segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Richard Dawkins, maior ícone darwinista, xinga Deus e a fé em seu novo livro, que será lançado no final deste mês – veja resposta a suas teses

O biólogo inglês Richard Dawkins, eleito recentemente pela publicação britânica Prospect Magazine um dos três intelectuais mais importantes do mundo (junto com Umberto Eco e Noam Chomsky, dois liberais, o que mostra muito claramente a mentalidade prevalecente em nossa época), continua sua onda de ataques à religião como se fosse esta o maior mal do mundo. Dawkins, que também é considerado o maior representante do darwinismo no planeta, terá seu livro The God Delusion (lançado em setembro de 2006 nos Estados Unidos) publicado em português no final deste mês (28 de agosto) pela Companhia das Letras, com o título Deus, um delírio. Trata-se de 528 páginas de puro ressentimento com o avanço da Teoria do Design Inteligente, que está aos poucos conquistando seu espaço no mundo científico.
Sem nenhuma novidade argumentativa, Dawkins sustenta no livro suas velhas e fraquíssimas teses, como a de que a religião (especialmente o judaísmo, o cristianismo e o islamismo) é o maior câncer da sociedade em todos os tempos "porque alimenta a guerra e fomenta o fanatismo". A única novidade desse livro mesmo é a subida de tom no discurso de Dawkins, que passa agora a xingar Deus e a fé absurdamente. Leia as seguintes palavras dele em seu novo delírio literário: “Não estou atacando nenhuma versão específica de Deus. Estou atacando todos os deuses, toda e qualquer coisa que seja sobrenatural, que já foi e que ainda será inventada”. Esse discurso não é familiar? É exatamente a definição bíblica do “espírito do Anticristo”, que já opera em nossos dias: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim [a Segunda Vinda de Jesus] sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora” (2Ts 2.3,4).
A obra de Dawkins é uma síntese do que há de pior no fundamentalismo liberal de nossos dias. Veja você mesmo como ele se refere a Deus em sua nova obra: “Deus, no sentido da definição, é um delírio; e um delírio pernicioso. (...) O Deus da Bíblia é um dos personagens mais desagradáveis da ficção (...) Ele [o Deus da Bíblia] é ciumento, controlador mesquinho, injusto e intransigente, genocida étnico e vingativo, sedento de sangue, perseguidor misógino, homofóbico, racista, infanticida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, malévolo”.
Como se não bastasse, Dawkins ainda chama de “abuso” o direito de os pais educarem seus filhos segundo a Palavra de Deus. Ele compara literalmente a educação religiosa de crianças ao abuso infantil!
Outros adeptos das truanices de Dawkins acabam de lançar livros também. Veja só os títulos: Tratado de Ateologia, de Michel Onfray e Deus não é grande, de Christopher Hitchens. Os dois livros, que serão lançados este ano ainda no Brasil, dizem que o maior “obstáculo” e “ameaça” ao desenvolvimento pacífico da Humanidade é a religião, qualquer tipo de religião.
Como vemos, o Ocidente continua em plena guerra ideológica: fundamentalismo liberal versus valores morais e fé cristã. Só que o arcabouço argumentativo dos liberais é muito fraco. Vejamos, como exemplo, os argumentos de Dawkins, como são facilmente anuláveis.
1) “A religião faz mal à humanidade” – Depende em que sentido está se referindo à religião. Se é no sentido de fé cristã bíblica (e com certeza é também, como Dawkins deixa claro), então essa “religião” só faz bem.
Ora, qualquer atrocidade que é feita em nome da Bíblia, de Jesus, do Evangelho, não tem nada a ver com a Bíblia, Jesus ou o Evangelho. Não basta alguém dizer que é cristão e ama a Bíblia para ser considerado cristão verdadeiro. À luz da Bíblia, ser cristão é mais do que isso. Jesus disse que se o amamos realmente, devemos cumprir seus mandamentos (Jo 14.15). Se alguém diz que é cristão e, em nome de sua pretensa fé cristã, faz algo contrário à fé cristã, não pode ser considerado um verdadeiro cristão.
O verdadeiro cristianismo só fez e só faz bem à humanidade. Apenas para citar alguns exemplos bem conhecidos no meio secular: William Wilberforce e a luta pela abolição da escravatura; as milhares de obras sociais pelo mundo, que restauram vidas e famílias; o Avivamento Metodista no século 18, que evitou que a Inglaterra experimentasse uma terrível guerra civil como a França no mesmo período; a fundação de universidades; a alfabetização da Europa; a liberdade de expressão etc, etc, etc. Fora a transformação que o verdadeiro Evangelho provoca na vida das pessoas.
Enfim, outro erro crasso dentro desse pensamento é o da generalização. Ainda que existam cristãos falsos, isso não significa que todo cristão é falso e que, portanto, o Evangelho não é bom. Por essas e outras, é estranho ver Dawkins como uma das “melhores cabeças” de nosso tempo. Seu raciocínio nos leva a crer que ele é, sim, uma das piores.
2) “Ensinar religião às crianças é abuso” – Desde quando ensinar valores morais, cristãos, saudáveis, é abuso? O problema é que o mal, para Dawkins, é tudo que não é como ele acha que deve ser. Deus não é um delírio. Dawkins é que está delirando há muito tempo. Para entender melhor a loucura de suas idéias, sugiro lerem o meu artigo “A terrível intolerância do fundamentalismo liberal”, postado no dia 3 de agosto.
3) “Deus é...” – O maior pecado de todos, a mãe de todos os pecados, é o orgulho, a arrogância. Ora, as definições que Dawkins faz de Deus revelam muito sobre quem Dawkins é: um arrogante.
Para ele, Deus é “ciumento”, no sentido negativo. Ora, uma rápida análise no que a Bíblia chama em alguns momentos de “ciúmes de Deus” já é o suficiente para perceber que esse “ciúme” não tem, obviamente, nada a ver com os ciúmes humanos, pois Deus respeita a liberdade de escolha de suas criaturas. Se Ele não respeitasse, não teria nem criado seres com livre-arbítrio, mas robôs. Um ciúme, do tipo humano, o levaria a criar robôs, não seres livres. Só porque Deus não deseja que suas criaturas se percam e porque ama-as ao ponto de fazer de tudo para que não se percam, mas sempre respeitando o livre-arbítrio de suas criaturas, Ele é ciumento no sentido negativo? Não! Esse “ciúme” de Deus é amor! Verdadeiro amor! É a arrogância de Dawkins que o faz ver o contrário, torcer o significado claro do texto bíblico.
Deus é “controlador mes-quinho” só porque não permite o pecado e governa o universo sob valores morais claros? Se Deus não se importasse com o pecado, Ele seria o que, então? Digamos que o mundo fosse como Dawkins queria que fosse, sem um resquício dos valores morais e bíblicos. O que teríamos? (Se quiser, leia a postagem “Entenda o processo de desconstrução da fé” do dia 8 de agosto para ver o que teríamos e entender melhor o absurdo desse pensamento).
Deus é “injusto, intransigente e vingativo” só porque julga a iniqüidade? Ele é “genocida étnico”, só porque no Antigo Testamento se levantou contra nações ímpias que queriam destruir Seu povo Israel? Deus é “sedento de sangue” só porque no Antigo Testamento exigia o sacrifício de animais pela expiação da culpa, para cobrir o pecado de seus filhos, e chegou ao ponto de sacrificar Seu próprio Filho, como registrado no Novo Testamento, como sacrifício definitivo e suficiente para salvação de todos aqueles que quiserem ser salvos? Isso não seria amor e justiça verdadeiros?
Deus seria “perseguidor misógino” só porque estabeleceu os lugares específicos da mulher e do homem, em vez de querer que a mulher seja como o homem em tudo e vice-versa? Deus não é feminista nem machista. Deus é o Senhor de toda a criação, e em Cristo “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). Deus é “homofóbico” só porque é contra o homossexualismo?
Deus é “racista” se a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas e deseja que todos, de todas as etnias, sejam salvos (At 10.34,35; 1Tm 2.3,4)? Deus é “infanticida impiedoso”, se as crianças que foram mortas na destruição de cidades ímpias, que queriam destruir os israelitas do Antigo Testamento, foram, à luz da Bíblia, para o Céu?
Como morreram com uma idade em que ainda não eram conscientes e responsáveis por seus próprios atos moralmente, essas crianças não se perderam. Ao contrário, estão melhores do que nós hoje, pois estão no Céu. As seguintes passagens bíblicas dão suporte claro para a salvação das crianças que morrem na primeira infância: 2Samuel 12.23, que fala do bebê, filho de Davi com Bateseba, indo direto para o Céu; Isaías 7.16, que afirma que existe uma idade em que a criança se torna responsável; Salmos 139.14-16, que fala de crianças escritas no livro de Deus no Céu; e Marcos 10.14, dentre algumas outras passagens.
Logo, ao morreram na destruição daqueles cidades ímpias que queriam destruir Israel, as crianças estavam sendo alvo de um ato misericordioso de Deus, que tirou-as de um ambiente extremamente pervertido para trazê-las à sua santa presença.
Deus é “pestilento” só porque julgava a iniqüidade muitas vezes com pragas? Deus é “megalomaníaco” se Ele é DEUS? Deus é “sadomasoquista” porque se permitiu sofrer pela humanidade na pessoa bendita de Jesus (Deus encarnado)? Enfim, depois de tudo isso, Deus é “malévolo”?
Não, Dawkins. Você é que é. E muito.

30 comentários:

Unknown disse...

A PAZ DO SENHOR PASTOR SILAS,

É lamentável que a ciência dê tanta ênfase pra esses postulados, só acrescenta ainda mais o ceticismo... O mundo jaz no maligno.Essa obra sendo lançada em português, alimentará os propósitos do diabo em solo brasileiro e contaminará os jovens acadêmicos... Pastor Silas, Esse artigo reforça a nossa fé... e nos dar condições de responder com respaldo biblico, aos defensores do liberalismo... quando questionado sobre a nossa fé.

Anônimo disse...

Graça e Paz Pr Silas!
Infelizmente pessoas que possuem as mesmas idéias escabrosas de Richard Dawkins, sobre o Deus da Bíblia, tem proliferado em nosso Brasil.
Faltam a eles a iluminação do evangelho da glória de Cristo, pois, o deus deste século os tem cegado.
Todo o ser humano tem liberdade para discordar dos pontos bíblicos sobre o Ser de Deus (seus atributos e atos, principalmente no Antigo Testamento).Contudo, neste embate não vale "golpe baixo". Estes disparates verbais, sem pudor, mostra onde o homem sem equilibrio religioso (no caso de Dawkins sem religião) pode chegar. Foi de forma idêntica, analogicamente, que Hitler convenceu-se que precisava eliminar os menos aptos da sociedade para formar uma raça pura. Parece que Dawkins quer eliminar a religião para formar uma modalidade de vida mais "light".
Não podemos de forma alguma nos calar diante destas "teses intelectuais" que não respeitam nem mesmo a diversidade de opinião e de opção religiosa.
Da mesma forma que nós evangélicos devemos pregar o evangelho da verdade, mas com amor, Dawkins deveria discordar mas com sensatez.

Na Paz do Nosso Mestre,
Pb Gilson Barbosa

Silas Daniel disse...

Caro Elinaldo,
Infelizmente, o ateísmo deixou de ser apenas a negação da existência de Deus. O fundamentalismo liberal fez do ateísmo hoje sinônimo de luta "contra tudo que se chama Deus ou se adora". É o "espírito do Anticristo" em plena atuação em nossos dias. Os jovens cristãos, tementes a Deus, quando abordados por esse tipo de discurso nas escolas e universidades, não devem ficar mudos e inertes, mas desmascarar o absurdo da lógica fundamentalista liberal, que desrespeita a consciência das pessoas forçando-as a serem como eles (os liberais). Os fundamentalistas liberais fazem do outro, do diferente (no caso, o cristão), seu inimigo. Isso é a intolerância em seu grau mais nefasto.
No meio desta batalha, devemos estar prontos, como disse o apóstolo Pedro, a responder com mansidão e convicção a todos que perguntarem a razão da nossa fé. Amor e firmeza. Firmeza e amor.
Um abraço!

