Como vocês já devem saber, o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão está apresentando, desde terça-feira, uma série de reportagens sobre a importância do trabalho social desenvolvido pelas igrejas evangélicas no Brasil, série esta anunciada em postagem deste blog publicada na manhã de terça-feira. A série tem provocado reações diversas entre os evangélicos. Surpresos com o tom das reportagens, que elogiam o belo trabalho social das igrejas, muitos evangélicos estão meio que confusos com tudo isso. Estão se dividindo entre liquefazer-se de encômios diante do ato da Globo ou suspeitar de uma “conspiração no ar”, de “armação que vem por aí”.
Ora, como se diz popularmente, “nem oito nem oitenta”.
Há três semanas, fui informado que a Rede Globo estava preparando essa série de matérias positivas sobre o trabalho social dos evangélicos. Só não sabia quando iria ao ar, pelo menos até segunda-feira. E ontem, um dia depois da primeira reportagem (que falou sobre atividades da Assembléia de Deus e da Igreja Presbiteriana), um jornalista da equipe do Jornal Nacional me informou que o JN pretende fazer, depois dessa série "Os evangélicos", mais matérias sobre o trabalho social dos evangélicos daqui para frente. Sim, a Globo produzirá, segundo afirmou, mais matérias no Jornal Nacional daqui para frente sobre o trabalho social dos evangélicos.
O que acho de tudo isso? Acho muito bom. Agora, uma coisa é reconhecer o acerto da Globo em produzir esse tipo de matéria (onde, involuntária, inconsciente e indiretamente, ela acaba até evangelizando [sic], ao divulgar testemunhos de pessoas transformadas pelo poder do Evangelho - O que é uma bênção!) e outra coisa bastante diferente é dizer que a Globo mudou seus valores por causa disso. Não, a Globo não mudou. A Globo não é agora “o canal dos evangélicos”. Suas novelas continuarão divulgando valores que chocam-se frontalmente com os valores bíblicos. Suas novelas também continuarão, por exemplo, divulgando o espiritismo. Essa aproximação da Globo é tão somente estratégica. É uma aproximação absolutamente natural por razões obviamente comerciais. E essa constatação não desmerece a importância dessas matérias positivas do JN e o elogio que devemos dar a elas, tão somente é um fato que não devemos olvidar ou eufemizar, e que nos policia de arroubos ufanistas.
A Globo sempre teve preconceito em relação aos evangélicos? Sim. Quem não tem memória curta sabe muito bem disso. Inúmeros são os exemplos. Apesar de a briga da empresa ser mesmo com a Igreja Universal e a Rede Record, que pertence a Iurd, sempre foi notório o preconceito da Globo - às vezes velado, às vezes manifesto - em relação aos evangélicos. Porém, alguns fatos acabaram levando-a a atenuar tal posicionamento.
Primeiro, o crescimento da Rede Record e o fato de a Universal alimentar o discurso de que “a Globo odeia os evangélicos” (embora, observe-se, a programação da Record é tão negativa em termos de valores quanto a programação de sua rival).
Segundo, o fato de que a Globo andou perdendo audiência nos últimos anos e pesquisas demonstram que a Globo tem uma péssima imagem diante dos evangélicos.
Terceiro, como a própria revista Época, que pertence ao grupo Globo, divulgou esta semana, estima-se que em 2020 o Brasil será majoritariamente evangélico (50% de evangélicos e os outros 50% formados de católicos, adeptos de outras religiões e sem religião). Ora, se o público da Globo é o público brasileiro e pesquisas mostram que daqui a 11 anos a maioria desse público será ligada a um segmento da sociedade brasileira diante do qual a Globo tem hoje uma péssima imagem, nada mais natural do que a Globo tentar se aproximar desse segmento. É uma questão de necessidade comercial.
Daí as matérias positivas no Fantástico sobre o trabalho de um pastor nos presídios do Rio de Janeiro; daí também a inserção de personagens evangélicos na novela das oito - programa de maior audiência da tevê brasileira - com trilha sonora com música evangélica (tentativa de causar boa impressão que deu errado por causa da idéia de mostrar “o evangélico do bem” em contraste com o “evangélico do mal”, o que resultou em uma caricatura dos evangélicos que distorcia o posicionamento dos evangélicos sobre a tolerância e a prática homossexual como pecado) etc. Enfim, a Globo está tentando mudar sua imagem, não seus valores. Até a revista Veja já divulgou isso no blog do seu colunista Lauro Jardim (veja aqui: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/20080627_dia.shtml).
