Estive refletindo nos últimos dias sobre alguns mitos do liberalismo, seja ele secular ou teológico, que têm sido disseminados. Devido à popularidade de alguns deles, achei por bem escrever a respeito. É o que se vê a seguir.
O mito de que os liberais são mais felizes do que os conservadores
A propaganda cultural nos últimos anos tem disseminado em livros, filmes, novelas e revistas a idéia de que os conservadores são infelizes enquanto os liberais são felizes. A lógica, segundo a tal propaganda, é a de que os conservadores são infelizes porque “são reprimidos”, enquanto os liberais são felizes porque “não castram seus desejos”. Nada mais falso. As figuras do conservador infeliz e do liberal feliz-da-vida são estereótipos de obra ficcional. A vida tem mostrado que o inverso é que é bem mais comum.
Quem adota um comportamento liberal não encontra a felicidade, mas, no máximo, paliativos, placebos, fugazes narcóticos psicológicos. O liberalismo, a princípio, traz uma falsa sensação de liberdade à pessoa, mas, em seguida, leva-a a um ciclo de insatisfação constante, onde os vazios existenciais são preenchidos por prazeres passageiros e mais retiradas de limites, num ciclo sem fim de liberalização.
Ou seja, o liberalismo é uma droga que leva a pessoa e a sociedade, inconscientemente, à autodestruição paulatina. Só quando a pessoa descobre a importância de Deus e dos valores em sua vida, consegue reverter o quadro.
Quem vive segundo os princípios da Palavra de Deus já sabe disso há muito tempo. Mas parece que alguns estão começando a descobrir isso só de alguns anos para cá. Na edição de 27 de março da revista The Economist, foi publicada uma matéria com o seguinte título: Why conservatives are happier than liberals (Porque os conservadores são mais felizes do que os liberais). O texto traz os resultados de uma pesquisa feita em 2004 nos Estados Unidos. O estudo mostra que os norte-americanos que se dizem “conservadores” ou “muito conservadores” são duas vezes mais felizes do que os que se dizem “liberais” ou “muito liberais”. Mais precisamente, cerca de 50% dos “conservadores” ou “muito conservadores” se dizem “muito felizes”, enquanto apenas 25% dos “liberais” ou “muito liberais” se dizem “muito felizes”. E, segundo os pesquisadores, se acrescentados aos que se dizem “muito felizes” os que se dizem apenas “felizes”, a diferença abissal permanece entre os dois grupos.
A matéria da revista inglesa ainda lembra que alguém poderia até argumentar que os liberais norte-americanos estariam se sentindo infelizes devido ao fato de estarem vivendo sob o governo conservador de George Bush, mas, assevera a matéria, tal argumentação não procede, já que pesquisas do mesmo tipo feitas nos últimos 35 anos nos Estados Unidos têm tido o mesmo resultado: os conservadores são muito mais felizes do que os liberais. Sempre. Seja qual for o contexto.
E é importante que se diga: essa felicidade pesquisada pelo estudo não diz respeito à satisfação das pessoas com a situação do mundo, mas ao grau de satisfação que elas têm em relação à vida que levam, ao seu trabalho, à sua vida afetiva, à família, etc, apesar da situação do mundo.
Em seu livro Gross National Happiness, citado na matéria de The Economist, o professor Arthur Brooks, especialista no assunto, acrescenta que a mesma pesquisa também tem mostrado que as pessoas casadas e que estão toda semana na igreja são muito mais felizes do que as que banalizam o casamento e desprezam a religião.
Brooks ressalta ainda que os fatores religiosidade e secularismo pesam na balança. De acordo com o estudo, apenas 22% dos liberais não-religiosos se dizem “muito felizes”. E os liberais religiosos são tão felizes quanto os conservadores seculares. Os dois últimos são majoritariamente “não tão felizes”. Já os conservadores religiosos dos Estados Unidos (a esmagadora maioria de protestantes, já que 65% dos conservadores dos EUA são protestantes) são os mais felizes de todos: mais de 50% deles afirmam que são “muito felizes”. Só 5% deles se dizem “infelizes”.
Isso nos faz lembrar o salmista (Sl 1).
O mito de que liberalização é melhor do que restrições
É comum ouvirmos, até mesmo entre cristãos, o mito, cada vez mais popular, de que quanto mais você insiste em uma restrição, pior será, porque, segundo alguns acreditam, a manutenção daquela restrição só alimentará a transgressão dela. E a liberalização, isto é, a retirada da restrição, ao contrário, diminuiria a transgressão. Isso não é verdade. A vida tem mostrado que a liberalização, além de não diminuir a transgressão (muito pelo contrário: aumenta), leva a outra retirada de limites e depois a mais outra, e assim sucessivamente.
Meu amigo Valmir Nascimento, de Cuiabá, em seu blog http://www.comoviveremos.com/, já escreveu sobre o caso holandês, mas vale a pena repetir: a Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seu liberalismo. O país que, primeiro do que todos os outros, legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais, a prostituição e o sexo ao ar livre em praças selecionadas (e já discute a liberalização da pedofilia – numa prova clara de que uma liberalização leva a outra, num ciclo interminável) reconhece que essa sua posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas na Holanda, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (...) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição, etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a igualmente liberal Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Dessa “modernidade”, não precisamos. Nunca.
O mito de que os liberais evangélicos estão “remando contra a maré”
Um dos discursos mais usados hoje pelos adeptos de posicionamentos liberais no meio evangélico para romantizar sua luta é a de que são uma espécie de “Davi” lutando contra um “Golias” (que, neste caso, seria os que defendem a ortodoxia bíblica). Tentam imprimir na mente das pessoas, para sensibilizá-las em seu favor, a idéia de que a sua luta é a de uma “minoria esmagada”, que supostamente seriam eles, contra uma “maioria sufocante”, que supostamente seriam os ortodoxos. Usam, inclusive, muitos termos como “remar contra a maré”, “ter a coragem de ser diferente”, “fugir do consenso”, etc, para definir seu mourejar, apresentando-se como vítimas e, assim, legitimando, crêem, sua luta e, dessa forma, condenando a atividade apologética ortodoxa.
Ora, se existe uma coisa que os liberais não estão fazendo é remar contra a maré, ter coragem de ser diferente e fugir do consenso ideológico.
Quem está realmente remando contra a maré, tendo a coragem de ser diferente e fugindo do consenso ideológico são os conservadores. Os liberais evangélicos apenas reproduzem o que a mídia secular e os pensadores populares de hoje defendem. A verdadeira minoria que estão tentando sufocar em nossos dias são os chamados ortodoxos, não os liberais.
Se um liberal é a favor do aborto e a mídia é a favor do aborto, governos são a favor do aborto e a maioria dos pensadores incensados é a favor do aborto, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é condescendente com o homossexualismo e a mídia é condescendente com o homossexualismo, o governo também e a maioria dos pensadores hodiernos idem, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é a favor da eutanásia e a mídia é a favor da eutanásia, o governo é a favor também e a maioria dos pensadores de hoje idem, quem está sendo minoria ideológica? O liberal ou o ortodoxo?
O mito de que os liberais são mais felizes do que os conservadores
A propaganda cultural nos últimos anos tem disseminado em livros, filmes, novelas e revistas a idéia de que os conservadores são infelizes enquanto os liberais são felizes. A lógica, segundo a tal propaganda, é a de que os conservadores são infelizes porque “são reprimidos”, enquanto os liberais são felizes porque “não castram seus desejos”. Nada mais falso. As figuras do conservador infeliz e do liberal feliz-da-vida são estereótipos de obra ficcional. A vida tem mostrado que o inverso é que é bem mais comum.
Quem adota um comportamento liberal não encontra a felicidade, mas, no máximo, paliativos, placebos, fugazes narcóticos psicológicos. O liberalismo, a princípio, traz uma falsa sensação de liberdade à pessoa, mas, em seguida, leva-a a um ciclo de insatisfação constante, onde os vazios existenciais são preenchidos por prazeres passageiros e mais retiradas de limites, num ciclo sem fim de liberalização.
Ou seja, o liberalismo é uma droga que leva a pessoa e a sociedade, inconscientemente, à autodestruição paulatina. Só quando a pessoa descobre a importância de Deus e dos valores em sua vida, consegue reverter o quadro.
Quem vive segundo os princípios da Palavra de Deus já sabe disso há muito tempo. Mas parece que alguns estão começando a descobrir isso só de alguns anos para cá. Na edição de 27 de março da revista The Economist, foi publicada uma matéria com o seguinte título: Why conservatives are happier than liberals (Porque os conservadores são mais felizes do que os liberais). O texto traz os resultados de uma pesquisa feita em 2004 nos Estados Unidos. O estudo mostra que os norte-americanos que se dizem “conservadores” ou “muito conservadores” são duas vezes mais felizes do que os que se dizem “liberais” ou “muito liberais”. Mais precisamente, cerca de 50% dos “conservadores” ou “muito conservadores” se dizem “muito felizes”, enquanto apenas 25% dos “liberais” ou “muito liberais” se dizem “muito felizes”. E, segundo os pesquisadores, se acrescentados aos que se dizem “muito felizes” os que se dizem apenas “felizes”, a diferença abissal permanece entre os dois grupos.
A matéria da revista inglesa ainda lembra que alguém poderia até argumentar que os liberais norte-americanos estariam se sentindo infelizes devido ao fato de estarem vivendo sob o governo conservador de George Bush, mas, assevera a matéria, tal argumentação não procede, já que pesquisas do mesmo tipo feitas nos últimos 35 anos nos Estados Unidos têm tido o mesmo resultado: os conservadores são muito mais felizes do que os liberais. Sempre. Seja qual for o contexto.
E é importante que se diga: essa felicidade pesquisada pelo estudo não diz respeito à satisfação das pessoas com a situação do mundo, mas ao grau de satisfação que elas têm em relação à vida que levam, ao seu trabalho, à sua vida afetiva, à família, etc, apesar da situação do mundo.
Em seu livro Gross National Happiness, citado na matéria de The Economist, o professor Arthur Brooks, especialista no assunto, acrescenta que a mesma pesquisa também tem mostrado que as pessoas casadas e que estão toda semana na igreja são muito mais felizes do que as que banalizam o casamento e desprezam a religião.