Silas Daniel disse...

Caro Gilson,
Concordo com você. Está faltando aos "novos ateus" ou "ateus raivosos" (duas formas como a mídia de hoje chama esse movimento liderado justamente por Dawkins) um pouco de sensatez. Os ateus clássicos pelo menos eram sensatos quanto a não pregarem o fim da religião (excetuando o comunismo). Eles discordavam de Deus, das religiões, mas não diziam que todas as religiões deveriam ser "exterminadas" da face da Terra. Hoje, porém, esses novos ateus (e já me deparei, anos atrás, na universidade, com um professor que era desse time) são da mesma linha do comunismo ("A religião é uma praga!"; "O mundo seria melhor sem a idéia de Deus!"). Estão querendo matar Deus a todo custo, quando, na verdade, estão se matando, chafurdando em densas trevas.
Deus permanece para sempre. Aqueles que fazem a vontade dele também (1Jo 2.17). Mas o ímpio? O Ímpio é como "a moinha que o vento espalha" (Sl 1.4).
Nesses tempos difíceis, não esmoreçamos. Fiquemos cada vez mais firmes no Senhor e em Sua inamovível Palavra!

Unknown disse...

Caro Silas Daniel

A proposta de se "remover Deus" é um mecanismo psicológico para dar conta de aliviar a consciência dessas pessoas.

Lá dentro, no local mais recôndito da alma e do espírito, há um grito de acusação e de juízo, o qual os "novos ateus" não querem ouvir.

Assim, eles passam a somatizar no claro intuito de se justificar e levar mais gente para o abismo em que - como você sabiamente disse - eles se embrenham.

Que Deus continue abençoando sua vida e nos alertando acerca dessas novidades através de seu blog.

Um abraço do companheiro de ministério dessa nova geração

Victor Leonardo Barbosa disse...

é trsite vermos alguém com uma mente brilhante como Dawkins ter virado as costas para a exisyência de Deus e ter abraçado a obscurantista filosofia existencialista.
Que Deus tenha misericórdia de nossas vidas
Abraços e Paz do Senhor pastor Silas!!!

Silas Daniel disse...

Olá, César!

Acredito que aconteça isso mesmo no íntimo de muitos desses ateus. É sabido que muitos ateus famosos da História, ao se depararem com o final de suas vidas, capitularam, clamando a Deus por perdão e socorro. Outros, em meio à sua luta interior, enlouqueceram. Simplesmente porque não dá para lutar contra o verdadeiro sentido da vida sem sofrer espiritualmente por causa disso.

Que Deus tenha piedade de Dawkins! Que ele possa se voltar para o Criador a tempo, em vez de se fazer, consciente ou inconscientemente e para sua própria perdição, um dos instrumentos do maligno para disseminar o "espírito do Anticristo" nesta geração.

Um abraço!

Silas Daniel disse...

É isso aí, Victor. É um tremendo desperdício.

Por mais profícua que seja a produção intelectual de Dawkins, ela é um desperdício, pois ele usa seu talento a serviço do falso e do que perece; e, conseqüentemente, sua vida como um todo está sendo tremenda e eternamente desperdiçada.

Dawkins pode ser honrado no meio intelectual, ser incensado por todas as principais cabeças ditas "privilegiadas" do mundo, mas... "Que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"

A vida só é vida quando é bem vivida no Autor da Vida (Jo 10.10; 14.6). E toda produção intelectual só não é desperdício quando não é instrumento da mentira, do pai da mentira (Jo 8.44); enfim, quando não fere a Verdade. Basta essa produção intelectual ser verdade para não ser desperdício, posto que, como já disse alguém, "toda verdade é Verdade de Deus".

Um abraço!

Anônimo disse...

A Paz do Senhor Pr. Silas
Primeiramente queria parabenizá-lo pelo Blog. Gosto dos seus textos e tenho aprendido um pouco mais da palavra através deles.

Aproveito para pedir (se não for um incômodo)que falasse um pouco sobre a citada Teoria do Design Inteligente.
Abraço!

Silas Daniel disse...

João Elias, a Paz do Senhor!

Que bênção saber que este blog tem servido de edificação para a vida do irmão!

Seu pedido não é um incômodo. Acho o assunto muito interessante e pertinente. Pretendo postar um artigo, em breve, falando sobre a TDI. Porém, aqui já vão alguns pequenos esclarecimentos sobre o tema.

Antes de tudo, é importante dizer que a Teoria do Design Inteligente não se coaduna plenamente com o ensino bíblico da criação. E justamente por isso, eu, particularmente, não aceito todos os pressupostos da TDI. Meu entendimento é em favor do que é chamado de criacionismo clássico, conservador, etc. Porém, não posso negar que a TDI já é um avanço enorme da Ciência em direção ao que ensina a Bíblia. Isso porque a TDI, em síntese, afirma que o universo não é obra do acaso, mas, muito pelo contrário, exige uma Mente Inteligente que projetou tudo isso que vemos. Ela afirma que só assim tantas belas e bem ajustadas complexidades no universo poderiam ser explicadas.

A TDI também mostra que a Teoria Evolucionista não se sustenta, apresentando os furos graves nos argumentos evolucionistas. Por isso, a TDI, cada vez mais, está ganhando espaço no meio científico. Já há, em todo o mundo, pelo menos cerca de mil cientistas que defendem a TDI, e entre eles não só cristãos, mas agnósticos também. Há cientistas respeitados que defendem a TDI.

Por tudo isso, a TDI está sendo saudada por muitos cristãos como uma alternativa extraordinária ao Darwinismo, que já reina nos livros escolares há pouco mais de cem anos.

Também sou simpático à idéia da TDI ser ensinada nas escolas, mesmo que saiba que ela não é plenamente o criacionismo bíblico. Porém, ela é, incontestavelmente, um avanço espetacular em favor de Gênesis 1 e 2, e um pavor para os cientistas evolucionistas e ateus (como Dawkins, seu maior representante), que ainda são maioria nas academias de ciências mundo afora.

Mais sobre o assunto em uma das próximas postagens.

Um abraço!

Anônimo disse...

Obrigado Pastor! ficarei aguardando mais sobre o assunto.
Ah! e só pra me apresentar, sou membro da Assembléia de Deus de Augusto Vasconcelos, e confesso que sou "fã" (no bom sentido... rsrs) de suas pregações.
Abraço!

[Como Viveremos] disse...

Pr. Silas,

O Dawkins e o Daniel Dennet são os novos buldogues de Darwin. Eles tomaram o lugar que no inicio era do Thomaz Huxley, aquele agnóstico, que tomou para si a Teoria da Evolução e a defendou nos círculos educacionais do tempo de Darwin. Em verdade, eles gostam mais do darwinismo do que o próprio Darwin.

Assim como Huxley, Dawkins é um antiteísta, expressão cunhada pelo Ravi Zacharias, e que - tentam - provar por meio da ciência que Deus é o maior absurdo que já existiu.

Mas assim como os anteriores, Dawkins é fraco e possui argumentos frágeis, os quais vc como muita maestria rebateu.

Uma coisa que Dawkins têm, e isso temos que convir, é uma boa atividade na mídia. O cidadão é o novo guru do ateísmo moderno. É o novo Sagan.

Mas mesmo assim é fraco, afinal, todos as fortalezas e conhecimentos que se levantam contra a Palavra de Deus cairão por terra.

paz

Valmir Milomem

Silas Daniel disse...

João Elias, grata surpresa!

O texto sobre a Teoria do Design Inteligente ainda está "no forno". É que devido às minhas muitas atividades (estou concluindo mais uma faculdade, viajo para pregar praticamente todo final de semana, fora o trabalho e a família) não dá para concluir logo o texto com todas as suas nuances. Mas, em breve, o veremos aqui.

No mais, um abração para você e para todo mundo da igreja que está "ligado" no nosso humilde blog!

Silas Daniel disse...

Olá, Valmir!

Concordo com você. Os dois principais "buldogues" de Darwin hoje, mais darwinistas que o próprio, são o filósofo Dennett e o biólogo Dawkins. Dois desperdícios intelectuais ambulantes.

"Antiteísmo". Achei a terminologia perfeita para descrevê-los. Dizer que são meros ateus é simplista demais. Gosto das expressões "ateus raivosos", "ateus radicias", mas antiteístas é melhor.

Quanto à mídia, ela sempre procura nomes a cada época para representar seus anseios. Numa época foi Sagan, hoje é Dawkins. Amanhã, quem será? (Seguindo essa progressão, vai ver que o próximo já será o Anticristo...)

Um abraço!

Anônimo disse...

Esse Dawkins chega a ser ridículo. Não me entra na cabeça. As idéias dele são péssimas, até uma criança atenta derrubaria suas estúpidas acusações. Lima Barreto escreveria melhor um livro ateísta que esse, no qual o autor generaliza todas as críticas de acordo com seus anseios.

Ótimo artigo, Sr. Silas Daniel.

Silas Daniel disse...

Pois é, Cássio. O grande mal desses novos ateus é que não se contentam com seu ateísmo. Querem destruir todo tipo de religião e ainda acham isso "o máximo", "o correto", "o necessário para a saúde do mundo". Não percebem que os males do mundo são originados por um conjunto de coisas e, entre elas, está esse tipo de atitude. Se todos usassem a lógica absurda de Dawkins, imagine o caos em que o mundo mergulharia! O cenário seria pior do que o atual. Religiões sendo caçadas, gente sendo perseguida por sua fé em todos os países, etc. Sandice total.

Ora, é errado ser ateu, mas nem por isso podemos propor uma "caça" ao ateísmo no mundo. Isso não só seria um absurdo cavalar como também é uma ofensa à Palavra de Deus, ao verdadeiro cristianismo.

Agora, deixando de lado as propostas loucas do Dawkins, se nos determos apenas nos seus argumentos pró-ateísmo, nos seus argumentos contra a existência de Deus, também constatamos uma fragilidade enorme no seu livro.

As pessoas que gostaram do livro (os que leram a obra em inglês), nas resenhas que já circulam na internet, dizem que a parte que propõe o fim da religião é absurda, mas se deliciaram com os argumentos contrários à existência de Deus que se encontram na primeira parte do livro. Aí, quando começamos a ler os tais argumentos descobrimos que... são os velhos argumentos ateístas travestidos de novos. Não há nada realmente de novo. São argumentos frágeis de serem derrubados, argumentos que já foram levantados várias vezes no debate entre ateus e teístas.

E além de serem argumentos velhos e frágeis demais, são recheados de expressões extremamente apelativas e ofensivas que só revelam o desespero e o ódio de Dawkins, os reais motivos que o levaram a escrever seu livro. Ele não está aguentando mais ver que o evolucionismo está ruindo aos poucos. O Design Inteligente está fazendo desmoronar o darwinismo e ele, Dawkins, maior representante do evolucionismo no mundo hoje, que deveria ser o homem a segurar o avanço do Design Inteligente, se vê impotente diante dos argumentos sólidos do DI.

Em suma, Cássio, o livro de Dawkins é um ato de desespero. Ele é uma amostra de que os ateus não têm mais argumentos, enquanto, a cada dia, os argumentos pró-existência de Deus só aumentam, desesperando-os.

Anônimo disse...

Silas Daniel,

Seu artigo criticando Dawkins e seu livro “Deus, um delírio” está cheio de falhas e demonstra claramente que você não leu o livro, mas somente resenhas publicadas por aí, provavelmente resenhas de outros cristãos... Existem vários pontos a serem refutados em seu artigo e nos comentários aqui postados.