Tal aproximação, obviamente, não significa que a Globo eventualmente não vá fazer mais uma ou outra matéria tendenciosa em relação aos evangélicos. Aliás, ela pode se sentir mais confortável agora para fazer isso, uma vez que passou a divulgar belos trabalhos sociais de todas as principais denominações evangélicas (Aproveitando: o fato de estar mostrando o trabalho de “todas as principais” faz parte da estratégia comercial; a lógica é “enquanto a Record só divulga a Iurd, a Globo divulga todos os evangélicos”).
Portanto, “nem oito nem oitenta”. A série está sendo muito boa, mas não podemos confundir as coisas. Precisamos diferenciar acerto de motivação; devemos fazer distinção entre intenção e conteúdo. Enfim, precisamos atinar para aquele princípio de Filipenses 1.17a,18.
Ora, como se diz popularmente, “nem oito nem oitenta”.
Há três semanas, fui informado que a Rede Globo estava preparando essa série de matérias positivas sobre o trabalho social dos evangélicos. Só não sabia quando iria ao ar, pelo menos até segunda-feira. E ontem, um dia depois da primeira reportagem (que falou sobre atividades da Assembléia de Deus e da Igreja Presbiteriana), um jornalista da equipe do Jornal Nacional me informou que o JN pretende fazer, depois dessa série "Os evangélicos", mais matérias sobre o trabalho social dos evangélicos daqui para frente. Sim, a Globo produzirá, segundo afirmou, mais matérias no Jornal Nacional daqui para frente sobre o trabalho social dos evangélicos.
O que acho de tudo isso? Acho muito bom. Agora, uma coisa é reconhecer o acerto da Globo em produzir esse tipo de matéria (onde, involuntária, inconsciente e indiretamente, ela acaba até evangelizando [sic], ao divulgar testemunhos de pessoas transformadas pelo poder do Evangelho - O que é uma bênção!) e outra coisa bastante diferente é dizer que a Globo mudou seus valores por causa disso. Não, a Globo não mudou. A Globo não é agora “o canal dos evangélicos”. Suas novelas continuarão divulgando valores que chocam-se frontalmente com os valores bíblicos. Suas novelas também continuarão, por exemplo, divulgando o espiritismo. Essa aproximação da Globo é tão somente estratégica. É uma aproximação absolutamente natural por razões obviamente comerciais. E essa constatação não desmerece a importância dessas matérias positivas do JN e o elogio que devemos dar a elas, tão somente é um fato que não devemos olvidar ou eufemizar, e que nos policia de arroubos ufanistas.
A Globo sempre teve preconceito em relação aos evangélicos? Sim. Quem não tem memória curta sabe muito bem disso. Inúmeros são os exemplos. Apesar de a briga da empresa ser mesmo com a Igreja Universal e a Rede Record, que pertence a Iurd, sempre foi notório o preconceito da Globo - às vezes velado, às vezes manifesto - em relação aos evangélicos. Porém, alguns fatos acabaram levando-a a atenuar tal posicionamento.
Primeiro, o crescimento da Rede Record e o fato de a Universal alimentar o discurso de que “a Globo odeia os evangélicos” (embora, observe-se, a programação da Record é tão negativa em termos de valores quanto a programação de sua rival).
Segundo, o fato de que a Globo andou perdendo audiência nos últimos anos e pesquisas demonstram que a Globo tem uma péssima imagem diante dos evangélicos.
Terceiro, como a própria revista Época, que pertence ao grupo Globo, divulgou esta semana, estima-se que em 2020 o Brasil será majoritariamente evangélico (50% de evangélicos e os outros 50% formados de católicos, adeptos de outras religiões e sem religião). Ora, se o público da Globo é o público brasileiro e pesquisas mostram que daqui a 11 anos a maioria desse público será ligada a um segmento da sociedade brasileira diante do qual a Globo tem hoje uma péssima imagem, nada mais natural do que a Globo tentar se aproximar desse segmento. É uma questão de necessidade comercial.
