segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O verdadeiro sentido do Natal é Jesus


Estamos vivendo a proximidade do final de mais um ano e, com ela, a chegada das festas natalinas. Como sempre, o comércio está agitado: a maioria das pessoas, envolvidas pelas campanhas publicitárias sobre as ofertas de Natal, saem avidamente às compras, cumprindo cegamente o ritual consumista de final de ano e esquecidas do verdadeiro sentido do Natal e o que ele representa para nossas vidas.
Natal não tem nada a ver com Papai Noel, guirlandas, bengalinhas de açúcar etc. Também não tem nada a ver com troca de presentes, ainda que seja um gesto agradável. E muito menos ainda tem a ver com banquetes festivos regados a muita bebida alcoólica. Não! O Natal é Cristo.
É verdade que a data do nascimento de Cristo não é 25 de dezembro, já que Jesus deve ter nascido numa noite de primavera ou, mais provavelmente, numa noite de verão, já que o texto bíblico nos informa que, na noite de Seu nascimento, os pastores estavam com as ovelhas no campo (Lucas 2.8), o que não seria possível em dezembro, que é período de inverno no Oriente Médio. A data de 25 de dezembro para celebrar o Natal foi estabelecida pela Igreja Católica no quarto século d.C., com o objetivo de substituir as festas de final de ano pagãs do romanismo, que ocorriam em dezembro, por uma celebração cristã, voltada para Cristo.
Logo, surge a pergunta: “É correto, então, celebrarmos o Natal?”. Mesmo não sendo 25 de dezembro a data exata do nascimento de Cristo, comemorar o nascimento de Jesus de forma especial em uma data é válido. Alguns cristãos preferem não comemorar a data, não por considerarem o nascimento de Cristo algo importante, mas por frisarem o fato de que, à luz da Bíblia, todos os dias devem ser dias de celebrar Jesus. Já outros cristãos reconhecem o mesmo, mas, além de agradecerem a Deus todos os dias por ter enviado Seu Filho Jesus, também celebram o nascimento de Cristo de forma especial em uma data específica. Como disse o apóstolo Paulo, “um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias; cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente” (Romanos 14.15).
O Natal é uma oportunidade de celebrarmos de forma especial este importante acontecimento, que foi a encarnação de Jesus, Deus que se fez carne por nós. É um culto de gratidão a Deus pela Vinda de Cristo. É também uma oportunidade de evangelização, isto é, de convidar as pessoas não-crentes a participarem de reuniões especiais onde ouvirão a mensagem da Palavra de Deus sobre as implicações e a importância do nascimento de Cristo. Inclusive, algumas igrejas, como já é de costume, preparam até cantatas natalinas e dramatizações para evangelizar de forma específica nesse período em que as pessoas estão mais sensíveis para a mensagem do Natal.
Fato é que se o Natal for celebrado, ele deve ser celebrado corretamente. Natal não tem nada a ver com Papai Noel, duendes, renas que voam, carruagens cheias de presentes, meias coloridas penduradas ou coisas parecidas. Papai Noel é uma invenção comercial, é a exploração da lenda de um monge medieval chamado Nicolau, que levantava ofertas durante o ano para comprar presentes para dar na noite de Natal às crianças de um orfanato. Em cima dessa lenda, a empresa de bebidas Coca-Cola criou, no início do século 20, o personagem Papai Noel e todos os outros personagens a ele associados, e que não têm absolutamente nada a ver com o Natal, mas que, infelizmente, acabam tomando o lugar de Jesus no coração, sobretudo, das crianças.
Natal é a celebração do maior presente de todos os tempos: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória” (João 1.14). Jesus é Deus encarnado, Deus feito homem, que encarnou para, além de nos dar o exemplo de como devemos viver, morrer na cruz em nosso lugar, para remissão de nossos pecados. Essa foi a principal razão de Sua Vinda.
A Bíblia diz que Deus nos ama muito, mas nossos pecados nos afastam de Deus: “Vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59.2).
Exatamente porque “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23), não somos merecedores da comunhão com Deus e da vida eterna. Porém, a Bíblia também afirma que porque Deus nos ama tanto que providenciou a nossa Salvação. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23a), mas Deus deu o Seu único Filho, Jesus Cristo, para morrer em nosso lugar. Jesus levou sobre si mesmo o castigo pelos nossos pecados, a fim de que tivéssemos direito à comunhão com Deus e à vida eterna com Ele. A Bíblia declara que Jesus foi “ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas feridas fomos sarados” (Is 53.5). E o próprio Jesus declara que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Portanto, se você aceitar Jesus Cristo como o seu único e suficiente Salvador, aceitando o sacrifício dEle na cruz do Calvário em seu favor e entregando sua vida totalmente a Ele, a Bíblia afirma que os seus pecados serão imediatamente perdoados e você terá a certeza da presença de Deus em todos os momentos de sua vida aqui na Terra, conduzindo-o e ajudando-o em tudo, além da garantia de viver para sempre com Deus na eternidade. A Bíblia declara: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23b).
Se você que me lê ainda não aceitou Jesus, então o que está esperando? Aceite Jesus como seu Senhor e Salvador agora mesmo! Ele morreu na cruz do Calvário por causa dos seus pecados e ainda ressuscitou ao terceiro dia, vencendo a morte para garantir a vida eterna a você e dar um real significado à vida. Esta é a sua oportunidade! Não a desperdice! Cristo é a única esperança. NEle está o sentido da vida.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que significa a reeleição de Obama: um país profundamente dividido, é fato; mas também muito mais do que isso


