o pastor Raimundo de Oliveira, autor do livro Seitas e Heresias(CPAD)? De já agradeço a resposta e se ele tiver em atividade, sugiro uma entrevista com ele para o quadro "Atividade Ministerial" do MP.
Um abraço!

Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com

Silas Daniel disse...

Caro Gutierres,

A Veja parece que só agora percebeu o fenômeno Osteen. A matéria de meses atrás sobre os "evangelistas de auto-ajuda" no Brasil parece ter sido apenas um reflexo do assunto "evangelho da auto-ajuda" que é recorrente nos Estados Unidos nos últimos dois anos (e que foi provocado pela ascensão de Osteen na mídia), e não pela descoberta do fenômeno Osteen. Se tivesse notado ele antes, a revista não cometeria naquela matéria a falta de falar de "evangelho da auto-ajuda" sem citar a maior referência dessa bizarria hoje, e que inclusive inspirou o nome desse novo "evangelho". Quanto à sua reflexão sobre os mega-templos, é pertinente.

Sobre onde anda o pastor Raimundo de Oliveira, sinceramente não sei. Faz tempo que não o vejo. Mais precisamente, uns dois anos. Mas sua sugestão foi anotada.

Um abraço!

Victor Leonardo Barbosa disse...

Olá pastor Silas, a paz do senhor!!!
realmente os reformadores cometeram erros, todavia, é dever dos cristãos mostrarem realmente uma boa compreensão sobre eles, sem glorificá-los nem demonizá-los.
Parabéns pelo post.

Obs: pastor, gostaria de saber se o senhor possui digitalizada ou conehce um site que possua, a matéria sobre John Newton e Willian Wibeforce, que saiu no mensageiro da Paz algusn meses atrás. Eu só tenho a versão resumida que os enhor fez para a Ensinador Cristão. Se tiver e se for possível me enviar, seria de muito valisosa.

Meu e-mail é: panda_gigante@hotmail.com

Silas Daniel disse...

Caro Victor, a Paz do Senhor!

Desculpe a demora em respondê-lo. É que estou em uma cidade no interior do Nordeste onde a Internet é um pouco lenta e não estava conseguindo postar comentários durante o dia, só agora, tarde da noite, é que ela melhorou.

Obrigado por suas palavras motivadoras.

Sobre a matéria que escrevi para o jornal "Mensageiro da Paz", penso em publicar, posteriormente, uma postagem neste blog falando resumidamente sobre esse importante tema. Antes, porém, estou preparando uma postagem que deverei publicar neste final de semana ainda ou, no mais tardar, no início da semana, sobre um tema premente em nosso país. Sobre se posso enviar algo do material, depois de chegar no Rio vou ver se é possível fazê-lo.

Um abraço!

Silas Daniel disse...

Caros leitores,

Quem quiser uma análise sobre a questão dos erros dos reformadores bem mais aprofundada do que tudo que já colocamos neste blog seja na postagem acima seja nos comentários das postagens anteriores sobre a Reforma, vai encontrá-la em um dos capítulos do meu novo livro: "A Sedução das Novas Teologias" (CPAD). O título do capítulo, que aparece como um dos apêndices do livro, é "A questão dos erros dos reformadores"

Um abraço a todos!

Maya Felix disse...

Excelente texto! Vou colocá-lo no meu blog mais tarde!

Um abraço,

Maya

: )

Silas Daniel disse...

Cara Maya,

Obrigado por suas palavras de apreço. Sinta-se à vontade para publicar o texto lá.

Amplexo!

Anônimo disse...

