Um dos sintomas da influência da mentalidade pós-moderna no meio cristão é a aversão que alguns cristãos manifestam hoje em relação à ortodoxia bíblica, isto é, à Verdade. Infelizmente, o cristão pós-moderno tem a tendência de ignorar, e até mesmo criticar, a importância da doutrina correta. O termo "verdade absoluta" causa em muitos arrepios. E a razão é simples: cansados das disputas teológicas intermináveis (a maioria em relação a doutrinas bíblicas secundárias) que marcaram os últimos séculos, muitos cristãos de hoje resolveram tomar uma atitude radical e tola: abraçar a idéia de que o que importa realmente são relacionamentos corretos e não doutrinas corretas. Porém, a idéia de que uma coisa é mais importante do que a outra é uma premissa absolutamente falsa. Ambas – relacionamentos corretos e doutrinas corretas – são importantes. E isso não é uma inferência particular. A própria Bíblia as trata como igualmente importantes, e a experiência da vida corrobora.
Alguém pode ser um primor de ortodoxia, mas um péssimo cristão em termos práticos, em termos de comportamento. Isso porque o fato de saber a verdade não impede a pessoa de errar. Vide o caso do rei Salomão. O homem mais sábio do mundo cometeu uma tolice, pecou absurdamente, mesmo sabendo, mais do que todos, que a sua atitude era reprovável diante de Deus.
Por outro lado, aquele que valoriza o comportamento correto em detrimento da ortodoxia esquece que é impossível termos um comportamento completamente correto se nos falta a compreensão da Verdade. É justamente por isso que, invariavelmente, aqueles que colocam relacionamentos acima de doutrina aceitam e reproduzem, às vezes inconscientemente, posicionamentos e comportamentos absolutamente equivocados.
Ou seja, ortodoxia e ortopraxia se completam. Para que haja real ortopraxia, é preciso ortodoxia; e para que a ortodoxia gere frutos, é necessário que ela seja encarnada na vida, se manifeste nas ações; é necessário que seja algo mais do que mero conhecimento; é necessário que se materialize em ortopraxia. Ortodoxia sem ortopraxia é verdade sem vida; já ortopraxia nem existe em sua plenitude sem ortodoxia, pois não há Vida se ignoramos a Verdade.
A importância de como lidamos com os meios e fins
Foi o escritor liberal e dramaturgo alemão Gotthold Lessing que, no século 18, afirmou a seguinte sandice: “Se Deus me oferecesse, com sua mão direita, toda a verdade e, com a esquerda, a procura interminável da verdade, ficaria com a mão esquerda”. O motivo para tal escolha? Explica Lessing: “A jornada para encontrar a verdade é mais importante que o destino”.
Lessing, que não acreditava que a Bíblia era a Verdade, se esquecia do que bem frisou Erwin Lutzer, que se ele não possuísse absolutamente nenhuma verdade, "não poderia discernir nem mesmo graus de veracidade; não saberia sequer se sua procura estaria levando-o à direção correta, já que nem saberia o que estaria procurando". Não saberia se os meios utilizados eram corretos ou errados para se chegar ao fim desejado.
Aliás, muitos dos erros que as pessoas cometem na vida estão relacionados justamente à forma como lidam com a relação “fins” e “meios”. Se há os que erram por raciocinarem e agirem maquiavelicamente, isto é, pensando e praticando que os fins justificam os meios, há os que também erram por raciocinarem e agirem guiados pelo mote de Lessing: os meios valem mais do que os fins. Não! Tanto os fins quanto os meios são importantes.
No fundo, no fundo, quem faz a escolha de Lessing não quer mesmo a Verdade, posto que mesmo um pouco da Verdade é melhor do que uma busca contínua; não quer o verdadeiro crescimento espiritual, pois este só pode acontecer a partir do conhecimento e aplicação da verdade bíblica, que, às vezes, incomoda. As doutrinas bíblicas fundamentais são claras e apresentadas objetivamente nas Sagradas Escrituras, mas suas implicações em nossas vidas chocam-se com a natureza pecaminosa, por isso muitos reagem preferindo a subjetividade. Aliás, as deusas da heterodoxia pós-moderna chamam-se "subjetividade" e "relativismo".
Alguém pode ser um primor de ortodoxia, mas um péssimo cristão em termos práticos, em termos de comportamento. Isso porque o fato de saber a verdade não impede a pessoa de errar. Vide o caso do rei Salomão. O homem mais sábio do mundo cometeu uma tolice, pecou absurdamente, mesmo sabendo, mais do que todos, que a sua atitude era reprovável diante de Deus.
Por outro lado, aquele que valoriza o comportamento correto em detrimento da ortodoxia esquece que é impossível termos um comportamento completamente correto se nos falta a compreensão da Verdade. É justamente por isso que, invariavelmente, aqueles que colocam relacionamentos acima de doutrina aceitam e reproduzem, às vezes inconscientemente, posicionamentos e comportamentos absolutamente equivocados.
Ou seja, ortodoxia e ortopraxia se completam. Para que haja real ortopraxia, é preciso ortodoxia; e para que a ortodoxia gere frutos, é necessário que ela seja encarnada na vida, se manifeste nas ações; é necessário que seja algo mais do que mero conhecimento; é necessário que se materialize em ortopraxia. Ortodoxia sem ortopraxia é verdade sem vida; já ortopraxia nem existe em sua plenitude sem ortodoxia, pois não há Vida se ignoramos a Verdade.
A importância de como lidamos com os meios e fins
Foi o escritor liberal e dramaturgo alemão Gotthold Lessing que, no século 18, afirmou a seguinte sandice: “Se Deus me oferecesse, com sua mão direita, toda a verdade e, com a esquerda, a procura interminável da verdade, ficaria com a mão esquerda”. O motivo para tal escolha? Explica Lessing: “A jornada para encontrar a verdade é mais importante que o destino”.
Lessing, que não acreditava que a Bíblia era a Verdade, se esquecia do que bem frisou Erwin Lutzer, que se ele não possuísse absolutamente nenhuma verdade, "não poderia discernir nem mesmo graus de veracidade; não saberia sequer se sua procura estaria levando-o à direção correta, já que nem saberia o que estaria procurando". Não saberia se os meios utilizados eram corretos ou errados para se chegar ao fim desejado.
Aliás, muitos dos erros que as pessoas cometem na vida estão relacionados justamente à forma como lidam com a relação “fins” e “meios”. Se há os que erram por raciocinarem e agirem maquiavelicamente, isto é, pensando e praticando que os fins justificam os meios, há os que também erram por raciocinarem e agirem guiados pelo mote de Lessing: os meios valem mais do que os fins. Não! Tanto os fins quanto os meios são importantes.
No fundo, no fundo, quem faz a escolha de Lessing não quer mesmo a Verdade, posto que mesmo um pouco da Verdade é melhor do que uma busca contínua; não quer o verdadeiro crescimento espiritual, pois este só pode acontecer a partir do conhecimento e aplicação da verdade bíblica, que, às vezes, incomoda. As doutrinas bíblicas fundamentais são claras e apresentadas objetivamente nas Sagradas Escrituras, mas suas implicações em nossas vidas chocam-se com a natureza pecaminosa, por isso muitos reagem preferindo a subjetividade. Aliás, as deusas da heterodoxia pós-moderna chamam-se "subjetividade" e "relativismo".
Crescimento na Verdade
O crescimento espiritual de que fala a Bíblia é mais do que a busca pela Verdade (que é só uma parte do processo), é também um crescimento na Verdade, exarada na Palavra de Deus. Como assim?