A “Teoria do Design Inteligente” NÃO É CIÊNCIA. Mesmo você não reconhece a teoria, pois “já sabe” como o universo e a vida foram criados, afinal, você mesmo disse que acredita no criacionismo bíblico. Você diz que “já há, em todo o mundo, pelo menos cerca de mil cientistas que defendem a TDI”. Ora, a grande maioria são fundamentalistas cristãos como você, que acreditam no criacionismo bíblico, mas não podem provar. A defesa da TDI consiste basicamente em atacar a teoria da evolução, e não em fornecer evidências que sustentem a TDI. Não precisa de mil cientistas para atacar a evolução, basta UM ÚNICO cientista com UMA ÚNICA evidência convincente para derrubar a teoria da evolução. Porém, o que temos são evidências que favorecem a evolução e nenhuma evidência séria do lado dos criacionistas. Você não pode chamar de fundamentalismo algo que é baseado em evidências científicas. Fundamentalismo é tentar empurrar falsas crenças travestidas de teoria científica, apenas para mostrar o que você pensa que já sabe a priori não com base em evidências, mas com base em fé, revelações e escrituras sagradas... A TDI propõe que certas “coisas” durante o processo evolucionário tiveram a ajuda de uma “força”, uma “inteligência”, que projetou a tal “coisa”. Mas que força? Que inteligência? Como não poderia deixar de ser, esses termos vagos para a tal inteligência, no fundo se referem ao Deus da bíblia, Jesus e todo o pacote do cristianismo... A tal inteligência poderia ter sido Alá? Ou talvez Krishna do hinduísmo?

Você diz que “no sentido de fé cristã bíblica então a religião só faz bem”. As atrocidades feitas em nome da bíblia foram justificadas em nome de Deus. Afinal, o velho testamento está repleto de atrocidades feitas em nome de Deus e por Deus. Você mesmo em seu artigo justificou a morte de crianças inocentes da seguinte forma: “ao morreram na destruição daquelas cidades ímpias que queriam destruir Israel, as crianças estavam sendo alvo de um ato misericordioso de Deus, que tirou-as de um ambiente extremamente pervertido para trazê-las à sua santa presença”. QUE ABSURDO! Veja só o que você mesmo escreveu! A morte de uma criança É UMA ATROCIDADE não importa a razão! Seguindo sua lógica, você certamente é a favor de matarmos todas as crianças de nações islâmicas, afinal as tiraríamos “de um ambiente pervertido para levá-las à presença de Deus”. Realmente, esse é o bem da fé cristã bíblica... Onde foi parar o mandamento “não matarás”? Ou só serve quando convém? Você provavelmente é contra o aborto, por se tratar da morte de “crianças indefesas”. Porém defende a matança de crianças inocentes no velho testamento! Quanta incoerência! Sua moral ficou distorcida pela bíblia! Os dois mil anos de cristianismo mostram claramente que NÃO É VERDADE que a fé cristã bíblica só faz bem.

É só ler o velho testamento com um mínimo de pensamento crítico para perceber que o Deus do velho testamento é sim tudo aquilo que Dawkins diz. Ele é sim um infanticida porque matou todos os primogênitos (vítimas inocentes) do Egito para chantagear o faraó. Isso é o protótipo do terrorismo! Ou você acha moral matar crianças inocentes para chantagear o líder de uma nação estrangeira que professa outra fé? Os terroristas islâmicos seguem essa cartilha muito bem. A menos que seja para levá-las à presença do Senhor, é claro. Veja como a bíblia DISTORCE a moral das pessoas.

O Deus do velho testamento mata por qualquer razão, por nenhuma razão e abençoa o genocídio e a matança de pessoas em outras nações. Não estou falando nenhuma mentira, é só ler o seu livro “sagrado”.

Você refuta a afirmação de Dawkins que ensinar religião às crianças é abuso respondendo: “Desde quando ensinar valores morais, cristãos, saudáveis, é abuso?” Ora, você deixa claro que na sua visão, ensinar religião às crianças não é abuso DESDE que a religião em questão seja o cristianismo, não é? O que você acha de doutrinar crianças na religião islâmica? E na religião hindu? Você também acha saudável? Será que um muçulmano acha saudável doutrinar uma criança na religião judaica ou cristã?

Você fala que os argumentos ateístas são fracos, mas nem sequer leu o livro! Se tivesse lido, veria que na verdade é o contrário. Todos os argumentos favoráveis à existência de Deus são fracos e já refutados. Engraçado que você não comentou o principal argumento do livro para a improbabilidade da existência de Deus... Leia o capítulo 4 do livro. Ao contrário do que você disse esse argumento não é velho.

Faça um favor a você mesmo: leia o livro de Dawkins e não resenhas por aí. Pare de cultuar mitos da era do bronze criados por pessoas ignorantes e bárbaras, cujo conhecimento sobre o mundo era menor do que o conhecimento que qualquer adolescente de 15 anos que freqüenta a escola tem hoje. Sem falar na crença de que a salvação da humanidade reside em acreditar na mitologia de Jesus, criada há dois mil anos atrás!

Silas Daniel disse...

Roberto, antes de tudo: não li nenhuma resenha evangélica sobre o livro. Até onde eu saiba, não existe uma resenha sequer feita no meio evangélico sobre o livro, a não ser a minha crítica, que foi publicada em meu blog sinteticamente e com plenitude em um jornal evangélico. Se existe alguma outra, por favor me informe, que eu não estou sabendo. Outra coisa: não seja precipitado em suas conclusões. Você diz que não li o livro de Dawkins. Como vou escrever sobre algo com o qual não tive contato algum? Não seria justo. Confesso que não li todas as mais de 500 páginas do livro do raivoso, mas li partes dele suficientes para saber do que se trata. Um amigo meu comprou nos Estados Unidos meses atrás um exemplar e emprestou para mim na época. Li e não gostei do que li. É extremamente preconceituoso mesmo. Não sou apenas evangélico e ministro religioso, sou também jornalista e, como tal, não poderia deixar de emitir a minha opinião.

Como já li o livro há meses e não tenho o livro aqui comigo, não dá para saber de qual argumento velho de Dawkins você está se referindo (pensando que é novo) no final do seu texto. Não me lembro também de ter lido Dawkins afirmando que está propondo algum argumento novo em seu livro. E mesmo que em minha leitura eu tenha passado batido em alguma eventual declaração dele sobre a originalidade de um dos seus argumentos (sinceramente, não vi um original), lembre-se que Dawkins se dizia o criador da idéia do “meme”, que já descobriram que não é dele, que não tem nada de original. Ela é de um biólogo alemão muito pouco conhecido chamado Richard Semon. Ele publicou um livro sobre essa idéia em 1904 (décadas antes de Dawkins nascer) e essa obra chegou a ser traduzida para o inglês em 1924, mas ninguém atentou para ela. Ou seja, se Dawkins disser que está sendo original nesse livro, ele está mais uma vez “jogando para torcida” dele.

Você diz que eu “não reconheço a Teoria do DI”, querendo me colocar desonestamente em uma contradição que não existe, interpretando equivocadamente minhas palavras dizendo que não a acho plenamente científica. Em nenhum momento disse que o DI não é convincente ou que não tem base científica sólida. O DI é plenamente científico, com argumentos muito sólidos, que por você ser evolucionista naturalmente não quer aceitar. E esse é um direito que você tem, assim como outros cientistas têm o direito de dizer que não acham o evolucionismo uma teoria convincente por verem nela várias falhas (e eles não dizem só isso; eles também expõem essas falhas) e, por isso, preferem o DI. Só digo apenas que o DI, para quem crê no criacionismo bíblico, é insuficiente ainda. Insuficiente em que sentido? Cientificamente? Não! Em todas as suas proposições, ele é plenamente científico. A minha colocação é apenas no sentido de que a Bíblia dá detalhes de todo o processo criativo enquanto o DI não entra nesses detalhes. Mas em todas as suas afirmações, o DI tem uma forte base científica que faz arrepiar os evolucionistas. E não sou eu que digo. São cientistas respeitados.

Você diz que não importa se mais de mil cientistas no mundo não vêem solidez nos argumentos evolucionistas. Você acha esse fato absolutamente normal? Estariam esses mais de mil cientistas acometidos por uma crise coletiva de burrice? Outro detalhe: você diz que todos esses cientistas são fundamentalistas religiosos. Você concluiu isso ou leu isso em algum lugar? Você sabia, Roberto, que boa parte desses mais de mil cientistas “burros” não são religiosos? Você sabia que boa parte deles é declaradamente de agnósticos? Só como exemplo: em 2001, 514 cientistas das academias nacionais de ciências da Rússia e dos EUA assinaram um manifesto afirmando que não concordam com a teoria darwinista. Eles fizeram isso porque ficaram muito chateados com o fato de cientistas evolucionistas afirmarem em jornais, na televisão e em um documentário chamado Evolution (que passou em um canal de tevê dos EUA) que “todos os cientistas do mundo crêem que a Teoria da Evolução é verdadeira”. Depois de críticas a essa falsa declaração, os evolucionistas tentaram se desculpar dizendo “virtualmente todos” e outros, “todos os mais sérios”. Foi o suficiente para surgir o manifesto, que foi assinado por renomados cientistas desses dois países.

Na época, a mídia se impressionou com alguns nomes na lista, pois não acreditava que cientistas tão renomados (e não religiosos) não cressem no evolucionismo. É que os cientistas evolucionistas sempre omitiram o fato de que nem todos no meio científico aceitam o darwinismo, por causa de suas muitas falhas. Mas agora, não têm como omitir isso. E as falhas do evolucionismo estão cada vez mais expostas a todos.

Prefiro acreditar, Roberto, que você não sabia disso, pois se você sabe e, mesmo assim, afirma que todos os cientistas não-evolucionistas são fundamentalistas religiosos, você está sendo desonesto. Prefiro crer que você não é desonesto, mas apenas um evolucionista ressentido.

Centenas de defensores do DI no mundo não estão nem aí se essa “força”, como você define, pode ser interpretada por alguma religião como sendo Alá, o Deus da Bíblia, Krishna ou seja lá o que for. Eles são agnósticos e não estão preocupados com isso. Porém, Dawkins está (como maior representante do evolucionismo que é) e, desesperado, tenta argumentar: “Se vocês permitirem que o DI vença, vão abrir brecha para a entrada da religião na Ciência, e isso é mal, porque a religião é um mal”. O discurso de Dawkins, mesmo tendo o apoio da maioria da mídia, só convence mesmo quem é preconceituoso e não conhece bem os argumentos dos dois lados. As melhores obras sobre o DI nem foram publicadas no Brasil ainda. Por que será?

Outra coisa: eu não afirmei que o evolucionismo é fundamentalismo liberal. Evolucionismo é só uma teoria como outras, sendo que cheia de falhas que até hoje não foram solucionadas, e por isso muitos cientistas estão cansando dela. Fundamentalista liberal é o Dawkins, que propõe o fim de todas as religiões, que diz que as religiões são o mal do mundo, etc. Fundamentalismo liberal também é a imposição de uma teoria que até hoje continua cheia de falhas e, mesmo assim, é empurrada “goela abaixo” em todo mundo. Particularmente, defendo que sejam ensinados nas escolas, juntos, lado a lado, o evolucionismo e o DI. Isso é que seria mais correto. Ninguém aqui neste blog está propondo “o fim dos evolucionistas”, “a proibição de expor a doutrina evolucionista nas escolas”. Mesmo cheia de falhas, ela pode continuar, como teoria, sendo ensinada; mas, se existe uma outra teoria, que inclusive parece ter mais solidez científica que ela, porque esta também não pode ser ensinada nas escolas, se ela, repito, é mais coerente do que a outra? Não permiti-la é fundamentalismo liberal.

Para que você entenda melhor o que chamo de fundamentalismo liberal, leia meus artigos “A terrível intolerância do fundamentalismo liberal” e “Entenda o processo de desconstrução da fé”, q ue podem ser encontrados nos arquivos deste blog, na coluna à direita, ao lado dos textos.