Pastor
Continuando falando sobre doutrinas dos calvinistas, queira tocar agora no assunto Perseverança do Santos.
Os santos podem cair da graça ? Como o senhor explica João 6.39 ?”E a vontade do Pai, que me enviou, é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último Dia.” E o que dizer de Romanos 8:28-39: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” . João 10:28-29 : Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai.
Eu defendo a posição Arminiana-Wesleiana nesse ponto , mas essas passagens são usadas com muita freqüência por calvinistas. No Site monergismo, na seção perseverança dos santos é defendido com mais profundidade : http://www.monergismo.com/textos/perseveranca/preservados_ts_cheung.htm e mais uma vez peço sua ajuda , principalmente nestas 3 passagens.


Em Cristo,

Joabe

Silas Daniel disse...

Caro Joabe,

Em nada a afirmação de Jesus em João 6.39 (de que é da vontade de Deus que nenhum dos que Ele trouxe a Cristo pela ação do Espírito Santo se perca) implica em ser impossível alguém se desviar da vontade de Deus. Perceba que o versículo não diz que é impossível alguém se desviar da vontade de Deus depois de vir a Cristo, mas que é da vontade de Deus que nenhum deles se desvie. Lembre-se que o mesmo Jesus que disse que a vontade do Pai é que todos aqueles que deu a Cristo não se percam (Jo 6.39) declara no mesmo Evangelho de João, em sua oração sacerdotal, o seguinte: “Tenho guardado aqueles [os 12 apóstolos] que Tu [o Pai] me deste, e nenhum deles [dos 12] se perdeu, se não o filho da perdição [Judas, que preferiu desviar-se]” (Jo 17.12). O Pai deu a Cristo os 12 (Lc 6.12,13), mas um deles preferiu se desviar.

Não é da vontade de Deus que ninguém decaia da graça, mas o apóstolo Paulo diz que isso pode acontecer (Gl 5.4). O apóstolo Pedro diz que Deus não quer que aqueles que vieram a Cristo pereçam (2Pe 3.9), mas também afirma que isso é possível (2Pe 3.17). Uma coisa é a vontade de Deus, outra é a responsabilidade do homem.

Todos os textos que o irmão citou falam da doutrina bíblica da Segurança da Salvação. Como já disse em outro comentário, não é tão fácil decair da graça, a Salvação que recebemos não é frágil, como muitos, infelizmente, acreditam. Há segurança em nossa Salvação. É isso que Paulo afirma em Romanos 8. Porém, a mesma Bíblia nos diz que decair da graça é uma possibilidade, mas não por causa de Deus (que garante-nos a segurança), mas por parte nossa. A Bíblia apresenta essa possibilidade claramente. João 10.28,29 fala justamente disso. Ninguém pode arrancar-nos das mãos de Deus. Ninguém! Nem o Diabo, nem o mundo, ninguém! Nada! Deus garante-nos que jamais pereceremos. Agora, Jesus também diz que se alguém que está nas mãos de Deus quiser, tresloucadamente, por vontade própria, desviar-se, Deus não o impedirá. Ninguém o arrancou das mãos de Deus. Isso simplesmente é impossível. A pessoa é que quis afastar-se de Deus deliberadamente. Medite no que Jesus diz a Seus apóstolos em João 15.5-11.

E sobre a questão da predestinação na passagem de Romanos 8, para não ser prolixo, indico ao irmão as notas da “Bíblia de Estudo Pentecostal” (BEP) sobre Romanos 8.28, 29 e 30 e o estudo sobre Eleição e Predestinação na mesma Bíblia de estudo, nas páginas 1808 e 1809. Poderia citar o comentário de muitos teólogos arminianos sobre essa passagem, ou mesmo tentar tecer sinteticamente minha explicação dessa passagem (que não se diferencia da destes), mas a explicação do saudoso Donald Stamps está bem sintetizada nas notas de rodapé da BEP e também trata-se de um conteúdo que, creio, está bem acessível ao irmão se quiser fazer uma consulta imediata a ele agora (acredito que o irmão tenha uma “Bíblia de Estudo Pentecostal” em casa).

Um abraço!

Anônimo disse...