Em uma das mais disputadas eleições da história dos Estados Unidos, o liberal radical Barack Hussein Obama venceu o conservador moderado Mitt Romney por 303 a 206 nos colégios eleitorais (com vitórias apertadíssimas nos Estados-chave de Ohio, Virgínia e Flórida) e apenas 2 pontos percentuais de diferença na votação nacional (50,2% contra 48,2% – 59,6 milhões de votos contra 57 milhões de seu adversário). Esse resultado, como já está sendo dito e escrito hoje por muita gente, mostra um país profundamente dividido, é verdade. Dividido como nunca antes em sua história. Mas, mostra também muito mais do que isso. Talvez seja finalmente a chegada do que há alguns anos era chamado de “o mui próximo último suspiro de uma América para a ascendência de outra América”.
Sim, talvez seja “o último suspiro” do que foi chamado nos anos 80 de “maioria moral” nos EUA. Essa “maioria moral”, pela primeira vez, mostrou que não é mais maioria. Tomara que estejamos errados, mas parece que finalmente deu-se o primeiro passo para o cumprimento daquela antiga previsão da Europa sobre os EUA: “Eu sou você amanhã”.
Nesta eleição, não apenas o mais liberal presidente da história dos EUA foi reeleito – um homem que apóia abertamente o aborto até o nono mês e em qualquer caso, bem como seu financiamento pelo Estado; que é o primeiro presidente a apoiar o “casamento” gay e o menos pró-Israel da história do país; que decretou, como primeiro ato como presidente, em 20 de janeiro de 2008, a destruição de embriões para pesquisas; que apóia a criação em seu país das tais leis contra a “homofobia”, que defende a maior dependência do cidadão em relação ao Estado etc. Não, nesta eleição aconteceu muito mais do que isso: simultaneamente, o “casamento” gay foi aprovado em plebiscito em quatro Estados (Maine, Minessota, Maryland e Washington) assim como a legalização da maconha para fins recreativos em Washington e Colorado.
E não é que os evangélicos não saíram às urnas desta vez, como em 2008, quando 30 milhões ficaram em casa desmotivados com McCain, e Obama terminou vencendo por 10 milhões de votos de diferença. Eles foram às urnas neste ano... (PARA CONTINUAR A LER ESTE ARTIGO, CLIQUE AQUI)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O peso do voto evangélico e católico na eleição dos EUA


Amanhã, os norte-americanos vão às urnas para eleger o seu presidente para os próximos quatro anos. A luta está acirrada, mas há grandes chances do republicano Mitt Romney ganhar o pleito deste ano. As pesquisas mostram ele e Obama tecnicamente empatados no voto nacional, e as previsões sobre a vitória nos colégios eleitorais são as mais variadas, indo desde uma vitória para Obama por 303 a 235 colégios eleitorais até a vitória para Romney por 315 a 223 colégios eleitorais. Há também quem acredite que a eleição pode ser apertadíssima como a de Bush sobre Al Gore em 2000. Uma das fortes razões, porém, para que se acredite na vitória de Romney no pleito deste ano é a mobilização do voto evangélico.
Nas eleições de 2008, 30 milhões de evangélicos ficaram em casa no dia da votação e Obama venceu a eleição por 10 milhões de votos de diferença. Neste ano, porém, de seis semanas para cá, as bases evangélicas começaram a se mobilizar pró-Romney de uma forma só vista recentemente nas eleições de 2000 e 2004.
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O cristão e o espírito do nosso tempo: o "zeitgeist" dos nossos dias pode ser o pior possível, mas o Espírito de Deus nos chama para fazermos diferença neste tempo

Desde o século 18, os intelectuais alemães costumam usar a expressão zeitgeist para descrever o que chamamos de “espírito do nosso tempo”. O termo significa, ao pé da letra, “espírito de uma época” ou “espírito do tempo”. Por extensão, uma tradução comum para o vocábulo também é “sinal dos tempos”. Fato é que cada época é marcada por uma mentalidade ou espírito dominante. Ou seja, não é equivocado afirmar que cada época tem o seu “espírito”, suas tendências, suas ondas, seus movimentos ideológicos. E não é diferente com a nossa época.
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A contínua escalada republicana nas eleições norte-americanas

Nos últimos dois meses, a imprensa obamista dos EUA e de cá chegou a sepultar por três vezes a campanha do candidato republicano Mitt Romney. Também pintaram uma imagem irreal de Romney, chamando-o de “robô”, “sem alma”, “frio”, “fábrica de gafes” (como se Joe Biden e Obama não tivessem cometido juntos mais do que o quádruplo de gafes que Romney cometeu em toda a sua campanha até aqui) e outras tolices sem fim. Nada do que disseram sobre Romney, nem mesmo o vídeo da fala infeliz sobre os 47%, gravação conseguida pelo neto de Jimmy Carter, chegou a abater a sua campanha seriamente. Mesmo depois de tantas pancadas, o candidato republicano, mês após mês, ia subindo paulatinamente no número de colégios eleitorais, que, enfim, é o que conta. Romney oscilava muito nas pesquisas nacionais, com ligeira vantagem para Obama na média geral das pesquisas, mas crescia solidamente, pouco a pouco, nos colégios eleitorais. Nos últimos dois meses, foi de 101 colégios eleitorais (Obama tinha, à época, bem mais de 350) para 160, e depois para 191, e mais à frente a 201, chegando hoje a 257 colégios eleitorais contra 281 de Obama – lembrando que, com 270 colégios, o candidato é eleito.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A verdade sobre Eric Hobsbawm e uma nota sobre o primeiro debate entre Romney e Obama