Daí as matérias positivas no Fantástico sobre o trabalho de um pastor nos presídios do Rio de Janeiro; daí também a inserção de personagens evangélicos na novela das oito - programa de maior audiência da tevê brasileira - com trilha sonora com música evangélica (tentativa de causar boa impressão que deu errado por causa da idéia de mostrar “o evangélico do bem” em contraste com o “evangélico do mal”, o que resultou em uma caricatura dos evangélicos que distorcia o posicionamento dos evangélicos sobre a tolerância e a prática homossexual como pecado) etc. Enfim, a Globo está tentando mudar sua imagem, não seus valores. Até a revista Veja já divulgou isso no blog do seu colunista Lauro Jardim (veja aqui: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/20080627_dia.shtml).
Tal aproximação, obviamente, não significa que a Globo eventualmente não vá fazer mais uma ou outra matéria tendenciosa em relação aos evangélicos. Aliás, ela pode se sentir mais confortável agora para fazer isso, uma vez que passou a divulgar belos trabalhos sociais de todas as principais denominações evangélicas (Aproveitando: o fato de estar mostrando o trabalho de “todas as principais” faz parte da estratégia comercial; a lógica é “enquanto a Record só divulga a Iurd, a Globo divulga todos os evangélicos”).
Portanto, “nem oito nem oitenta”. A série está sendo muito boa, mas não podemos confundir as coisas. Precisamos diferenciar acerto de motivação; devemos fazer distinção entre intenção e conteúdo. Enfim, precisamos atinar para aquele princípio de Filipenses 1.17a,18.
27 comentários:
Concordo plenamente com tudo isso. Aliás, também pretendo fazer uma postagem sobre o assunto amanhã, e minha opinião é mesmo parecida com a do senhor. O que não pode acontecer é que alguns se excitem com esse "conforto momentâneo" e acabem relaxando, e/ou que o protestantismo "caia na graça do povo" de forma negativa. Sim, porque (como realmente já está acontecendo) ser evangélico não pode ser considerado questão de status ou estar na moda. Ademais, parabéns à Rede Globo por essa excelente seqüência de matérias!
Mudando de assunto, acabei de postar um texto sobre a Coréia do Norte (assunto sobre o qual o senhor postou ontem), numa análise bíblica. O link é este: http://esperancasemlimites.blogspot.com/2009/05/coreia-do-norte-rumores-de-guerras.html
Abraço!
A Paz do Senhor, prezado Pr. Silas Daniel.
Assisti os dois vídeos da reportagem e confesso que fiquei admirado com o trabalho; muito bem feito e com excelente conteúdo. É possível que o repórter autor da matéria até seja evangélico.
No entanto, não sou daqueles que se deixam seduzir por "belas palavras" - nem pelas que vem de cima dos púlpitos, quanto mais partindo da RG -, mas tenho que reconhecer que "adorei" ver o WB e a FB se renderem ante a relidade dos magníficos trabalhos realizados pelas igrejas evangélicas no Brasil...
Parabéns pela sensatez e pela excelente reflexão ante o tema, em especial pelo reconhecimento de que "a Globo [NÃO] mudou seus valores por causa disso. Não, a Globo não mudou."
Recentemente em meu Blog ao comentar um pronunciamento da Central Globo de Comunicação sobre a música "Sympathy for the Devil" escrevi o seguinte:
"É preciso abrirmos os olhos para a VERDADE: A REDE GLOBO NÃO TEM COMPROMISSO COM DEUS, TAMPOUCO COM OS SEUS FILHOS OU COM SEU REINO!"
Que isso fique bastante claro.
Oremos para que UMA PORTA NO SENHOR se abra nessa grande emissora, para a glória de Seu Nome!
Em Cristo,
Robson Silva
Prossigo para o Alvo
Íntegra de meu artigo: http://prossigo.blogspot.com/2009/04/comunicado-global.html
Caro Pr. Silas Daniel,
A Paz do Senhor!
Parabéns pelo artigo.
Claro, objetivo, sensato e sem paixão.
Tira qualquer dúvida a rspeito da série do JN da Rede Globo.
Um grande abraço!
Pr. Carlos Roberto
Prezado Pr. Silas Daniel,
Também sou da mesma opinião, que apesar das reportagens do JN estarem boas, não se pode esquecer o histórico da Rede Globo em relação aos evangélicos. Parabéns pelo artigo, como sempre muito bem elaborado.
Um abraço fraterno.
Caro André, a Paz do Senhor!