Pastor

Muito obrigado mais uma vez. E eu tenho sim a BEP. Mas levantando mais um questionamento , eu pediria explicação sobre os seguintes textos : “O SENHOR fez todas as coisas para os seus próprios fins e até ao ímpio, para o dia do mal.” (Pv 16. 4); “Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer. Dir-me-ás, então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste à sua vontade?Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição,” (Rm 9.18-22) Esses textos confirmam a doutrina “calvinista” da Soberania de Deus , até como criador do mal(Is 45.7) ?

Em Cristo,

Joabe

Silas Daniel disse...

Caro Joabe,

É um prazer poder ajudar dentro das minhas limitações. Desculpe só estar respondendo agora. É que passei quatro dias afastado do meu blog devido a compromissos que consumiram o meu tempo. Mas, estou de volta!

Bem, quanto às explicações pedidas, vamos lá:

Sobre o texto de Provérbios 16.4, a explicação está no próprio contexto imediato (os dois versículos seguintes). No versículo 5, é dito que “abominação é para o Senhor todo o altivo de coração; [...] não ficará impune” (ou, como diz outra versão, “é evidente que não ficará impune”). Ou seja, Salomão se refere à certeza da condenação do ímpio, ele alude ao fato de que, sem dúvida alguma, o ímpio terá o fim que lhe é correspondente. E a lógica ressaltada por Salomão para essa certeza é a convicção de que tudo que há no mundo criado por Deus vai ter um final adequado. Deus dará esse final adequado. Logo, com certeza o homem ímpio terá também o seu fim adequado. Não que o homem ímpio tenha sido criado por Deus para ser ímpio. Em Eclesiastes 7.29, o mesmo Salomão explica que “Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias”. Deus criou os seres humanos e eles, por escolha própria, é que se tornaram ímpios. É verdade que o Lago de Fogo, segundo Jesus, foi criado originalmente para o Diabo e seus anjos, mas na presciência de Deus o ímpio era previsto, por isso Ele elaborou de antemão o Plano da Salvação (Jesus é “o Cordeiro de Deus imolado antes da fundação do mundo”). Como não seria justo Deus criar “robôs” para o adorar, Ele não fez o ser humano assim (nem os anjos), e tal decisão abria espaço para a possibilidade da Queda (que previu que aconteceria) e, conseqüentemente, a impiedade entre os seres humanos. Ou seja, Deus não criou a impiedade, mas, sim, o homem, que se tornou ímpio. E este homem ímpio terá o seu final adequado, assim como tudo o mais que foi criado por Deus terá um final adequado. Porém, o homem pode deixar de ser ímpio e escapar da condenação. É o que diz exatamente o versículo 6 do mesmo capítulo de Provérbios, o versículo que dá seqüência ao pensamento. Ele fala que “pela misericórdia e pela verdade se purifica a iniqüidade, e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal”. Perceba, portanto, que o próprio texto diz que o ímpio pode ser perdoado e assim escapar do mal, se ele arrepender-se.

Sobre o texto de Romanos 9.18-22, há muitos teólogos arminianos que comentam com precisão esse texto, e um deles é o teólogo australiano J. Sidlow Baxter em seu comentário de Romanos na série “Examinai as Escrituras” (publicada no Brasil pela Editora Vida Nova em 1989). Mais uma vez, a análise do contexto nos auxilia na compreensão da passagem. Se não vejamos.

Inicialmente, vejamos qual (1) o assunto principal e (2) o propósito de Paulo nessa passagem.

