Estive refletindo nos últimos dias sobre alguns mitos do liberalismo, seja ele secular ou teológico, que têm sido disseminados. Devido à popularidade de alguns deles, achei por bem escrever a respeito. É o que se vê a seguir.
O mito de que os liberais são mais felizes do que os conservadores
A propaganda cultural nos últimos anos tem disseminado em livros, filmes, novelas e revistas a idéia de que os conservadores são infelizes enquanto os liberais são felizes. A lógica, segundo a tal propaganda, é a de que os conservadores são infelizes porque “são reprimidos”, enquanto os liberais são felizes porque “não castram seus desejos”. Nada mais falso. As figuras do conservador infeliz e do liberal feliz-da-vida são estereótipos de obra ficcional. A vida tem mostrado que o inverso é que é bem mais comum.
Quem adota um comportamento liberal não encontra a felicidade, mas, no máximo, paliativos, placebos, fugazes narcóticos psicológicos. O liberalismo, a princípio, traz uma falsa sensação de liberdade à pessoa, mas, em seguida, leva-a a um ciclo de insatisfação constante, onde os vazios existenciais são preenchidos por prazeres passageiros e mais retiradas de limites, num ciclo sem fim de liberalização.
Ou seja, o liberalismo é uma droga que leva a pessoa e a sociedade, inconscientemente, à autodestruição paulatina. Só quando a pessoa descobre a importância de Deus e dos valores em sua vida, consegue reverter o quadro.
Quem vive segundo os princípios da Palavra de Deus já sabe disso há muito tempo. Mas parece que alguns estão começando a descobrir isso só de alguns anos para cá. Na edição de 27 de março da revista The Economist, foi publicada uma matéria com o seguinte título: Why conservatives are happier than liberals (Porque os conservadores são mais felizes do que os liberais). O texto traz os resultados de uma pesquisa feita em 2004 nos Estados Unidos. O estudo mostra que os norte-americanos que se dizem “conservadores” ou “muito conservadores” são duas vezes mais felizes do que os que se dizem “liberais” ou “muito liberais”. Mais precisamente, cerca de 50% dos “conservadores” ou “muito conservadores” se dizem “muito felizes”, enquanto apenas 25% dos “liberais” ou “muito liberais” se dizem “muito felizes”. E, segundo os pesquisadores, se acrescentados aos que se dizem “muito felizes” os que se dizem apenas “felizes”, a diferença abissal permanece entre os dois grupos.
A matéria da revista inglesa ainda lembra que alguém poderia até argumentar que os liberais norte-americanos estariam se sentindo infelizes devido ao fato de estarem vivendo sob o governo conservador de George Bush, mas, assevera a matéria, tal argumentação não procede, já que pesquisas do mesmo tipo feitas nos últimos 35 anos nos Estados Unidos têm tido o mesmo resultado: os conservadores são muito mais felizes do que os liberais. Sempre. Seja qual for o contexto.
E é importante que se diga: essa felicidade pesquisada pelo estudo não diz respeito à satisfação das pessoas com a situação do mundo, mas ao grau de satisfação que elas têm em relação à vida que levam, ao seu trabalho, à sua vida afetiva, à família, etc, apesar da situação do mundo.
Em seu livro Gross National Happiness, citado na matéria de The Economist, o professor Arthur Brooks, especialista no assunto, acrescenta que a mesma pesquisa também tem mostrado que as pessoas casadas e que estão toda semana na igreja são muito mais felizes do que as que banalizam o casamento e desprezam a religião.
Brooks ressalta ainda que os fatores religiosidade e secularismo pesam na balança. De acordo com o estudo, apenas 22% dos liberais não-religiosos se dizem “muito felizes”. E os liberais religiosos são tão felizes quanto os conservadores seculares. Os dois últimos são majoritariamente “não tão felizes”. Já os conservadores religiosos dos Estados Unidos (a esmagadora maioria de protestantes, já que 65% dos conservadores dos EUA são protestantes) são os mais felizes de todos: mais de 50% deles afirmam que são “muito felizes”. Só 5% deles se dizem “infelizes”.
Isso nos faz lembrar o salmista (Sl 1).