Obrigado por suas palavras de apreço e motivação. Prometo fazer uma visita ao seu blog para ler o referido texto. Sobre o tema Coréia do Norte, foi assunto do programa "O Cristão e o Mundo" de ontem da Rádio Web CPAD. Se não pôde assistir, a reprise vai ao ar domingo, às 9h.
Abraço!
Caro Robson, a Paz do Senhor!
Obrigado pelas palavras de apreço e motivação. Li o mencionado comunicado da Globo à época e, agora, o seu artigo a respeito. O cuidado que a Globo teve em desmentir a informação falsa que se divulgava pela Internet e a justificativa que deu para o uso daquela música de conteúdo diabólico há alguns anos na trilha da novela "Celebridade" é mais uma demonstração do cuidado que a emissora tem hoje com a sua imagem diante dos evangélicos. Algum tempo atrás, a Globo nem se preocuparia em dar explicação para isso. Por exemplo: nem se preocupou em explicar o uso dessa música na época em que a novela "Celebridade" a tinha em sua trilha sonora, e já naquela época foi criticada por isso (Por exemplo, o jornal "Mensageiro da Paz" publicou um artigo sobre a música "Simpatia pelo Diabo" na época da novela "Celebridade". Depois do artigo, vários textos se seguiram na Internet, via e-mails, comentando o assunto). Hoje, porém, a Globo já se preocupa com essas coisas. Faz parte da estratégia de mudar sua imagem diante dos evangélicos.
Abraço!
Caro pastor Carlos Roberto, a Paz do Senhor!
Obrigado pelas palavras de apreço e motivação. Que bom saber que o artigo cumpriu o seu objetivo de esclarecer aos irmãos a realidade sobre esse assunto.
Abraço!
Caro Danilo, a Paz!
Obrigado pelas palavras de apreço e motivação. Breve farei uma visita ao Genizah.
Abraço!
Caro Juber, a Paz do Senhor!
Que bom revê-lo aqui no "Verba Volant Scripta Manent"! Obrigado pelas palavras de apreço e motivação.
Um fraterno amplexo também!
Pastor Silas,
Faça as suas palavras também as minhas. Um texto equilibrado sobre o assunto, e como você mesmo disse, nem oito nem oitenta.
Sabemos que a Rede Globo não vai agora proclamar o evangelho, como também qualquer emissora comercial desse mundo. Isso é óbvio. Agora, o que mais me intriga nessas conversas é que alguns evangélicos insistem em “teorias conspiratórias mirabolantes”, até parecem àqueles comunistas radicais. Estrategicamente e comercialmente a Globo precisa de uma imagem melhor diante do público evangélico (isso já foi revelado há meses pelo Lauro Jardim).
Também escrevi sobre o assunto no Blog TP.
Abraços!
Irmão Silas paz do Senhor
A Globo é uma emissora envenenada, peçonhenta. "Quando a esmola é grande o pobre desconfia".
Com certeza é mais uma boa jogada de Marketing. Isso e apenas isso.
De qualquer forma nos proporciona um relativo conforto e alívio, hajavista essa emissora só nos agride, arreia o sarrafo nos crentes; pelo menos uma "coisinha" positiva.
Brigar com evangélicos é, do ponto de vista comercial, também extrema burrice. Podemos representar uma grande fatia para qualquer empresa. E se Deus quiser em 2020 seremos maioria neste Brasil em quantidade e qualidade.
o Júnior de sempre
trabalho na area de comunicação,ha alguns anos, e achei belissimas as imagens,a produção, em que a rede globo fez as materias colocaram ate grua para passagem do reporter, muito boa mesmo. a record cresce assustadoramente,o que esta fazendo os executivos da venus platinada de orelha em pé, entao disseram ' SE NÃO PODEMOS COM ELES , VAMOS UNIR A ELES' esperem daqui alguns meses ate programa evangelico na rede globo. duvidam, . esperem para ver.
Claro que a coisa tem prós e contras, não vou repetir o que todos já disseram,mas ,sem querer bancar o advogado do diabo,nunca entendí a implicancia com a globo especificamente.A REDETV por exemplo é muito mais nocíva a sociedade,com seus programas diários propagando prostituição ,e glamourizando tudo o que é de baixo nível em termos de moral e comportamento.TALVEZ NÃO A CRITIQUEM POIS ELA ABRE ESPAÇO PARA AS IGREJAS.Sempre achei que ,além de dar um troco nos desaforos que a emissora publica,a má vontade dos evangélicos sempre foi por quê a Globo nunca lhes abriu espaço,por que nunca foram econômicamente viáveis e SÃO(?)socialmente insignificantes.Agora que igrejas estão virando corporações bem rentáveis e os crentes vivem aquela mesma ilusão numérica que os católicos viveram e vivem(logo ,logo o brasil será cheio de evangélicos só de fachada)e querem se tornar influêntes até politicamente,a globo malandramente,quer se adequar a nova realidade.SE NÃO PODE VENCE-LOS JUNTE-SE A ELES!