Digamos que você, hoje, já conhece e estudou bem tudo aquilo que Deus nos deixou revelado em Sua Palavra para o nosso crescimento espiritual ou pelo menos já sabe bem o essencial da Verdade, apresentada objetivamente nas Escrituras. Ora, isso não significa nem que você deve agora procurar verdades além da Bíblia para continuar “crescendo” nem que você deve achar que já cresceu em Deus porque já estudou tudo. Muito pelo contrário. Você deve crescer espiritualmente a partir da Verdade que aprendeu, aplicando-a todos os dias em sua vida e, assim, sendo aperfeiçoado. Disse Jesus: “Santifica-os na Verdade, a Tua Palavra é a Verdade” (Jo 17.17).
Porém, como Lessing, muitos cristãos hoje não querem a verdade objetiva, mas, sim, subjetividade, relatividade, o caminhar cheio de reformulações constantes. Por quê? Porque é muito mais atraente. É muito mais cômodo viver a partir de princípios flexíveis do que a partir de princípios inamovíveis. É muito mais cômodo uma ética situacionista do que uma ética cimentada. A verdade objetiva nos impõe aplicá-la, vivê-la, apesar de nossas vontades, circunstâncias e gostos pessoais. A verdade relativa, ao contrário, que é construída, adaptada e readaptada conforme as conveniências, conforme o feeling pessoal, não nos exige tanto compromisso, mas apenas o ser politicamente corretos.
Nós, porém, procuremos permanecer na Verdade, aprender mais da Verdade, nos conduzir conforme a Verdade, viver a Verdade. Em nome de Jesus.
49 comentários:
O que dizer de um artigo como este? Apenas que ele trata da Verdade Absoluta de um modo simplesmente verdadeiro e puro.
Excelente artigo!
Para o homem é muito incômodo admitir que existe uma Verdade Absoluta estabelecida que ele deve observar. A vontade de estar sempre no controle de tudo o leva a relativizar aquilo que não é passível de variação. É uma sede por "liberdade" que leva o homem a escravidão e declínio do relativismo.
Deus o abençoe ricamente nobre irmão Silas Daniel. Em nome de Jesus.
Abraços.
Fica na graça do nosso Deus.
Caro Anchieta,
É isso aí. O relativismo é atraente porque promete uma falsa "liberdade", quando ela, na verdade, mantém o homem em escravidão; já a Verdade, por sua vez, incomoda, mas é justamente ela que liberta-nos das trevas (Jo 8.32).
O relativismo não é luz, mas nebulosidade. Ou seja: quem ama o relativismo está procurando menos luz e mais sombras. O cinzento e nebuloso é, para ele, mais cômodo do que a luz o atingindo em cheio. Já quem ama a verdade foge das sombras, quer mesmo é luz.
Abraços!
A paz do Senhor, Pr. Silas Daniel!
Gostei de ler esse texto. Concordo plenamente com tudo que foi escrito. Mas, depois de lê-lo, fiquei refletindo... Se fosse possível, gostaria que o senhor me explicasse como você entende a passagem do bom samaritano.
Pois digamos que o sacerdote, representasse hoje, aqueles que priorizam a ortodoxia e o samaritano, aqueles que priorizam a ortopraxia.
Esta parábola foi ensinada pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Ele quis ensinar que ortodoxia não se distancia da ortopraxia? Mas como fica o exemplo do samaritano, visto que supostamente não valorizava a ortodoxia? Essa passagem bíblica pode ser utilizada como exemplo desse assunto? Se eu estiver equivocada, me corrija por favor. Quero aprender e entender. Na paz de Cristo, Quédia.
Cara Quédia, a Paz do Senhor Jesus!
Sua pergunta é muito oportuna, já que é comum aqueles que colocam relacionamentos acima de doutrina usarem a Parábola do Bom Samaritano para justificar sua posição, confundindo muita gente, quando essa parábola de Jesus não ensina nada disso.
Lembremo-nos que a Parábola do Bom Samaritano foi proferida por Jesus em resposta à pergunta “Quem é o meu próximo?”, proferida por um intérprete da Lei “querendo justificar-se” (Lc 10.29). Ora, justificar-se do quê? Da observância equivocada que ele e a mentalidade prevalecente na época faziam do mandamento “amarás o teu próximo como a ti mesmo”, citado por ele em resposta a Jesus (Lc 10.27). A interpretação que aquele homem fazia desse mandamento era a usual na época: amar somente os meus amigos, e não os meus inimigos, como o próprio Jesus lembrou e condenou contundentemente em Seu Sermão da Montanha (Mt 5.43). Leia com atenção Mateus 5.43-48 e Lucas 6.32-36.
Aquele intérprete da Lei abordou Jesus com a pergunta “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Lc 10.25), com o intuito de “pôr Jesus em provas”, em teste (Lc 10.25). O que Jesus fez? Devolveu-lhe a pergunta: “Que está escrito na lei? Como interpretas?” (Lc 10.26). Note: “Como interpretas?” Ou seja: “Você é um ‘intérprete da Lei’, um ‘nomikos’ (no grego) da Lei, isto é, um ‘advogado da Lei’, um respeitado teólogo judeu, então me diga você, que é bom de interpretação, como interpretas?” E quando aquele homem citou “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10.27), Jesus disse-lhe: “Respondeste corretamente; faze isto e viverás” (Lc 10.28). Ou seja: “A doutrina está correta, o comportamento é que não está. Você está doutrinariamente correto, como é de se esperar. Ortodoxia nota 10! Mas falta ainda cumprir o mandamento, praticá-lo, materializar em atos sua ortodoxia”.
Ora, se aquele homem respondesse biblicamente errado, Jesus o corrigiria. Mas não foi o caso. Aquele homem respondeu corretamente e Jesus destacou isso. Jesus não tinha problemas com ortodoxia, mas, sim, com o que ficou conhecido como “farisaísmo”: hipocrisia, falsidade, divórcio entre doutrina e prática, fé em Deus de fachada, arrogância religiosa, interpretações equivocadas do texto bíblico só para satisfazer egos e gostos pessoais etc. Esse era o caso daquele intérprete da Lei. Tanto é que, quando tudo já estava resolvido, aquele homem quis “justificar-se”, diz o texto bíblico (Lc 10.29), perguntando “Quem é o meu próximo?” Por que justificar-se fazendo essa pergunta? Será que foi porque ele se sentiu fazendo uma pergunta boba, cuja resposta seria óbvia demais, e agora queria justificar-se dizendo: “É que eu tenho dúvidas acerca de quem é meu próximo...”? Não! A pergunta original era uma espécie de teste de ortodoxia mal intencionado (Lc 10.25). Ele esperava uma resposta diferente e heterodoxa de Jesus, mas Jesus fez ele mesmo dar a resposta certa à sua própria pergunta e assentiu com ela, como não poderia ser diferente (a resposta estava correta, biblicamente ortodoxa, estava conforme “escrito na lei” – Lc 10.26), mas destacando a necessidade de cumprir o mandamento, com o objetivo claro de confrontar aquele homem com o fato de que ele não estava vivendo ao pé da letra o que ensinava. Ele queria colocar Jesus em xeque, mas Jesus foi quem o colocou em xeque.
A resposta daquele homem a Jesus, provocada pelo Mestre, confrontou-o com sua própria crença, confrontou seus atos com suas palavras, sua prática com a sua doutrina. Mostrou-lhe que a diferença dele (e seus colegas) não era saber como herdar a vida eterna, pois disso ele sabia, mas, sim, a falta de disposição dele(s) em realmente fazer o que ele(s) sabia(m) que era certo para herdar a vida eterna. “Faze isto e viverás” (Lc 10.28).