Faleceu em 1 de outubro o historiador comunista Eric Hobsbawm, cuja produção intelectual nunca teve o menor apreço de minha parte, apesar de Hobsbawm ser incensado apaixonadamente pelos seus seguidores, que geralmente só leram Hobsbawm – e só leram ele ou por indicação de seus professores marxistas (a maioria esmagadora dos professores universitários é de esquerda) ou porque, como esquerdistas, não queriam ler mesmo outros autores (infinitamente melhores e mais honestos do que Hobsbawm) para entender o século 20.
Não tenho apreço algum por intelectual que defende a matança de 40 milhões de pessoas pela URSS, dizendo que valeu a pena pelo ideal que os soviéticos buscavam; que exalta o carniceiro Che Guevara e louva o ditador Hugo Chavez, e que omite fatos contundentes da história, além de distorcer outros, para vender uma versão marxista da história da humanidade aos seus leitores. Para mim, isso não é historiador. Pode ser incensado mil vezes por seus pares esquerdistas da Grande Mídia e da academia, onde sempre foram maioria, mas não terá nunca o meu apreço intelectual, por razões morais e de honestidade intelectual.
Para não me deter muito falando de erros do Sr. Hobsbawm, indico os artigos... (PARA CONTINUAR A LER ESTE ARTIGO, CLIQUE AQUI)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Imprensa Obamista (Parte 6)

Na noite de 14 de outubro de 2008, quando faltavam poucos dias para a eleição presidencial nos EUA, o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão apresentou uma das matérias mais absurdas que já assisti na tevê brasileira. E ela não foi feita por qualquer jornalista global, não, mas por um dos seus mais tarimbados e afamados jornalistas, um dos mais respeitados em sua geração no Brasil: o senhor Pedro Bial, que foi correspondente internacional da Globo por muitos anos, tendo se destacado por suas matérias in loco sobre a Guerra do Golfo, a Queda do Muro de Berlim e o conflito na antiga Iugoslávia. Pois bem, Bial, que há tempos não estava mais na ativa como jornalista, pois já havia começado a se dedicar ao asqueroso reality show Big Brother Brasil, foi convocado à época para ir aos EUA para fazer matérias para o Jornal Nacional sobre as eleições norte-americanas.
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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Imprensa Obamista (Parte 5): pesquisa Gallup mostra que 60% dos norte-americanos não confiam na Grande Mídia do seu país; veja algumas distorções recentes reproduzidas pela Grande Mídia daqui


Na sexta-feira, o Gallup divulgou o resultado de uma pesquisa que revela que 60% dos norte-americanos não confiam na Grande Mídia de seu país. A pesquisa mostra ainda que a maioria dos norte-americanos começou a desacreditar na Grande Mídia a partir de 2005 (55% contra 44%), mas voltou a confiar mais em 2006 (50% contra 49%), até que, de 2008 para cá, o descrédito só tem aumentado. Em 2008, 52% não confiavam. Depois, se seguiram cinco pesquisas, sendo a última em setembro deste ano, e os resultados se mostraram todos crescentes pró-desconfiança.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Como eu queria demonstrar...


Ontem, Jay Carney, secretário de Imprensa da Casa Branca, o mesmo que repetiu cinco vezes na semana passada que, diferentemente do que as autoridades líbias e fontes da inteligência norte-americana estavam dizendo à imprensa (notadamente aos britânicos Independent e Daily Mail, e às norte-americanas Fox News e CNN), o ataque às embaixadas não foi um ataque terrorista planejado, mas apenas uma “reação espontânea a um filme”, agora voltou atrás e admitiu o óbvio: foi, sim, um atentado terrorista, e “talvez planejado”.
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Papiro da "esposa de Jesus": mais uma antiga fraude gnóstica colocada em evidência