Brooks ressalta ainda que os fatores religiosidade e secularismo pesam na balança. De acordo com o estudo, apenas 22% dos liberais não-religiosos se dizem “muito felizes”. E os liberais religiosos são tão felizes quanto os conservadores seculares. Os dois últimos são majoritariamente “não tão felizes”. Já os conservadores religiosos dos Estados Unidos (a esmagadora maioria de protestantes, já que 65% dos conservadores dos EUA são protestantes) são os mais felizes de todos: mais de 50% deles afirmam que são “muito felizes”. Só 5% deles se dizem “infelizes”.
Isso nos faz lembrar o salmista (Sl 1).
O mito de que liberalização é melhor do que restrições
É comum ouvirmos, até mesmo entre cristãos, o mito, cada vez mais popular, de que quanto mais você insiste em uma restrição, pior será, porque, segundo alguns acreditam, a manutenção daquela restrição só alimentará a transgressão dela. E a liberalização, isto é, a retirada da restrição, ao contrário, diminuiria a transgressão. Isso não é verdade. A vida tem mostrado que a liberalização, além de não diminuir a transgressão (muito pelo contrário: aumenta), leva a outra retirada de limites e depois a mais outra, e assim sucessivamente.
Meu amigo Valmir Nascimento, de Cuiabá, em seu blog http://www.comoviveremos.com/, já escreveu sobre o caso holandês, mas vale a pena repetir: a Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seu liberalismo. O país que, primeiro do que todos os outros, legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais, a prostituição e o sexo ao ar livre em praças selecionadas (e já discute a liberalização da pedofilia – numa prova clara de que uma liberalização leva a outra, num ciclo interminável) reconhece que essa sua posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas na Holanda, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (...) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição, etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a igualmente liberal Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Dessa “modernidade”, não precisamos. Nunca.
O mito de que os liberais evangélicos estão “remando contra a maré”
Um dos discursos mais usados hoje pelos adeptos de posicionamentos liberais no meio evangélico para romantizar sua luta é a de que são uma espécie de “Davi” lutando contra um “Golias” (que, neste caso, seria os que defendem a ortodoxia bíblica). Tentam imprimir na mente das pessoas, para sensibilizá-las em seu favor, a idéia de que a sua luta é a de uma “minoria esmagada”, que supostamente seriam eles, contra uma “maioria sufocante”, que supostamente seriam os ortodoxos. Usam, inclusive, muitos termos como “remar contra a maré”, “ter a coragem de ser diferente”, “fugir do consenso”, etc, para definir seu mourejar, apresentando-se como vítimas e, assim, legitimando, crêem, sua luta e, dessa forma, condenando a atividade apologética ortodoxa.
Ora, se existe uma coisa que os liberais não estão fazendo é remar contra a maré, ter coragem de ser diferente e fugir do consenso ideológico.
Quem está realmente remando contra a maré, tendo a coragem de ser diferente e fugindo do consenso ideológico são os conservadores. Os liberais evangélicos apenas reproduzem o que a mídia secular e os pensadores populares de hoje defendem. A verdadeira minoria que estão tentando sufocar em nossos dias são os chamados ortodoxos, não os liberais.
Se um liberal é a favor do aborto e a mídia é a favor do aborto, governos são a favor do aborto e a maioria dos pensadores incensados é a favor do aborto, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é condescendente com o homossexualismo e a mídia é condescendente com o homossexualismo, o governo também e a maioria dos pensadores hodiernos idem, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é a favor da eutanásia e a mídia é a favor da eutanásia, o governo é a favor também e a maioria dos pensadores de hoje idem, quem está sendo minoria ideológica? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é a favor do ecumenismo e a mídia aprova a idéia do ecumenismo, bem como governos e a maioria dos pensadores, quem está sendo minoria ideológica? O liberal ou o ortodoxo?
Não há nenhum suposto “heroísmo” (ou idéia parecida) na luta liberal, mas conformação e submissão à mentalidade das cabeças pensantes do mundo (Rm 12.2).
Nem por isso os ortodoxos vivem usando diante da sociedade o discurso de “minoria esmagada”, de vítima ideológica, usado pelos liberais, para legitimar seu posicionamento. Pelo contrário! Quem é biblicamente ortodoxo defende o que defende só por uma razão: é bíblico. E com o adendo de que a própria lógica, quando não distorcida, abona o pensamento ortodoxo.
Vale a pena repetir aqui o que coloquei na última postagem: o verdadeiro cristão não é Vox populi vox Dei (“A voz do povo é a voz de Deus”), mas Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”). Ou como disse Blaise Pascal (vale a pena relembrar): “Um dos artifícios que o demônio usa para pôr os homens no caminho do mal é dar nomes desprezíveis a certas virtudes eternas e, assim, encher as almas fracas com o tolo medo de passarem por antiquadas se as exibirem”.
O mito de que os cristãos liberais são mais relevantes do que os conservadores
Mais outra falácia: a maioria esmagadora dos cristãos que fizeram realmente diferença positiva na História (cristã e secular) é de ortodoxos. Vide John Wesley, William Wilberforce, Jonathan Edwards, David Linvingstone, etc. A lista é extensa.
O mito de que ser liberal é um desafio muito maior
Outro discurso igualmente comum e falso. Quem acredita nisso está engolindo acrítica e tolamente um chavão do liberalismo. Quem analisa o mínimo possível as afirmações que ouve não cai numa enganação dessas.
É muito mais fácil ser liberal do que ser ortodoxo; ser “cinzento” do que ser “preto no branco’; ser conveniente do que ser realmente bíblico. O liberalismo teológico é como o Dadaísmo na Arte. Não é preciso estudar técnicas artísticas para produzir “arte” dadaísta. Da mesma forma, não é preciso conhecer bem a Bíblia para ser liberal. Aliás, para ser um bom liberal, você não precisa nem gostar de Bíblia. Diferentemente do ortodoxo. Não é à toa que liberais chamam ortodoxos de “bibliólatras” e a maioria deles nem crê na autoridade da Bíblia. Nada mais sintomático.
É mais fácil ser exótico do que andar certo. É mais fácil ser subversivo do que ser lúcido. É mais fácil pecar do que ser santo. É mais fácil deixar o mato crescer do que ficar cuidando do jardim. É mais fácil destruir do que construir. É mais fácil descer ladeira abaixo do que subir a montanha. É mais fácil se conformar com o pensamento de nossa época do que ir contra a correnteza, não se conformar com o mundo. É mais fácil fugir dos problemas do que enfrentá-los. É mais fácil retirar limites do que mantê-los. É mais fácil ser politicamente correto do que ser politicamente incorreto. É mais fácil dizer que não há verdade do que pregar e viver a Verdade. É mais fácil dizer que não há respostas do que encarar a Reposta.
Não há nenhum suposto “heroísmo” (ou idéia parecida) na luta liberal, mas conformação e submissão à mentalidade das cabeças pensantes do mundo (Rm 12.2).
Nem por isso os ortodoxos vivem usando diante da sociedade o discurso de “minoria esmagada”, de vítima ideológica, usado pelos liberais, para legitimar seu posicionamento. Pelo contrário! Quem é biblicamente ortodoxo defende o que defende só por uma razão: é bíblico. E com o adendo de que a própria lógica, quando não distorcida, abona o pensamento ortodoxo.
Vale a pena repetir aqui o que coloquei na última postagem: o verdadeiro cristão não é Vox populi vox Dei (“A voz do povo é a voz de Deus”), mas Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”). Ou como disse Blaise Pascal (vale a pena relembrar): “Um dos artifícios que o demônio usa para pôr os homens no caminho do mal é dar nomes desprezíveis a certas virtudes eternas e, assim, encher as almas fracas com o tolo medo de passarem por antiquadas se as exibirem”.
O mito de que os cristãos liberais são mais relevantes do que os conservadores
Mais outra falácia: a maioria esmagadora dos cristãos que fizeram realmente diferença positiva na História (cristã e secular) é de ortodoxos. Vide John Wesley, William Wilberforce, Jonathan Edwards, David Linvingstone, etc. A lista é extensa.
O mito de que ser liberal é um desafio muito maior
Outro discurso igualmente comum e falso. Quem acredita nisso está engolindo acrítica e tolamente um chavão do liberalismo. Quem analisa o mínimo possível as afirmações que ouve não cai numa enganação dessas.
É muito mais fácil ser liberal do que ser ortodoxo; ser “cinzento” do que ser “preto no branco’; ser conveniente do que ser realmente bíblico. O liberalismo teológico é como o Dadaísmo na Arte. Não é preciso estudar técnicas artísticas para produzir “arte” dadaísta. Da mesma forma, não é preciso conhecer bem a Bíblia para ser liberal. Aliás, para ser um bom liberal, você não precisa nem gostar de Bíblia. Diferentemente do ortodoxo. Não é à toa que liberais chamam ortodoxos de “bibliólatras” e a maioria deles nem crê na autoridade da Bíblia. Nada mais sintomático.
É mais fácil ser exótico do que andar certo. É mais fácil ser subversivo do que ser lúcido. É mais fácil pecar do que ser santo. É mais fácil deixar o mato crescer do que ficar cuidando do jardim. É mais fácil destruir do que construir. É mais fácil descer ladeira abaixo do que subir a montanha. É mais fácil se conformar com o pensamento de nossa época do que ir contra a correnteza, não se conformar com o mundo. É mais fácil fugir dos problemas do que enfrentá-los. É mais fácil retirar limites do que mantê-los. É mais fácil ser politicamente correto do que ser politicamente incorreto. É mais fácil dizer que não há verdade do que pregar e viver a Verdade. É mais fácil dizer que não há respostas do que encarar a Reposta.
Liberalismo é amar mais o aplauso do mundo do que a aprovação do Céu.
E é preciso ser muito mais profundo para ser ortodoxo do que para ser liberal. Aprofundar-se na Verdade, perfurar a superfície, apresentar de forma criativa a Verdade absoluta, é que é o verdadeiro desafio. Relativismo é despiste. Liberalismo é escapismo. É fuga. É tergiversação. É uma forma popular e fácil de tentar soar teologicamente profundo sem ser.