Está claro que o intérprete da Lei não cumpria corretamente os mandamentos que conhecia muito bem (o que está em foco é o segundo – “Ama o teu próximo como a ti mesmo” –, mas o não cumprimento do segundo compromete o cumprimento do primeiro mandamento), por isso quis “justificar-se”, perguntando “Quem é o meu próximo?” (Lc 10.29). Tipo: “Ok, amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a mim mesmo. Mas, quem é o meu próximo? Será que não está havendo uma diferença entre nós, fariseus, e você quanto ao que significa o segundo mandamento? Quem é o próximo nesse mandamento?”
O problema dos fariseus não era saber o que era certo, mas cumprir o que sabiam que era certo, responder corretamente, em atos, ao que sabiam que era certo. Vide o caso da blasfêmia contra o Espírito Santo, da qual Jesus acusou os fariseus. Só blasfema contra o Espírito quem está consciente do que está fazendo. Não se blasfema contra o Espírito por ignorância, ou seja, sem saber o que se está fazendo. O pecado da blasfêmia dos fariseus é que eles sabiam que Jesus fazia seus milagres pelo Espírito Santo, mas, mesmo assim, atribuam propositalmente esses milagres ao Diabo. Era algo consciente.
Ou seja, o problema dos fariseus não era tanto ortodoxia, mas a falta de prática dessa ortodoxia, ausência de ortopraxia. E até um pouco de falta de ortodoxia também (e proposital)! Sim, porque, como a maioria de sua época, reinterpretavam o mandamento “amarás o teu próximo como a ti mesmo” para não cumprirem aquilo que sabiam que deviam cumprir. Sabiam, sim, vide o que aquele intérprete da Lei respondeu a Jesus ao final da parábola (Lc 10.36,37). Ainda hoje é assim. Muitas pessoas sabem o que diz a Bíblia, são grandes conhecedores da doutrina bíblica, mas são falhos e flexíveis no cumprimento dela e tentam se justificar. Só cumprem corretamente o que lhes interessa, e isso denota falta de comunhão com Deus, de relacionamento com Ele, o que provoca essas coisas.
É por isso que Jesus disse no Seu Sermão da Montanha: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5.20); e, em seguida, passou a dar exemplos do que estava falando, demonstrando que a justiça dos fariseus consistia em doutrina sem prática, ortodoxia sem ortopraxia, e, no máximo, na mera observância da Lei e dos costumes sem uma realidade espiritual produzida pelo relacionamento com Deus pela fé; ou seja, sem uma retidão interna que se expressa externamente. Era algo forçado de fora para dentro e não uma realidade que fluía de dentro para fora. Lembre-se que, antes de Jesus afirmar o que disse em Mateus 5.20, clarificou que não veio revogar a Lei, mas cumpri-la (Mt 5.17-19). Para entender melhor, indico o segundo capítulo do meu livro “A Sedução das Novas Teologias” (CPAD), na parte em que falo sobre Lei e Graça (falar disso aqui exigiria uma nova postagem).
Enfim, a Parábola do Bom Samaritano não é uma parábola que afirma que atitudes corretas são mais importantes do que doutrinas corretas. Não! As duas são igualmente importantes! Pensar o contrário é dizer que Jesus estava querendo afirmar com essa parábola que os samaritanos não eram hereges. Nada disso. Trata-se de uma ironia contundente de Jesus: o benfeitor da parábola é um herege, errado tanto na doutrina quanto na prática bíblica conforme o próprio Jesus (Jo 4.20-22), mas tinha um amor real pelo inimigo, enquanto o sacerdote e o levita, de quem se esperava mais do que ninguém que agissem corretamente, não o fizeram. Tinham a doutrina correta, mas a prática errada, enquanto o samaritano tinha a doutrina errada e práticas erradas decorrentes dessa doutrina errada, mas, naquele aspecto, fez a coisa certa. Foi melhor do que os outros dois.
Para entendermos melhor essa parábola, digamos que ela fosse contada hoje, em nossos dias, mas da seguinte forma: no lugar do sacerdote e do levita, falemos de um pastor e um obreiro e, no lugar do samaritano, coloquemos um espírita. Ora, o fato de o espírita ter feito a coisa certa e o pastor e o obreiro terem feito a coisa errada significa que o espírita está correto doutrinariamente? Não! Está dizendo que (1) não basta ter a doutrina certa, é preciso também vivê-la, praticá-la – “Faze isto e viverás” (Lc 10.28); “Vai e procede tu de igual modo” (Lc 10.37) –; e que (2) os ímpios muitas vezes são mais prudentes do que os crentes. Ainda hoje não é assim? No dia-a-dia, não assistimos, de vez em quando, versões da Parábola do Bom Samaritano? Por exemplo, quando até mesmo uma pessoa ímpia age mais coerentemente em determinada situação do que um cristão, de quem se esperaria uma atitude coerente.
Em síntese: a Parábola do Bom Samaritano claramente não é um desprezo ou demérito à ortodoxia, mas uma forma prática de ilustrar a importância da ortodoxia com ortopraxia, da fé com obras. Obras sem fé é errado. Fé sem obras também. O correto, o defendido pelas Escrituras, é fé com obras. Ortodoxia com ortopraxia e não ortopraxia acima da ortodoxia. Até porque, repito, é possível ortodoxia sem ortopraxia, mas é impossível completa ortopraxia sem ortodoxia.
Abraços! E mais uma vez obrigado por enriquecer o assunto com essa reflexão!
Pastor Silas, eu que agradeço por essa maravilhosa e abençoada "aula".
Entendi que Jesus estava falando da importância da ortodoxia e ortopraxia juntas. Mas tinha dúvidas quanto a atitude do samaritano, visto que somente agiu certo (ortopraxia). Obrigado por esclarecer (e muito bem) essa dúvida. Em Cristo, Quédia.
De nada, Quédia. Para mim é um prazer poder ajudar. E obrigado por suas palavras motivadoras.
O Pr Silas só pode está de "brincadeira", nunca vi alguém levar tão a sério a hora de responder os comentários aqui no blog. É admirável o seu comprometimento.
Com relação ao post, falar o que, somente agradecer a Deus por mais um texto por demais instrutivo.
Parabéns!
Deus o abençoe.
ah sim, o senhor alguma vez já pensou em comentar(escrver) uma lição da EBD?
Caro Josélio,
Obrigado por suas palavras motivadoras. Como costumo dizer, com a graça de Deus, procuramos dar o melhor por aqui. Que bom saber que a resposta à dúvida da Quédia foi bênção para sua vida também!
Sobre comentar revistas de Escola Bíblica Dominical, pela graça de Deus, desde o ano passado tenho tido esse privilégio. De lá para cá, escrevi três revistas de Escola Dominical da CPAD: uma para adolescentes ("O atleta cristão") e duas para juvenis ("História da Igreja" e "A Bíblia, a Ciência e as Seitas" - esta deverá sair, se Deus permitir, no último trimestre). Tem sido uma honra e um prazer para mim poder escrever para jovens e adolescentes de todo o Brasil acerca dos princípios bíblicos e sua importância para o nosso dia-a-dia, bem como sobre História da Igreja e Apologética Cristã Contemporânea.
Continue orando por nós, para que, como disse Paulo, Deus esteja, pela Sua graça, nos dando sempre a palavra certa "no abrir da boca" (e eu diria ainda: no riscar da caneta e no digitar as teclas).
Abraços!
Sim, as lições escritas pelo senhor para os adolecentes e juvenis foram e são uma benção.
Mas gostaria de saber se o senhor tem planos para comentar as lições para jovens e adultos.
Seria um bom tema para uma lição da EBD o assunto sobre as novas teologias. O alcançe seria bem maior.