Caro pastor Silas Daniel, a Paz do Senhor.
Parabéns pelo artigo. Equilibrado e sensato.
Um abraço.
PAULO MORORÓ
Pr Silas Daniel,
Muito interessantes suas observações e quero complementá-las apesar de elas já quase não precisarem disso. A Globo é uma emissora onde trabalham pessoas de todo tipo de confissão de fé e até mesmo ateus. Como disse o Gutierres numa de suas postagens, não existe esse negócio de conspiração da Globo para destruir as igrejas cristãs no Brasil, muito embora exista entre eles um sentimento de mostrar o Brasil como ele é. O problema é que geralmente quem não é evangélico tem uma idéia muito errada sobre nós baseada em alguns mal exemplos de falsos crentes. Essa visão nebulosa que eles têm de nós é o que, na minha opinião, tem lhes isnpirado a construir personagens evangélicos cheios de problemas relacionados a preconceito, discriminação e fanatismo. Essa é a visão que eles têm de nós e é assim que eles tentam nos mostrar nas novelas. Outra coisa pertinente é que muitos crentes de mente fraca poderão passar a se "banquetear" com as novales da Glovo por estarem convictos de que a mesma não é o que vem mostrando ser ao longo dos anos, uma emissora comprometida em disseminar tudo o que há de ruim da cultura brasileira (existem coisas boas). Acho que um debate como esse pode propiciar uma melhor reflexão aos evangélicos sobre o que estão assistindo até, pois sem nem ao menos percebermos estamos falando também dos conteúdos dos programas que a Globo exibe, alguns deles péssimos para qualquer crente, outros porém muito bons.
Caro Gutierres, a Paz!
A aversão dos evangélicos a Globo não surgiu do nada, mas de fatos concretos. Ela não foi construída em cima de suspeitas vazias, de "fantasmas", de subjetividade em vez de objetividade, mas nasceu de inúmeras manifestações claras de preconceito por parte da Globo em relação aos evangélicos durante décadas, e me refiro a casos em que a Igreja Universal não tem absolutamente nada a ver com o assunto. À parte o prélio entre Globo e Universal, a Globo já manifestou várias vezes preconceito em relação aos evangélicos em matérias jornalísticas e programas. E descaradamente. Além do mais, Gutierres, sei de fatos internos da Globo que foram-me relatados por gente que trabalhou lá e por gente que ainda trabalha lá, fatos estes que confirmam preconceito. Colegas que participaram de matérias e programas da Globo há alguns anos também confirmam o preconceito.
Só para citar um caso recente: há poucos anos, um amigo meu foi convidado para participar de um conhecido programa da Globo onde foi debater um assunto em que cabia a ele mostrar “o posicionamento dos evangélicos” sobre o assunto enquanto o outro debatedor daria o posicionamento secular sobre o mesmo assunto. Resultado: apesar de ter sido pressionado nas perguntas, enquanto o outro debatedor foi claramente privilegiado, meu amigo venceu o debate (gente que foi assistir à gravação da entrevista para o programa confirma). Entretanto, quando o programa foi ao ar dias depois, sua fala foi editada de forma a prejudicar sua argumentação, enquanto o seu oponente foi favorecido pelos editores do programa. Ademais, poderia aqui elencar pelo menos uns dez casos dos quais sei detalhes de bastidores, além de mais tantas matérias em jornal e televisão publicadas pelo grupo Globo com conteúdo claramente tendencioso contra a imagem dos evangélicos, matérias estas que não tinham a ver com a Igreja Universal. Porém, não tenho tempo para fazê-lo aqui.
Enfim, não é "mania de perseguição". É um fato. Alguns evangélicos podem até ter exacerbado esse fato nos últimos anos, criando lendas em cima dele, avultando essa imagem, mas a impressão negativa que os evangélicos têm da Globo não é uma suspeita vazia. Ela se baseia em fatos concretos. E a Globo deseja rever essa sua imagem negativa que ela mesma construiu porque agora percebe que é muito ruim para os seus negócios.