Que as palavras de A. W. Tozer, proferidas há mais de quatro décadas, possam ecoar em nossos corações: “Voltem para as fundas raízes. Abram o coração e sondem as Escrituras. Levem sua cruz, sigam o seu Senhor e não dêem atenção à moda religiosa que passa. As massas estão sempre erradas. Em cada geração, o número de justos é pequeno. Certifiquem-se de que estão entre eles”.
E é preciso ser muito mais profundo para ser ortodoxo do que para ser liberal. Aprofundar-se na Verdade, perfurar a superfície, apresentar de forma criativa a Verdade absoluta, é que é o verdadeiro desafio. Relativismo é despiste. Liberalismo é escapismo. É fuga. É tergiversação. É uma forma popular e fácil de tentar soar teologicamente profundo sem ser.
Que as palavras de A. W. Tozer, proferidas há mais de quatro décadas, possam ecoar em nossos corações: “Voltem para as fundas raízes. Abram o coração e sondem as Escrituras. Levem sua cruz, sigam o seu Senhor e não dêem atenção à moda religiosa que passa. As massas estão sempre erradas. Em cada geração, o número de justos é pequeno. Certifiquem-se de que estão entre eles”.
38 comentários:
É verdade, irmão Silas, tudo o que você postou. Éssa cultura liberal quer realmente oprimir, ofuscar de maneira covarde e falsa o verdadeiro modo de vida baseado na palavra de Deus.
Porém, estejamos sempre vigilantes e disciplinados, buscando um viver cheio do Espirito Santo para destacarmos de maneira bem clara a diferença do que serve e não serve a Deus, para sermos sal da terra e luz do mundo, para nos manter sempre caminhando pelo caminho estreito porque largo e espaçoso é o caminho que leva a perdição.
Fica na PAz
Júnior
Caro Junior,
Você sintetizou bem o espírito de nosso tempo entre muitos cristãos. Jesus disse que "o caminho é estreito" e "a porta é estreita", mas o ser humano sempre é tentado a alargá-la um pouco mais, confundindo graça com "graça barata" ou graça com antinomianismo. Muitos tentam reinterpretar a Bíblia, desprezando as regras básicas e óbvias de Hermenêutica, para adaptar a Bíblia à conveniência dos nossos dias, tudo com o intuito de se sentirem mais aceitos e mais agradáveis. O servo de Deus, porém, tem compromisso com a Verdade, com a pureza e integralidade da Palavra de Deus. Ele antes observa a vontade de Deus do que o gosto dos homens.
Abraço!
Caro pastor Silas Daniel:
Nada a acrescentar ao seu comentário, que foi extremamente relevante, preciso e elucidativo.
A verdade é que a "onda" liberal tenta esmagar os conservadores com esse falso discurso de que eles são a "minoria esmagada".
São eles, e não nós, que remam a favor da maré.
Mas por que os conservadores são mais felizes do que os liberais, em se tratando aqui deste conceito aplicado de forma geral?
Porque os princípios sólidos da vida se expressam através do pensamento conservador, que, em última análise, advêm da cosmovisão judaico-cristã, que formatou a cultura do mundo ocidental.
Por que, ainda, os conservadores são mais felizes do que os liberais, em se tratando aqui deste conceito aplicado à vida cristã, sem, com isso, querer fazer qualquer dicotomia entre o sagrado e o secular?
Porque o prazer de servir a Deus, o nosso Criador, suplanta todos os demais prazeres que momentaneamente se desfrutam no ambiente do liberalismo, seja ele qual for, onde qualquer prazer esconde atrás de si a destruição espiritual, moral e social.
Quem tem em Deus a sua maior alegria também desfruta das coisas boas da vida dentro do leito próprio e legítimo para isso que ele, o Senhor de todo o Universo, estabeleceu como princípio de vida para todos nós.
Portanto, meu amigo, para finalizar este breve comentário, "quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus", 1 Coríntios 10.31.
Abraços
Caro pastor e amigo Geremias,
Em suma, há aqueles que tentam ser felizes vivendo na contramão das leis que Deus estabeleceu para o Universo, e acabam naturalmente sofrendo as conseqüências disso; há aqueles que procuram seguir essas leis, mesmo sem ter comunhão com Deus, por simplesmente reconhecerem que sem observar o mínimo delas não dá para se ter uma vida digna, e colhem os frutos naturais desse mínimo de coerência; e há ainda aqueles que não só procuram segui-las, mas têm comunhão verdadeira com o Deus que as criou, e aí, são realmente bem-aventurados.
Não dá para quebrar as leis morais de Deus e viver bem com isso. Toda "felicidade" advinda de uma vida assim é pura miragem, é vazio preenchido por placebos e panacéias, como já disse.
Por sua vez, seguir as leis de Deus, mas sem ter comunhão com Ele, é alguma coisa, traz benefícios concretos, mas ainda não é tudo.
Já seguir Sua vontade e viver com Ele, nEle e por Ele, é a maior bem-aventurança do Universo!
Abraço!
Graça e Paz, pastor Silas!
O senhor acha que os liberais moderados são mais felizes que os religiosos extremados?
Em Cristo,
Seu irmão, Pb Gilson Barbosa
Caro Gilson, a Paz do Senhor!
A pesquisa divulgada pela revista britânica "The Economist" e pelo livro do professor Brooks não trabalhou com essa classificação "religiosos extremados", mas com as classificações "liberais", "muito liberais", "liberais religiosos", "liberais seculares", "conservadores", "muito conservadores", "conservadores seculares" e "conservadores religisos".
Creio que as classificações "liberais" e "liberais religiosos" se encaixariam no que você chama de "liberais moderados". Bem, segundo a pesquisa, os "conservadores seculares" são tão felizes quanto os "liberais religiosos", e mais felizes que os "liberais" e do que os "muito liberais". Já os "conservadores religiosos" são os mais felizes de todas as classificações, lembrando que estes são de esmagadora maioria protestante, já que 65% dos conservadores dos EUA são protestantes. Só 35% dos protestantes dos EUA são liberais.
Agora, pessoalmente e à luz das Sagradas Escrituras, sabemos que religiosos fanáticos, extremados, radicais, não são felizes. Um "liberal moderado", ou seja, um "liberal religoso", digamos, é bem menos infeliz do que um religioso fanático, pelos poucos valores que ainda carrega; enquanto o religioso fanático deturpa todos (ou quase todos) os valores que diz defender.
Abraço!
Pastor Silas Daniel, a paz do Senhor.
Muito boa a sua análise sobre as falácias dos liberais, grupo esse que usa sempre as mesmas argumentações e se colocam como “coitadinhos”, como foi exposto em seu texto.
Por falar em liberais e conversadores, quero fazer algumas pergunta:
Irmão Silas, você acha que uma possível vitória do candidato republicano John McCain vai mudar a tendência conservadora do governo republicano?
Seria McCain um meio-conservador?
Barack Obama é menos liberal que Hilary Clayton?
Você concorda que as ações equivocadas do George Bush na “Guerra do Iraque” acabaram por fortalecer os liberais norte-americanos?
De já agradeço as repostas!
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com
Caro Gutierres, a Paz do Senhor!
John McCain não é muito conservador, mas em relação a Hillary Rodham Clinton e, principalmente, a Barack Hussein Obama, ele é, sem sombra de dúvida, a melhor opção para os conservadores norte-americanos. Não estou dizendo com isso que McCain seria uma espécie de "esquerda" do Partido Republicano. Não é. Por exemplo: Rudolph Giuliani e Arnold Schwarzenegger, também republicanos, são muito mais liberais que McCain. Estes se portam, na prática, como democratas travestidos de republicanos (principalmente o último). Aliás, Giuliani é um democrata que passou para o Partido Republicano e Schwarzenegger sempre foi pró-democratas e é casado com uma democrata do “clã” Kennedy (Schwarzenegger só se candidatou pelo Partido Republicano por conveniência: porque, na época, o governador da Califórnia, contra quem se opunha, era democrata). Já o velho McCain seria, sim, um "conservador moderado", como se diz por lá.
Se McCain mudaria a tendência conservadora do governo republicano se eleito? Esta é uma incógnita. Alguns especialistas políticos dizem que sim, outros que não, apenas que seria um pouco mais moderado que Bush.
Se Barack Obama é menos liberal que Hillary Clinton? Não! Ele é bem mais liberal!
Se a Guerra do Iraque fortaleceu os liberais democratas? Sem dúvida, pela demora em a poeira se assentar por lá. Quanto mais a poeira demorar a se assentar por lá, quanto mais mortes de soldados continuarem a ocorrer, mais o atual governo se desgasta.
Abraço!
Caros,
Recentemente, o matemático e cosmólogo polonês Michael Keller recebeu o maior prêmio que um acadêmico pode receber - o Prêmio da Fundação Templeton -, e pela elaboração de um trabalho que prova cientificamente a existência de Deus. Pensei em postar um comentário aqui a respeito, mas acabei não fazendo por dois motivos: primeiro, porque estava em gestação em minha mente a atual postagem sobre cinco dos vários mitos e falácias do liberalismo - a criança já estava nascendo, não dava para postergar; segundo, porque o site da CPAD, ao noticiar o fato, convidou-me para comentá-lo em uma pequena entrevista. Por isso, em vez de postar algo a respeito, indico aos queridos a sintética matéria com meu depoimento sobre o assunto. É só entrar no site www.cpad.com.br e você encontrará, na seção "Notícias", quase no centro da página de abertura, a chamada "Em pauta: Teologia da Ciência". É só clicar em cima dela e você chega à matéria.
Aproveito também para indicar algumas obras que li nos últimos dias, e que recomendo com força. São elas:
"Defendendo sua fé", de R. C. Sproul.
"A Difícil Doutrina do Amor de Deus", de D. A. Carson.
"A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-moderno", de vários autores (cada capítulo é escrito por um teólogo diferente, entre eles John Piper e Justin Taylor).
"O Cristianismo Segundo a Bíblia", de Ron Rhodes.
Perorando, uma pequena errata: no meu comentário do dia 8 de abril, ao final do primeiro parágrafo, leia-se "religiosos".
Abraço a todos!