Enquanto isso continuarei orando a Deus em seu favor.
Caro Josélio,
Se tiver de acontecer, para mim será uma grande honra e bênção. E mais uma vez, obrigado por suas palavras motivadoras.
Abraço!
Caros,
Primeiro, uma pequena errata: na sétima linha do antepenúltimo parágrafo do meu comentário do dia 11 de junho em que respondo à dúvida da irmã Quédia, onde se lê "...significa que o espírita está correto doutrinariamente?", leia-se "...significa que o espiritismo está correto doutrinariamente?"
Segundo, quero indicar aos leitores deste blog a próxima edição da revista "Obreiro" (CPAD), que fechamos anteontem. Ela está muito interessante, com artigos sobre Apologética Cristã Contemporânea (dois artigos muito bons sobre o tema, dos pastores Esequias Soares e César Moisés); "Poimênica"; o perfil ético do obreiro; socialismo, capitalismo e cristianismo; pós-modernidade, etc, além de entrevistas com os pastores Carlos Roberto Silva, de Cubatão (SP), e George Oliver Wood, recém-eleito presidente do Comitê Mundial das Assembléias de Deus. A revista está muito boa mesmo!
Os interessados em adquiri-la poderão fazê-lo pelo site www.cpad.com.br, pelo telefone 0800-21-7373 ou nas filiais da Casa espalhadas pelo país. A revista deverá estar disponível para venda, no mais tardar, até o dia 25 deste mês.
Abraços!
Pastor Silas,
Parabens por mais este artigo. Muito boa sua explanação. Creio que um dos sinais de uma igreja fraca e de frieza espiritual na vida da pessoa é a falta de valor a Palavra de Deus. Continue nesse ministerio pregando a Palavra como ela é. Deus o abencoe.
Paulo Silva
Caro Paulo,
Obrigado por suas palavras de motivação. Concordo com você: a qualidade da nossa vida espiritual está ligada, intrinsecamente, à forma como valorizamos a Palavra de Deus nas nossas vidas. E entenda-se por valorizar a Palavra de Deus atentar para ela, lê-la todos os dias, estudá-la, amá-la e praticá-la.
Creio que faltam mais pregações bíblicas hoje em dia, e isso se deve exatamente a isso. A obsessão do pregador não deve ser tornar-se um grande orador (por mais importante que seja ter uma boa oratória, ser eloqüente), mas, antes e acima de tudo, transmitir com correção, fervor e graça divina um conteúdo que tem o seu lastro, apoio e estrutura todos na Palavra; é tocar vidas com a Palavra de Deus, ser canal para que a Palavra, em sua integridade, flua livremente para tanger e transformar vidas.
Jesus é o nosso maior exemplo. Nas pregações de Jesus registradas nos Evangelhos, o Mestre cita as Escrituras simplesmente 180 vezes! Isso mosta o apreço que Ele tinha pela Palavra. É o mesmo que devemos ter, para nossa saúde espiritual.
Abraços!
“Ortodoxia e ortopraxia se completam”...
Grande verdade exposta nesse equilibrado texto.
Por que muitos cristãos abraçaram o relativismo e a subjetividade pós-moderna? Além de suas repostas, complemento com dois pontos:
01. Os liberais possuem uma linguagem piedosa.
Os liberais, principalmente no campo filosófico e teológico, conseguem com seu engodo conquistar com uma linguagem piedosa os incautos e desinformados.
02. Muitos cristãos ortodoxos são inflexíveis.
Mark Dever, pastor conservador reformado disse: “Algumas vezes, os Cristãos preocupam-se tanto com o que é certo e errado que perdemos a nossa humildade... nós pensamos que conseguimos ver o que está certo e portanto tornamo-nos auto-virtuosos pensando ‘Eu sou esperto o suficiente para saber isto. Sou esperto o suficiente para resolver isto’”. Mas Mark Dever complementa: “(O pós-modernismo) pode produzir uma espécie errada de humildade intelectual que eventualmente diga que não há nenhuma verdade que possamos conhecer”.
Concordo plenamente com o conceito de “ortodoxia humilde” de Dever, algo que nada tem haver com a “ortodoxia generosa” de Brian McLaren, sendo a primeira conservadora e amante das Sagradas Escrituras, a segunda é pós-moderna, relativista, revisionista e liberal.
Devemos ser mais humildes em falar a Verdade para as pessoas que nos cercam, pois se não estaremos caindo no poço do orgulho que prejudica a transmissão das boas-novas. Muitos foram aqueles que sofreram recriminação por questões secundárias e até mesmo por legalismos em “usos e costumes” (até hoje isso acontece). Verdade e amor devem andar de mão juntas!
Não devemos esquecer que a humildade não deve ser confundida com a “piedade” politicamente correta dos “cristãos” pós-modernos.
Um abraço pastor Silas...
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com
Caro Gutierres,
Obrigado por suas importantes colocações. Quero apenas fazer uma ressalva, expandindo o seu segundo tópico.
Antes de tudo: gostei do que o Mark Dever quis dizer. A intenção dele, o seu objetivo, é perfeito. Minha ressalva é apenas quanto à forma como ele diz a coisa, à forma como ele se expressa sobre esse importante assunto. Da maneira que ele faz, acaba, involuntariamente, reproduzindo um erro ao qual já nos referimos tanto. Como assim?
O que ressalto na atual postagem, o fato para o qual estou chamando a atenção dos leitores, é que os que geralmente criticam atitudes equivocadas de pessoas que alardeiam sua ortodoxia bíblica muitas vezes não percebem, em sua indignação, que o problema não é a ortodoxia dessas pessoas, mas a ortopraxia delas. O problema é a hipocrisia, é a falta de materialização da ortodoxia que expressam. Expressam-na em palavras, mas não em suas vidas. Não a encarnam.
Não ajuda a insistência em nomenclaturas do tipo "ortodoxia mais humilde", "ortodoxia mais amorosa" etc, pois elas carregam a mesma perda de foco, reproduz o mesmo erro: o de que o problema nesses casos é com o tipo de ortodoxia. Não! O problema não é ortodoxia. O problema é ortopraxia. Se fosse de ortodoxia, já não seria ortodoxia, mas, sim, heterodoxia.
Raciocinemos um pouco mais, para que possa ser melhor compreendido.
Ora, a ortodoxia nunca pode ser o problema nesses casos se, quando falamos de ortodoxia mencionando-os, estamos querendo nos referir mesmo à ortodoxia bíblica. O problema, nesses casos, está na pessoa e não na sua ortodoxia. Ou na forma de lidar com ela. O fato de sermos ortodoxos biblicamente em nossa Teologia não deve nos levar à arrogância. Ao contrário! Se não, viveremos o oposto do que dizemos ser.
É um equívoco pensar que “o problema é que a ortodoxia daquela pessoa é muita arrogante, sem humildade”. Ora, experimentemos dizer o mesmo acrescentando ao “ortodoxia” o complemento “bíblica”. Quando estamos falando de ortodoxia, não estamos nos referindo à ortodoxia bíblica? Estamos ou não estamos? Se não estamos, o caso é de heterodoxia. Pois bem, veja o resultado: “O problema é que a ortodoxia bíblica daquela pessoa é muita arrogante, sem humildade, inflexível”. Ora, se a ortodoxia bíblica prega a humildade e o amor, logo não existe “ortodoxia bíblica sem humildade” ou “ortodoxia bíblica arrogante”. O que existem são pessoas que podem estar teologicamente certas em suas convicções, biblicamente corretas em suas afirmações, mas terrivelmente equivocadas na sua prática, na hora de viver o que se prega. Vivem em hipocrisia, com uma fé morta, porque a fé bíblica, para ser viva, tem que vir acompanhada de obras. A fé bíblica é mais do que ortodoxia bíblica nos pensamentos; implica em ortodoxia bíblica nas ações. Mas tem gente que é bíblico na teoria e antibíblico na prática. Ortodoxo ao responder às questões, mas heterodoxos no seu comportamento, em suas ações. O nome disso é falta de ortopraxia.