O mito de que liberalização é melhor do que restrições
É comum ouvirmos, até mesmo entre cristãos, o mito, cada vez mais popular, de que quanto mais você insiste em uma restrição, pior será, porque, segundo alguns acreditam, a manutenção daquela restrição só alimentará a transgressão dela. E a liberalização, isto é, a retirada da restrição, ao contrário, diminuiria a transgressão. Isso não é verdade. A vida tem mostrado que a liberalização, além de não diminuir a transgressão (muito pelo contrário: aumenta), leva a outra retirada de limites e depois a mais outra, e assim sucessivamente.
Meu amigo Valmir Nascimento, de Cuiabá, em seu blog http://www.comoviveremos.com/, já escreveu sobre o caso holandês, mas vale a pena repetir: a Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seu liberalismo. O país que, primeiro do que todos os outros, legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais, a prostituição e o sexo ao ar livre em praças selecionadas (e já discute a liberalização da pedofilia – numa prova clara de que uma liberalização leva a outra, num ciclo interminável) reconhece que essa sua posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas na Holanda, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (...) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição, etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a igualmente liberal Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Dessa “modernidade”, não precisamos. Nunca.
O mito de que os liberais evangélicos estão “remando contra a maré”
Um dos discursos mais usados hoje pelos adeptos de posicionamentos liberais no meio evangélico para romantizar sua luta é a de que são uma espécie de “Davi” lutando contra um “Golias” (que, neste caso, seria os que defendem a ortodoxia bíblica). Tentam imprimir na mente das pessoas, para sensibilizá-las em seu favor, a idéia de que a sua luta é a de uma “minoria esmagada”, que supostamente seriam eles, contra uma “maioria sufocante”, que supostamente seriam os ortodoxos. Usam, inclusive, muitos termos como “remar contra a maré”, “ter a coragem de ser diferente”, “fugir do consenso”, etc, para definir seu mourejar, apresentando-se como vítimas e, assim, legitimando, crêem, sua luta e, dessa forma, condenando a atividade apologética ortodoxa.
Ora, se existe uma coisa que os liberais não estão fazendo é remar contra a maré, ter coragem de ser diferente e fugir do consenso ideológico.
Quem está realmente remando contra a maré, tendo a coragem de ser diferente e fugindo do consenso ideológico são os conservadores. Os liberais evangélicos apenas reproduzem o que a mídia secular e os pensadores populares de hoje defendem. A verdadeira minoria que estão tentando sufocar em nossos dias são os chamados ortodoxos, não os liberais.
Se um liberal é a favor do aborto e a mídia é a favor do aborto, governos são a favor do aborto e a maioria dos pensadores incensados é a favor do aborto, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é condescendente com o homossexualismo e a mídia é condescendente com o homossexualismo, o governo também e a maioria dos pensadores hodiernos idem, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é a favor da eutanásia e a mídia é a favor da eutanásia, o governo é a favor também e a maioria dos pensadores de hoje idem, quem está sendo minoria ideológica? O liberal ou o ortodoxo?
O mito de que os liberais são mais felizes do que os conservadores
A propaganda cultural nos últimos anos tem disseminado em livros, filmes, novelas e revistas a idéia de que os conservadores são infelizes enquanto os liberais são felizes. A lógica, segundo a tal propaganda, é a de que os conservadores são infelizes porque “são reprimidos”, enquanto os liberais são felizes porque “não castram seus desejos”. Nada mais falso. As figuras do conservador infeliz e do liberal feliz-da-vida são estereótipos de obra ficcional. A vida tem mostrado que o inverso é que é bem mais comum.
Quem adota um comportamento liberal não encontra a felicidade, mas, no máximo, paliativos, placebos, fugazes narcóticos psicológicos. O liberalismo, a princípio, traz uma falsa sensação de liberdade à pessoa, mas, em seguida, leva-a a um ciclo de insatisfação constante, onde os vazios existenciais são preenchidos por prazeres passageiros e mais retiradas de limites, num ciclo sem fim de liberalização.
Ou seja, o liberalismo é uma droga que leva a pessoa e a sociedade, inconscientemente, à autodestruição paulatina. Só quando a pessoa descobre a importância de Deus e dos valores em sua vida, consegue reverter o quadro.