Da Redação do CPADNews

Ontem, mais uma fraude gnóstica celebrada por teólogos liberais militantes ganhou repercussão na mídia internacional. Trata-se da divulgação de um papiro copta, datado do quarto século d.C., que poderia estar sugerindo – como outras obras gnósticas do segundo século – que Jesus foi casado.
O texto apócrifo, composto por oito linhas, está todo fragmentado, o que dificulta qualquer tentativa de interpretação, como destaca a própria porta-voz da descoberta, a historiadora e cientista da religião Karen Leigh King, da Universidade de Harvard, nos EUA. Ela, porém, que é defensora do Jesus casado do gnosticismo, enfatiza os dizeres da quarta linha, na qual se lê apenas “Jesus disse a eles: Minha mulher” a continuação da frase não pode ser lida. Na linha seguinte, já se lê: “Ela estará preparada para ser minha discípula”.
Como afirma André Chevitarese, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em matéria no site da revista Veja sobre a descoberta do referido papiro, “usar esse fragmento para dizer que Jesus era casado é sensacionalismo. Seria fazer algo parecido com o que Dan Brown fez em O Código Da Vinci, onde usou trechos do Evangelho de Felipe em copta para dizer que Jesus beijou Maria Madalena. De novo, esse evangelho diz mais sobre as vivências dessa comunidade do que sobre o Jesus real”.
Karen Leigh King, 58 anos, é discípula do teólogo da libertação norte-americano Harvey Cox, propugnadora da teologia feminista nos EUA e membro do grupo Seminário de Jesus, criado em 1985 tendo como objetivo desconstruir o Jesus da Bíblia, defendendo que os Evangelhos devem ser vistos como cheios de invenções sobre a vida de Jesus; que os milagres de Jesus nunca ocorreram porque milagres não podem acontecer; que Jesus nunca ressuscitou; que foi casado com Maria Madalena, com base nos evangelhos gnósticos; que era filho de um adultério de Maria com um soldado romano; e que os evangelhos gnósticos são mais importantes do que os relatos canônicos. Ora, os evangelhos gnósticos são fraudes criadas pelos gnósticos a partir do segundo século da Era Cristã para enganar os cristãos, mas que foram denunciadas ainda em seu nascedouro por Pais da Igreja, como o bispo Irineu de Lyon (130-202dC).
Mais recentemente, em 2004, os militantes do Seminário de Jesus enfatizaram o chamado “Evangelho de Judas”, outro texto gnóstico, escrito aproximadamente em 180 d.C., e que é uma das fraudes gnósticas denunciadas nominalmente por Irineu em sua clássica obra Contra as Heresias.
“Eles produzem uma dessas histórias fictícias, a qual chamam de ‘Evangelho de Judas’”, escreveu Irineu no segundo século d.C. Lembrando ainda que Irineu aprendeu aos pés de Policarpo, que por sua vez foi discípulo direto do apóstolo João, um dos doze apóstolos de Cristo.
Os gnósticos eram uma corrente filosófica forte nos primeiros séculos da Era Cristã, mas que não tinha o apoio nem do judaísmo nem do cristianismo. Suas crenças não têm base bíblica, nem no Antigo nem no Novo Testamento. Essa seita caracterizava-se por misturar os ensinos cristãos com filosofias pagãs e tradições judaicas. Os apóstolos Paulo e João lutaram contra esse movimento. Escrevendo sobre os gnósticos, Paulo afirma: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2.8). O motivo de sua preocupação, afirma ele, era “para que ninguém vos engane com palavras persuasivas”.
Os gnósticos são assim chamados porque seu objetivo, segundo afirmavam, era a “gnosis”, isto é, o conhecimento. Eles criam na salvação pelo conhecimento. Os gnósticos adotavam conhecimentos místicos com forte influência da doutrina pitagórica, do platonismo, do Culto de Mitras (mitraísmo) e até mesmo de ensinamentos oriundos do Antigo Egito e da Mesopotâmia (zoroastrismo e mazdeísmo).
Os gnósticos criam que o conhecimento, que denominavam de “gnosis”, podia ser adquirido por meio de transes, quando “o espírito fica livre para circular pelas diversas esferas, assim como pelos sonhos”. Eles criam que o mundo material e o corpo humano foram criados por espíritos inferiores ou até mesmo diabólicos, por isso só a busca por uma sabedoria esotérica ajudaria alguns a libertar-se da “escravidão do corpo”. Por isso, os gnósticos criam que Jesus não era Deus feito carne, mas um espírito possuindo um corpo.
Para sustentar seus ensinos e ganhar apoio entre cristãos, os gnósticos escreveram algumas fraudes, como o Evangelho de Maria, sobre Maria Madalena; e o Evangelho de Pedro, todos rejeitados pela Igreja Primitiva. Eles tentavam vender esses livros como escritos do primeiro século, quando, como se sabe, são obras produzidas no segundo, terceiro e quarto séculos. Na época, quase ninguém caiu nessa história, tendo essas fraudes e seus criadores sido facilmente identificados ainda em seus dias, e suas criações sido solenemente desprezadas pelos cristãos daquele período. Essas fraudes sequer chegaram a ter uma pequena aceitação entre os cristãos.
Diferentemente desses evangelhos apócrifos, confeccionados pelos gnósticos no segundo, terceiro e quarto séculos, os quatro Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João – foram escritos ainda no primeiro século, sendo que dois deles foram escritos por dois dos 12 apóstolos de Cristo (caso de Mateus e João) e um outro foi redigido conforme os relatos ditados pelo apóstolo Pedro (caso do Evangelho de Marcos, o mais antigo dos quatro). Lembrando ainda que quando os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas já circulavam, o apóstolo João ainda era vivo. Por essa razão, esses foram os únicos Evangelhos aceitos pela Igreja Primitiva como fidedignos. Irineu, de quem já falamos (que aprendeu de Policarpo, que por sua vez aprendeu aos pés de um dos quatro evangelistas – João), cita os quatro como os únicos verdadeiros. Ele os chama, em sua obra Contra as Heresias, de “Evangelho Tetramorphon”, ou seja, o Evangelho tetramórfico ou quádruplo.
Por sua vez, Orígenes (185-254dC), o mais destacado exegeta bíblico da Igreja Primitiva grega, afirmou que Mateus, Marcos, João e Lucas eram os únicos Evangelhos verdadeiros e escritos “pela inspiração do Espírito Santo”. Ele ainda acrescenta que estes eram os únicos Evangelhos que, em sua época (o terceiro século), eram aceitos por todos. Irineu afirmara o mesmo no segundo século.
O papiro em evidência hoje é só mais uma tentativa da velha militância do liberalismo teológico de tentar seduzir as pessoas incautas a não crerem no que a Bíblia diz. Felizmente, será em vão, mais uma vez.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Vem aí, de 10 a 13 de outubro, no Rio de Janeiro, o sétimo Congresso Nacional de Escola Dominical da CPAD, com Tommy Barnett e Johnnie Moore