Se digo que há ortodoxos arrogantes ou ortodoxos que praticam maldades, vê-se claramente que o problema está na pessoa, e não no que professa, pois tais definições ("ortodoxos arrogantes" e "ortodoxos que praticam a maldade") trazem em si uma contradição, designam pessoas que vivem e são uma contradição ambulante entre o ensino que vertem e a prática que desenvolvem. Ora, se esses homens são mesmo ortodoxos, devem pregar a humildade, a bondade e o amor. Se não pregam isso, não são ortodoxos. Um ortodoxo que prega a arrogância e a maldade não é ortodoxo, é heterodoxo, porque a ortodoxia bíblica prega o amor, a bondade etc. E se prega isso, mas não o cumpre, é hipócrita. Ou seja, no primeiro caso, não há ortodoxia bíblica, mas heterodoxia; no segundo caso, o que há é hipocrisia, falta de ortopraxia.
Perguntemo-nos: A ortodoxia bíblica ensina o orgulho? A ortodoxia bíblica ensina a soberba? A ortodoxia bíblica ensina o desamor? A maldade? A resposta é mais do que óbvia. Então, não se deve falar de “ortodoxia (no sentido de ortodoxia bíblica) sem humildade” ou “ortodoxia (no sentido de ortodoxia bíblica) sem amor”, pois nem uma coisa e nem a outra são ortodoxia. Falemos de hipocrisia, de cristãos auto-contraditórios, de cristianismo só de fachada, de cristianismo divorciado da prática, de cristãos nominais etc.
Que não apenas professemos a ortodoxia bíblica, mas que a vivamos. Que não caiamos na arrogância, denunciada por Dever, de achar que porque sabemos a Verdade somos muito bons ou melhores do que os outros. Não! O fato de sabermos só aumenta nossa responsabilidade. Se sei e não faço o que sei, ai de mim! Muitos sabem e não vivem. Salomão que o diga. Mais do que qualquer um em sua época, ele sabia discernir o que era certo e o que era errado. Mas isso não o impediu de errar. E quantos cristãos e teólogos que “conhecem tudo de Bíblia”, como se diz popularmente, mas não a vivem!
Saber a Verdade não me impede de errar. Viver a Verdade me impede de errar.
Que não sejamos só cristãos convencidos, mas também convertidos!
Abraços!
Entendi... Realmente a forma de se expressar pode causar interpretações equivocadas sobre a intenção de manter a ortodoxia com a ortopraxia.
Um abraço e obrigado pelas respostas.
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blospot.com
De nada, Gutierres. E obrigado por ter enriquecido esta reflexão.
Abraço!
Caro pastor Silas,
Felicito você por tão elucidativo texto, embora continue crendo que não seja, necessariamente, "muito mais cômodo viver a partir de princípios flexíveis do que a partir de princípios inamovíveis"; na verdade ainda acredito mais que "ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho".
Felicito-o porque, depois de tanta defesa da ortodoxia na blogosfera, o pastor brinda-nos com um texto que propõe uma, assim digamos, "homodoxia" que contempla a necessidade da reta opinião, carência primária, mas enfatiza que a ortodoxia só faz sentido quando levada às últimas conseqüências, isto é, quando encarnam a advertência de Jesus aos seus discípulos: “vocês serão meus amigos se fizerem o que vos mando".
A Ortodoxia é imprescindível, mas qualquer ortodoxia que não redunda em ortopraxia é meramente um credo. Fé só se percebe com o credo praticado. Como já dizia o escritor Tiago: “alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.”
Um abraço
Paulo Silvano
Caro pastor Paulo Silvano,
Obrigado pelas felicitações, apenas faço quatro observações das quais não poderia me furtar.
Primeiro: O irmão parece sugerir que eu melhorei porque teria deixado de defender a ortodoxia na blogosfera para, agora, defender a ortopraxia (como se defender a ortopraxia não estivesse ligado a defender a ortodoxia). Desculpe se entendi mal, mas é o que parece. Ora, há alguma contradição em “defender tanto a ortodoxia na blogosfera” e defender que “a ortodoxia deve ser levada às últimas conseqüências”, deve se materializar na vida? Há alguma não-relação entre um discurso e o outro? Não é óbvio que, neste texto, como em tantos outros, estou defendendo a ortodoxia? Que estou dizendo: “Sejamos biblicamente ortodoxos mesmo, e não só de fachada”? Ortopraxia nada mais é do que ortodoxia de fato, em atos, em vida, e não apenas em teoria, em afirmações. Por isso, é incrível que o irmão tenha visto alguma mudança de discurso aqui, como sugere com a colocação “...depois de tanto defender a ortodoxia na blogosfera...”.
Segundo: Não é mais cômodo viver a partir de princípios flexíveis do que a partir de princípios inamovíveis? Flexibilidade é, então, sinônimo de incômodo? Qual seria, então, o antônimo de flexibilidade? E esse antônimo seria sinônimo de comodidade?
Terceiro: Não é correta a sua aplicação da parábola do vinho novo em odres velhos. Essa parábola, como todos sabemos ou pelo menos devemos saber, fala da impossibilidade de misturar o Evangelho com o ritualismo do Judaísmo, ou seja, a Graça com o ritualismo e a formalidade religiosa, o Evangelho com as tradições humanas. Esse é o significado dessa passagem. Como a ortodoxia de que falamos diz respeito ao Evangelho, e não ao ritualismo judaico ou a qualquer tradição humana, fica parecendo que o tal vinho novo ao qual o irmão se refere, ao usar essa parábola aqui como contraponto ao exposto, é uma espécie de “outro evangelho”. Mesmo que eventualmente se possa fazer uma aplicação um pouco mais “elástica” dessa parábola, nunca posso usá-la identificando o “odre velho” com a ortodoxia bíblica, pois “odre velho”, ali, é ritualismo, tradições humanas, e não ortodoxia bíblica, que implica fundamentos inamovíveis. Basta reler o contexto imediato dessa parábola para percebê-lo (Mt 9.14-17, Mc 2.18-22 e Lc 5.33-39).
Os discípulos de João eram, em relação ao jejum, ascetas, exatamente como os fariseus. Pela Lei, o jejum só era um dever no Dia da Expiação (Yom Kippur) e nos dias em que era proclamado publicamente. Porém, os fariseus iam além, jejuando duas vezes na semana, especificamente nas segundas e quintas-feiras, e alguns jejuavam até quatro vezes por semana. E ainda gostavam de demonstrar que estavam jejuando, só para aparecer, o que foi contundentemente criticado por Jesus (Mt 6.16-18). Os discípulos de João também jejuavam muitas vezes, aliando-se, nesse aspecto, aos fariseus. E por serem ascetas como eles, criticaram Jesus sobre Seus discípulos não jejuarem. Então, para responder aos discípulos de João, Jesus cita três parábolas. A primeira, a dos convidados para um casamento; a segunda, a do pano novo em vestido velho; e a terceira, a do vinho novo em odres velhos.
Na primeira parábola, Ele afirma que não havia motivo para Seus discípulos estarem jejuando “muitas vezes” (Lc 5.33) naqueles dias, como os discípulos de João e os fariseus, porque, afinal, estavam com o Noivo. Poderiam eventual e voluntariamente jejuar devido a alguma razão ou circunstância especial (Mc 9.29), como até o próprio Jesus fazia, mas nada de jejum ritualístico ou por formalidade religiosa. Nada de ascetismo.