Agora, o que assevero como errado é pensar que a Globo está fazendo essas matérias porque está “preparando nos bastidores algumas matérias contra os evangélicos”. Não, ela está fazendo isso por razões puramente comerciais. É uma aproximação para tentar melhorar a sua imagem diante desse importante segmento. Não é uma aproximação em termos de valores, mas em termos de imagem. Só isso. Por isso minha referência ao "nem oito nem oitenta".
Abraço!
P.S.: Aproveitando que você falou do ódio dos esquerdistas a Globo: mesmo hoje, quando a Globo já não pode ser considerada um canal "de direita", muitos esquerdistas ainda a vêem como "direitista". Nada mais falso. A Globo já foi de direita muito tempo atrás, mas já há alguns anos que ela é situacionista (segue a maré ideológica do momento, sempre procurando estar de bem com quem está no poder); além do que, por ser extremamente liberal em termos de valores, vem defendendo bandeiras do esquerdismo. Lembrando ainda que os célebres novelistas Janet Clair e Dias Gomes eram membros de carterinha do Partido Comunista e escreveram novelas para a Globo em que pregavam claramente conceitos da esquerda.
Caro Junior, a Paz!
Com certeza, ainda haverá uma matéria ou outra tendenciosa em relação aos evangélicos, mas estas serão cada vez mais raras ou, o que é mais provável, contrabalançadas por mais matérias falando positivamente dos evangélicos. Faz parte do jogo comercial.
Sobre o crescimento evangélico, só gostaria que fosse um crescimento em qualidade também, o que não parece ser a tônica, infelizmente.
Abraço!
Caro Paulo,
Seria uma boa, mas acho muito pouco provável. A não ser que essa estimativa do crescimento evangélico para 2020 se confirme mesmo daqui a 11 anos, então poderá se ventilar essa possibilidade. Mas, se não for em um cenário assim, será muito, mas muito pouco provável mesmo um programa evangélico na Globo. Pouca gente sabe, mas a Globo Internacional, nos EUA, chegou a ter programas e comerciais evangélicos, que, depois, por ondem da matriz do Rio de Janeiro, foram proibidos, devido a... Bem, a matriz do Rio disse apenas que não queria mais programas e comerciais evangélicos na Globo-EUA e ponto. Detalhe: nenhuma igreja que aparecia lá estava envolvida em escândalos ou não pagava a Globo. O problema foi, simplesmente, "linha editorial da rede". "Capiche?"
Abraço!
Caro Hamilton,
Nenhum evangélico discorda que alguns dos programas da Rede TV estão entre os mais perniciosos de toda a tevê brasileira atualmente. Mas, é importante deixar claro também que todos os canais têm programações perniciosas, contra as quais devemos nos posicionar. Todos os canais (Rede TV, SBT, Band, Record, Globo e CNT) têm programas com conteúdo moralmente pernicioso. Uns têm mais, outros menos, mas todos têm. A grande diferença mesmo reside em dois pontos: primeiro, no fato de, por a Globo ter mais audiência, seus programas (novelas, por exemplo) acabarem chamando mais a atenção da crítica secular e evangélica do que o conteúdo dos programas de outros canais; e, em segundo lugar e principalmente, no fato de que nenhum canal, exceto a Globo, ter um histórico de preconceito em relação aos evangélicos. O problema está principalmente aí. Não tem nada a ver com ter ou não espaço para programas evangélicos, porque o SBT, por exemplo, sempre foi resistente a ter programas evangélicos em sua grade de programação, assim como a Globo; e também como a Globo, tem programas com conteúdo moralmente pernicioso. Porém, o SBT não tem, como a Globo, um histórico de preconceito aos evangélicos em sua programação. Os evangélicos, de forma geral, são contra toda programação perniciosa de qualquer canal, mas, no caso da Globo, há o adendo de que ela tem esse histórico contra os evangélicos.