Mais um erro fatal: você não sabe distinguir entre “fé cristã bíblica” e “cristianismo”. Isso é até plausível. Você não é evangélico ou talvez nem seja “cristão”. Qualquer evangélico com certeza entendeu muito bem do que estou falando. Ao fazer menção da “fé cristã bíblica”, estou simplesmente lembrando que as atrocidades feitas em nome do cristianismo na História não têm nada a ver com o verdadeiro cristianismo, que é o cristianismo bíblico. Nada dos ensinos de Jesus ou dos apóstolos apóia qualquer dessas atrocidades cometidas.

Sobre as crianças assassinadas no tempo do Antigo Testamento: Roberto, o espaço não me permitia entrar em detalhes, mas quero informá-lo que escrevi um artigo sobre o assunto na revista de apologética cristã “Resposta Fiel”, edição 23, de março de 2007. O tema era: “As matanças do Antigo Testamento justificam as guerras e atrocidades nos dias de hoje?” Ora, pelo Novo Testamento, não há justificativa alguma. A questão era: E o Antigo Testamento, justificaria? A resposta também é simples: não.

Basicamente, o que esclareci naquele texto foi o seguinte (vou tentar resumir o máximo que posso – o artigo tinha seis páginas): a Bíblia deixa claro que aquelas guerras orientadas por Deus no tempo do Antigo Testamento foram exceções. Deus não orienta mais guerra alguma. Outro detalhe é que as guerras do AT que Deus orientou foram todas de legítima defesa. Os povos daquela época queriam destruir os israelitas e estes, com a ajuda de Deus, venceram seus inimigos. Quando você lê o relato bíblico descobre que a situação dos israelitas era tipo: ou mata ou morre. Mas, para que fique ainda mais claro que Deus não aprova guerras, vem o Novo Testamento e afirma isso, e deixa claro que Deus não orienta guerra alguma. A Bíblia só permite a guerra por legítima defesa. E naquelas guerras do Antigo Testamento, que foram as únicas que Deus orientou, quando Ele afirmou que as crianças também deveriam ser mortas pelos israelitas em determinadas batalhas, explicou que, se isso não fosse feito, mais à frente, esses filhos levantariam guerra de novo contra Israel (Israel não tinha escravos de guerra como os outros povos; Deus não aprovava isso). Por exemplo, com os amalequitas aconteceu isso. Israel não exterminou seus inimigos totalmente (apesar de Deus ter dito para Israel exterminar totalmente, se não, explicou Ele, haveria guerra continuamente entre amalequitas e israelitas). Mais à frente, por não ter feito isso, a nova descendência dos amalequitas levantou-se outras vezes contra Israel para destruí-lo.

Agora, pense: Israel matando a todos que queriam destruir os israelitas e deixando só os filhos vivos. Como cresceriam essas crianças? Elas aceitariam ser criadas pelos próprios israelitas, sabendo que seus pais foram mortos por eles? Entenderiam o que aconteceu? Entenderiam que foi legítima defesa? Outro detalhe: se você não crê que o Céu existe, se não crê em eternidade, se pensa que a vida só é isso aqui mesmo, se não acredita em vida após a morte, você nunca vai aceitar que essas crianças estão hoje melhores do que nós. E, finalmente, o Novo Testamento não aprova guerras e ninguém pode afirmar hoje que está guerreando em nome de Deus, porque isso se constitui, à luz da Bíblia, heresia. A Bíblia só permite prélios no caso de legítima defesa, o que é mais do que correto. Já imaginou se na época que Hitler avançava pelo mundo em conquista todas as nações dissessem “Não, não vamos guerrear; guerra é errado sempre”? Hitler e o nazismo teriam tomado conta do mundo. Porém, os países, obviamente, se defenderam, e o nazismo não vingou.

Mais uma coisa: você, mais uma vez, quer colocar na minha boca coisas que eu não disse e nunca diria. Quer colocar em minha boca conclusões forçadas que você faz do que coloco no texto. Dizer que estou afirmando que Deus aprova, e que portanto estou chancelando, a matança de crianças islâmicas? Dizer que estou afirmando que devemos aprovar guerra contra os muçulmanos? Que absurdo!

Desculpe dizer isso, Roberto, mas, como Dawkins, você parece estar delirando. Quem disse a você que a Bíblia apóia guerras contra os muçulmanos? Quem disse a você que a Bíblia diz que devemos matar os que discordam dela? Quem disse a você que essas guerras contra os muçulmanos são aprovadas por Deus? Quem disse que Deus aprova e quer a morte de crianças islâmicas? Pelo jeito, você leu Dawkins sem a peneira do senso crítico e está começando a aceitar todos os estereótipos absurdos que ele quer estampar sobre todos os cristãos. Roberto, para o bem de sua alma, não crie inimigos que não existem! Não entre nesse joguinho neurótico e doentio do Dawkins.

Outro erro crasso: Deus estava chantageando faraó! Roberto, você conhece mesmo a história bíblica? Se não conhece, deixa eu te contar resumidamente: os israelitas estavam escravizados e queriam ser livres. Mas faraó não queria libertá-los. Chegou até a matar os recém-nascidos homens dos hebreus para que o número de hebreus não crescesse (Leia Êxodo 1). O recém-nascido Moisés foi escondido para não ser morto. A filha de faraó encontra Moisés e resolve adotá-lo como seu filho. Enquanto isso, Deus ouve a oração dos escravizados e oprimidos hebreus e levanta Moisés. Moisés fala com faraó para libertar os hebreus. Faraó não quer. Ele quer que os hebreus continuem escravizados e oprimidos. Deus manda uma praga, mas faraó não quer libertar os hebreus. Deus manda outra. Nada. Mais outra. Nada. Deus mana nove pragas! Nada. Até então, nenhuma praga tinha tirado a vida de ninguém. Então, Deus faz com que aquilo que faraó fez com os israelitas aconteça com ele e seu povo: os filhos homens primogênitos são mortos. Então faraó deixa os hebreus irem. Mesmo assim, depois vai atrás deles com um exército para matá-los, mas Deus os livra e destrói o exército. Isso é chantagem? Se for, então podemos dizer que os países que lutavam contra Hitler e ameaçavam invadir a Alemanha caso ele não libertasse os países que ele havia invadido e oprimido, estavam chantageando Hitler. Por essa sua lógica, ameaçar Hitler em prol da libertação dos judeus também foi uma chantagem, não acha?

Como vemos, é só “ler” o Velho Testamento pelos comentários de Dawkins, em vez de ler atentamente a própria Bíblia, para concluir um absurdo desses. Comparar o Deus da Bíblia e o cristianismo bíblico com o terrorismo islâmico é de uma ignorância colossal!

Sobre a educação religiosa das crianças, mais uma vez você tira conclusões forçadas das minhas palavras. Quando digo “Desde quando ensinar valores morais, cristãos, saudáveis, é abuso?” estou falando do nosso caso específico: como cristãos, ensinamos os valores bíblicos a nossos filhos. Eu não estou dizendo que os pais de outras religiões não devem ensinar a religião deles a seus filhos. Roberto, sinceramente, você está vendo elefante, onça e tigre em quintal de casa de subúrbio.

Pra começar: ensino religioso não deve se dar nas escolas, mas em casa e nas igrejas. Já escrevei sobre isso, até em comentários de outros blogs de amigos. Não defendo o ensino religioso nas escolas. Segundo: é absolutamente natural e justo o muçulmano ensinar a seu filho sua religião, é natural o budista ensinar aos seus filhos o budismo e os cristãos ensinar a Bíblia a seus filhos. Ou não é? Só para o Dawkins e seus seguidores isso não é certo, mas um abuso. Dawkins está se opondo ao ensino religioso de forma geral e você ainda diz que isso não é fundamentalismo liberal? Os pais devem ser proibidos de ensinar suas religiões aos seus filhos? Se você fosse governante de um país você aprovaria uma medida dessas? Você acha isso justo? Isso é abuso para você? Se for, preocupa-me ver idéias como essas sendo aceitas naturalmente por você. Será que há mais gente preconceituosa assim por aí? Meu Deus, onde esse mundo está indo parar?

Roberto, depois de ler seu texto e escrever essa resposta, saiba que orei por você. Orei para que Deus abra seus olhos para o mal de idéias absurdas como essas de Dawkins. Você pode ser evolucionista, achar que apesar de tudo o evolucionismo é correto, pode não crer em Deus, etc. Tudo isso é um direito seu. Mas legitimar o antiteísmo, isso não. O mundo não precisa de mais ódio e preconceito.

Anônimo disse...

Silas Daniel,

Antes de tudo, eu agradeço por ter respondido meus comentários.

Primeiramente, o principal ponto que você não observou nas palavras de Dawkins e outros ateus por aí. Ele não defende o extermínio da religião de uma forma violenta. Seu combate à religião não vai além das palavras. Ninguém está propondo ódio e violência contra crentes de qualquer espécie. Apenas desafiamos suas afirmações fantásticas com lógica, razão e palavras. Nada mais. Hoje, ao contrário de outras épocas, podemos fazer isso sem morrer na fogueira, nem ser apedrejados.

Você mesmo admite que não leu “todas as mais de 500 páginas do livro do raivoso” e numa de suas respostas aos comentários de outros leitores do seu blog, você também menciona “as resenhas que já circulam na internet”. Você diz que é jornalista e não poderia deixar de emitir sua opinião. Concordo plenamente, você pode emitir sua opinião, todos podem, e com isso cria-se o diálogo. Porém, me surpreende você se propor a fazer um texto criticando as teses de Dawkins sem ao menos dedicar uma leitura cuidadosa sobre essas teses. Em sua leitura de “algumas partes suficientes”, me espanta que você tenha ignorado ou não tenha dado atenção ao capítulo 4 (ao qual me referi) intitulado “Por que quase com certeza Deus não existe”. Será que o título não provocou nem mesmo sua curiosidade?

Você diz que Dawkins copiou a idéia de meme de outro autor alemão, mas quanto a isso não vou me manifestar, pois desconheço tal caso.

Os argumentos do DI não têm base científica sólida. O principal deles, a complexidade irredutível, já foi refutado no meio acadêmico. Todos esses pesquisadores de DI que você diz não debatem suas idéias cientificamente em publicações científicas, mas junto ao público, em documentários e livros para o público geral. Você também distorceu o que eu disse: eu não disse que não importa que mil cientistas não acreditem na evolução, o que eu disse foi que basta UM ÚNICO cientista com provas convincentes para derrubar a evolução e mudar todo um paradigma científico.

Quanto aos 514 cientistas das academias nacionais de ciências da Rússia e dos EUA que assinaram um manifesto afirmando que não concordam com a teoria darwinista, esse fato já aconteceu na história: durante a primeira guerra, por volta de 100 cientistas alemães assinaram um manifesto contra Einstein. E a resposta de Einstein? “Para que 100 cientistas? Basta apenas um para provar que estou errado”. O mesmo vale para o manifesto desses 514 cientistas russos e americanos contra Darwin. Para que 514 assinaturas de cientistas? Basta um único cientista com argumentos e evidências científicas para derrubar a teoria da evolução. Assim é a ciência.

Você está certo: não conheço nenhum cientista que defenda a TDI e que não seja religioso.

Você acha correto ensinar evolução e TDI nas escolas. Porém, evolução é uma teoria científica com um corpo de evidências e resultados. A TDI não é ciência, mas uma forma de vestir mitos de criação com trajes científicos. Nossas escolas não podem ensinar religião, como você mesmo salientou. Do contrário, vamos ensinar astrologia junto com astronomia em nossas escolas, porque não? Você pode até não acreditar em astrologia, mas há muita gente por aí que acredita. Que mal faria ensinar ambas nas escolas, não é mesmo? A analogia parece adequada aqui.

Não vou me estender sobre suas ginásticas teológicas, mas apenas breves comentários:

Você diz que Deus avisou o Faraó, mas este não deu ouvidos, porém em Êxodos 9:12 lemos: Porém o SENHOR endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito a Moisés.