Jesus não condenava o jejum. Além de obedecer aos dias de jejum proclamados publicamente e ao do Yom Kippur, Ele também jejuava alguns dias voluntariamente, por decisão própria, como em Mateus 4.2. Agora, Jesus sempre foi contra o jejuar meramente religioso, ritualístico e por ascetismo.
Aliás, na segunda e na terceira parábolas, Jesus demonstra claramente isso, quando diz que, além de Seus discípulos estarem com o Noivo (o que justificava o não jejuarem sistematicamente), o Evangelho é incompatível com os vestidos velhos das tradições humanas, incompatível com os odres velhos do ritualismo do Judaísmo (e de qualquer outro tipo de ritualismo). E em Lucas 5.39, num acréscimo do Mestre à metáfora da última parábola, acréscimo este que não se vê nas passagens correlatas de Mateus e Marcos (e que possivelmente foi lembrado pelo grego Lucas justamente para enfatizar aos seus leitores os problemas, em sua época, com os cristãos judaizantes), o Judaísmo com seus ritualismos também é chamado pelo Mestre de “vinho velho” ou “vinho mais antigo”, no sentido de que os discípulos de João e os fariseus (assim como as pessoas acostumadas com vinhos mais antigos naturalmente acham estes melhores do que os vinhos novos) estavam acostumados às tradições judaicas e seu ritualismo, por isso eram resistentes ao vinho novo do Evangelho. Não queriam romper com seu ritualismo, com seus cerimoniais, com suas formalidades etc. Aliás, depois que a Igreja nasce, como vemos em Atos, os primeiros cristãos ainda sofrem com equívocos de cristãos que são judaizantes, presos às tradições do Judaísmo.
Jesus estava dizendo aos discípulos de João, por essas parábolas, que o Evangelho não está, e nem poderia estar, preso a formalidades religiosas, a ritualismos. Ascetismo e liberdade espiritual, isto é, ascetismo e Graça, chocam-se frontalmente. O Evangelho, “o vinho novo”, é vivo, livre de cerimônias, livre da sobrecarga das tradições humanas e das formalidades. Em síntese: não são os fundamentos inabaláveis o entrave à Graça (até porque o aspecto cerimonial da Lei foi revogado, porém não o moral, os princípios, que são inamovíveis), mas, sim, o ritualismo e as tradições humanas.
Porém, infelizmente, é muito popular hoje as pessoas ignorarem o sentido objetivo dos textos bíblicos, procurando sentidos mais adequados ao que se deseja, para acomodá-los à conveniência. É por isso que muitos hoje costumam usar textos bíblicos que falam da incompatibilidade entre o Novo Testamento e o ritualismo Judaico como se fossem textos falando de como não devemos deixar que a ortodoxia seja um estorvo a “outras teologias, novas e salutares”.
Outro detalhe: o irmão fala de “homodoxia”, mas prefiro ortodoxia. “Homodoxia” tira o foco do que realmente estamos falando aqui, porque ele dá a idéia de que a nossa principal preocupação é com a manutenção de uma Teologia homogênea frente a uma Teologia heterogênea, quando nossa preocupação real é com uma Teologia correta, Bíblica.
Em termos doutrinários, a questão não é tanto de homogeneidade, mas é toda de correção, porque, no fundamental, devemos ser ortodoxos e homogêneos, sob pena de, não o sendo, pecarmos; mas, no secundário, é permissível heterogeneidade, a diversidade.
No mais, espero que o irmão não pense que tais observações indispensáveis representem alguma suposta “insistência em opôr-me a tudo o que o irmão diz”, devido a debates passados. Não, longe disso. Estou certo de que o irmão ama Jesus e o Evangelho, e procura segui-lo em sua inteireza, dentro de sua percepção dele; somente, às vezes, confunde um pouco as coisas devido à forma um tanto enviezada como tem aprendido a ver determinados aspectos das doutrinas bíblicas, passando desapercebido por algumas sutilezas que fazem toda a diferença e que, justamente por isso, e pelo compromisso que devemos ter com a correção bíblica, eu não poderia deixar de frisar.
Abraço! E que Deus abençoe sua família e ministério!
Caro Pastor Silas,
Fico grato por publicar o meu comentário, bem como agradeço pelas cosiderações oferecidas.
Um abraço,
Paulo Silvano
De nada, pastor Silvano. E obrigado por ter enriquecido esta reflexão.
Caro pastor Silas,
Parabéns por mais este belo texto! Parabéns também pelo excelente conteúdo das respostas aos comentários. As explicações sobre as parábolas do bom samaritano e do vinho novo em odres velhos foram muito esclarecedoras. Porque não faz uma série de artigos sobre as parábolas de Jesus? Seria muito edificante.
Que Deus continue abençoando seu ministério e o da Lília (o novo CD dela está uma benção!)
Em Cristo,
Andrea Araujo
Cara Andrea, a Paz do Senhor!
Obrigado por suas palavras motivadoras. Anotei a sua sugestão. Só não sei se seria uma série abarcando todas as parábolas. Acho mais interessante abordar os significados e as lições de algumas parábolas específicas. Vou amadurecer a idéia aos poucos.
Quanto ao novo CD da Lília, sei que sou suspeito de falar, mas está mesmo uma bênção!
Que Deus também continue abençoando você e toda a sua família!
Caros,
Aproveito este espaço para informá-los que a edição de julho do jornal "Mensageiro da Paz" já está disponível nas filiais da CPAD no Rio de Janeiro e, creio, também em São Paulo, a partir de amanhã. Nas demais filiais pelo país, estará no decorrer desta semana que entra; e no exterior (Japão, EUA e Portugal), nos próximos dias.
A matéria de capa é sobre o Congresso Mundial da AD, realizado em Portugal no final de maio. Há ainda matérias sobre o providencial socorro que a missão da AD brasileira na África do Sul deu aos imigrantes de nações vizinhas perseguidos pelos sul-africanos; tudo sobre o Projeto Minha Esperança, o número atualizado de igrejas envolvidas, a primeira estimativa do número de casas a serem alcançadas, etc; tudo sobre a próxima assembléia geral ordinária da CGADB, com o local onde será realizado, o tema e os preletores já definidos; e artigos sobre a absurda declaração do presidente Lula sobre os que se opõem ao projeto de lei que criminaliza a "homofobia", sobre as duas principais tentações do pentecostalismo (escrito pelo pastor Isael Araújo), sobre apologética cristã (Esequias Soares), sobre música cristã e muito mais.
Os interessados podem adquirir o MP também pelo site www.cpad.com.br ou pelo telefone 0800-21-7373.
Abraços!
Kharis kai eirene
Prezado Pr. Silas, li embevecido o presente artigo. A escolha de Lessing demonstra o caráter investigativo da filosofia e daqueles que buscam a verdade, e não desejam encontrá-la nos dogmas, principalmente eclesiásticos. Entretanto, a dissertação foi muito perspicaz e produtiva.
Um abraço
www.teologiaegraca.blogspot.com
Caro pastor e amigo Esdras,
Obrigado por suas palavras motivadoras. Só ressalto que, infelizmente, a escolha de Lessing não era apenas a busca da verdade fora de dogmas meramente eclesiásticos. Era a busca da verdade partindo mesmo do princípio de que a Bíblia não é a verdade, como o próprio Lessing tanto ressaltava.