Caro pastor e companheiro Silas Daniel
Como disse nosso amigo em comum, pastor Geremias do Couto, o post está muito bom e não é preciso acrescentar nada ao que foi dito. Entretanto, vale a pena parar para refletir acerca do fato insofismável de que, quem está na contramão, é justamente o cristianismo conservador. Os que aderiram ao espírito pós-moderno, não têm nada para se preocupar, sentirem-se afligidos como Ló (1Pe 2.7,8), ou indignados como o Mestre (Mt 21.12,13). Para os que capitularam, condescenderam, transigiram e fizeram concessões, está tudo bem.
Os que aderiram ao espírito desta época, os pós-modernistas, estão “inventando” seu futuro. Assim, não há o que confrontar, pois as expectativas de suas cabeças são transformadas em atitudes nos microambientes. O grande e grave problema, é que eles querem nos forçar a ser coniventes com suas maluquices, querem “enfiar” de goela a baixo suas sandices. É bom relembrar, que toda essa “onda liberal” está acontecendo em nome da democracia, da tolerância, do respeito à diversidade e ao multiculturalismo, do ecumenismo e assim por diante, ou seja, vale todo tipo de arranjo e racionalismo, para fundamentar suas práticas liberais.
Por fim, termino com uma citação de “Cartas de um diabo a seu aprendiz”, de C. S. Lewis, quando Screwtape — o demônio que ensina — diz: “Quero fixar sua atenção no vasto movimento global que visa desacreditar, e finalmente eliminar, todo tipo de excelência humana — moral, cultural, social ou intelectual. E não é uma maravilha notar como a ‘democracia’ (no sentido mais encantador da palavra) está fazendo agora para nós o trabalho que uma vez foi feito pelas mais antigas ditaduras?”
Deus nos guarde (mas é bom abrirmos os olhos também!).
Um big abraço e excelente discussão
Prezado Pastor Silas Daniel
O seu artigo, além de ter sido bem construído é muito oportuno nestes dias de muitas "falácias e mitos". Em uma época em que as pessoas querem seguir a tendência que for dominante, a Palavra de Deus nos diz que em determinado momento da histório do povo de Israel, "Deus não se agradou da maior parte deles, I Cor 10:5". Somos chamados conforme Rom 12:1-2, para um culto racional (ou seja com entendimento) e para não conformarmos com este mundo (forma de pensar e não legalismo) e ainda renovar o entendimento.
Um abraço.
Pr. Juber Donizete Gonçalves
www.juberdonizete.blogspot.com/
Caro pastor e amigo César Moisés,
Aproveitando que citou Screwtape, rico personagem ficcional de C. S. Lewis, quero lembrar aqui uma outra análise interessante dele e que se encaixa perfeitamente com a descrição do espírito do nosso tempo. Diz o demônio-ensinador a seu apadrinhado: “Devemos inflamar o horror em relação à Mesma Velha Coisa. (...) O desejo por novidade é indispensável se queremos produzir Modas ou Vogas. (...) Mas o maior de todos os triunfos é transformar esse horror em relação à Mesma Velha Coisa em uma filosofia, de maneira que a insensatez no intelecto possa reforçar a corrupção na vontade. É aqui que o caráter evolucionista ou histórico do moderno pensamento europeu (em parte obra nossa) se torna útil. O Inimigo [Deus] adora lugares-comuns. Em face de uma ação proposta, Ele quer que os homens, tanto quanto posso ver, respondam a questões muito simples. ‘Está certo? É prudente? É possível?’ Ora, se nós conseguirmos manter os homens se perguntando: ‘Está de acordo com o movimento geral de nosso tempo? É progressista ou reacionário? Está correndo no sentido da História?’, eles negligenciarão as questões relevantes. E as questões que fazem não têm, é claro, respostas; pois não conhecem o futuro, e o que o futuro será depende em grande parte justamente destas escolhas que eles hoje invocam o futuro para ajudá-los a fazer. Como resultado, enquanto suas mentes estão zumbindo neste vácuo, temos a melhor chance para nos insinuar e dobrá-los à ação que nós decidimos. Uma grande obra já foi feita neste sentido. Antes, eles sabiam que algumas mudanças eram para melhor, outras para pior e outras eram indiferentes. Mas agora nós em grande parte acabamos com este conhecimento. Nós substituímos o adjetivo descritivo ‘inalterado’ pelo adjetivo emocional ‘estagnado’. Ensinamos os homens a pensar no Futuro como uma terra prometida a qual os grandes heróis alcançam – e não como algo que todos alcançam a uma taxa de sessenta minutos por hora, façam o que fizerem, sejam quem forem”.
Abraço!
Caro Juber,
É isso aí. Que pena que, infelizmente, alguns cristãos, inclusive aqui no Brasil, ainda não se aperceberam da influência do espírito do nosso tempo em sua reflexão teológica e comportamento. E ainda acham que quem não está como eles está "estagnado", "perdendo o bonde da História"! São as mudanças do nosso tempo que moldam sua teologia.
Ao contrário de quem pensa e age assim, permaneçamos naquilo que Screwtape, que acabei de citar acima, chamou de "Mesma Velha Coisa". Nosso compromisso não é com essa entidade abstrata chamada de "bonde da História", o que não significa dizer que o cristão é despreocupado com a conjuntura histórica na qual está inserido. Muito pelo contrário! Porém, ele não confunde o ser agência transformadora de cenários à sua volta com adaptar a Verdade e a Igreja ao mundo. São coisas absolutamente diferentes. Seu compromisso é com o Senhor da História, com a Verdade, que é absoluta, não construída, não a caminho, mas clara, definida e eterna, que permanece seja qual for a conjuntura, seja qual for a moda.
Abraço!
Pastor Silas Daniel, a Paz do Senhor.
Obrigado por responder as questões que eu levantei sobre a política nos EUA.
Somente ontem tive a oportunidade de adquirir o seu livro "Sedução das Novas Teologias". Parabéns, é um livro bem interessante e rico em informações sobre esses modismos doutrinários.
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com
Prezado Silas,
Muito bom seu artigo. Gostaria de atirar para o outro lado: os "nossos" erros que auxiliaram o avanço liberal.
1) Somos péssimos de comunicação - As grandes empresas de mídia estão nas mãos de liberais não ajuda, mas o fato é que os defensores do conservadorismo não sabem se comunicar com a massa leiga, não são simpáticos e tentam convencer como o mundo seria melhor se vivessemos como na década de 50. Inclusive gostando das músicas daquela época - e somente elas! Imagine a cena: de um lado ator famoso ou um sociólogo conceituado defendendo a liberação do uso de drogas e do outro um político conservador ou um pastor, de terno e gravata escuras, com cara amarrada, falando um português arcaico contra. Quem você acha que a opinião pública, e principalmente os jovens, vai apoiar?
2) Alienação conservadora - É extremamente raro vermos um conservador escrevendo artigos mesmo, na mídia religiosa, sobre aquecimento global, fome na África, soluções para o tráfico e consumo de drogas, homossexualismo, crise ética do país, etc. É como se não tivéssemos uma opinião a respeito. A grande imprensa pode ser liberal, mas nós não fazemos a nossa parte para sermos ouvidos por ela.
3) Confusão entre conservadorismo cristão e conservadorismo americano. - Para ser conservador não precisa ser fã do Bush, apoiar a guerra no Iraque e ser favorável ao uso de armas, nem contra o protocolo de kioto, mas é essa a impressão que os conservadores daqui passam e aí, meu amigo, babau empatia com a opinião pública e qualquer chance de ouvirem o que temos para dizer.
Fica na paz, meu irmão!
Caro Gutierres, a Paz do Senhor!
Que bom saber que "A Sedução das Novas Teologias" tem sido bênção! Quanto aos esclarecimentos sobre a política norte-americana, quem sabe posto um artigo a respeito um dia desses para esclarecer alguns pontos complexos sobre esse importante assunto (sim, muito importante, posto que as decisões lá afetam e influenciam o mundo econômica, política e culturalmente).
Abraço!
Caro Robson,
Suas participações aqui são raras (infelizmente), mas sempre enriquecedoras!
Sobre a questão da comunicação, realmente, os conservadores norte-americanos têm, sim, em certo sentido, falhado, na medida em que permitiram que a mídia televisiva, cinematográfica e impressa fosse invadida pelos liberais nas últimas décadas. E na medida, também, que não conseguem comunicar sua visão e argumentos aos outros países pela mesma razão: os liberais tomaram conta da tevê, do cinema e dos jornais e revistas dos EUA há muito tempo, e são essas as grandes fontes de informação sobre os EUA para o mundo. O que sai no “The New York Times” ou na CNN é, para a mídia brasileira, a “verdade sobre o que está acontecendo nos EUA”. São essas mídias que pautam a imprensa brasileira e mundial sobre os EUA.
Lamentavelmente, pouca gente no Brasil sabe que todas as redes de comunicação televisiva seculares dos Estados Unidos são dominadas pelos democratas, exceto a Fox News, que não é nem pró-democratas nem pró-republicana (como alguns ingenuamente pensam, influenciados pelos críticos democratas). A Fox News simplesmente é a única rede de tevê secular norte-americana que pelo menos procura equilibrar-se entre as tendências democratas e republicanas, o que já é suficiente para que os democratas, majoritários na mídia televisiva, critiquem eventuais matérias da Fox News que busquem a imparcialidade ou não sejam vendidas ao viés liberal. Os conservadores dos EUA só dominam um tipo de mídia: o rádio. Eis um outro dado que pouca gente sabe: a maioria esmagadora das rádios seculares dos EUA é dominada pelos conservadores. É por isso que o pessoal do Brasil às vezes não entende como a mídia televisiva, impressa e cinematográfica dos Estados Unidos é majoritariamente liberal, mas os conservadores ainda são fortes naquele país, tendo elegido a maioria dos presidentes norte-americanos nos últimos 30 anos (depois de Jimmy Carter, os democratas só emplacaram Bill Clinton duas vezes, enquanto os republicanos elegeram Ronald Reagan duas vezes, uma vez Bush pai e duas vezes Bush filho nesse período; foram 20 anos de gestão republicana contra apenas 8 anos de gestão democrata). É que os brasileiros são impregnados todos os dias pelo que dizem os jornais e a tevê norte-americanos, sem ter o contraponto crítico do conteúdo das rádios norte-americanas, majoritariamente conservadoras. Então, não é verdade que os conservadores dos EUA não têm conseguido se comunicar com as massas em seu país. Eles não têm conseguido é se comunicar com as massas no resto do mundo, porque, repito, a tevê, o cinema e os jornais dos EUA são dominados pelos liberais, e é isso que o mundo lê e assiste lá fora.