Da Redação CPADNews

Dois dos mais destacados pastores dos Estados Unidos na atualidade estarão ministrando no Brasil entre os dias 10 a 13 de outubro, no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro (RJ), durante o 7º Congresso Nacional de Escola Dominical, promovido pela CPAD. São eles Tommy Barnett e Johnnie Moore.
O pastor Tommy Barnett, 75 anos, é líder de uma das maiores igrejas dos Estados Unidos, a Primeira Assembleia de Deus em Phoenix, Arizona, que é também a maior de sua denominação naquele país, com mais de 16 mil crentes. Antes de assumir a liderança da igreja em Phoenix, ele havia liderado a Assembleia de Deus em Davenport, no Estado de Iowa, levando aquela igreja de 76 membros para mais de 4 mil. Mas, foi somente em 1979, quando deixou a liderança daquela igreja para assumir o pastorado da então pequenina igreja em Phoenix, que Barnett experimentou a fase mais marcante de seu ministério. Ali, Deus começou a realizar um grande avivamento que ficou conhecido em todos os EUA, sendo caracterizado por muitas conversões. No auge desse avivamento, a cada culto normal de domingo
pela manhã, centenas de pessoas aceitavam Jesus como Salvador. O trabalho de evangelização era focado, sobretudo, nas pessoas mais necessitadas e desprezadas pela sociedade. Por isso, a Assembleia de Deus em Phoenix passou a ser conhecida na América como "A Igreja com Coração".
Há alguns anos, pastor Tommy e seu filho mais velho, o pastor Matthew Barnett, fundaram um trabalho social e evangelístico no centro de Los Angeles, denominado Dream Center (Centro do Sonho), que alcança hoje 40 mil pessoas por semana e já conta com outras 200 unidades espalhadas pelo país. Seu filho lidera o Angelus Temple, que é considerada a sede internacional da Igreja do Evangelho Quadrangular. Hoje, o Dream Center é considerado um dos maiores trabalhos sociais já realizados em todos os Estados Unidos.
Nos últimos 30 anos, a Escola de Líderes e Pastores do pastor Barnett já formou mais de 200 mil líderes que servem a Deus nos EUA e em outras partes do mundo. O ministério de pastor Barnett tem influenciado confessadamente nomes como a tele-evangelista Joyce Meyer, o pastor e plantador de igrejas Welllington Boone, e o pastor Charles Nieman, líder da Igreja Centro de Fé Vida Abundante, no Texas, uma das igrejas que mais crescem nos EUA hoje, com cerca de 20 mil cr
entes. Nieman conta que foi através do ministério de Barnett que Deus o chamou ao ministério pastoral. Pastor Tommy Barnett é também autor dos livros Multiplicação e Há um Milagre em Sua Casa, ambos voltados para o ministério e publicados no Brasil pela CPAD.
Johnnie Moore Jr é um jovem pastor e vice-presidente de Projetos Executivos e Relações com a Mídia, bem como pastor de campus, da Universidade Liberty, situada no Estado da Virgínia (EUA). Essa prestigiada instituição é considerada a maior universidade evangélica do mundo. Fundada em 1971 pelo célebre pastor batista conservador Jerry Falwell (1933-2007), ela conta hoje com 80 mil alunos, dos quais 12,5 mil são residentes no campus, o que faz da Universidade Liberty também a sétima maior dos Estados Unidos e a maior da Virgínia.
Pastor Johnnie tem ministrado principalmente a jovens em todo o mundo, seja em Israel ou na Índia, além de todos os Estados Unidos, e às vezes a audiências de 10 mil pessoas. Ele já visitou 20 países onde desenvolveu atividades missionárias e humanitárias. Johnnie socorreu vítimas de genocídios na Bósnia e em Ruanda, e já esteve pregando em cidades do mundo onde os cristãos foram severamente atacados pelos muçulmanos. Seu principal trabalho, porém, é voltado para jovens universitários.
Nos últimos dez anos, pastor Johnnie tem se dedicando à educação superior na Universidade Liberty e a pastorear uma igreja que é visitada por milhares de jovens universitários da Virgínia e de outras partes dos EUA e do mundo. Ele é mestre em Teologia e tem lecionado em vários países do mundo.
Pastor Johnnie já foi requisitado para participar em vários meios de comunicação, como o canal de notícias CNN e o jornal The Washington Post. Ele é casado com a brasileira Andrea. Em 2011, lançou seu primeiro livro, lançado este ano no Brasil pela CPAD: Falando [e vivendo] honestamente, que tem sido elogiado por vários líderes cristãos na América, tais como Josh McDowell, Gary Chapman, Luis Palau, Leith Anderson, Gary Smalley e Pat Williams, e por Douglas Gresham, filho adotivo de C. S. Lewis e produtor executivo da série de filmes “As Crônicas de Nárnia”.
Se você quiser conhecer toda a programação do 7º Congresso de Escola Dominical no Rio de Janeiro e participar do evento, acesse o site oficial, onde inclusive você pode fazer a sua inscrição. Para isso, clique AQUI.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Deus e Jerusalém são vaiados por Convenção Nacional do Partido Democrata dos EUA