Lessing não era uma pessoa que empreendia uma investigação filosófica da verdade porque estava em dúvida se a Bíblia era a Verdade ou não. Lamentavelmente, ele era uma pessoa que negava e rechaçava definitivamente a Bíblia como sendo verdadeira e, porque a desprezava, fez de tudo para tentar contradizê-la. E chegou até ao ponto de dizer, depois de ser contra-argumentado em algumas oportunidades, que, ainda que a Bíblia fosse verdadeira, preferia continuar desprezando-a para ficar com sua investigação filosófica. Ele, que foi o primeiro a empreender a "busca pelo Jesus histórico" (não por motivos nobres ou de dúvida, mas com o objetivo expresso de atacar o cristianismo, que chamava de "loucura" e "praga"), simplesmente afirmava, por exemplo, que os Evangelhos eram um conjunto de relatos falsos acerca de Jesus; que Jesus não era Deus, mas apenas um homem excepcional de sua época, como tantos outros de outras épocas; que não existe religião verdadeira e que o que importa mesmo são apenas os valores humanos etc.
Ora, diferentemente do que fazia Lessing, a investigação filosófica coerente não parte definitivamente do princípio de que algo é errado ou certo, falso ou verdadeiro. Ela busca comprovar se esse algo é certo ou errado, verdadeiro ou falso, se é coerente ou não o que está investigando. Lessing começou descartando a Bíblia como verdadeira para depois empreender a "busca pela verdade". Ele nem tomou isso como uma premissa que poderia ser mudada à medida que a investigação apontasse para outro lado. Ele já tomou como certo e definitivo, não aceitando a análise de qualquer evidência que levasse sua investigação a apontar o contrário. Isso não é investigação filosófica séria. Isso é desonestidade intelectual.
Portanto, por mais que Lessing tenha tido lá sua importância secular como crítico e artista em sua época, sua elaboração filosófica e teológica obviamente não nos é um bom exemplo.
Abraço!
Pastor Silas,
Parabéns por mais este artigo. Continue nesse ministério pregando a Palavra como ela é. Também sou um dos que torcem para que o senhor seja um dos comentaristas das Lições Bíblicas de jovens e adultos, da CPAD. Alias coloquei até seu nome, juntamente com o Pr Ciro Sanches e Pr Esdras Costa Bentho, como sugestão para uma possível renovação.
Em Cristo,
Joabe Ferreira Inácio
Pastor Silas,
Parabéns por mais este artigo. Seus escritos demonstram não somente erudição, mas também praticidade. Eu até tomei essa expressão “emprestado”, ortodoxia e ortopraxia se completam, na EBD do dia 22/06. Continue nesse ministério pregando a Palavra como ela é. Consegui adquirir ainda a tempo a revista Obreiro, na qual tem uma pregação sua, eu e o pessoal da minha igreja gostamos muito da mensagem .Também sou um dos que torcem para que o senhor seja um dos comentaristas das Lições Bíblicas de jovens e adultos, da CPAD. Alias coloquei até seu nome, em uma comunidade do orkut, juntamente com o Pr Ciro Sanches e Pr Esdras Costa Bentho, como sugestão para uma possível renovação.
Em Cristo,
Joabe Ferreira Inácio
Caro Joabe,
Obrigado por suas palavras motivadoras. E que bom saber que o conteúdo deste blog tem sido uma bênção para os irmãos também na Escola Dominical!
Sinto-me feliz em saber que os irmãos apreciam tanto nossos textos, ao ponto de considerar-me um bom nome para comentar a revista "Lições Bíblicas", o que para mim seria uma grande honra, mas já me sinto extremamente honrado em poder ser canal de bênçãos para jovens e adolescentes de todo o país por meio das revistas de "Adolescentes" e "Juvenis" da CPAD. É uma honra e uma grande responsabilidade.
Sobre os irmãos mencionados, os pastores Ciro Zibordi e Esdras Bentho, considero-os também destaques desta nova geração. Acrescentaria ainda a essa lista os pastores Marcos Tuler e César Moisés, dentre outros. Sinto-me honrado em ser citado ao lado desses amados irmãos, que tenho o prazer de ter também como amigos.
No mais, obrigado mais uma vez pelas palavras de apreço e motivação, e peço ao amado irmão que continue orando por nós para que Deus possa continuar nos ajudando a produzir textos que possam orientar, edificar e abençoar vidas.
Abraço!
Importante artigo pastor Silas, que a meu ver são causados por duas coisas: A mente pós-moderna, como o senhor muito bem frisou, mas também o egocentrismo no coração humano, falta apureza de coração(sem querer entra em um conceito moderno,me refiro também pelo menos a busca dessa pureza). O problema de hoje muitas vezes(mas claro, não em todos os casos)não é somente o erro entrando na mente das pessoas, mas também a falta de integridade e sinceridade para com Deus de reconehcer esse erro e abandoná-lo.
OBS: Fico feliz em saber que o senhor é que vai ser op comentarista das lições de juvenis, se Deus quiser estarei ministrando sobre ela, aguardo com uma frase juvenil e paraense: "égua muleque, firme!!!"
Caro Victor,
Sem dúvida, como tenho frisado tantas vezes, a mentalidade pós-moderna favorece esse tipo de coisa, ao ponto de a preocupação com a pureza doutrinária, com a correção doutrinária, ser, por incrível que pareça, quase um "asco" para alguns crentes (sic). Como disse na abertura da atual postagem, a expressão "Verdade absoluta" provoca arrepios em muitos, o que é extremamente sintomático e preocupante.
Por outro lado, há também o problema da falta de ortopraxia, que está, por um lado, vinculado à falta de ortodoxia (pois não há plena ortopraxia sem ortodoxia) e, por outro, à incoerência de muitos crentes, incoerência esta decorrente de frieza espiritual, carnalidade, falta de comunhão com Deus. São dois problemas relacionados para os quais devemos atentar nestes últimos dias, e que se resumem em uma única sentença: Devemos ser ortodoxos biblicamente, não só em palavras, mas também em ações.
No mais, obrigado pelas palavras motivadoras, bem ao estilo paraense!
Abraços!
Parabens Pr Silas.
Tem sido muito enriquecido com as postagens e ja sou leitor freqüente do seu Blog.
Um abraço
Caro Daniel,
Obrigado por suas palavras motivadoras. E que bom saber que temos sido bênção também para sua vida!
Abraço!
A Paz do Senhor!
Caro Pastor Silas, venho através deste solicitar a permição do senhor para colocar seu blog no meu, como um blog que recomendo,se não, o senhor pode me mandar um email para o devido fim, desde já,
grato Franklin.
www.irmaofranklin.blogspot.com;
irmaofranklin@hotmail.com;
irmaofrank@gmail.com e
nilkarf@ig.com.br
Caro Franklin,
Não há problema algum. Aliás, agradeço por indicar este blog. O único pedido que faço é para que, caso resolva também publicar algum artigo meu em seu blog, favor citar o nome do autor e a fonte (que é o endereço da postagem ou, pelo menos, o endereço deste blog).
Abraço!
Pr. Silas,
Criei um blog específico para divulgação de artigos e análises teológicas,o ContextoBlog, e como não poderia passar em branco, adicionei seu link aos recomendados por mim.
De uma conferida!
www.contextoblog.blogspot.com
Abraço!
Caro Sidnei,
Parabéns pela iniciativa. Já fiz uma visita e gostei dos textos. Obrigado por incluir este blog nos links recomendados.
Amplexos!
Caros,
Informo que esta semana ainda estarei postando novo artigo. O tema a ser abordado segue a mesma linha das últimas postagens, sendo que, desta feita, estarei aprofundando-me (com vários exemplos) em um sério fator provocador de mixórdia bíblico-doutrinária entre cristãos nos últimos dias: a eleição acrítica de referências. Como assim? A conferir na próxima postagem.