Quero lembrar também que a Globo já recebeu propostas irrecusáveis financeiramente para ter uma programação evangélica, mas recusou dando a desculpa de que um programa desse tipo “está fora da proposta de tevê da empresa”. E para quem não sabe, a Globo Internacional nos EUA já teve programas e comerciais de igrejas evangélicas, mas a matriz do Rio de Janeiro mandou, há alguns anos, retirá-los de sua programação, não por problemas com audiência ou por falta de pagamento, ou ainda por denúncia de escândalos dessas igrejas, mas simplesmente porque estavam fora da linha proposta pela matriz à rede. Se isso pode mudar daqui a dez anos se for confirmado o crescimento estimado dos evangélicos para 2020? É uma probabilidade. Mas, aí, já estamos trabalhando não mais com fatos presentes, mas com um cenário hipotético.
Abraço!
Caro irmão Paulo Mororó, a Paz do Senhor!
Obrigado pelas palavras de apreço e motivação.
Abraço!
Caro Clébio,
Obrigado pelas palavras de apreço. Sobre o preconceito da Globo a evangélicos, acho que já disse tudo nas últimas interações com Gutierres, Paulo e Hamilton. Agora, no caso da novela ao qual me referi, quero apenas lembrar que ali havia mais do que isso ao qual o irmão alude: o autor daquela novela é homossexual e a favor do Projeto de Lei Complementar 122 de 2006, que tramita no Congresso Nacional. Logo, ao ser-lhe dada a missão de colocar personagens evangélicos na novela, aproveitou para fazer política com aqueles personagens e dentro da linha liberal (em termos de valores) da Globo. A idéia de abordar aquele assunto foi dele, mas sob a chancela da Globo.
Abraço!
O mais incrível é ter pessoas que acham que tudo não passa de mania de perseguição. A Globo discrimina e ridiculariza os evangélicos. Como nós saímos cada vez mais da frente da TV eles se preocupam. A motivação é somente financeira. Querem nos vender o "novo" CD de Aline. Estejam alertas.
Caro Daladier,
Como se diz popularmente, "a necessidade ensinou o sapo a pular". Ou seja, a necessidade comercial está "ensinando" a Globo a valorizar mais os evangélicos. Afinal, os canais de televisão só dão atenção a uma forma de protesto: a perda de audiência. Não que eu creia que aconteceu algum boicote programado dos evangélicos à programação da Globo (se aconteceu, ninguém planejou isso; foi espontâneo), mas, pelo menos, a seguinte lógica se seguiu na direção da Globo: "Se os evangélicos cresceram, pesquisas mostram que os evangélicos têm uma péssima imagem da Globo e a nossa audiência tem caído, logo nosso problema com os evangélicos pode ser uma das muitas razões da nossa perda de audiência, por isso temos que mudar rapidamente nossa imagem diante dos evangélicos como parte de nossa estratégia para recuperar audiência, ainda mais que pesquisas mostram que daqui a poucos anos eles serão maioria no país".
Sobre o CD com músicas antigas de Aline Barros, posso estar enganado, mas não é bem a Globo que o está vendendo; é uma gravadora secular que o produziu e lançou, e o divulga nos intervalos comerciais da programação da Globo.
Abraço!
A gravadora é do grupo Rede Globo.
Caro Daladier,
Obrigado pela informação. Esse fato soma-se, então, aos demais já aqui elencados como amostra dos flertes comerciais da Globo com os evangélicos.
Pr Silas Daniel, a paz do Senhor.
Parabenizo pelos seus comentários acerca do assunto. Porem, como integrante da maior Igreja evangélica pentecostal do país, acho que já é o momento deixarmos de ser massa de manobra destes especuladores da comunicação e termos a nossa própria rede de TV. Certamente seria de grandíssima utilidade para o povo cristão e toda a sociedade em geral.
Caro Roberto, a Paz do Senhor!
Essa é uma opção, embora não seja fácil manter financeiramente um canal de televisão, vide as dificuldades que existem para se manter os canais evangélicos que já existem. A Universal resolveu esse problema "chutando o balde" para a manutenção de valores na sua programação, que hoje é tão ímpia quanto a de outros canais. As tevês precisam de audiência para sobreviverem e a Record optou pelo nivelamento moral com os outros canais (sobretudo a Globo, seu padrão e espelho) para dar audiência e, então, poder sobreviver financeiramente. As tevês webs já são economicamente mais viáveis. São uma alternativa que já está crescendo. Muitas são as iniciativas de qualidade desse tipo em outros países. Quanto aos canais evangélicos convencionais que já existem, infelizmente, muitos deles, na ânsia de sobreviverem financeiramente, condescendem com modismos no meio evangélico ou com o discurso politicamente correto da pós-modernidade para parecerem legais. Que pena.
Abraço!
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