Deus e Jerusalém foram vaiados na Convenção Nacional do Partido Democrata, realizada de 4 a 6 de setembro, na cidade de Charlotte, na Carolina do Sul. Na segunda-feira, 3 de setembro, os líderes do Partido Democrata dos EUA haviam divulgado à imprensa o texto oficial contendo a plataforma do partido para os próximos quatro anos, e logo chamou a atenção o fato de que, em relação ao texto anterior, de 2008, todas as alusões a Deus e a Jerusalém como capital do Estado de Israel foram simplesmente arrancadas do novo texto, que também incluiu o “casamento” gay como proposta oficial do partido.
Logo que foi constatada a alteração, boa parte da imprensa norte-americana, republicanos, conservadores e judeus – inclusive muitos judeus que apoiam a agenda democrata – criticaram o texto. Então, para evitar um estrago político (já que, por exemplo, a maioria dos judeus nos EUA é pró-democrata, diferentemente dos judeus de Israel, que simpatizam mais com os republicanos nos EUA), os democratas resolveram votar ontem, em Charlotte, às pressas, uma mudança no texto da plataforma do partido para incluir uma referência a Jerusalém como a capital do Estado de Israel e a inserção da palavra “Deus”.
Para a mudança ser aprovada, seria necessária a aprovação de 2/3 do plenário. Porém, o auditório democrata se dividiu sobre a questão e os líderes do partido resolveram, mesmo sob vaias e gritos de “não” de boa parte do auditório, aprovar as alterações para incluir Jerusalém e Deus. Um canal de televisão, porém, gravou a hora da votação em que mostra que o “não” foi certamente o vencedor, mas os líderes do partido, mesmo assim, aprovaram a mudança. Para assistir ao vídeo, clique AQUI.
Outra polêmica na Convenção Nacional do Partido Democrata neste ano foi a lista de oradores. Entre eles, havia, por exemplo, a presidente da maior rede de clínicas de aborto dos EUA, responsável pelo assassinato de mais de 300 mil crianças no ventre todos os anos naquele país. Para saber mais sobre essa lista polêmica, clique AQUI.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Alguns nomes da lista de oradores da Convenção Nacional do Partido Democrata dizem tudo sobre o referido partido

Já saiu a lista de oradores da Convenção Nacional do Partido Democrata, que começa hoje, em Charlotte, Carolina do Norte. Nela, vemos alguns nomes cuja presença já diz tudo sobre no que esse importante partido, infelizmente, se tornou nas últimas décadas:
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O STF e o julgamento do "mensalão"

Passado um mês do julgamento da Ação Penal 470 no STF, mais conhecido como “Julgamento do Mensalão”, já dá para percebermos alguns fatores importantes...
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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sobre o discurso de Mitt Romney na Convenção Nacional do Partido Republicano

Ontem, foi encerrada a Convenção Nacional do Partido Republicano, que oficializou a candidatura de Mitt Romney a presidente dos Estados Unidos. Foram três dias de Convenção em Tampa, Flórida, começando na terça e encerrando-se na quinta. Cheguei a assistir pela Fox News e pela CNN alguns dos discursos de anteontem e ontem. E, claro, não deixei de ouvir, principalmente, os discursos de Paul Ryan e Mitt Romney – além do de Marco Rubio (senador pela Flórida) e a engraçadíssima participação do ator Clint Eastwood “conversando” com uma cadeira vazia, onde estaria um Obama imaginário.
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

A declaração absolutamente infeliz de Tod Akin a respeito do aborto em caso de estupro

Em 19 de agosto, em entrevista à tevê americana, o senador pró-vida republicano Tod Akin, de Missouri, cometeu uma gafe colossal. Ao ser perguntado sobre as razões pelas quais ele não concorda com o aborto em caso de estupro, em vez de simplesmente responder o óbvio, Akin declarou: “Pelo que entendo dos médicos, isso é muito raro [gravidez decorrente de estupro]. Se é um estupro legítimo, o corpo feminino tem maneiras de tentar impedir essa coisa toda. Mas, vamos supor que, talvez, não tenha funcionado ou algo assim. Acho que deveria haver uma punição, mas a punição deveria ser para o estuprador, e não atacar a criança” (“From what I understand from doctors, that’s really rare. If it’s a legitimate rape, the female body has ways to try to shut that whole thing down. But let’s assume that maybe that didn’t work or something. I think there should be some punishment, but the punishment ought to be on the rapist and not attacking the child”).
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Importantes notas internacionais

Pastor Yousef Nadarkhani volta a julgamento no Irã, Irmandade Muçulmana crucifixa cristãos no Egito, Israel pode atacar o Irã até outubro e novos dados mostram Obama em queda livre nas eleições norte-americanas. Para ler sobre esses temas, clique AQUI.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Vencendo as aflições da vida


Eu e o pastor Alexandre Coelho, chefe do Setor de Livros da CPAD, tivemos o privilégio de escrever e lançar neste ano, pela CPAD, mais um livro, intitulado Vencendo as aflições da vida. Esta obra foi elaborada, em primeiro plano, para servir de subsídio para os professores de Escola Dominical que usam as revistas Lições Bíblicas da CPAD (Neste terceiro trimestre de 2012, o tema da revista é justamente “Vencendo as aflições da vida”, comentada pelo pastor Eliezer de Lira e Silva). Porém, por seu conteúdo tratar de um assunto que sempre provocará o interesse das pessoas, devido às constantes demandas e vicissitudes do dia-a-dia de nossa vida aqui na Terra, ele tem tudo para se perenizar. Aliás, para nossa surpresa, e para glória de Deus, com pouco mais de dois meses de lançado, ele já está na segunda edição.
Procuramos apresentar nesta obra uma abordagem bíblica e objetiva sobre os temas enfermidade, morte, luto, estado de viuvez, rebeldia dos filhos, dívidas, perda de bens, abandono, inveja, violência e a vida plena em Cristo apesar das aflições, dentre outros assuntos relacionados. Acreditamos que este livro será uma bênção para um grande número de irmãos e irmãs espalhados pelo país que desejam lidar, de forma bíblica e coerente – e pela graça de Deus –, com as principais adversidades da nossa peregrinação sobre a Terra, sem se deixarem levar pelas proposições espúrias da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva, que permeiam boa parte do meio evangélico de hoje.
Se você está interessado em adquirir, você pode fazê-lo nas lojas da CPAD espalhadas pelo país (veja os endereços AQUI), na loja virtual do site www.cpad.com.br (clique AQUI) e nas principais livrarias evangélicas pelo país.
Abraço a todos!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Abaixo, tradução de íntegra do excelente artigo "Hit the Road, Barack! - Why we need a new president", de Niall Ferguson, na Newsweek desta semana