Bem, o assunto principal é a conseqüência lógica dos primeiros oito capítulos de Romanos. No capítulo 8, o apóstolo Paulo completa o seu raciocínio, que vem desde o primeiro capítulo, de como o Evangelho salva o pecador. Porém, ao concluir seu pensamento, uma questão se levanta naturalmente (e para o qual Paulo não poderia fechar os olhos): se os gentios são justificados, se (independente de aceitarem os preceitos judaicos) eles são recebidos como filhos da promessa, em igualdade de condições com os judeus, qual o lugar agora da relação especial de aliança entre Deus e Israel? À primeira vista, parecerá que o Evangelho demonstra que Deus “rejeitou o Seu povo a quem de antemão conheceu”, e é justamente contra isso que Paulo argumenta nos capítulos 9 a 11 (leia Romanos 11.2). O argumenta paulino nesses três capítulos é que o afastamento de Israel não está em desarmonia com as promessas divinas (Rm 9.6-13) porque, como lembra Baxter, “o pecado e a cegueira presentes de Israel como nação são cancelados na forma de bênçãos tanto para os judeus como para os gentios individualmente” (ver Rm 9.23-11.25) e, além disso, “‘todo Israel será salvo’ num clímax adiado, desde que ‘os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis’” (ver Rm 11.26-36).

Portanto, chegamos agora ao propósito da passagem de Romanos 9. O propósito dessa passagem não é cuidar da salvação e do destino do indivíduo, mas, sim, tratar das relações de Deus com os homens e as nações histórica e dispensacionalmente. Em outras palavras, esses versículos não falam de salvação e condenação eternas, mas da “economia divina na História”, como bem coloca Baxter. Eles não falam do destino dos seres humanos à Salvação ou à condenação eterna, porque disso Paulo já falou nos primeiros oito capítulos. O que Paulo escreve nesse capítulo faz parte da sua argumentação sobre a relação Deus-Israel, e o assunto é a intervenção de Deus na História, e não no destino eterno e individual das pessoas.

Entendido isso, não há porque ficar preocupado em “abrandar” ou “justificar” as afirmações de Paulo nesse capítulo. As palavras “te levantei”, de Romanos 9.17, em referência a faraó, não se referem a seu nascimento (ou a uma designação para a perdição desde o nascimento), mas à sua elevação ao trono mais poderoso da Terra naquele período. E para quê? Para que faraó fosse uma lição objetiva para toda a Terra. Em Êxodo 9.16, onde essa expressão ocorre originalmente, está claro que é uma referência ao fato de Deus ter poupado faraó de morrer em uma praga para que se tornasse uma lição objetiva a todos os homens. Nem na passagem original de Êxodo nem no texto de Romanos está em questão a condenação eterna de faraó.

E sobre o “endurecer”, a Bíblia dá a entender que quando Deus “endurece o coração” de alguém é porque essa pessoa já escolheu endurecer o seu coração. Paulo diz em Romanos 1.26a e 28 (leia) que Deus muitas vezes dá às pessoas aquilo que elas querem insistentemente para o próprio mal delas. Em outras palavras, Deus diz “Não faça!”; a pessoa diz “Eu quero e pronto!”; então, em vez de “amolecer” o coração daquela pessoa, Deus respeita o livre arbítrio dela e diz: “Ok. Então você vai sofrer as conseqüências naturais do seu ato. Você vai receber o que você quer”. Ou seja, quando a Bíblia diz que Deus “endureceu” o coração de faraó, está dizendo que Deus não agiu para “amolecer” o coração dele, mas deixou ele se “endurecer” mesmo, favoreceu esse endurecimento. Ele não fez nada contrariamente ao que o próprio coração de Faraó determinou, mas favoreceu-o. Lembre-se que antes de a Bíblia dizer que Deus “endureceu” o coração de faraó, ela fala que “o coração de faraó se endureceu” (Êx 7.13), que faraó “continuou de coração endurecido” (Êx 8.15), que “o coração de faraó se endureceu” de novo (Êx 8.19) e que “endureceu faraó seu coração mais uma vez” (Êx 8.32). Essa frase ou uma equivalente é repetida vez após vez (Êx 9.7,34,35). De fato, foi faraó que endureceu o seu coração, e Deus disse: “Então, ele vai continuar mais endurecido ainda e vamos ver até onde você vai com esse endurecimento”. Não somos marionetes de Deus. Ele respeita a nossa livre escolha.