Quem vive segundo os princípios da Palavra de Deus já sabe disso há muito tempo. Mas parece que alguns estão começando a descobrir isso só de alguns anos para cá. Na edição de 27 de março da revista The Economist, foi publicada uma matéria com o seguinte título: Why conservatives are happier than liberals (Porque os conservadores são mais felizes do que os liberais). O texto traz os resultados de uma pesquisa feita em 2004 nos Estados Unidos. O estudo mostra que os norte-americanos que se dizem “conservadores” ou “muito conservadores” são duas vezes mais felizes do que os que se dizem “liberais” ou “muito liberais”. Mais precisamente, cerca de 50% dos “conservadores” ou “muito conservadores” se dizem “muito felizes”, enquanto apenas 25% dos “liberais” ou “muito liberais” se dizem “muito felizes”. E, segundo os pesquisadores, se acrescentados aos que se dizem “muito felizes” os que se dizem apenas “felizes”, a diferença abissal permanece entre os dois grupos.
A matéria da revista inglesa ainda lembra que alguém poderia até argumentar que os liberais norte-americanos estariam se sentindo infelizes devido ao fato de estarem vivendo sob o governo conservador de George Bush, mas, assevera a matéria, tal argumentação não procede, já que pesquisas do mesmo tipo feitas nos últimos 35 anos nos Estados Unidos têm tido o mesmo resultado: os conservadores são muito mais felizes do que os liberais. Sempre. Seja qual for o contexto.
E é importante que se diga: essa felicidade pesquisada pelo estudo não diz respeito à satisfação das pessoas com a situação do mundo, mas ao grau de satisfação que elas têm em relação à vida que levam, ao seu trabalho, à sua vida afetiva, à família, etc, apesar da situação do mundo.
Em seu livro Gross National Happiness, citado na matéria de The Economist, o professor Arthur Brooks, especialista no assunto, acrescenta que a mesma pesquisa também tem mostrado que as pessoas casadas e que estão toda semana na igreja são muito mais felizes do que as que banalizam o casamento e desprezam a religião.
Brooks ressalta ainda que os fatores religiosidade e secularismo pesam na balança. De acordo com o estudo, apenas 22% dos liberais não-religiosos se dizem “muito felizes”. E os liberais religiosos são tão felizes quanto os conservadores seculares. Os dois últimos são majoritariamente “não tão felizes”. Já os conservadores religiosos dos Estados Unidos (a esmagadora maioria de protestantes, já que 65% dos conservadores dos EUA são protestantes) são os mais felizes de todos: mais de 50% deles afirmam que são “muito felizes”. Só 5% deles se dizem “infelizes”.
Isso nos faz lembrar o salmista (Sl 1).
O mito de que liberalização é melhor do que restrições
É comum ouvirmos, até mesmo entre cristãos, o mito, cada vez mais popular, de que quanto mais você insiste em uma restrição, pior será, porque, segundo alguns acreditam, a manutenção daquela restrição só alimentará a transgressão dela. E a liberalização, isto é, a retirada da restrição, ao contrário, diminuiria a transgressão. Isso não é verdade. A vida tem mostrado que a liberalização, além de não diminuir a transgressão (muito pelo contrário: aumenta), leva a outra retirada de limites e depois a mais outra, e assim sucessivamente.
Meu amigo Valmir Nascimento, de Cuiabá, em seu blog http://www.comoviveremos.com/, já escreveu sobre o caso holandês, mas vale a pena repetir: a Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seu liberalismo. O país que, primeiro do que todos os outros, legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais, a prostituição e o sexo ao ar livre em praças selecionadas (e já discute a liberalização da pedofilia – numa prova clara de que uma liberalização leva a outra, num ciclo interminável) reconhece que essa sua posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas na Holanda, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (...) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição, etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a igualmente liberal Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Dessa “modernidade”, não precisamos. Nunca.
O mito de que os liberais evangélicos estão “remando contra a maré”
Um dos discursos mais usados hoje pelos adeptos de posicionamentos liberais no meio evangélico para romantizar sua luta é a de que são uma espécie de “Davi” lutando contra um “Golias” (que, neste caso, seria os que defendem a ortodoxia bíblica). Tentam imprimir na mente das pessoas, para sensibilizá-las em seu favor, a idéia de que a sua luta é a de uma “minoria esmagada”, que supostamente seriam eles, contra uma “maioria sufocante”, que supostamente seriam os ortodoxos. Usam, inclusive, muitos termos como “remar contra a maré”, “ter a coragem de ser diferente”, “fugir do consenso”, etc, para definir seu mourejar, apresentando-se como vítimas e, assim, legitimando, crêem, sua luta e, dessa forma, condenando a atividade apologética ortodoxa.
Ora, se existe uma coisa que os liberais não estão fazendo é remar contra a maré, ter coragem de ser diferente e fugir do consenso ideológico.