Sobre os jornais e revistas, a maioria esmagadora dos principais, como já disse, é liberal. O jornal “The New York Times”, então, nem se fala! O único que tenta ser um pouco imparcial é o jornal “Washington Post”. Os jornais conservadores são poucos e pequenos.
Um detalhe interessante é que, aqui, no Brasil, é um “Escândalo” um jornal ou revista secular se dizer pró-determinado grupo, candidato ou partido. Porém, nos Estados Unidos, não. Há anos que prevalece nos EUA o chamado “jornalismo envolvido” (envelopmental journalism), em que os jornais e revistas não escondem suas preferências políticas. Por exemplo, em época de eleição nos EUA, é comum todos os principais jornais e revistas do país anunciarem seus candidatos preferidos. No Brasil, nenhum jornal faz isso e as únicas revistas que seguem o exemplo norte-americano são a “Veja” (pioneira do “envelopmental journalism” no Brasil e a maior revista semanal do país) e a “Carta Capital” (pró-Lula), que nasceu com o objetivo de ser a anti-Veja (apesar de não ter o mesmo sucesso desta). As outras principais revistas semanais brasileiras (“Istoé” e “Época”) se apresentam como não aderentes ao “envelopmental journalism”.
Só mais um detalhe: não é verdade que todos os conservadores dos EUA dizem que “o mundo seria melhor se vivêssemos como na década de 50”. Isso é um estereótipo reproduzido aqui, no Brasil, pela imprensa secular, que se baseia no que a mídia liberal dos EUA diz sobre os conservadores. Quando a pessoa entra em contato com os pensadores conservadores dos Estados Unidos, os formadores de opinião conservadores, ela descobre que, na verdade, boa parte do que se diz sobre eles é falso. Por exemplo: você falou que eles gostam de música só daquela época (anos 50). Mas isso não é verdade. Deixe-me dar só um exemplo: Mike Huckabee, pastor batista licenciado, republicano, conservador de fato, e que tem uma banda que não toca músicas estilo anos 50. Os exemplos poderiam ser multiplicados, mas citei este porque ficou mais conhecido recentemente devido às primárias norte-americanas. Há muitos conservadores nos EUA que não são saudosistas dos anos 50, apenas da preponderância dos valores sadios na sociedade norte-americana, o que ainda acontecia nos anos 50.
Sobre o perfil “arcaico e cara amarrada”, saiba que há muitos conservadores nos EUA, formadores de opinião e professores, que são jovens. Muitos mantêm blogs e revistas defendendo os valores. Agora, aqui no Brasil (e creio que você está se referindo também ao caso brasileiro, já que falou de “português arcaico”), há sociólogos, psicólogos cristãos e cientistas conservadores que defendem, com preparo, desenvoltura e argumentos sólidos, os valores, mas o problema é que são boicotados pela mídia secular. A mídia secular brasileira só dá espaço a um conservador se ele for o mais moderado possível em seu conservadorismo. Só concede-lhe voz se for um “conservador envergonhado”, alguém “secretamente conservador”, e não explicitamente conservador. Isso porque o discurso conservador incomoda, mesmo que a argumentação seja inquestionável. Não há predisposição para ouvir esse tipo de discurso. Entretanto, graças a Deus que a blogosfera, a Internet, tem permitido uma maior democratização na expressão de idéias divergentes do “status quo” liberal da mídia secular brasileira.
Sobre a alienação conservadora, no caso norte-americano, isso não acontece. Lá eles não se alienam. A grande mídia é que tenta marginalizá-los. Há milhares de artigos e livros escritos, de qualidade, nos Estados Unidos por formadores de opinião conservadores sobre todos esses assuntos mencionados por você. O problema é que isso quase não chega ao nosso conhecimento aqui, no Brasil. Sites como o “Mídia Sem Máscara” têm traduzido muitos desses artigos para o português. No caso brasileiro, o jornal “Mensageiro da Paz” tem tentado abordar alguns desses assuntos. Recentemente, por exemplo, o pastor Antonio Gilberto publicou uma série de artigos no “Mensageiro da Paz” sobre eropatias e, especialmente, homossexualismo, abordando tanto a área científica sobre o assunto quanto a questão bíblica. Já publicamos também várias matérias sobre a questão homossexual no jornal.
Outra coisa: a grande imprensa, que é liberal, não vai nos ouvir (ou ser mais condescendentes conosco) se enchermos ainda mais o Brasil de livros, artigos e programas, bem divulgados e feitos por gente brilhante, contestando com desenvoltura os argumentos liberais. Vide o caso norte-americano. Os conservadores lá fazem por onde dentro de seu país, se expõem ao debate, e a mídia secular de lá continua se opondo a eles, e cada vez mais acidamente. Agora, se procurarmos ser mais presentes e influentes no Brasil, com certeza seremos mais ouvidos pela população, como boa parte da população dos EUA conhece os argumentos conservadores e é influenciada por eles. Em suma, mais presença conservadora não resultará em conversão da grande mídia ao conservadorismo ou de maior condescendência da grande mídia aos argumentos do conservadorismo. A grande mídia nunca vai aceitar o pensamento conservador. Mas, se os conservadores no Brasil forem mais eficazes em sua influência, boa parte da sociedade, apesar da grande mídia continuar sendo liberal, será influenciada pelo conservadorismo.
Sobre a confusão entre conservadorismo cristão e conservadorismo americano, concordo com você: não devemos ver uma coisa como sinônimo da outra. A nossa convergência com o conservadorismo de forma geral se dá na medida em que este defende os mesmo valores que nós, cristãos, defendemos. Porém, só quero alertar para um detalhe: não dá para ser conservador, independente se totalmente alinhado ao conservadorismo americano ou não, e esperar sempre a empatia da opinião pública. Muito pelo contrário. Defender um posicionamento conservador vai resultar, muitas vezes, em antipatia por parte da grande mídia.
Abraço!
Pastor Silas Daniel, enviei um e-mail para você no BOL. Obrigado.
Caro Gutierres,
Acabei de dar uma olhada em seu e-mail. Estou um pouco ocupado este final de semana, mas prometo responder detalhadamente o que pede até o início desta semana.
Abraço!
Caros,
Devido às dúvidas que recebo de alguns leitores sobre as doutrinas bíblicas da predestinação e da eleição, resolvi escrever um artigo a respeito, que está sendo publicado na edição de maio do jornal "Mensageiro da Paz", que já deverá estar disponível para venda até o final desta semana que se inicia. Aliás, a edição de maio traz ainda muitas matérias interessantíssimas, como uma análise sobre o crescimento evangélico no mundo, sobre o fato de o islã já ter ultrapassado o número de católicos no planeta (o que faz do islamismo a maior religião do mundo hoje) e o fato de que está havendo uma conversão em massa de jovens a Cristo no Irã (fala-se de um milhão de convertidos), o que está levando o governo daquele país a discutir a oficialização da pena de morte a quem se converter ao cristianismo. E mais: uma rica matéria sobre um dos pontos que analisamos nesta última postagem - o fato de que pesquisas confirmam que os conservadores cristãos são muito mais felizes do que os liberais. Há ainda uma abordagem à pesquisa Datafolha divulgada este mês sobre o conservadorismo no Brasil e uma matéria completa sobre as reuniões do pastor José Wellington, líder da CGADB, com o presidente do Senado e da Câmara dos Deputados para manifestar a posição da CGADB quanto aos projetos de lei que instituem o crime de homofobia e a profissionalização da prostituição, a pressão para legalização do aborto, etc.
Em suma, a próxima edição está verdadeiramente imperdível! Confira.
Abraços a todos!
Nobre pastor Silas Daniel, a paz do Senhor.
Excelente abordagem sobre o liberalismo, refutando os seus principais pilares de sustentação. Como se diz por aqui nos grupos de estudo, o caro pastor "matou a cobra e mostrou a cobra morta". Não restam dúvidas de que os ensinos liberais na verdade só levam o homem a escravidão e ao afastamento de Deus.
A verdadeira liberdade consiste em podermos escolher aquilo que nos é melhor, e o melhor é a Palavra de Deus e a sua imutável e eterna doutrina.
Como bem falou Salomão: "Teme ao SENHOR, filho meu, e ao rei, e não te ponhas com os que buscam mudanças" Provérbios 24:21.
Deus o abençoa grandemente. Em nome de Jesus.
Abraços fraternos!
Do seu irmão em Cristo e leitor de seu blog,
Anchieta Campos
Prezado Silas,
Rapaz, sua resposta foi um verdadeiro "testamento", não mereço tanta consideração! rsrsrs.
Quanto às minhas colocações. Sim, estava me referindo ao conservadorismo no Brasil, visto que é aqui que nós vivemos e diferentemente dos EUA, temos menos recursos de mídia e de representação parlamentar para fazer valer nossos pontos de vista (isto quando temos pontos de vista..).
Agora, colocando mais uma polêmica nesta história, será que o liberalismo, por definição, é constrário ao pensamento cristão?
Se a resposta for sim, creio que seria interessante analisarmos não apenas o liberalismo teológico e social mas também o liberalismo econômico à luz da Palavra de Deus.
Aos meus olhos de leigo, apesar dele ser incensado pelos convervadores cristãos como a antítese do comunismo, seus conceitos básicos de Estado Mínimo ou mesmo ausente, mercado auto-regulador, evolução dos agentes econômicos, negação do direito do Estado interferir na economia, o que favorece a Lei do Mais Forte nada mais é do que as leis da teoria da Evolução aplicada à área econômica, pouco importando as consequências que isto trará às populações.
Vejo em todas as formas de liberalismo o mesmo conceito perigoso: o desejo de ausência de um poder maior que controle, regule e interfira e julge a vida dos homens.
A crença cega nestes postulados tem levado a analistas econômicos a tratarem o mercado como uma entidade com vida e opinião próprias, a ponto de ameaçar: o mercado reagirá muito mal se determinado candidato ganhar as eleições. Quando era candiato o atual persidente Lula chegou a afirmar que as pessoas se referiam ao mercado como se fosse um deus que não pudesse ser questionado. Metáfora bem apropriada. Eu até daria um nome para esse "deus': Mamom.