[Niall Ferguson, autor deste artigo, é professor de História na Universidade de Harvard e considerado, pela revista Time, um dos 100 homens mais influentes do mundo. Para entender a história deste artigo, leia o meu artigo da postagem de ontem. O título Hit the Road, Barack! - "Pegue a estrada, Barack!" - é uma alusão a uma célebre canção de Ray Charles conhecida como Hit the Road, Jack!, cuja letra diz "Hit the Road, Jack, and don't you come back no more, no more, no more..." - "Pegue a estrada, Jack, e não volte nunca mais, nunca mais, nunca mais..."]

"Pegue a estrada, Barack!"

Por que Paul Ryan assusta tanto o presidente? Porque Obama quebrou suas promessas, e é claro que o bilhete republicano do caminho para a prosperidade é a nossa única esperança.

Há quatro anos, eu era um bom perdedor. “No grande esquema da história”, escrevi um dia após a eleição de Barack Obama como presidente, “quatro décadas não é um tempo particularmente longo. No entanto, nesse breve período, a América foi do assassinato de Martin Luther King Jr à apoteose de Barack Obama. Você não seria humano se não reconhecesse isso como um motivo de grande regozijo”.
Apesar de eu ter sido – como divulgado plenamente – assessor de John McCain, reconheci notáveis qualidades em seu oponente: sua crescente oratória, sua calma, o temperamento difícil de irritar e sua organização de campanha perto do impecável.
No entanto, a questão que confronta o país cerca de quatro anos depois não é se era o melhor candidato há quatro anos. É se o vencedor cumpriu suas promessas. E a triste verdade é que ele não cumpriu.
Em seu discurso de posse, Obama prometeu “não apenas criar novos empregos, mas estabelecer uma nova fundação para o crescimento”. Ele prometeu “construir as estradas e pontes, as redes elétricas e linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos unem”. Ele prometeu “restaurar a ciência a seu lugar de direito e utilizar as maravilhas tecnológicas para melhorar a qualidade nos cuidados com a saúde e reduzir seu custo”. E ele prometeu “transformar nossas escolas, faculdades e universidades para suprir as demandas de uma nova era”. Infelizmente, o escore do presidente em cada uma dessas promessas ousadas é lamentável.
Em um momento de descuido no início deste ano, o presidente comentou que o setor privado da economia estava “indo bem”. Certamente, o mercado de ações está bem acima (74%) em relação ao dia de sua posse em janeiro de 2009. Mas o número total de empregos no setor privado é ainda 4,3 milhões abaixo do pico de janeiro de 2008. Enquanto isso, desde 2008, um número escalonado de 3,6 milhões de americanos foi adicionado ao programa de seguro por invalidez do Seguro Social. Essa é uma das muitas maneiras de esconder os números reais do desemprego.
Em seu ano fiscal de 2010, no primeiro orçamento, o presidente apresentou uma previsão de crescimento de 3,2% em 2010, 4% em 2011, 4,6% em 2012. Os números reais foram de 2,4% em 2010 e 1,8% em 2011; agora, poucos “meteorologistas” esperam que ele seja acima de 2,3% neste ano.
O desemprego era para ser de 6% agora. Ele tem uma média de 8,2% neste ano até a presente data. Enquanto isso, o rendimento real domiciliar médio anual caiu mais de 5% desde junho de 2009. Cerca de 110 milhões de pessoas receberam um benefício social em 2011, principalmente Medicaid ou vale-refeição.
Bem-vindo à América de Obama: cerca de metade da população não está tendo um retorno em seu pagamento de tributos – e quase exatamente a mesma proporção da população está vivendo em uma casa onde pelo menos um membro da família recebe algum tipo de benefício do governo. Estamos nos tornando a nação 50%-50%: metade de nós está pagando impostos e a outra metade recebe os benefícios. E tudo isso apesar de um aumento muito maior da dívida federal do que nos foi prometida. De acordo com o orçamento de 2010, a dívida em mãos públicas deveria cair, em relação ao PIB, de 67% em 2010 para menos de 66% neste ano. Só isso. Mas, até o final deste ano, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), vai chegar a 70% do PIB. Esses números, no entanto, ainda subestimam significativamente o problema da dívida. A relação que importa é entre dívida e receitas. Esse número saltou de 165% em 2008 para 262% este ano, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional. Entre as economias desenvolvidas, apenas a Irlanda e a Espanha têm visto uma maior deterioração.
Não foi só o desbotado estímulo fiscal inicial após a "corrida do açúcar" de 2009. O presidente não fez absolutamente nada para fechar a lacuna de longo prazo entre despesas e receitas.
Sua muito alardeada reforma no sistema de saúde não vai evitar gastos crescentes em programas de saúde de 5% do PIB para quase 10% em 2037. Adicione o aumento previsto nas despesas da Previdência Social e você está olhando para uma fatura total de 16% do PIB em 25 anos a partir de agora. E isso é apenas um pouco menor do que o custo médio de todos os programas e atividades federais, além de pagamentos líquidos de juros, ao longo dos últimos 40 anos. Sob as políticas deste presidente, a dívida está correndo para se aproximar de 200% do PIB em 2037 – uma montanha de dívida que obrigará uma redução ainda maior do crescimento.