Abraços!
A paz do Senhor irmão Silas
Primeiro quero dizer-lhe que estou sempre lendo suas postagens, mesmo sem comentá-las. É já, um compromisso meu, sempre passar por aqui e buscar algo bom pra ler.
Esse negócio de fins justificam os meios, os meios são mais importante que os fins, bla blá blá, para mim não passa de um amontoado de vãs filosofias, bobas, de homens afastados de Deus.
Claro q nem 8 nem 80 é o correto. Extremos são sempre perigosos. Ora, se o fim do salvo é o céu, como poderei alcança-lo sem os meios corretos. "seguí a paz com todos e a santificação sem a qual niguém verá o Senhor". Aff Essas coisas são peculiares de crentes que já há muito negaram a fé, e querem um deus ao seu próprio modo.
Quanto ao termo "ortopraxia" não estou familiarizado com ele. Mas acho que compreendi pelo contexto.
Abraço
O Júnior de sempre
Caro Junior,
Obrigado por suas palavras de apreço e motivação. Que bom saber que os textos do "Verba Volant Scripta Manent" têm sempre acrescentado à sua vida!
Ortopraxia, como o irmão deve ter entendido bem, é o comportamento correto, praticar o que é certo. Nosso alerta é para que os que são ortodoxos vivam o que crêem, pratiquem a Verdade em vez de apenas esposá-la.
Sobre fins e meios, como já disse e o irmão bem frisa, tanto um como o outro são importantes. Algumas bizarrias decorrem justamente da sobreposição de um em relação ao outro, de colocar um em detrimento do outro. Nem devemos pensar que o que interessa são apenas os fins, já que para se chegar a eles deve-se atentar para os corretos meios; nem os meios são mais importantes do que os fins, já que eles são apenas parte do processo para se chegar ao todo, aos fins. Os meios não são fins em si mesmos. Não se pode fazer dos meios fins nem dos fins, meios.
A confusão que se faz costumeiramente com isso é fruto justamente do uso de vãs filosofias para justificar desvios do coração em relação à Verdade.
Que nossa vida esteja apoiada na Verdade. Amemos, sigamos e vivamos a Verdade em sua plenitue!
Amplexo!
Caro pastor e amigo Silas Daniel,
A paz do Senhor!
Só hoje li este primoroso artigo. Muito edificante! Os textos bons são assim: levam-nos não apenas à reflexão, mas sobretudo à ação.
Agradeço-lhe, outrossim, pela sua atenção àquele assunto que conversamos por telefone.
Em Cristo,
Ciro Sanches Zibordi
Caro pastor e amigo Ciro, a Paz do Senhor!
Obrigado pelas palavras de motivação. Como o irmão bem sabe, pela graça de Deus, temos procurado ser bênção por meio deste blog. Ou seja, se temos conseguido, é pela bondade do Senhor.
Aliás, gostaria de aproveitar para destacar a colocação do irmão, que muito nos honra, sobre a importância do texto despertar reflexão e ação.
Meu desejo sempre foi, como o irmão bem sabe, que os textos deste blog produzam mais do que reflexão: despertem ações. Uma reflexão sem ação é uma gestação que foi interrompida no meio do caminho, é um processo incompleto. Por isso, em minhas orações em relação a este blog sempre peço justamente para que os textos aqui gravados possam sempre produzir nos leitores mais do que elocubrações. Que resultem sempre em atos concretos, em mudanças, para glória de Deus. A análise precisa do irmão sobre o caráter do texto em tela corrobora nosso esforço.
No mais, sempre é um prazer conversar com o irmão. Que Deus continue abençoando seu ministério e família!
Abraços!
Caro Pastor Silas, Parabenizo a vossa Santidade, pelo o zelo da palavra. Ultimamente temos visto muitos pregadores emotivos, que pregam e ensinam puras emoções mas, não vivem a palavra nem sequer teem coragem de aboradar determinados assuntos,Porém louvo a Deus por ter pessoas que ainda tem força, coragem e autoridade para falar a verdade, ou seja tem compromisso com a verdade
Em Cristo
Dc José Rinaldo de Santana
www.rinaldoeapalavra.blogspot.com
Caro José Rinaldo,
Obrigado por suas palavras motivadoras. Pela graça de Deus, procuramos fazer deste espaço um lugar de reflexão e despertamento. Louvado seja Deus por estarmos conseguindo!
Só achei estranho o uso do termo "vossa Santidade". Entendi o que quis dizer, mas ficou estranho. Parece até a forma de tratamento que se dá ao papa.
Abraço!
Caro pastor graça e paz, peço perdão por ter usado o pronome de tratamento "Vossa Santidade", é uma maneira carinhosa que tenho de tratar os pastores mas, fica na paz
Em Cristo
José Rinaldo de Santana
www.rinaldoeapalavra.blogspot.com
Caro José Rinaldo,
Ok. Está explicado o tratamento inusitado. Obrigado por sua carinhosa deferência e continue orando por nós para que possamos ser realmente e sempre santos em toda a nossa maneira de viver. Santidade ao Senhor!
Abraço!
Caros Silas:
Há tempos não comento por aqui por absoluta falta de tempo e também porque pela profundidade deste blog não cabem apenas algumas poucas linhas, mas quase sempre um "estudo bíblico" para pelo menos tentar dialogar no mesmo nível dos comentários com os quais você nos brinda.
Não quero acrescentar nada mais ao que foi dito nos posts anteriores, mas destacar a forma precisa como você tratou a relação entre a ortodoxia e a ortopraxia.
Às vezes, como já ficou claro, acabamos por mudar o sentido da "nomenclatura" quando adjetivamos o substantivo, como discutido no caso da expressão "ortodoxia humilde". Ortodoxia é ortodoxia; nada mais, nada menos. Como democracia é democracia, sem adjetivos. Quando adjetiva-se, muda-se a essência.
Muito se fala em amor no mundo contemporâneo da fé como a "grande sacada cristã", mas se amamos e não praticamos os outros mandamentos, é a ortopraxia que está equivocada, não a ortodoxia.
No mais, estou ansioso para ler sua análise sobre a "eleição acrítica de referências". Para mim, este é o ponto, hoje, onde mais se cometem os maiores absurdos que ensejam a "mixórdia bíblico-doutrinária entre cristãos" de que falou.
Estive na CPAD esta semana. Não o encontrei. Espero encontrá-lo da próxima vez.
Abraços
Pr. Geremias do Couto
Caro pastor e amigo Geremias,
Infelizmente, não pudemos nos encontrar porque estava em licença médica no dia em que o irmão visitou a Casa. Mas, com certeza, breve nos veremos mais uma vez.
Sua participação sempre enriquece e realça os pontos abordados em nossa postagem, como desta feita. Por isso, sua presença é mais do que bem-vinda. É uma bênção e honra. Sua ausência aqui, sabemos, é por motivos absolutamente justos. Uma grande obra está sob a responsabilidade do irmão e sua equipe. Inclusive, estamos orando para que Deus os abençoe nesta grande tarefa, na qual também estamos engajados dentro daquilo que nos compete.
Sobre o tema da eleição acrítica de referenciais, comecei a falar sobre o assunto na postagem mais recente, sendo que começando por um exemplo mais grotesco: Friedrich Nietzsche. Por incrível que pareça, tem crentes que tratam muitos de seus escritos de uma forma que não condiz com a realidade, como o irmão já deve ter visto. Nas próximas postagens, pretendo deter-me em exemplos mais sutis. Já adiantei até alguns nomes no espaço de comentários da postagem mais recente. Como o irmão bem frisa, esse é um tema de suma importância em nossos dias.
Abraços!
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