Talvez seja por isso que muitos economistas alertem para os efeitos nefastos de um mercado auto-regulador na vida dos povos, especialmente do terceiro mundo que tem menor poder de barganha: o que na prática vemos é uma economia baseada na Lei do Mais Forte.
O mais irônico disto tudo é que faz parte do perfil de um perfeito conservador - lá e cá - ser liberal na economia.
Vai se entender...
Irmão Anchieta, a Paz do Senhor!
Obrigado por suas palavras motivadoras. Só gostaria de aproveitar sua colocação para frisar que há mudanças e mudanças. Toda mudança que objetiva desprezar os princípios bíblicos é uma mudança para pior. Toda mudança que se realiza respeitando os princípios bíblicos já não é. Um conservador cristão não é uma pessoa que se opõe a todo tipo de mudança. Ele é uma pessoa que se opõe à mudança de princípios, de valores, etc. Ele preserva os valores e os princípios, e por isso apóia apenas as mudanças que se inspiram nos valores do Reino de Deus.
Creio que era exatamente nesse sentido que o irmão estava falando, mas sempre é bom aproveitar "ganchos" para destacar determinados pontos sobre o assunto em tela, para deixá-los mais claros aos leitores.
Deus continue abençoando o irmão e os demais potiguares que servem ao Senhor nesse belo Estado do meu Nordeste!
Abraços!
Caro amigo Robson,
Suas colocações exigem, como sempre, uma resposta detalhada. Aliás, como havia dito, suas participações são sempre enriquecedoras! E obrigado por mais uma vez enriquecer nossa reflexão sobre o assunto!
Sobre sua tréplica, apenas três observações.
Primeiro, apesar de a pesquisa ter sido feita nos Estados Unidos e não no Brasil, ela obviamente nos interessa, pois esse tipo de pesquisa nunca foi feito por aqui e o teor dela independe das questões culturais de cada país. Sim, porque a pesquisa se prendeu aos valores morais defendidos por cada grupo para identificá-los (a pesquisa analisa fatores como o tratamento dado ao casamento e a importância dos valores da religião - que no caso norte-americano é esmagadoramente cristã – na felicidade dos dois grupos), e não à política econômica preferida por cada um. Isso não estava em tela. O que a pesquisa queria saber é quanto dos liberais (que banalizam o casamento [feministas, gente que propõe a mudança do conceito de família, gente para quem o casamento é só um mero contrato social que deve ser “eterno enquanto dure”], apóiam a união civil homossexual, o aborto, a manipulação de células-tronco embrionárias, a legalização de determinadas drogas, etc) e dos conservadores (que defendem o oposto) se consideravam "felizes", "não muito felizes", "muito felizes", etc, e quais tipos de liberais e quais tipos de conservadores são "muito felizes" ou não. E o resultado foi o mesmo dos últimos 35 anos de pesquisa: os conservadores são mais felizes que os liberais e os conservadores cristãos evangélicos (65% de todos os conservadores dos EUA) são os mais felizes de todos. Segundo a pesquisa, mais felizes no casamento, mais felizes no amor, mais felizes com sua família, mais felizes no trabalho e mais felizes na vida de forma geral (apesar de passarem por tantos problemas quanto os que se dizem liberais e de os liberais dos EUA terem tanto poder aquisitivo ou oportunidades quanto os conservadores). E o que mais nos interessa são, obviamente, os dados relativos aos conservadores cristãos em contraposição aos dados relativos aos cristãos liberais e aos liberais seculares.
Em segundo lugar, concordo plenamente que temos menos recursos de mídia e de representação parlamentar do que os conservadores norte-americanos para fazer valer nossos pontos de vista. Só não concordo que os conservadores do Brasil não têm pontos de vistas (se bem que não gosto muito da expressão “pontos de vista”, pois sugere relativização dos valores; sei que você usa essa expressão com o sentido de posicionamento).
Como assim “quando temos pontos de vista”? Em que questões fundamentais há divergências? Gostaria de entender melhor isso. Você poderia aprofundar mais esse ponto.
Em terceiro lugar, o assunto que você levantou sobre a relação entre conservadores cristãos e determinadas políticas econômicas é muito interessante, e exige, para uma explicação decente, um extenso artigo (ou mesmo um livro! – mas não chegarei a tanto). Sinteticamente, posso te adiantar que os conservadores cristãos se coadunam mais com o liberalismo econômico mesmo, por razões muito específicas, enquanto os cristãos liberais, via de regra, esposam a cartilha socialista. O que não significa dizer que um cristão conservador será sempre e necessariamente alguém que defende apenas o liberalismo econômico. Prometo escrever um artigo elucidativo a respeito. E desde já, obrigado por sua muito boa sugestão!
Uma abraço!
Com certeza que eu me referi as mudanças prejudiciais ao saudável desenvolvimento da Igreja do Senhor.
Se nós não abraçássemos todo e qualquer tipo de mudança, ainda estaríamos com medo de televisão, computadores, de irmos a praia e de até mesmo usarmos cartões de crédito, como alguns irmãos ainda pensam ser ele um objeto demoníaco, pois irá extinguir o dinheiro em espécie (em uma alusão ao tempo tribulacionista).
Ultimamente escutei uma irmã (de outra denominação pentecostal) afirmar que evangelizar por blogs é pecado e coisa do capeta. Pense como eu me senti ao ouvir tais palavras! risos.
E saiba que é sempre motivo de honra para nós potiguares receber ilustres como o amado pastor.
Abraços fraternos!
Anchieta Campos
Prezado Silas,
a Paz do Senhor.
Nada como um feriado para manter o blog atualizado, né não? rsrsrs
Explicando algumas dúvidas quanto ao meu comentário anterior:
1) Não tenha dúvida de que considero a referida pesquisa importante, assim como seu texto sobre as falsas alegações do liberalismo. Pelo contrário, tanto considero que procurei aplicá-la em nossa realidade verde e amarela pois é aqui que está nosso "campo de batalha" fiolosófico-político-religioso.
2) Sim, quando escrevi sobre pontos de vista, estava me referindo ao nosso posicionamento em contraponto às opiniões, conceitos e preconceitos defendidos por liberais.
3) Quando me referi a "se é que temos alguma opinião", era uma referência ao meu primeiro comentário sobre a alienação conservadora sobre diversos temas que inquietam a sociedade e sober os quais muitos liberais já se posicionaram. Mais uma vez cito o aquecimento global, reforma agrária, política econômica, política energética, etc.
Costumo dizer que os esotéricos de plantão tomaram de nós o discurso da preservação do meio-ambiente por pura omissão nossa, visto que o exemplo de que Deus se importa com a sua criação vem do texto sagrado de Gênesis, onde o Senhor elabora um plano não apenas para salvar o homem mas a todos os animais do dilúvio.
Fico feliz que minhas mal digitadas linhas sobre o liberalismo econômico tenham sido consideradas por você como muito interessantes. Porém, sei também que tocar neste assunto é o mesmo que colocar a mão em vespeiro. Se for mesmo se aventurar por esta seara, desejo-lhe boa sorte, meu amigo!
P.S. Fale para a Lília que ainda estou esperando ouvi-la cantar (e gravar) Amazing Grace!
Atenciosamente,
Robson Rocha
Caro Anchieta,
Como já havia dito, tinha certeza que você estava falando nesse sentido, apenas não poderia deixar de aproveitar sua acertada e importante colocação como "gancho" para explicar que tipos de mudança são recepcionadas pelos conservadores e quais são rechaçadas por eles, e o porquê disto e daquilo. Aliás, os casos práticos que você cita exemplificam bem equívocos de resistência.
Abraço!
Caro Robson, a Paz do Senhor!
Pois é, só um feriadão mesmo para possibilitar-me um tempo maior para interagir no blog!
Sobre sua colocação ("se é que temos alguma opinião"), agora compreendo-a perfeitamente. E concordo com você que, infelizmente, aqui no Brasil, poucos são os cristãos conservadores que têm uma opinião formada sobre todos os principais assuntos que inquietam a sociedade hodierna, enquanto nos EUA os cristãos conservadores são muito mais resolvidos e coesos nesses assuntos. Sobre os pontos básicos, porém, não há divergências. Ainda bem, se não, que conservadorismo seria este?
Quanto ao artigo, sei que é um tema polêmico, mas necessário. Se ninguém ainda escreveu sobre esse assunto, mais um motivo para fazê-lo. Mas, quero deixar claro que não irei cair no erro comum de "demonizar" quem prefere um modelo mais do que o outro, mas também não me furtarei de mostrar que, por razões muito específicas e fortes, os cristãos conservadores têm razão de, em sua maioria, preferirem um determinado modelo em detrimento do outro. E esse modelo preferido é defendido para existir respeitando alguns princípios que nem sempre são praticados pelos que usam esse modelo.
Sobre gravar "Amazing Grace", a Lília tem interesse em gravar uma versão para o português (cheguei a fazer a versão), mas é um projeto ainda futuro. A conferir.
Abraços! E bom fim de feriadão!
Caro companheiro pastor Silas Daniel
Estou me deleitando com a discussão - de alto nível, diga-se de passagem - entre o nobre blogueiro e nosso amigo comum Robson Rocha.
Não quero dar nenhum "pitaco", mas, após os cumprimentos de seu último comentário, achei interessantíssima sua colocação sobre o fato de que, na maioria esmagadora das vezes, não temos opinião (ou conhecimento) para discutir assunto de "quinta grandeza".
Assim, penso que uma palavra que disse ao nosso literato pastor Geremias do Couto, seja também pertinente para esse momento da discussão:
"Infelizmente, muitos ainda não perceberam que não há nenhuma restrição bíblica quanto ao uso da razão (e sim ao racionalismo), e da beleza discursiva para a exposição de nossas doutrinas.
Houve-se muita reclamação sobre o fato de que não temos um 'lugar à mesa', na maioria das vezes, quando se debate assuntos que são de interesse social, moral, científico, político etc.
Lamentavelmente agora - e só agora - é que se percebeu que somos atingidos pelas decisões político-governamentais, pois vivemos no tempo e espaço presentes.