Ou seja, como o Faraó poderia ter deixado os judeus partirem, se o Senhor teria endurecido o coração do Faraó? Além do mais, se Ele era Deus e, portanto, onipotente, para que lançar pestes, matar primogênitos, etc, se não bastaria retirar “magicamente” o povo judeu das terras do Faraó? Não seria mais simples e evitaria mortes e destruição? Mas não podemos questionar o plano divino...

Não podemos fazer analogias entre guerras entre humanos (como em seu exemplo de Hitler) e guerras em que um dos lados tem (ou pensa que tem) Deus com ele. Concordo com seu argumento sobre guerras defensivas, mas se Deus está em um dos lados (no caso o povo de Israel), não poderia simplesmente aparecer para os outros povos e mostrar que era Deus também? Afinal ele se manifestava várias vezes para o povo judeu. Porque ele só aparecia para o povo judeu? Provavelmente teria evitado as guerras levando outros povos a integrarem o povo de Deus também... porque optou pela exterminação e por deixar outros povos cultuarem deuses que você vê como deuses falsos?

A libertação dos judeus na guerra contra Hitler não foi chantagem. Porém, se o lado dos americanos/ingleses tivesse um ser onipotente ao seu lado, você não acha que teria sido mais fácil? Pelo menos muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Além do mais, a grande maioria da população alemã e do exército alemão da época era católica, e portanto, cristã. Deus não poderia ter apelado a seus corações para se rebelarem contra Hitler? Será que eles não liam a bíblia?

Silas Daniel disse...

Roberto, sem dúvida Dawkins não pretende a morte dos religiosos (até porque ele seria louco “varrido” se fizesse isso), mas, sim, o amordaçar das religiões. E não fique pensando que o fundamentalismo liberal só resume-se a palavras. Toda ideologia implica em efeitos, seja na área legislativa seja na área de influência midiática. Nenhuma idéia é jogada ao vento, ainda mais quando é apresentada por uma pessoa muito influente. Se todo mundo pensasse como Dawkins (ou pelo menos todos aqueles que têm o poder de implementar mudanças ou forçá-las), teríamos leis ou medidas contra a religiosidade das pessoas. Por isso, é importante combatermos ideologias erradas em sua gênese, para que mais à frente elas não produzam efeitos nefastos.

Outra coisa: você cisma mesmo com essa coisa de querer encontrar contradição em minhas palavras. Agora diz: “Você mesmo disse que não leu todas as mais de 500 páginas”. Como se isso significasse portanto e exatamente a mesma coisa de não ter lido nada. E todas as resenhas que li que circulam na Internet são de pessoas não-evangélicas, que condenam a parte do livro em que Dawkins prega que a religião é um mal e, ao mesmo tempo, aprovam a parte onde ele defende que Deus não existe (chamando-a, inclusive, de a parte “mais deliciosa”). Aliás, Roberto, mais uma vez você desonestamente torce minhas palavras para dizer que estou me contradizendo. Por que você não cita tudo o que eu disse? Vou fazer o seguinte – Deixa eu transcrever para você o que falei lá em cima: “As pessoas que gostaram do livro (os que leram a obra em inglês), nas resenhas que já circulam na internet, dizem que a parte que propõe o fim da religião é absurda, mas se deliciaram com os argumentos contrários à existência de Deus que se encontram na primeira parte do livro”. Vem cá, onde você entendeu que eu estava falando de resenhas evangélicas sobre o livro? Estou falando claramente de resenhas de pessoas não-evangélicas. Por acaso um evangélico iria aprovar argumentos ateístas e “se deliciar” com eles?

Procurei resenhas sobre o livro apenas para saber se o tal livro estava tendo alguma repercussão no Brasil e qual a interpretação que fizeram dele. Achei a interpretação dessas pessoas (que não são evangélicas) extremamente coerentes. Como são ateus e se sentem convencidos com os argumentos pró-ateísmo, gostam da parte do livro que tenta provar que Deus não existe. Mas, como cidadãos que são, não concordam com a parte do livro onde ele xinga Deus e as religiões e diz que a religiosidade é o grande mal da humanidade. O que quis mostrar, fazendo referência às resenhas seculares sobre o livro, é exatamente que mesmo os ateus reconhecem que o livro comete esse pecado grave.

Roberto, achar essas afirmações de Dawkins normais e saudáveis é um absurdo! A pessoa pode ser atéia, mas antireligião, antiteísta?

E como você amou o capítulo 4, Roberto, estou pensando seriamente em pegar com meu amigo o livro de Dawkins emprestado de novo e rebater, em artigo neste blog, o tal capítulo ponto a ponto. Mas, não apenas por causa de suas dúvidas. Como você inspirou a idéia, seria em sua homenagem, mas na verdade é para expor a todos quantos queiram as fragilidades dos argumentos dele. Mesmo estando sem muito tempo para isso, vou pensar seriamente no assunto. Ainda mais que talvez nem precise pedir emprestado, já que a obra já foi publicada em português no final deste mês.

Você diz que basta apenas um cientista com provas convincentes. E eu respondi dizendo que há mais de um e que centenas deles, inclusive, já fizeram um manifesto (e a coisa não se resume só a um manifesto, mas a argumentos, como já frisei). O problema, e que você se esquece, é que assim como aconteceu no caso de Einstein (deixe-me aproveitar sua ilustração), toda teoria, ao ser substituída por outra, antes sofre ataques da antiga teoria até que, depois, se for o caso, é aceita. No caso do evolucionismo, estamos falando de algo que está enraizado há mais de 100 anos no mundo científico e, por isso, o DI encontra ainda fortes resistências (ainda mais que dá margem para a possibilidade de Deus, essa idéia tão má que dá pavor e arrepios nos evolucionistas). Mas não se surpreenda se o DI, dentro de alguns anos, ser aceito normalmente pela maioria. Se não houvesse risco disso, meu caro, Dawkins não precisava perder tempo escrevendo esse livro. Por que você acha que ele o escreveu? Porque há a eminência concreta de o DI ser aceito.

A complexidade irredutível não foi refutada definitivamente no meio acadêmico. Se tivesse sido, não estariam discutindo ela ainda hoje no meio acadêmico, não existiriam ainda tantos cientistas discutindo o assunto em nossos dias. Na verdade, ela só é considerada totalmente refutada no círculo evolucionista. O mundo científico, meu caro, vai além dos muros do evolucionismo. O mundo científico não se resume apenas aos cientistas evolucionistas.

Bem, você disse que não conhece cientistas agnósticos que descrêem no darwinismo. Deixe-me apresentar alguns. Vou te dar o endereço de um site deles (lá você vai encontrar 700 nomes, boa parte deles de agnósticos). O endereço é www.dissentfromdarwin.org

Vamos agora à Teologia. Você cita Êxodo 9.12. Ora, já vi então que mudou de estratégia. Porque se você está querendo me dizer com esse versículo que Deus fez Faraó resistir às pragas, logo está admitindo que a coisa não foi mesmo uma chantagem. Bem, mas vamos ao texto. A Bíblia diz que quando Deus “endurece o coração” de alguém é porque essa pessoa já escolheu endurecer o seu coração. Paulo diz em Romanos que isso é Deus dando o que aquela pessoa quer insistentemente, para o próprio mal daquela pessoa. Em outras palavras, Deus diz “Não faça!”; a pessoa diz “Eu quero e pronto!”; então, em vez de “amolecer” o coração daquela pessoa, Deus respeita o livre arbítrio dela e diz: “Ok. Então você vai sofrer as conseqüências naturais do seu ato. Você vai receber o que você quer”.

Ou seja, quando a Bíblia diz que Deus “endureceu” o coração de faraó, está dizendo que Deus não agiu para “amolecer” o coração dele, mas deixou ele se “endurecer”, favoreceu esse endurecimento. Ele não fez nada contrariamente ao que o próprio coração de Faraó determinou, mas favoreceu-o. Lembre-se que antes de a Bíblia dizer que Deus “endureceu” o coração de faraó, ela fala que “o coração de faraó se endureceu” (Êx 7.13), que faraó “continuou de coração endurecido” (Êx 8.15), que “o coração de faraó se endureceu” de novo (Êx 8.19) e que “endureceu faraó seu coração mais uma vez” (Êx 8.32). Essa frase ou uma equivalente é repetida vez após vez (Êx 9.7,34,35). De fato, foi faraó que endureceu o seu coração, e Deus disse: “Então, ele vai continuar mais endurecido ainda e vamos ver até onde você vai com esse endurecimento”. Deu no que deu.

Não somos marionetes de Deus. Ele respeita o nosso livre arbítrio. Por isso, alguém pode ser antiteísta e Deus, nem por isso, vai forçar você a crer nEle. A pessoa crê se quiser crer. Pode ter certeza que Deus não vai forçá-la.

Você diz: “Por que Deus não fez o povo ser transportado magicamente do Egito para outro lugar?” Você esquece que, à luz da Bíblia, Deus nunca faz milagres sem propósito. Ele sempre os faz por alguma razão pedagógica. Deus quis dar uma lição em faraó (inclusive relativa à matança das crianças hebréias). Por isso, usou o expediente das pragas. Pela sua lógica (o povo ser transportado magicamente), faraó teria feito o que fez e, no final, ficaria tudo do jeito que estava com ele. Faraó não ia sofrer nada pelo que fez. O povo ia embora e pronto. “Não seria mais simples evitar mortes e destruição?” Ou seja, “Não seria mais simples deixar o pobre do faraó em paz?” Coitado de faraó! Coitados dos egícpios opressores... Vai ver eles é que foram as grandes vítimas nessa história toda...

Sobre Deus nas batalhas de Israel: houve muitas batalhas no Antigo Testamento em que Deus manifestou o seu poder claramente em favor de Israel e seus inimigos viram isso e, nem assim, eles aderiram a Deus ou deixaram de lutar contra os israelitas. Deus mostrou várias vezes que estava com eles. E quem lê a Bíblia sabe que o projeto de Deus era fazer com que Israel fosse uma nação exemplar para que os outros povos, vendo a bênção de Deus sobre Seu povo, desejasse também seguir a Deus, voluntariamente. Deus não queria que só os judeus tivessem a bênção de Deus. A Bíblia diz que esse nunca foi o plano de Deus (só um povo, só uma nação com Ele, e os resto que se perca). Não, absolutamente não. Israel não foi fiel em sua missão, mas Deus ainda insiste, respeitando o livre arbítrio, em convencer o ser humano de todas as nações, com o Seu amor, a segui-lO.

Deus não força ninguém a segui-lo. Se Deus fosse usar do expediente da Sua onipotência para “persuadir” a todos a segui-lo, as pessoas não seguiriam a Deus por amor, mas por medo do Deus onipotente. Deus não quer que as pessoas O sigam sem realmente desejarem segui-lO, sem ser por prazer. Deus, está escrito na Bíblia, é amor, e Jesus é a maior prova disso. As pessoas devem ser convencidas a seguir a Deus por amor a Ele, não por exibição da onipotência divina. Exibição de poder seria uma solução simplista e que não resultaria em seguidores sinceros.

Deus permite que outras pessoas adorem a outros “deuses” se quiserem. E Ele orienta aqueles que verdadeiramente O seguem a pregar as Boas Novas da Salvação em Cristo, o Evangelho, às pessoas que não O conhecem para que O sigam também (Mt 18.19,20; Mc 16.16). Uns rejeitam a mensagem do Evangelho, outros aceitam. Deus não força ninguém a aceitá-lO como seu Deus.