Quanto a Esaú, Deus previu que ele desprezaria o seu direito de primogenitura e o rejeitou quanto à benção de primogenitura, antes mesmo que ele nascesse, porquanto disse: “O maior servirá o menor”. Mas, o que é mais importante: perceba que em nenhum momento o texto diz que essa rejeição de Deus significava necessariamente que Esaú estava fadado a perder-se eternamente. Se Esaú se perdeu mesmo eternamente, isso é outra história. E quem usar essa lógica de que se Esaú perdeu a primogenitura então necessariamente perdeu a vida eterna (ora, se ele a perdeu ou não, não foi porque Deus rejeitou dar-lhe a bênção da primogenitura), então terá de dizer também que o fato de Moisés não poder entrar na Terra Prometida por causa de seu pecado em Meribá significaria necessariamente que ele também teria se perdido eternamente. Ou que o fato de Judas ter traído Jesus significa necessariamente que ele não poderia se arrepender e, mesmo depois de ter feito o que fez, ser restaurado, como Pedro foi.

O fato de Deus rejeitar a entrada de Moisés por causa do seu pecado diz respeito a um ato divino na história pessoal de Moisés, e não na salvação pessoal, individual, de Moisés. No caso de Esaú, é um ato que tem a ver não só com a história pessoal de Esaú, mas também com o propósito divino para a nação Israel, mas nunca a ver com "a salvação de Jacó e a perdição eterna de Esaú". A rejeição aqui, no texto, é claramente relativa à bênção da primogenitura. Repito: Romanos 9 sempre trata no sentido de propósito histórico, soberania de Deus na História, e não no sentido de Salvação ou condenação eternas.

E sobre Isaías 45.7, "mal", ali, não é sinônimo de pecado ou impiedade, mas é a antítese de "paz". "...Eu faço a paz e crio o mal...". É mal no sentido de tribulação, adversidade. A Bíblia fala que Deus, em sua Ira, derrama "males" sobre o homem ou mesmo uma nação.

A propósito: esse tema não só é importante como poderia ter sido levantado no espaço de comentários da postagem atual sobre a Ira de Deus, por estar relacionado a esse assunto também (vide Romanos 11.22). Mas, seja como for, se quiser continuar a interagir sobre esse assunto neste espaço, fique à vontade.

Anônimo disse...

A paz do Senhor ir.Silas.Com todo o respeito a sua posição e sua formação teológica.Se o amado me permite irei discordar de sua interpretação em Pv 16:4.
Vejamos:
“O SENHOR fez todas as coisas para os seus próprios fins e até ao ímpio, para o dia do mal.”


Todas as coisas que Deus fez foi PARA um determinado fim,ou seja,todas as coisas criadas teve um determinado fim,um determinado motivo, até mesmo(que para nós parece ser um absurdo)o ímpío,para o dia do mal.
Como disse um grande teólogo reformado,Gordon H.Clark,existem duas vontades divinas,a vontade decretiva que são mistérios para nós,mas também existe a vontade preceptiva,que nos é revelada.
Podemos exemlificá-la como no caso de Jesus.Deus,desde, toda a eternidade,DECRETOU a crucificação de Cristo,e,ainda assim,quando levada a cabo pelas mãos de pecadores,ela foi contrária à lei moral,isto é,à vontade PRECEPTIVA de Deus.

Mais uma vez peço desculpas se estou sendo insolente,quanto a sua posição bíblica,não tenho uma posição teológica para lhe confrontar,mas queria,por meio desse simples comentário,manifestar minha opinião.


Felipe Inácio


Soli deo gloria!!!!!

Silas Daniel disse...