Como Deus nos criou com essa capacidade de pensar - uma das possibilidades que tornam os seres humanos infinitamente superiores aos demais seres vivos -, é mais que óbvio de que ela deve ser utilizada - assim como todas as coisas em nossa vida - para glorificação do nome do Eterno.
Devemos pensar em como melhor expressar nossa fé na pós-modernidade. Isso, não só com um cristianismo verbal, mas principalmente, 'encarnado', mostrando diferença, sobriedade e lucidez em nossas atitudes."
Um big abraço e parabéns aos nobres companheiros pelo excelente debate.
Caro pastor e amigo César Moisés,
Suas palavras vêm se somar à discussão, corroborando a necessidade de maior coesão e visibilidade da posição cristã conservadora sobre as principais questões sociais de nosso tempo.
Todos já conhecem, pelo menos panoramicamente, a posição dos cristãos conservadores brasileiros sobre questões como aborto, união civil homossexual, adoção de crianças por homossexuais, legalização das drogas, profissionalização da prostituição, etc, mas não sobre alguns outros temas. As posições sobre estes outros temas existem, mas são compartilhadas por poucos; infelizmente, são olvidadas por muitos. Nem mesmo na questão da manipulação de células-tronco embrionárias há coesão entre os conservadores cristãos brasileiros. Muitos se deixam seduzir pela campanha da mídia pró-manipulação de embriões.
E o que dizer da questão do aquecimento global? Nem aí há um consenso!
Alguns conservadores cristãos questionam se esse aquecimento global é permanente mesmo, fundamentados no que dizem os chamados "cientistas céticos" (como foram apelidados pela mídia), que defendem que o que há é, na verdade, um aquecimento periódico da Terra, que já passou por isso outras vezes (e, inclusive, com mais intensidade do que agora); outros seguem a onda mundial, seguem o que acredita a maioria - que este aquecimento é permanente, inexorável, que pode ter apenas sua velocidade diminuída, não evitado. Fazem, inclusive, um "link" entre as profecias bíblicas e as previsões catastróficas dos cientistas pró-aquecimento permanente. Já os conservadores que não acreditam nisso frisam que o cumprimento das profecias bíblicas não está condicionado às previsões dos cientistas que crêem no aquecimento inexorável.
Como você bem frisou, César, corroborando a boa colocação do Robson, é importantíssimo que cristãos conservadores analisem essas e outras questões inquietantes para o mundo de hoje eapresentem posições coesas sobre o assunto. E sem essa de "Vox populi vox Dei" nas análises, mas, sim, análises à luz da Bíblia - "Sola Scriptura". Se o resultado da análise coincidir com o que defende a maioria, OK. Se não, OK também. Por exemplo: a manipulação de embriões é apoiada pela maioria, mas não vejo apoio para ela à luz do que afirmam muitos cientistas e as Sagradas Escrituras. Já no caso do aquecimento global, particularmente, à luz do que dizem cientistas dos dois lados, creio que há claros exageros dos ambientalistas, apelação por parte de muitos ecologistas, mas isso não significa que não devemos nos preocupar com a preservação da natureza, pois isso é um princípio bíblico, como o próprio Robson frisou. Minha posição sobre o assunto é conhecida por todos os que já leram meu livro "A Sedução das Novas Teologias".
Estou falando só de dois pontos. Há
muitos outros a serem melhor esclarecidos aqui no Brasil.
Portanto, que fique registrado aqui esse apelo para que os cristãos conservadores brasileiros não olvidem esses outros temas.
Abraço!
Aos interessados:
De vez em quando recebo e-mails de irmãos perguntando se existe já algum DVD em português do filme "Amazing Grace" (a história de William Wilberforce - ver postagem do dia 12 de fevereiro). Pois bem, pelo que li, agora há. Na penúltima edição da revista "Veja", datada de 16 de abril, há uma matéria de duas páginas anunciando que o filme "Amazing Grace" foi lançado semana passada diretamente em DVD no Brasil, e sob o título "Jornada pela Liberdade". A resenha da revista evoca a bela história de Wilberforce, John Newton, "Os Santos" e William Pitt, e como Wilberforce influenciou Abraham Lincoln, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e Luiz Gama. A resenha ressalta ainda que a história de Wilberforce mostra que é possível fazer política eficiente sem deixar de ser ético, algo cada vez mais raro hoje em dia...
Abraços a todos!
Que debate caloroso!! rsrs. Esse Robson é o que trablha no site e ouvidoria da CPAD? Os questionamentos dele continuam ótimos...rsrs. Quanto ao seu artigo no MP de maio, Silas, mal posso esperar para ler. Afinal, ainda não consigo entender como o calvinismo não é visto como heresia. Dizer que Deus, em tempos imemoriais, escolheu alguns para irem para o céu e outros ao inferno, é, no mínimo, deturpar o caráter do Deus que eu vejo na Bíblia Sagrada. Deve ser por isso que a Bíblia de Estudo que menos vende na minha loja é a Genebra, quando me perguntam, não falo mal, mas não consigo falar bem dela. Apenas digo: "Olha, a Aplicação Pessoal, a Pentecostal e a Plenitude são ótimas"...rsrsrs.
Olá, Bruno! A Paz do Senhor!
Prazer revê-lo por aqui! Trata-se, sim, de nosso amigo Robson, hoje chefe do Setor de Marketing da CPAD. Como vê, ele continua enriquecendo nossos debates com seus questionamentos sempre pertinentes
Sobre o artigo, com certeza será oportuno justamente porque esse é um tema que continua gerando dúvidas em alguns irmãos, principalmente naqueles que são confrontados pelos argumentos calvinistas pela primeira vez. E sobre o estigma de heresia que se quer impingir sobre nossos irmãos calvinistas de forma geral, já debatemos muito sobre esse assunto, tanto neste blog como fora dele. Desnecessário revisitá-lo. O que já falei sobre o tema está registrado nos comentários de postagens mais antigas por aqui.
Agora, que bom saber que obras de grande qualidade como a "Bíblia Aplicação Pessoal" e a "Bíblia de Estudo Pentecostal" continuam sendo preferidas! Aliás, a BEP já ultrapassou um milhão de exemplares vendidos em português há meses. Ela é a Bíblia de estudo em português mais vendida em todo o mundo. E a BAP é a Bíblia de estudo mais vendida em todo o mundo no século 20 (a versão em inglês), e a sua versão em português já é sucesso em todo o Brasil. Sei que sou suspeito de falar, mas a qualidade dessas obras impõe-me afirmar: sua loja ainda vai vender muito delas!
Abraços!
Prezado irmão Silas,
Quero parabenizá-lo por abrir este espaço para um debate de idéias, que foi ficando cada vez mais acaloradas. Quero também salientar, a participação enriquecedora do irmão Robson com seus comentários. Quero na minha humilde contribuição apresentar alguns pontos sobre o tema:
1) "Essa atitude da direita cristã, sua subserviência ao republicanismo, criou uma resistência contra a religião de uma maneira geral, e especificamente, em relação ao Evangelho. Agora, sob a presidência de George W. Bush, essa resistência chegou ao seu mais alto grau. As pessoas dizem assim: “Se Bush é religioso, eu não quero ser religioso”. E o fato é que aqueles que apoiaram Bush e ajudaram a elegê-lo – os evangélicos – agora estão pagando por esse erro. Eu argumentaria que o cristão deveria estar engajado politicamente, mas nunca abraçado e unido a um partido ou ideologia. O maior de todos os políticos evangélicos foi William Wilberforce, um conservador que, apesar disso, votou contra seu próprio partido quando concluiu que ele estava errado. Ele nunca foi um homem do partido; e antes de mais nada, era um homem de princípios, que agia de acordo com sua consciência cristã. Nos Estados Unidos, os cristãos têm que se libertar das algemas do Partido Republicano. Agora, seria igualmente horrível ir para o outro lado e fazer a mesma coisa em relação aos democratas". Entrevista do cientista social, Os Guiness, para a revista Cristianismo Hoje, onde ele comenta sobre a direita cristã americana.
2)Philip Yancey no livro Maravilhosa Graça comenta que um grupo de mulheres representantes da direita cristã, foram antes de terminar a presidência de Bill Clinton, pedir perdão a Hillary, por terem feito uma oposição tão feroz contra eles.
Obs: Tive o prazer de ser apresentado ao irmão, pelo Saulo na sala da Semap, em Uberlândia/MG, na última vez que você e a irmã Lília, estiveram em nossa igreja.
Fica na Paz,
Pr. Juber Donizete Gonçalves
www.juberdonizete.blogspot.com/
Caro Juber,
Concordo com a colocação de Os Guiness. Por outro lado, também entendo porque a maioria esmagadora dos evangélicos norte-americanos é republicana. Ou melhor dizendo: tornou-se republicana. Sim, porque é importante lembrar que nem sempre a maioria dos evangélicos norte-americanos foi republicana.
Décadas atrás, os evangélicos dos EUA estavam distribuídos igualmente entre republicanos e democratas. Porém, com o passar dos anos, mais precisamente dos anos 60 para cá, o Partido Democrata começou a se liberalizar de tal forma (especialmente a partir dos anos 80) que os evangélicos norte-americanos se viram, por questão de princípios, empurrados para o Partido Republicano. Simplesmente, os democratas passaram a defender fervorosamente idéias que chocam-se frontalmente com os princípios cristãos. Hoje, o Partido Democrata tem como bandeiras, por exemplo, a liberalização do aborto, a união civil homossexual, a adoção de crianças por homossexuais, a manipulação de células-tronco embrionárias, a eutanásia em determinadas casos, a legalização de drogas (Lembra-se, por exemplo, do democrata John Kerry, nas eleições presidenciais de 2004, defendendo abertamente a legalização das drogas nos EUA?), dentre outras bandeiras anticristãs. Enquanto isso, o Partido Republicano opõe-se majoritariamente a tudo isso que acabei de falar. E ainda defende, em sua esmagadora maioria, o ensino do Criacionismo nas escolas, algo impensável para os democratas. Logo, nada mais natural do que os evangélicos norte-americanos serem majoritariamente republicanos. Ou seja, a concentração evangélica no Partido Republicano não é cisma dos evangélicos dos EUA com os democratas não, é uma conseqüência natural mesmo, devido ao perfil que o Partido Democrata foi ganhando com o passar do tempo. Antes os perfis dos dois partidos eram muito parecidos. Tirando algumas poucas diferenças, algum tempo atrás, trocar o Partido Republicano pelo Democrata seria quase trocar seis por meia dúzia. Hoje, não mais.