Quem está realmente remando contra a maré, tendo a coragem de ser diferente e fugindo do consenso ideológico são os conservadores. Os liberais evangélicos apenas reproduzem o que a mídia secular e os pensadores populares de hoje defendem. A verdadeira minoria que estão tentando sufocar em nossos dias são os chamados ortodoxos, não os liberais.
Se um liberal é a favor do aborto e a mídia é a favor do aborto, governos são a favor do aborto e a maioria dos pensadores incensados é a favor do aborto, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é condescendente com o homossexualismo e a mídia é condescendente com o homossexualismo, o governo também e a maioria dos pensadores hodiernos idem, quem está sendo minoria ideologicamente? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é a favor da eutanásia e a mídia é a favor da eutanásia, o governo é a favor também e a maioria dos pensadores de hoje idem, quem está sendo minoria ideológica? O liberal ou o ortodoxo?
Se um liberal é a favor do ecumenismo e a mídia aprova a idéia do ecumenismo, bem como governos e a maioria dos pensadores, quem está sendo minoria ideológica? O liberal ou o ortodoxo?
Não há nenhum suposto “heroísmo” (ou idéia parecida) na luta liberal, mas conformação e submissão à mentalidade das cabeças pensantes do mundo (Rm 12.2).
Nem por isso os ortodoxos vivem usando diante da sociedade o discurso de “minoria esmagada”, de vítima ideológica, usado pelos liberais, para legitimar seu posicionamento. Pelo contrário! Quem é biblicamente ortodoxo defende o que defende só por uma razão: é bíblico. E com o adendo de que a própria lógica, quando não distorcida, abona o pensamento ortodoxo.
Vale a pena repetir aqui o que coloquei na última postagem: o verdadeiro cristão não é Vox populi vox Dei (“A voz do povo é a voz de Deus”), mas Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”). Ou como disse Blaise Pascal (vale a pena relembrar): “Um dos artifícios que o demônio usa para pôr os homens no caminho do mal é dar nomes desprezíveis a certas virtudes eternas e, assim, encher as almas fracas com o tolo medo de passarem por antiquadas se as exibirem”.
O mito de que os cristãos liberais são mais relevantes do que os conservadores
Mais outra falácia: a maioria esmagadora dos cristãos que fizeram realmente diferença positiva na História (cristã e secular) é de ortodoxos. Vide John Wesley, William Wilberforce, Jonathan Edwards, David Linvingstone, etc. A lista é extensa.
O mito de que ser liberal é um desafio muito maior
Outro discurso igualmente comum e falso. Quem acredita nisso está engolindo acrítica e tolamente um chavão do liberalismo. Quem analisa o mínimo possível as afirmações que ouve não cai numa enganação dessas.
É muito mais fácil ser liberal do que ser ortodoxo; ser “cinzento” do que ser “preto no branco’; ser conveniente do que ser realmente bíblico. O liberalismo teológico é como o Dadaísmo na Arte. Não é preciso estudar técnicas artísticas para produzir “arte” dadaísta. Da mesma forma, não é preciso conhecer bem a Bíblia para ser liberal. Aliás, para ser um bom liberal, você não precisa nem gostar de Bíblia. Diferentemente do ortodoxo. Não é à toa que liberais chamam ortodoxos de “bibliólatras” e a maioria deles nem crê na autoridade da Bíblia. Nada mais sintomático.
É mais fácil ser exótico do que andar certo. É mais fácil ser subversivo do que ser lúcido. É mais fácil pecar do que ser santo. É mais fácil deixar o mato crescer do que ficar cuidando do jardim. É mais fácil destruir do que construir. É mais fácil descer ladeira abaixo do que subir a montanha. É mais fácil se conformar com o pensamento de nossa época do que ir contra a correnteza, não se conformar com o mundo. É mais fácil fugir dos problemas do que enfrentá-los. É mais fácil retirar limites do que mantê-los. É mais fácil ser politicamente correto do que ser politicamente incorreto. É mais fácil dizer que não há verdade do que pregar e viver a Verdade. É mais fácil dizer que não há respostas do que encarar a Reposta.
Não há nenhum suposto “heroísmo” (ou idéia parecida) na luta liberal, mas conformação e submissão à mentalidade das cabeças pensantes do mundo (Rm 12.2).