Caro Felipe,

Pode ter certeza que não o acho "insolente" (ou qualquer coisa parecida) por preferir uma outra interpretação - no caso, a calvinista. Não sou desse tipo, pode ter certeza. Só um acréscimo: na verdade, a Teologia Calvinista fala que há a vontade decretiva, a vontade perceptiva e a vontade dispositiva. E não só Gordon Clark, mas praticamente todos os teólogos calvinistas usam essa definição da vontade de Deus. Porém, com todo respeito a essa interpretação, nós, arminianos, entendemos que a análise do contexto imediato já é suficiente para compreender melhor o que o texto quer dizer.

Soli Deo gloriae!

Felipe Inácio disse...

A paz do Senhor,Pr.Silas
Não sei se esse seria um espaço adequado para uma réplica,mas entenderei se o debate for intrerompido.Desde já,agradeço pela resposta.

Os versículos subsquentes eles não tem tamanaha força para provar o pensamento arminiano.No versículo 5 fala que o Senhor abomina o pecador,e retribui cada um com o seu mal.No versículo 6 explica,como o mal pode ser evitado.Porém nenhum deles explica o que Salomão quis dizer no versículo 4,mas sim eles acrescentam o número de provérbios nesse capítulo de forma independente,como é bastante comum em todo esse livro.Vemos que em todo esse livro,é comum de um provérbio para o outro mudar bruscamente de assunto(apesar dessa passagem,não ser tão brusca assim).Então creio que o contexto imediato,não defende de maneira alguma a posição arminiana

Na verdade os versículos anteriores,provam a posição calvinista, uma vez que diz:
O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.
Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa o espírito.
Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos(Pv16:1-3)
Em todos estes versículos Salomão,diz que tudo que acontece na vida,tem o veredito de Deus!
Tudo que acontece seria um decreto de Deus!

Obs.:Apesar de ser calvinista,sou assembleiano,mas creio que essas questões,são de fundamental importância,para os assembleianos,em geral,visto que o Teísmo Aberto,está entrando com todas as forças em muitas igrejas e penso que o destino da AD,ou será,cair para um calvinismo,ou cair para um Teísmo Aberto,espero que minha amada Igreja não caia no Teísmo Aberto.

Mais uma vez desculpe-me pela afronta!

Felipe

Soli deo gloria!!!!

Silas Daniel disse...

Caro Felipe, a Paz do Senhor!

Que história é essa de “afronta”, Felipe? Meu irmão, estamos argumentando, conversando, refletindo juntos! Nada mais sadio. E como falei da última vez, se você prefere os argumentos calvinistas, é uma opção pessoal sua, que respeito. Porém, como em sua réplica você apresentou uma dúvida quanto à viabilidade ou não de se considerar o contexto imediato desta passagem de Provérbios para poder entendê-la, sinto-me na obrigação de explicar isso. Vamos lá.

Primeiro, quero lembrá-lo de que, apesar de em boa parte do Livro de Provérbios cada provérbio funcionar de forma independente dos anteriores e dos subseqüentes (o que acontece apenas do capítulo 10 ao 29), em meio a essa disposição de provérbios diversos (que aparecem numa seqüência de exatos 20 capítulos – repito: são os capítulos de 10 a 29), aparecem pequenos blocos de provérbios que formam uma breve seqüência sobre um mesmo tema. Logo, se um provérbio analisado dentro dos capítulos 10 a 29 aparece dentro de um bloco lógico desses, há um contexto imediato para o qual podemos recorrer. Por exemplo: os versículos 27 e 28 de Provérbios 23 falam da prostituta. No mesmo capítulo, os versículos de 29 a 35 falam do vinho. Já os versículos 20 a 28 do capítulo 26 falam sobre os perigos da língua maldizente. Os versículos 17 a 19 do capítulo 18 falam sobre pleito. Os versículos 27 a 30 do capítulo 16 falam do homem vão (também chamado de perverso e violento), que com sua língua opera três coisas: cava o mal, levanta contenda e persuade o companheiro; e diz o texto ainda que esse homem, até quando morde os lábios, efetua o mal.