Outra coisa: creio que Deus, de alguma forma, tenha ajudado os que lutaram contra Hitler. Talvez não com exibições de onipotência, mas de alguma forma, sim. Quanto ao fato de haver católicos em maioria no nazismo, lembre-se que aqueles que se dizem cristãos e apoiaram o nazismo não têm apoio bíblico. É só comparar o que fizeram com a forma como a Bíblia diz que devemos viver. Absolutamente nada a ver. É por não entender isso, que você não compreendeu quando falei da “fé cristã bíblica”. Estou falando do verdadeiro cristianismo, à luz da Bíblia. Na História, muitas atrocidades foram feitas em nome de Deus e que não têm nada a ver com Deus. Não basta alguém dizer que é cristão para sê-lo de verdade. Jesus disse que se realmente o amamos, devemos seguir Seus mandamentos. Se dizemos que o amamos, mas não seguimos Seus mandamentos, não somos Seus seguidores. Simples assim. Na época de Hitler, muitos cristãos alemães, inclusive um célebre pastor protestante, chamado Dietrich Bonhoeffer, fez oposição a Hitler porque seus ideais eram uma afronta a Bíblia. Mas foram silenciados pela morte. Hitler mandou que fossem executados. Nem todos que se diziam “cristãos” na Alemanha apoiaram Hitler. Só os falsos cristãos, os cristãos nominais, só de rótulo, que não seguem o Evangelho. Esses, infelizmente, sempre são maioria. Não queira empurrar estereótipos, deitando fora a água suja da bacia junto com o bebê.

Roberto, não há problema em você querer ser ateu, Dawkins querer ser ateu ou quem quer que seja. Não estou dizendo que há problema em você querer ser evolucionista e achar que o DI não é certo ou quem quer que seja achar o mesmo. É um direito de vocês. Só não queiram xingar a religião dos outros, empurrar estereótipos preconceituosos e dizer que o verdadeiro cristianismo e os verdadeiros cristãos fazem mal à sociedade, porque isso é um erro de uma grosseria colossal. E tudo porque alguns cientistas apresentaram uma teoria que está ganhando cada vez mais espaço e essa teoria dá margem para a possibilidade de Deus. E por mais que Dawkins e outros tentem atacá-la, ela continua avançando. A solução, então, é dizer que Deus é mal?

Se o DI avançar mais e Dawkins e outros quiserem permanecer no evolucionismo, e daí com isso? Mas golpe baixo, não! Repito: “É um direito de vocês. Só não queiram xingar a religião dos outros, empurrar estereótipos preconceituosos e dizer que o verdadeiro cristianismo e os verdadeiros cristãos fazem mal à sociedade, porque isso é um erro de uma grosseria colossal”. Aí não importa se quem está pregando esse erro terrível é uma pessoa simples da esquina ou um respeitado cientista. Preconceito e intolerância são absurdos em qualquer lugar e na boca de qualquer pessoa, seja qual for o currículo que tenha. Eles não são “santificados” quando são pregados por pessoas ilustradas. Grosseria é grosseria, sempre.

Tenho dito.

Anônimo disse...

Para encerrar essa discussão:

O Discovery Institute, que mantém a lista de 700 cientistas em www.dissentfromdarwin.org, é uma organização de base religiosa e, mais do que isso, de base cristã.

O manifesto dessa organização cristã declara que seu objetivo é "destruir o materialismo representado pela teoria da evolução e substitui-la por uma ciência consonante com convicções cristãs". Ou seja, uma organização com uma agenda política muito clara.

Sua afirmação de que a maioria dos nomes na lista são agnósticos é simplesmente FALSA. Na verdade, a maioria é formada por cristãos evangélicos. Vários artigos na mídia já mostraram que menos de 25% deles são biólogos (Times magazine) e NENHUM dos nomes citados foi reconhecido como alguém que tenha contribuído na literatura científica para o debate do papel da seleção natural na evolução. Além disso, as credenciais de muitos são falsas ou questionáveis.

Essa lista de "700 cientistas" é um engodo e pura propaganda criacionista. Uma tentativa de convencer a população de que não há consenso sobre a teoria da evolução e que existem 2 teorias igualmente válidas em debate na comunidade científica. Isso é falso e jogo sujo.

Se quiser conferir por você mesmo, forneço minhas fontes:

Sobre a estratégia do Discovery Institute:
http://en.wikipedia.org/wiki/Wedge_strategy

Sobre a lista de cientistas que discordam da evolução:
http://en.wikipedia.org/wiki/A_Scientific_Dissent_From_Darwinism


E também tenho dito!

Silas Daniel disse...

Caro Roberto (apesar de a mensagem ter sido enviada como “anônimo”, creio que seja você),

Eu citei só um grupo dentre tantos outros, pois foi o que estava mais fresco na memória. Lembro-me quando o Dissent From Darwin apareceu na mídia. Muitos que formaram e organizaram o grupo e o manifesto são religiosos, mas nem todos o são, e isso foi divulgado na época. Eu não disse em nenhum momento que entre eles não havia religiosos. Também em nenhum momento disse que os agnósticos eram maioria do grupo, mas sim “boa parte deles”. Não estou fazendo jogo sujo. Seria desonesto se fizesse isso, e tal coisa vai contra minha fé. O que disse é que entre eles não há apenas religiosos e, repito, isso foi divulgado pela mídia na época. Agora, é claro que o pessoal que é contra esse grupo vai destacar que o Dissent from Darwin tem cientistas que são religiosos e taxar muitos que pertencem ao grupo como "cientistas que não são de peso". Até porque, se não concordam com o evolucionismo, que é aceito pela maioria dos cientistas, não poderiam ser considerados mesmo de peso. É bem provável mesmo que qualquer obra que alguns deles tenham produzido seja considerada como "não tendo relevância alguma para o debate sobre a seleção natural". São minoria e sofrem oposição e toda tentativa do mundo para desacreditá-los.

Quanto a ter no meio gente cujas credenciais são questionáveis, sinceramente não sabia disso, mas é algo que pode até ser possível, porque, nos últimos anos, depois de certa notoriedade, soube que eles se tornaram um grupo mais aberto. Mesmo assim, quantos desses estariam realmente nessa situação? E o fato de alguns estarem assim desqualifica os demais?

Quanto à Wikipédia, não sei se você sabe, mas ela foi alvo de críticas por parte tanto do pessoal que defende o DI como também por parte da ala conservadora dos EUA, porque ela estaria sendo parcial em seu conteúdo, favorecendo vários grupos liberais. As críticas não foram só na área da Ciência, mas também em questões sociais atualmente prementes nos EUA. Por isso, foi criado, já faz um tempo, a Conservapedia: www.conservapedia.com

E só para encerrar o assunto mesmo, quero deixar uma reflexão:

Creio que nem você espera que eu me convença nem também quer ser convencido. E se você não quer se convencer, pode ter certeza que nem eu nem ninguém vai te convencer de nada. E quando isso acontece, o debate se torna irrelevante, porque se torna apenas em uma disputa para ver quem é o mais inteligente, quando minha intenção neste blog não é essa. Esse é um espaço para a edificação através da reflexão e da interação.

Como você sabe, este blog é de caráter cristão. O meu objetivo ao publicar uma resenha sobre o livro de Dawkins foi destacar, acima de tudo, os erros e o perigo relacionados às afirmações preconceituosas dele. Minha preocupação não foi nem com os argumentos dele pró-ateísmo (que são antigos, como já frisei). Nem me prendi a isso. Por que iria me preocupar tanto em responder argumentos que, além de antigos, não têm tido ressonância durante a História, a não ser em poucos círculos? Quantos porcento de ateus existem no Brasil? E no mundo?

O problema de Dawkins é essencialmente preconceito religioso. É isso que realmente preocupa. Se você é evolucionista e ateu, isso é uma opção e um direito seus. O que não pode acontecer é alguém forçar seu ateísmo sobre mim ou eu forçar você a crer em Deus. Você aceita se quiser. E se quiser até se torna um evolucionista crente! Sim, porque há até quem seja evolucionista e religioso ao mesmo tempo! Quem disse que, se alguém é evolucionista, necessariamente tem que ser ateu? Só se for na cabeça de Dawkins.

Um dos maiores apologistas cristãos do século 20 foi o britânico C. S. Lewis, professor das Universidades de Oxford e Cambridge, que era evolucionista teísta.

Há, por exemplo, muitos cientistas evolucionistas sérios que são religiosos, como o cristão Francis Collins, cientista renomado internacionalmente e diretor do Projeto Genoma. Ele prefere o evolucionismo, mas condena contundentemente o antiteísmo de Dawkins e prega que a existência de Deus é inquestionável. Collins é autor do livro "A Linguagem de Deus", já lançado no Brasil (foi lançado meses atrás, este ano ainda), onde defende a existência de Deus. O livro foi lançado nos EUA logo depois do livro de Dawkins, mas foi lançado no Brasil primeiro que o dele. Veja bem: mesmo que eu não concorde com Collins quanto ao evolucionismo, concordamos plenamente quanto à existência de Deus ser inquestionável e quanto aos erros e ao perigo do antiteísmo de Dawkins. Você entende o que estou querendo dizer?

Mesmo que você seja ateu (e, por mais que tentem provar a você que o ateísmo não se sustenta, você prefere crer mais nos argumentos ateístas), daí a se tornar antiteísta? Dizer que ensino religioso é "abuso", xingar Deus e as religiões? Definitivamente, isso é terrível, sombrio mesmo. E prefiro acreditar que você não vai cair nesse discurso.

Se você, mesmo continuando ateu e evolucionista, fechar o seu coração para o antiteísmo, este artigo postado neste blog vai ter valido imensamente à pena, mais do que já tem sido, porque esta foi a proposta inicial ao postar aquele artigo: alertar quanto ao perigo e os erros do antiteísmo. Mesmo que o texto tenha sido num tom indignado - o que é uma reação natural diante das palavras acintosas de Dawkins - a proposta claramente foi essa.

Agora, quanto a crer em Deus, seria talvez propor muito a você no momento. Aliás, não espero, sinceramente, convencê-lo com meus argumentos sobre a existência de Deus, por mais que possam ser convincentes. Se você quiser um dia conhecer a Deus mesmo, entregar sua vida a Ele, creia que Ele vai te abraçar e mudar a sua vida! Soube de um colega, ex-ateu, que um dia, em crise, orou a Deus dizendo: "Deus, eu não creio que Você existe, mas, se Você existe, muda a minha história". E Deus ouviu a oração dele.

Oro, sinceramente, para que um dia você também tenha, como eu tive, um encontro com Deus, não o Deus da mera religiosidade, não um Deus que resume-se apenas a um conceito filosófico, a uma idéia, a uma abstração; mas o Deus da Bíblia, que é real, o Deus vivo e verdadeiro, que mudou a minha vida, que transformou a minha história e a de tantos outros cristãos sinceros no Brasil e no mundo. Ele quer transformar a sua vida também!

Roberto, pense nisso. E que Deus te abençoe!

Anônimo disse...

Caro Sr. Silas

Venho aqui lhe parabenizar pelo seu trabalho. Não sou evangélico, sou católico, mas lendo seus textos pude ver o quanto unidos estamos, no que se trata do cristinanismo, e posso dizer que quebrei o preconceito contra as igrejas evangélicas, que, diante de tantas 'seitas' capitalistas por aí, criei dentro de mim. Mas não vim aqui comparar doutrinas, vim lhe agradecer pela sua fidelidade à verdade, pelo seu modo verdadeiramente racional de tentar entender as coisas. A ciência não carrega por si só o racionalismo dentro de si, e muitas vezes os cientistas e acadêmicos caem no mesmo erro que acusam a Igreja Católica de ter caído durante a idade média (não vou ser hipócrita de negar o obscurantismo que existiu, mas não vou cair na mesma generalização de Dawkins e abandonar minha fé católica). Enfim, parabéns por essa página de seu blog. Que Deus ilumine sua retórica e eloquência a favor do bem!
abraços

Silas Daniel disse...

Olá, Cássio! É um prazer vê-lo aqui de novo!

Obrigado pelas suas palavras. Nosso objetivo, ao comentarmos as afirmações absurdas de Dawkins, foi justamente este: alertar para o perigo de tais afirmações para a saúde da sociedade que, aliás, já vai mal há muito tempo (e colocações como as dele só pioram as coisas).