Nem por isso os ortodoxos vivem usando diante da sociedade o discurso de “minoria esmagada”, de vítima ideológica, usado pelos liberais, para legitimar seu posicionamento. Pelo contrário! Quem é biblicamente ortodoxo defende o que defende só por uma razão: é bíblico. E com o adendo de que a própria lógica, quando não distorcida, abona o pensamento ortodoxo.
Vale a pena repetir aqui o que coloquei na última postagem: o verdadeiro cristão não é Vox populi vox Dei (“A voz do povo é a voz de Deus”), mas Sola Scriptura (“Somente as Escrituras”). Ou como disse Blaise Pascal (vale a pena relembrar): “Um dos artifícios que o demônio usa para pôr os homens no caminho do mal é dar nomes desprezíveis a certas virtudes eternas e, assim, encher as almas fracas com o tolo medo de passarem por antiquadas se as exibirem”.
O mito de que os cristãos liberais são mais relevantes do que os conservadores
Mais outra falácia: a maioria esmagadora dos cristãos que fizeram realmente diferença positiva na História (cristã e secular) é de ortodoxos. Vide John Wesley, William Wilberforce, Jonathan Edwards, David Linvingstone, etc. A lista é extensa.
O mito de que ser liberal é um desafio muito maior
Outro discurso igualmente comum e falso. Quem acredita nisso está engolindo acrítica e tolamente um chavão do liberalismo. Quem analisa o mínimo possível as afirmações que ouve não cai numa enganação dessas.
É muito mais fácil ser liberal do que ser ortodoxo; ser “cinzento” do que ser “preto no branco’; ser conveniente do que ser realmente bíblico. O liberalismo teológico é como o Dadaísmo na Arte. Não é preciso estudar técnicas artísticas para produzir “arte” dadaísta. Da mesma forma, não é preciso conhecer bem a Bíblia para ser liberal. Aliás, para ser um bom liberal, você não precisa nem gostar de Bíblia. Diferentemente do ortodoxo. Não é à toa que liberais chamam ortodoxos de “bibliólatras” e a maioria deles nem crê na autoridade da Bíblia. Nada mais sintomático.
É mais fácil ser exótico do que andar certo. É mais fácil ser subversivo do que ser lúcido. É mais fácil pecar do que ser santo. É mais fácil deixar o mato crescer do que ficar cuidando do jardim. É mais fácil destruir do que construir. É mais fácil descer ladeira abaixo do que subir a montanha. É mais fácil se conformar com o pensamento de nossa época do que ir contra a correnteza, não se conformar com o mundo. É mais fácil fugir dos problemas do que enfrentá-los. É mais fácil retirar limites do que mantê-los. É mais fácil ser politicamente correto do que ser politicamente incorreto. É mais fácil dizer que não há verdade do que pregar e viver a Verdade. É mais fácil dizer que não há respostas do que encarar a Reposta.
Liberalismo é amar mais o aplauso do mundo do que a aprovação do Céu.
E é preciso ser muito mais profundo para ser ortodoxo do que para ser liberal. Aprofundar-se na Verdade, perfurar a superfície, apresentar de forma criativa a Verdade absoluta, é que é o verdadeiro desafio. Relativismo é despiste. Liberalismo é escapismo. É fuga. É tergiversação. É uma forma popular e fácil de tentar soar teologicamente profundo sem ser.
Que as palavras de A. W. Tozer, proferidas há mais de quatro décadas, possam ecoar em nossos corações: “Voltem para as fundas raízes. Abram o coração e sondem as Escrituras. Levem sua cruz, sigam o seu Senhor e não dêem atenção à moda religiosa que passa. As massas estão sempre erradas. Em cada geração, o número de justos é pequeno. Certifiquem-se de que estão entre eles”.
E é preciso ser muito mais profundo para ser ortodoxo do que para ser liberal. Aprofundar-se na Verdade, perfurar a superfície, apresentar de forma criativa a Verdade absoluta, é que é o verdadeiro desafio. Relativismo é despiste. Liberalismo é escapismo. É fuga. É tergiversação. É uma forma popular e fácil de tentar soar teologicamente profundo sem ser.
Que as palavras de A. W. Tozer, proferidas há mais de quatro décadas, possam ecoar em nossos corações: “Voltem para as fundas raízes. Abram o coração e sondem as Escrituras. Levem sua cruz, sigam o seu Senhor e não dêem atenção à moda religiosa que passa. As massas estão sempre erradas. Em cada geração, o número de justos é pequeno. Certifiquem-se de que estão entre eles”.