No caso de Provérbios 16.4, ele inicia uma seqüência lógica do tema “ímpio” ou “iniqüidade”, seqüência esta que vai até o versículo 6. No versículo 7, o assunto já é outro.

O versículo 4 fala que Deus “fez todas as coisas para os seus próprios fins”, e cita o ímpio como exemplo, dizendo que até o ímpio, cuja permissão de sua existência seria, à primeira vista, considerada sem propósito para alguns, tem o seu próprio fim, ou seja, seu propósito de ser, um propósito claro para que Deus tenha permitido que ele exista. Esse propósito, afirma Salomão, é “o dia do mal”. Ora, a pergunta natural que surge diante de uma declaração dessas é: “Mas, como assim?” Aí vem o versículo 5 e diz que o altivo de coração (o ímpio é chamado várias vezes em Provérbios e Salmos também de “altivo de coração”, “iníquo”, “homem violento”, “homem vão”, “homem perverso”, “maldizente”, etc, todas características do homem ímpio) é abominável para Deus e, por isso, “não ficará impune” (ou, como diz outra versão, “é evidente que será punido”). Ele será punido certamente porque é “abominável ao Senhor”. Ou seja, sem dúvida enfrentará “o dia do mal” de que fala o verso 4, porque é “abominável ao Senhor”. Isto é, ele foi destinado para “o dia mal”, mas não porque Deus o tenha feito para ser ímpio para poder ter o prazer de castigar alguém (“Quero ter o prazer de castigar alguém, então vou criar o ímpio para poder castiga-lo”). E aí entra o contexto não imediato, mas geral da Bíblia, para explicar melhor. Agora, é claro que, para fazer uma aplicação correta do uso do contexto mais amplo, é preciso que a passagem a ser comparada com a de Provérbios 16.4 seja de um assunto que tenha relação, e, de preferência, que seja também do próprio autor do texto de Provérbios, isto é, do próprio autor da passagem em apreço. É aí que chegamos ao texto de Eclesiastes 7.29 que citei, onde quem fala não é outro escritor bíblico, senão o mesmo Salomão que escreveu o texto de Provérbios 16.4. Esse mesmo Salomão afirma ali que “Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias”. Ou seja, Deus não fez o homem originalmente ímpio. Ele foi que se corrompeu, tornando-se “abominável ao Senhor”; e porque é “abominável ao Senhor”, ele “não ficará impune”.

Isso foi o que gerou a reflexão que fiz na explicação ao Joabe sobre Provérbios 16.4. Ela é fruto do uso da seguinte regra de hermenêutica: a Bíblia explica a Bíblia. No caso em apreço, Salomão explica Salomão. Confrontando as declarações de Provérbios 16.4 com Eclesiastes 7.29, surge essa solução que apresentei a partir da quinta linha do parágrafo em que respondo ao Joabe sobre Provérbios 16.4. Quando Salomão diz que "Deus criou o ímpio", obviamente não estava dizendo: "Deus criou o homem ímpio"! Se não, estaria entrando em contradição consigo mesmo, com o que afirma em Eclesiastes 7.29. Diz Salomão que Deus criou o homem, o ser humano de forma geral, reto (o que não significa sem tendência para pecar), mas esse homem, por escolha própria, corrompeu-se. O outro detalhe para o qual chamei a atenção naquela reflexão é que Salomão não está afirmando simplesmente que "Deus criou o ímpio" em Pv 16.4. Ele está afirmando que "Deus criou o ímpio PARA..." (como você mesmo destacou), o que fala de propósito. Para o quê? "O dia mal", mas não porque Deus criou seres para castigá-los por prazer, mas porque eles serão castigados pelo mal que deliberadamente escolheram, serão castigados porque se corromperam e se persistirem na corrupoção (conclusão lógica ao lermos Pv 16.4 com Ec 7.29 e os versículos 5 e 6 de Pv 16). E quanto ao versículo 6 de Provérbios 16, a verdade que está nele contida só vem corroborar o raciocínio, já que fala que “pela misericórdia e pela verdade se purifica a iniqüidade, e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal”. Ou seja, os homens, pelo temor do Senhor, se desviam do caminho mal. Linkando: Deus fez o homem reto, mas ele se corrompeu; porém, pelo temor do Senhor, o homem pode se desviar do mal, voltar ao caminho certo. Perceba: Salomão, com certeza, não escreveu o texto contido em Provérbios 16.6 tendo em vista que escreveria o que lemos em Eclesiastes 7.29. Porém, o mesmo Salomão que, pela sabedoria que Deus concedeu-lhe, conhecia a verdade de Pv 16.6, conhecia a mesma verdade de Ec 7.29, que, mesmo que não propositalmente, são textos que encerram verdades que podem ser relacionadas. Essas verdades juntas compõem a mente, o entendimento, do mesmo autor. São nuances de uma verdade.