Fiquei feliz também em saber que seu preconceito em relação às igrejas evangélicas caiu. Infelizmente, há mesmo algumas igrejas "evangélicas" (uso entre aspas porque, apesar de serem definidas sociologicamente como evangélicas, na prática não o são pois vivem um evangelho que não tem nada a ver com o Evangelho ou mesmo com os princípios esposados pelo evangelicalismo) que se afastaram dos princípios bíblicos, tornando-se "igrejas capitalistas", como você bem definiu. Mas, graças a Deus, há ainda muitas igrejas evangélicas sérias neste país. Quando quiser visitar uma delas (creio que terá discernimento para diferenciar umas das outras), sinta-se à vontade.

Espero que este blog, com a graça de Deus, continue servindo para edificação de vidas, para honra e glória do Senhor Deus.

Que Deus o abençoe!

Silas Daniel disse...

Olá a todos!

Acabei de ler a edição em português do livro "O delírio de Dawkins" (Editora Mundo Cristão), do doutor em Biofísica Molecular e Teologia, professor Alister McGrath, e sua esposa, a professora de Psicologia e Teologia Joanna Collicut McGrath. Ambos são professores da Universidade de Oxford, mesma universidade onde leciona Richard Dawkins.

Já havia indicado o livro "A Linguagem de Deus" (Editora Gente), de autoria do mundialmente respeitado cientista Francis Collins, diretor do Projeto Genoma (que é evolucionista teísta) e cuja obra também rebate as afirmações absurdas de Dawkins. Indico agora, aos ateus raivosos, conhecidos por fazerem de Dawkins, Dennet e outros seus profetas, que leiam também o livro dos McGrath.

O único adendo que faço ao livro do casal McGrath é que esqueceram, ao rebater a pueril teoria dos memes de Dawkins, de acrescentar que a tal teoria, que Dawkins alardeou como sendo dele, na verdade não é sua, como afirmei alguns comentários acima. Dawkins diz que é de sua autoria uma teoria nascida na Alemanha no início do século 20 e que, de tão frágil, não teve repercussão alguma. Inclusive, o dono da teoria usava o mesmo termo: "memes".

Ah, só mais uma informação: a respeitada revista "Prospect", que em novembro de 2005 divulgou uma pesquisa entre seus leitores que apresentava Richard Dawkins como um dos três maiores intelectuais da atualidade, declarou-se "chocada" com o livro de Dawkins, lançado um ano depois de publicado o resultado da pesquisa (lembremos que o marketing do livro, inclusive, usou muito o resultado dessa eleição de Dawkins na "Prospect" para divulgar e dar mais respeitabilidade à obra). A revista "Prospect" afirmou que "Deus, um delírio" é uma obra "indolente, dogmática, vaga e autocontraditória". Isso está, inclusive, registrado no livro dos McGrath, que rebate ponto a ponto as teses de Dawkins, concentrando-se no coração de cada um de seus argumentos.

Boa leitura!

Anônimo disse...

Tááááá bom, agora Dawkins é o Anti-PapaiNoel, digo, Anti-Cristo?

Ah, outra coisa: daonde você tirou "xingando"? Xingar é usar palavras de baixo calão para se referir a alguém. Quando Dawkins fala que o deus bíblico é um dos personagens mais desagradáveis da ficção, se baseia na Bíblia cristã.

Embora eu não concorde com algumas coisas que Dawkins fala, como citar como um abuso o proselitismo dos pais aos seus filhos, que o eduquem como cristãos, mulçumanos, ateus, hinduístas, agnósticos... isso é liberdade dos pais.

Sou contra, SIM, religião em colégios - a educação DEVE SER LAICA.

"Se é no sentido de fé cristã bíblica (e com certeza é também, como Dawkins deixa claro), então essa “religião” só faz bem." - Vejamos...
*Ensina a tolerância, né? Como levar adúlteros aos muros da cidade e apedrejá-los até a morte?
*E aquela passagem de Papai Noel, digo, Jesus falando pros fiéis trazerem espadas, e quem não tivesse, que vendesse sua capa para comprar uma espada? (note que não é nem um pouco metafórica)???
*Educação cristã faz bem? Ensinar que o mundo é plano, tem 6 mil anos, que dragões e unicórnios existem? A mitologia cristã faz os mesmos efeitos de qualquer outra mitologia: aliena o ser humano da realidade. Entretanto, ainda acho que esse é um direito dos pais, o de mentirem a seus filhos.

ENSINAR VALORES MORAIS É DIFERENTE DE ENSINAR RELIGIÃO. Ensinar religião significa ensinar, além dos valores morais DE UM GRUPO DENTRO DA SOCIEDADE, ensinar junto seus mitos e crenças. A moral PODE e DEVE SER laica.

Ah, Thor/Jesus/Iavé/o deus de sua preferência, segundo a mitologia bíblica, respeitou o livre-arbítrio de 42 crianças quando teriam sido dilaceradas por duas ursas? 2Reis 2:24. Ou respeitou algum livre-arbítrio quando supostamente inundou a Terra?

Ahhhhhhhh, a resposta já tá muito grande, vou ficar por aqui. Abraços.

Anônimo disse...

Ih, esqueci de dizer uma coisa:
NÃO CONFUNDA DARWINISMO COM SÍNTESE EVOLUTIVA (a.k.a.). A teoria que Dawkins defende é a síntese evolutiva, que ENGLOBA o darwinismo, mas engloba também as leis de Mendel, Haldane, a biologia molecular e a genética moderna.

Abraços!

Silas Daniel disse...

Cara Lella Nietzsche,

1) Em nenhum momento do texto eu digo que Dawkins é o Anticristo. Eu seria um completo imbecil se afirmasse isso. Onde é que você leu isso? Você tem alguma dificuldade com a língua portuguesa? Será que não está claro para você que evoquei o texto de 2Tessalonicenses 2.3,4 para dizer que o posicionamento de Dawkins está dentro do “espírito do Anticristo” que já opera em nossos dias, e não para dizer que Dawkins é o Anticristo? Nem Dawkins é o Anticristo nem muito menos disse que o Anticristo está vivo por aí, mas que o “espírito do Anticristo”, essa coisa de “se opor a Deus e a tudo o que se adora”, já é uma das tendências claras em nossos dias. O movimento antiteísta está aí, para quem quiser ver.

2) Você pode ter achado acintosa minha pergunta “Você tem alguma dificuldade com a língua portuguesa?”, mas sua incapacidade de entender o que está claramente escrito (como se vê na sua afirmação de que estou dizendo que “Dawkins é o Anticristo”) e o fato de ignorar o significado de termos usuais da língua portuguesa (no caso, “xingar”) provocou-me tal questionamento. Você precisa conhecer mais a língua que fala e escreve. “Xingar” não é “usar palavras de baixo calão para se referir a alguém”. Xingar é “insultar com palavras”. Não se xinga (insulta) apenas usando palavrão. Dawkins XINGOU. Dawkins INSULTOU. E mais: tudo o que Dawkins diz que Deus é simplesmente NÃO TEM APOIO ALGUM NA BÍBLIA; ele descarada e desonestamente distorce passagens da Bíblia para tentar provar aos ingênuos, que não conhecem nada de Bíblia, que Deus seria tudo isso que ele diz.

Primeiro, você leu o que não existe, colocando no meu texto palavras que não escrevi (“Dawkins é o Anticristo”); depois, muda o significado das palavras do nosso vernáculo! E, enfim, fala de algo que não conhece - a Bíblia -, reproduzindo apenas o que leu sobre ela em... Dawkins!!! O que dizer dos julgamentos de alguém que (1) leu o que não existe, (2) não sabe o significado de palavras usuais utilizadas em sua própria língua e (3) fala de algo que não conhece?

3) Você não conhece a Bíblia. Você não conhece Teologia. Você só conhece aquilo que Dawkins distorcidamente explicou para você. Vejamos:

a) “Ensina a tolerância, né? Como levar adúlteros aos muros da cidade e apedrejá-los até a morte?”
É de uma ignorância tremenda dizer que os cristãos defendem o apedrejamento de adúlteros. Você já viu apedrejamento de adúlteros em igrejas metodistas, batistas, presbiterianas, assembleianas, congregacionais, católicas, etc? Por que será que não, se essas igrejas têm a Bíblia como sua única regra de fé e prática? Se você tivesse estudado a Bíblia, saberia que a realidade do povo judeu no Antigo Testamento não era o ideal de Deus para o ser humano, mas sim o que vemos depois da vinda de Cristo, o que vemos no Novo Testamento. Pergunte a qualquer estudante da Bíblia e ele te informará que a Bíblia diz que Cristo se posicionou revogando essas leis do Antigo Testamento, só não abolindo o aspecto moral delas. Cristo afirmou e enfatizou em Seu célebre Sermão da Montanha (Mateus 5 a 7) e em outras passagens dos Evangelhos que adulterar é pecado, mas Ele nunca defendeu essa história de matar os adúlteros. Pelo contrário, se opôs a isso. Leia João 8.1-11.

b) “E aquela passagem de Papai Noel, digo, Jesus falando pros fiéis trazerem espadas, e quem não tivesse, que vendesse sua capa para comprar uma espada? (note que não é nem um pouco metafórica)???”
É Lucas 22.35-38, e você mais uma vez cai na onda do mal intencionado (ou será só analfabeto teológico?) Dawkins. Jesus falou metaforicamente sim! Quase a totalidade dos estudiosos da Bíblia afirma isso, e por uma simples razão: o vocábulo usado no original grego e traduzido por “Basta!” no versículo 38 é a forma grega de uma interjeição semítica de reprovação bastante usual entre os judeus da época e que quer dizer “Basta disso!” (equivale ao nosso “Basta dessa conversa!” ou ao nosso “Basta dessa tolice!”, como explicam especialistas como Goodspeed, Champlim, Stamps, Shedd, entre tantos outros), o que significa que Jesus não estava falando de espada no sentido literal. Porém, os discípulos não entenderam o significado de suas palavras e, pensando que Ele estava se referindo a espada no sentido literal, informaram que estavam com duas espadas, ao que Jesus respondeu reprovativamente: “Basta disso!”. Outro detalhe: instantes depois, quando Jesus foi preso, um dos discípulos (Pedro) usou a espada para defender-se e defender Jesus, mas Ele disse que não era para seus discípulos usarem a espada (Mt 26.52; Lc 22.51). Aliás, Jesus ensinou a sermos pacificadores (Mt 5.9; 22.38,39). Por isso, os cristãos (inclusive os católicos) fazem tantas críticas ao papa Bonifácio VIII por ter assinado, em 1302dC, a bula “Unam Sanctum” para justificar que a Igreja poderia usar armas. Na ocasião, por razões meramente políticas, ele distorceu o significado do texto bíblico para atender às conveniências da Igreja Católica Romana medieval. Nem mesmo os próprios católicos, em sua maioria, concordam hoje com a decisão daquela bula.