Agora, concordo com Os Guiness que não devemos misturar cristianismo com republicanismo. Os cristãos não devem entregar a defesa dos seus valores ao Partido Republicano. Não devem confundir todos os posicionamentos do Partido Republicano com os valores do cristianismo, mesmo que este partido defenda em grande escala pontos que são os mesmos valores sadios defendidos pelos cristãos. Eles não devem ver todo republicano como certo em todos os seus posicionamentos, como se o simples fato de ser republicano significasse que todos os posicionamentos de um político desse partido são corretos. Tipo: “Acho que a política dele quanto a esse assunto deve ser considerada correta, já que ele é republicano”. Este é um pensamento absurdo!
Por exemplo: eu assino embaixo de muitos posicionamentos do presidente Bush, mas não de todos. O fato de ele defender coisas que nós também defendemos não deve nos levar a condescender com os erros dele. Assim como também não devemos cair no outro extremo, que muitos cristãos fazem, de rechaçar tudo de Bush (mesmo que seja algo correto o que defende) só porque ele comete erros em outras áreas. Muitos cristãos, por exemplo, por se revoltarem com a Guerra do Iraque, chegaram ao ponto de não acharem a liberação do aborto nada demais, nem a união civil homossexual, nem a manipulação de células-tronco embrionárias, nem a legalização das drogas, etc. Esquecem que a liberação do aborto é tão grave quanto uma guerra sem razão. Mas, como na guerra você vê os corpos mortos e num aborto você não vê, pois a morte neste último caso se dá longe dos olhos das pessoas (a não ser de quem executa o aborto), muitos cristãos já não vêem nada demais em permitir o aborto.
Você se lembra, Juber, de cristãos aqui no Brasil que chegaram até a dizer, alguns anos atrás, que o Anticristo seria como Bush? Nada mais idiota! Esse povo esquece que o Anticristo não será um político que desde o início de seu mandato como presidente até o final será pichado pela mídia mundial (como aconteceu com Bush – exceto no interregno entre o 11 de setembro e os primeiros passos para a Guerra do Iraque), mas será, muito pelo contrário, um político que será incensado por toda a mídia mundial. Será uma “unanimidade mundial”, um “salvador da pátria”, um “queridinho de todos”, um líder carismático, arrebatador, respeitado por todos. A mídia lhe será subserviente, pois será hipnotizada pelo seu carisma e propostas. Bush não era e não é nada disso. Que apoio Bush teve da mídia televisiva e impressa de seu país, por exemplo, na Guerra do Iraque? Uma matéria ou outra da Fox News? Isso significa apoio da mídia? A maioria esmagadora das matérias da Fox News durante os dois mandatos de Bush foi contra Bush; só por causa de uma ou outra (de um total de dezenas de matérias contra) é que criticaram há um tempo atrás a Fox News, taxando-a de pró-governo. Enquanto isso, e a CNN? E todas as outras? E os jornais e revistas? Todos (tevês, jornais e revistas) contra Bush, exceto os jornais e revistas pequenos. Dos grandes, só o “Washington Post”, para não ser totalmente parcial, abrigou relutantemente um ou outro colunista mais simpático ao governo para tentar criar, em alguns momentos, um pequeno contraponto ao que afirmava e afirma a maioria de seus artigos e matérias, que é de oposição ao governo. Era só para não dar, em alguns momentos, a idéia de ser tão parcial, de ser tão contra o governo. Mas a tônica continuou a ser marcantemente a mesma.
Leiam e releiam os jornais e revistas dos EUA de 2001 para cá, e assistam aos programas de todos os canais de tevê norte-americanos, sejam estes programas jornalísticos ou de entretenimento, e verão um ataque feroz, sistemático e ininterrupto a Bush. A mídia nacional dos EUA nunca apoiou Bush, desde a sua posse no primeiro mandato até hoje. Só suavizaram com ele durante aqueles meses em que os americanos ainda estavam sob o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas e ao Pentágono, e por razões óbvias. Como, então, o Anticristo será como Bush? O Anticristro será mais é como Obama! Digo em termos de receptividade. E não estou dizendo com isso que Obama poderá ser o "Anticristo"! Não sou tolo para sequer cogitar uma bobagem dessa! Mas sempre é bom deixar essas coisas bem claras porque sempre há gente com a mente muito fértil. Sei lá quem vai ser o Anticristo! Não sei quem ele será e muito menos se já nasceu ou vai nascer. Só estou tomando mão de um caso bem próximo, bem atual (o êxtase midiático mundial em torno de Obama, o político queridinho da mídia no momento), como uma analogia de como o Anticristo será bajulado pela mídia em sua ascensão. Vai ser algo parecido - e provalvelmente maior - o que acontecerá com o Antricristo.
Então, devemos ter cuidado com os extremos. Nem ser republicano é sinônimo de chancela para tudo que um político faz, nem podemos considerar natural para um cristão defender um partido ou políticos que defendem, em sua maioria de propostas, pontos que chocam-se frontalmente com a fé cristã.
Minha posição é que os cristãos conservadores dos EUA continuem rompidos com o Partido Democrata enquanto este defender essa gama de propostas odiosas, porém sem deixar de serem também críticos em relação aos erros do partido que naturalmente é o seu preferido, o Partido Republicano.
Sobre o Phillip Yancey, só quero informar ao irmão que ele não pertence à direita cristã norte-americana. Já há algum tempo que ele está do outro lado. Aliás, no livro “Maravilhosa Graça”, por exemplo, que de forma geral é muito bom, ele já estava começando esse processo de mudança de pólos. Nessa sua obra, em um dos capítulos, Yancey é condescendente com Mel White, que é líder de uma igreja de gays nos EUA, que tem até filial no Brasil. Este é só um exemplo dentre muitos que poderia enumerar aqui referentes a Yancey; e digo isso com lamento, porque gostava muito dos escritos dele (os primeiros livros dele, claro). Quanto aos Clinton, infelizmente, são liberais mesmo. Para você ter uma idéia, Bill Clinton e Jimmy Carter fundaram recentemente, com alguns pastores dissidentes, uma convenção de igrejas batistas liberais para fazer frente à Convenção Batista do Sul dos EUA, que é conservadora.
Agora, apesar dos pesares, Hillary ainda é menos liberal que Barack Hussein Obama. Este é extremamente liberal. Só um exemplo: Hillary apóia o casamento homossexual, mas ela nunca disse que o homossexualismo não é pecado (não sei o que ela pensa sobre o assunto, pois nunca disse nada sobre se acha que é pecado ou não). Já Obama disse em recente comício, há menos de um mês, que não só apóia o casamento homossexual como não crê que homossexualismo é pecado. E arrematou estas pérolas naquela noite: “A Bíblia não condena o homossexualismo” e “Acho a passagem de Romanos 1 muito obscura para dela concluirmos que homossexualismo seja pecado diante de Deus”.
Agora, já notou que a mesma mídia que ojeriza Bush desde a sua posse em 2001 até hoje é a mesma que incensa reverentemente Obama, inclusive mais do que Hillary? E não é curioso que aquele que a mídia ojerizou desde o primeiro dia de seu primeiro mandato defende valores contra os quais Obama, o escolhido e venerado antes mesmo de ter sua candidatura confirmada, se choca frontalmente? Isso não é sintomático? Isso não nos faz refletir?
Não quero minimizar os erros de Bush, mas apenas lembrar que a oposição da mídia a ele vai além da questão da guerra; envolve sobretudo seus valores, que começaram a ser atacados antes mesmo de sua primeira eleição, antes que acontecesse a tal guerra e antes de pequenos erros políticos eventuais em final de mandato, e não podemos esquecer isso.
Abraço! E um abraço também no Saulo, no pastor Álvaro e nos irmãos de Uberlândia!
Pastor Silas, em relação ao e-mail sobre "orquestras nas igrejas", se possível me responda até amanhã à tarde. Pode ser uma resposta rápida, pois quero colocar sua opinião na matéria, como uma voz cientifica, pois já entrevistei um jovem maestro e um membro de orquestra. Eu agradeço a atenção dedicada a esse ponto, pois sua opinião, como estudioso da comunidade evangélica e esposo de uma cantora, enriquece a matéria. Muito obrigado.
Caro Gutierres,
Perdoe-me a demora! Outros afazeres consumiram meu tempo nestes últimos dias, mas não esqueci-me de você. Prometo enviar amanhã, por e-mail, a resposta que o irmão pediu. Ela já está praticamente pronta. E, desde já, obrigado pela compreensão.
Caros,
Quero avisá-los que esta semana ainda estarei postando novo artigo. Comecei a elaborá-lo hoje e, creio, antes de sexta-feira já o publicarei aqui.
Aproveitando, quero informá-los também que há mais de dez dias que o meu contador desapareceu. Pensei inicialmente que fosse algum problema de conexão baixa, depois que fosse problema do blogger e, por último, que era preciso fazer uma atualização de link, mas soube ontem à tarde por um amigo, que está tendo os mesmos problemas, que trata-se do site do contador mesmo (www.counterclub.com), que está fora do ar. Logo, esta semana ainda, devo colocar um novo contador. Mas, aí, surge a pergunta: começando com quantos acessos? Bem, a última vez que atentei para o contador, ele estava com 27 mil cento e oitenta e alguma coisa. Não há como adivinhar com quanto ele poderia estar quando desapareceu nem com quanto estaria agora se não tivesse desaparecido, por isso preferi usar o seguinte critério: como nos últimos cinco meses a média de acessos diários neste blog era de 150 (havia picos eventuais de 250, 260 acessos, mas geralmente tínhamos diariamente 150, 160 acessos), resolvi recomeçar o contador com um número de acessos que é a soma de 27.180 mais 150 acessos diários a serem contados a partir do dia em que vi pela última vez quanto marcava o contador. Portanto, hoje ou amanhã, logo que fizer a conta e tiver um tempinho, devo colocar o novo contador.
Abraços!
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