E voltando à questão da existência de pequenos blocos que possibilitam a percepção de contextos imediatos dentro dos capítulos 10 a 29 de Provérbios, até mesmo o irmão percebe uma pequena relação entre os três primeiros versículos de Pv 16 e o versículo 4 deste. Na verdade, não vejo a temática dos três primeiros estendida no verso 4. Vejo apenas o fato de que os primeiros versículos de Pv 16 têm como ponto de similaridade e contato referências ao Senhor, falam de ações distintas do Senhor. E a partir do verso 4 começa-se a falar do ímpio destinado ao “dia mal”, do castigo certo (“não ficará impune”, v 5), etc.

Também não vejo os primeiros versículos de Pv 16 necessariamente comprovando a posição calvinista e, conseqüentemente, reprovando o chamado arminianismo. “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor”, v1. Em que isso se choca com o arminianismo? “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito”, v2. Em que isso se choca com o arminianismo? “Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos”, v3. Em que isso se choca com o arminianismo?

O primeiro versículo diz que o homem pode planejar, mas do Senhor vem a resposta certa. Trata-se da falibilidade dos projetos humanos. No segundo versículo, é dito que o homem, em seu “eucentrismo”, acha todos os caminhos atraentes, mas Deus sabe qual é o correto e o certo, pois vê perfeitamente, e vê perfeitamente porque Ele vê além, Ele “pesa os espíritos”. E o terceiro versículo diz que se confiarmos ao Senhor as nossas obras, Ele estabelecerá os nossos desígnios. Enfim, nada de “tudo o que acontece na vida tem o veredito de Deus” ou “tudo o que acontece seria um decreto de Deus”.

Finalmente, Felipe, só uma observação: nem a Assembléia de Deus nem ninguém tem que necessariamente, por não aderir ao Teísmo Aberto, ser calvinista, como se só existissem essas duas alternativas. O pessoal do Teísmo Aberto é que cria essa imagem de que o TA é “apenas o velho arminianismo, só que de uma forma um pouco diferente”. Sou arminiano e, como inúmeros outros arminianos, não sou adepto do TA.

No mais, acho muito pouco provável que a Assembléia de Deus venha a cair em algum Teísmo Aberto. Tudo indica que vai continuar sendo esmagadoramente arminiana.

Amplexo!

Anônimo disse...

Caro Pastor Silas e demais irmãos, eu acho melhor,como já foi sugerido pelo pastor Silas Daniel continuar esse assunto no espaço de comentários da postagem atual sobre a Ira de Deus por se enquadrar melhor.

Silas Daniel disse...

Caro Joabe e leitores deste blog,

Aproveitando, quero informá-los que o livro "A Sedução das Novas Teologias" traz reflexões pertinentes sobre a graça e a justiça divinas em alguns capítulos. Não é um dos temas principais do livro, mas o assunto é abordado em capítulos como o que fala sobre os pressupostos da Igreja Emergente (quando falo sobre a questão da Lei e da Graça).

Abraço a todos!