Todo mundo que lê a Bíblia sabe que Jesus usava figuras de linguagem várias e várias vezes, como no caso das parábolas, e justamente por isso muitas vezes os discípulos não entendiam o que Ele queria dizer, até que Jesus explicava-lhes (Mateus 13.36; 16.5-12). E houve metáforas que Jesus usou que só entenderam dias depois (João 2.18-22). Porém, que faz Dawkins? Mal intencionado, desonesto, inclusive falando de algo que não entende, despreza o estilo de linguagem empregado no texto para forçar uma interpretação absurda do texto, uma interpretação que desrespeita todas as regras básicas de Hermenêutica. Ou você acha, por exemplo, que Jesus estava ensinado a mutilação em Mateus 5.29,30?

c) “Ah, Thor/Jesus/Iavé/o deus de sua preferência, segundo a mitologia bíblica, respeitou o livre-arbítrio de 42 crianças quando teriam sido dilaceradas por duas ursas? 2Reis 2:24. Ou respeitou algum livre-arbítrio quando supostamente inundou a Terra?”
Primeiro, não foram crianças no sentido de pessoas que não tinham idade ainda de discernir o significado de seu ato. O termo usado ali no original hebraico refere-se a adolescentes. O vocábulo utilizado era usado pelos judeus para referir-se a jovens entre 12 e 18 anos, segundo o teólogo R. Hoover. Não deixa de ser “crianças” em certo sentido, mas não garotinhos, não pessoas sem idade de entender o que estavam fazendo. Em segundo lugar, eles não estavam ali simplesmente para fazerem chacota de Eliseu. Eram provavelmente uns 100 que estavam ali zombando agressivamente do profeta. Não era apenas uma ofensa ao seu aspecto físico (calvície), mas principalmente à história do arrebatamento de Elias (2Rs 2.9-11), dizendo a Eliseu “Sobe! Sobe!”, assim como Elias havia subido ao Céu. Afirmam Hoover e a tradição judaica que aqueles jovens do ímpio Reino do Norte, que não acreditavam na história do arrebatamento de Elias, criam na versão de que Elias fora assassinado e seu corpo escondido por Eliseu, e estavam preparando, por isso, um linchamento para o profeta. Então, Eliseu os amaldiçoou e imediatamente duas ursas os atacaram, dispersando a multidão e ferindo (provavelmente até à morte) “42 daqueles” (ou seja, eram muitos, muito mais do que 42, e contra o profeta que estava indo adorar a Deus em Betel quando isso aconteceu). Apesar de a Bíblia não afirmar que foi Deus quem enviou aquelas ursas, o texto bíblico sugere isso. Deus livrou o profeta e castigou aqueles agressivos jovens (e não criancinhas levadas fazendo brincadeirinhas).

Sobre o Dilúvio, há estudos sérios que mostram que ele realmente aconteceu. E outra coisa: a Bíblia diz que o Dilúvio foi um castigo divino sobre toda uma geração corrompida e violenta, exceto Noé e sua família, que até então mantinham-se íntegros. Diz a Bíblia que a violência era a marca daquela geração (Gn 6.11). E outra coisa: livre arbítrio não é o direito de não ser castigado quando erra; é, sim, o direito de escolher errar ou acertar quando quiser errar ou quando quiser acertar. Deus não impediu a escolha daquelas pessoas. Deus castigou a violência daquelas pessoas daquela geração. A violência foi a escolha delas. O Dilúvio foi o julgamento divino sobre a violência daquela geração.

d) “Educação cristã faz bem? Ensinar que o mundo é plano, tem 6 mil anos, que dragões e unicórnios existem? A mitologia cristã faz os mesmos efeitos de qualquer outra mitologia: aliena o ser humano da realidade. Entretanto, ainda acho que esse é um direito dos pais, o de mentirem a seus filhos”.
A Bíblia não ensina que o mundo é plano. Afirmar uma tolice dessas é o resultado de quem baseia suas informações sobre a Bíblia nos escritos de Dawkins. A Bíblia também não diz que o mundo tem 6 mil anos (neste último caso, o que há é uma conjectura de alguns a partir do texto bíblico, e não uma afirmação bíblica). A Bíblia não diz que existem dragões e unicórnios. Todo estudante da Bíblia sabe que o Livro de Jó (onde aparece a referência a “dragões” e “unicórnios”) faz parte dos chamados Livros Poéticos da Bíblia. Jó é um livro que emprega, em muitas de suas partes, figuras simbólicas, inclusive da mitologia pagã, para ilustrar alguma mensagem. Assim como nós hoje falamos de Narciso, Vênus, etc, mas nem eu nem você cremos que tais personagens realmente existiram. Sabemos que são mitos. Suas histórias só servem para ilustrar algo que queremos dizer. Porém, Dawkins (para capitalizar em cima de gente ingênua como você e porque não sabe mesmo bulhufas de Teologia) distorce o significado óbvio do texto bíblico. O significado é óbvio tanto para quem milita no estudo da Bíblia quanto para quem presta atenção em estilos de linguagem quando são empregados.
Vê o que dá falar de algo sem conhecer?

4) “ENSINAR VALORES MORAIS É DIFERENTE DE ENSINAR RELIGIÃO. Ensinar religião significa ensinar, além dos valores morais DE UM GRUPO DENTRO DA SOCIEDADE, ensinar junto seus mitos e crenças. A moral PODE e DEVE SER laica”.
Antes de tudo, em nenhum momento disse que o Estado deve ensinar religião, pois tanto eu como você concordamos que o Estado deve ser laico. Não entendi porque você fala comigo como se eu dissesse o contrário. Minha posição quanto à educação foi claramente apenas contra a proposta idiota de impedir que os pais ensinem a seus filhos princípios religiosos (no que você disse concordar também, mas chamando esses princípios de "mentiras"). Agora, sobre a questão dos valores morais, sim, você pode ensinar valores morais sem fazer referência a qualquer religião (e muita gente faz isso hoje); você pode ensinar princípios sem fazer referência a qualquer expressão religiosa, dizendo apenas que isso é certo e aquilo é errado; mas você se esquece que o engraçado de tudo isso é que os valores morais que você ensina não são laicos. O nosso senso de certo e errado não é laico. A moral, em si, Lella, não é laica. Ela não pode ser laica porque ela é essencialmente não-laica. Para saber mais sobre o assunto, que demandaria uma extensa postagem, indico a você os primeiros capítulos do livro “Cristianismo Puro e Simples”, do professor C. S. Lewis, de Oxford, citado inclusive no livro “A Linguagem de Deus”, do cientista e evolucionista teísta Francis Collins (cientista renomado e diretor do Projeto Genoma), que rebate as afirmações de Dawkins em “Deus, um delírio”.
O que Dawkins quer são os valores da religião, mas sem a existência de religião. E pior: ele é a favor de a sociedade viver respeitando valores e, ao mesmo tempo, simultaneamente, propõe intolerância à religião, o fim das religiões como o maior bem da humanidade, proposta esta que fere frontalmente... os valores!

5) “NÃO CONFUNDA DARWINISMO COM SÍNTESE EVOLUTIVA (a.k.a.). A teoria que Dawkins defende é a síntese evolutiva, que ENGLOBA o darwinismo, mas engloba também as leis de Mendel, Haldane, a biologia molecular e a genética moderna”.
Lella, o que importa é que o coração dos argumentos de Dawkins é o darwinismo. Além disso, há muitos biólogos moleculares e geneticistas que discordam de Dawkins em muitas de suas afirmações. E há também muitos evolucionistas teístas que discordam frontalmente do evolucionismo ateísta e, mais ainda (como não poderia deixar de ser em gente civilizada e que realmente respeita valores), se diz horrorizada com o antiteísmo de Dawkins.

Ademais, sobre o livro do seu adorado Dawkins, com toda a sua síntese evolutiva (“darwinismo, leis de Mendel, Haldane, a biologia molecular e a genética moderna”), quero repetir aqui a informação que coloquei no meu último comentário aqui (do dia 12 de outubro de 2007, às 15h43), e que os marketeiros do livro dele no Brasil e no mundo, por razões óbvias, não mencionaram: “A respeitada revista ‘Prospect’, que em novembro de 2005 divulgou uma pesquisa entre seus leitores que apresentava Richard Dawkins como um dos três maiores intelectuais da atualidade, declarou-se ‘chocada’ com o livro de Dawkins, lançado um ano depois de publicado o resultado da pesquisa (lembremos que o marketing do livro, inclusive, usou muito o resultado dessa eleição de Dawkins na ‘Prospect’ para divulgar e dar mais respeitabilidade à obra). A revista ‘Prospect’ afirmou que ‘Deus, um delírio’ é uma obra ‘indolente, dogmática, vaga e autocontraditória’”.

Vou repetir a avaliação da "Prospect" sobre "Deus, um delírio", e em letras garrafais: “INDOLENTE, DOGMÁTICA, VAGA E AUTOCONTRADITÓRIA”.
É o que eu acho dela também.

Unknown disse...

Dawkins está corretissimo, por muitos anos a religião dominou o mundo, CHEGA O POVO TA FARTO DISSO, ingué é dono de ninguém, dawkins tem meu total apoio de levaR suas idéias que deveria ser levada a todos. A religião é SEPArATISTA e é perigosa, e convenhamos não acrescenta nada a intelectualidade do ser humano. Esse livro é muito bom, eu gostaria que todos os crentes pudessem ler, mas como são medrosos, Deus é um delírio não deveria ser levado porque nós pessoas que pensam nos sentimos ofendidos com o que pregam por aí nas igrejas. A crença cega no sobrenatural.

Silas Daniel disse...

"Rafacobra",

Esse é o tipo de gente que Dawkins produz? Você fala de crença cega no sobrenatural, mas o que se vê é que você é que tem uma crença cega em Dawkins, ao ponto de, em poucas linhas do seu comentário, cometer algumas vigarices hercúleas!

Primeiro, diz que Dawkins está corretíssimo, mas não diz o porquê e ignora que há gente muito mais abalizada e reconhecida que ele, como Francis Collins, diretor do Projeto Genoma, que discorda frontalmente dele e com argumentos sólidos, só para citar um caso mais conhecido. E o que dizer da respeitada revista "Prospect", que havia o elegido antes um dos três grandes pensadores de nossa época, mas, após o lançamento e a leitura de "Deus, um delírio", se arrependeu ao constatar que o livro de Dawkins é “indolente, dogmático, vago e autocontraditório”?

Segundo, você diz que "o povo está farto disso", quando a maioria esmagadora das pessoas do mundo, mais de 90%, é religiosa. E o que dizer do caso brasileiro? Os sem-religião são hoje, no Brasil, segundo o Censo 2000 do IBGE, apenas 7,3% da população, algo em torno de 12 milhões de pessoas. Sendo que, segundo o próprio IBGE, os sem-religião não são todos ateus. Entre eles há agnósticos, secularistas, céticos e até quem acredita fervorosamente em Deus. Por isso, estima-se que o número de ateus, ateus mesmo, pessoas que não crêem em Deus, seja de apenas 2% no Brasil. Isso dá umas 3 milhões de pessoas em todo o país. Como, então, o povo está farto disso?

Terceiro, você diz que a religião é separatista, mas esquece que a maior e mais antiga democracia do mundo foi fundada com base não no iluminismo, mas em princípios cristãos: os EUA. Os Estados Unidos nasceram sob o Pacto dos Pais Peregrinos (que eram cristãos protestantes), realizado em 1620 no Navio Mayflower, que estava a caminho da América. Esse evento é bem anterior ao iluminismo, que foi iniciado oficialmente com a repercussão do livro "Discurso do método", lançado por Descartes em meados do século 17, e que só foi ganhar corpo de fato como movimento no século 18. Além disso, a Independência e a Constituição dos Estados Unidos são anteriores à Revolução Francesa (esta, sim, influenciada pelos conceitos iluministas).

Você esquece-se também que a escravatura no mundo acabou por causa dos esforços dos fervorosos cristãos William Wilberforce, John Newton e o Grupo de Clapham no final do século 18 e início do 19. Eles lutaram contra forças poderosas para obter essa grande conquista da História da humanidade.

Além disso, você ignora o tremendo trabalho de ressocialização, integração e pacificação que ainda hoje milhões de cristãos no mundo têm promovido. Isso é o que dá ver o mundo pelas lentes distorcidas de Dawkins. Você só vê os exemplos de péssimos e falsos cristãos na História e generaliza. Sua visão do cristianismo é absolutamente distorcida e estereotipada.

Em quarto lugar, você diz que os crentes têm medo de ler Dawkins!?! De que planeta você é? Você não tem noção da realidade mesmo. Artigos e livros já foram escritos refutando o livro de Dawkins, e muitos deles escritos por cristãos que... lêem Dawkins!

Em quinto lugar, se as idéias de Dawkins fossem levadas mesmo às últimas consequências por qualquer sociedade, teríamos uma sociedade com as liberdades religiosa e de expressão feridas, com manifestações religiosas sendo censuradas e religiosos sendo vistos, na melhor das hipóteses, como cidadãos de "segunda classe".

O mundo não precisa de mais preconceito e intolerância.