E mesmo esse número subestima o peso da dívida real. A estimativa mais recente para a diferença entre o valor líquido atual dos passivos do governo federal e o valor líquido atual de receitas federais futuras – o que o economista Larry Kotlikoff chama de “desequilíbrio fiscal verdadeiro” – é de 222 trilhões de dólares.
Partidários do presidente, é claro, dizem que o mau desempenho da economia não pode ser atribuída a ele. Eles preferem apontar o dedo para seu antecessor ou para os economistas que ele escolheu para aconselhá-lo, ou para Wall Street, ou para a Europa, mas nunca para o homem na Casa Branca.
Há alguma verdade nisso. Foi muito difícil prever o que ia acontecer com a economia nos anos após 2008. Mas, certamente, podemos legitimamente culpar o presidente pelos erros políticos dos últimos quatro anos. Afinal, é trabalho do presidente exercer o executivo eficazmente para liderar a nação. E aqui é onde seu fracasso tem sido maior.
No papel, parecia uma equipe econômica dos sonhos: Larry Summers, Christina Romer e Austan Goolsbee, para não mencionar Peter Orszag, Tim Geithner e Paul Volcker. A história por dentro, no entanto, é que o presidente era totalmente incapaz de gerir os cérebros e os poderosos egos que ele havia reunido para aconselhá-lo.
De acordo com o livro Confidence Men, de Ron Suskind, Summers disse a Orszag durante um jantar em maio de 2009: “Você sabe, Peter, nós estamos realmente sozinhos em casa... Eu quero dizer isso, que estamos em casa sozinhos. Não há nenhum adulto responsável. Clinton nunca teria feito esses erros [de indecisão sobre as principais questões econômicas]”. Em questão após questão, de acordo com Suskind, Summers atacou o presidente. “Você não pode simplesmente avançar e fazer essa discussão e, em seguida, tê-lo a tomar uma decisão”, disse Summers a Orszag, “porque ele não sabe o que ele está decidindo”. Eu ouvi coisas semelhantes em “off” de participantes-chaves no interminável “seminário” do presidente sobre política para o Afeganistão.
Esse problema se estendeu para além da Casa Branca. Após a "era imperial" da presidência Bush, havia algo mais do que um governo do parlamento nos primeiros dois anos da administração de Obama. O presidente propunha e o Congresso dispunha. Foi Nancy Pelosi e seus companheiros que escreveram o projeto de estímulo e fizeram com que ele ficasse recheado de carne de porco política. E foram os democratas no Congresso, liderados por Christopher Dodd e Barney Frank, que conceberam as 2.319 páginas da Reforma de Wall Street e Defesa do Consumidor (Lei Dodd-Frank, para abreviar), um exemplo quase perfeito de excessiva complexidade na regulação. A lei exige que os reguladores criem 243 regras, realizem 67 estudos e emitam 22 relatórios periódicos. Ele elimina um regulador para criar dois novos.
Cinco anos se passaram desde que a crise financeira começou, mas os problemas centrais – concentração financeira excessiva e alavancagem financeira excessiva – não foram abordados.
Hoje, um pequeno grupo de 10 instituições “tão grandes que não podem quebrar” são responsáveis por três quartos do total de ativos financeiros sob gestão nos Estados Unidos. No entanto, os maiores bancos do país estão pelo menos 50 bilhões de dólares aquém de satisfazer novas exigências de capital ao abrigo do novo acordo “Basileia III” governista de adequação de capital dos bancos.
E depois houve o sistema de saúde. Ninguém duvida seriamente que o sistema dos EUA precisa ser reformado. Mas, a proteção do paciente e o Affordable Care Act (ACA) de 2010 não fizeram nada para resolver os defeitos centrais do sistema: a explosão de longo prazo dos custos do Medicare com os baby boomers [americanos que nasceram logo após a Segunda Guerra Mundial] se aposentando, a “taxa de serviço” modelo que leva à inflação o seguro-saúde, a ligação entre emprego e seguro que explica porque tantos americanos carecem de cobertura, e os custos excessivos do seguro de responsabilidade civil que os nossos médicos precisam proteger de nossos advogados.
Ironicamente, o conceito nuclear do Obamacare, o “mandato individual” (que exige que todos os americanos adquiram um seguro ou enfrentem uma multa) era algo a que o próprio presidente se opôs quando disputava com Hillary Clinton a indicação do Partido Democrata. Um termo muito mais preciso seria “Pelosicare”, já que foi Pelosi [Nanci Pelosi, então presidente da Casa dos Representantes] quem realmente forçou o projeto de lei no Congresso.
O “Pelosicare” não foi apenas um desastre político. Pesquisas consistentemente mostram que apenas uma minoria do público gostou da ACA, e que essa foi a principal razão pela qual os republicanos recuperaram o controle da Câmara em 2010. Ele também foi outro fracasso fiscal. O presidente prometeu que a reforma da saúde não acrescentaria um centavo ao déficit. Mas, a CBO e a Comissão Mista de Tributação estimam agora que as disposições de seguro de cobertura da ACA terão um custo líquido de cerca de US$ 1,2 trilhão ao longo do período 2012-2022.
O presidente só vivia ignorando a questão fiscal. Mesmo tendo criado uma bipartidária Comissão Nacional de Responsabilidade Fiscal e Reforma, liderada pelo já aposentado senador republicano de Wyoming, Alan Simpson, e o ex-chefe de gabinete de Clinton, Erskine Bowles, Obama efetivamente marginalizou as recomendações dessa Comissão de realizar um corte de aproximadamente US$ 3 trilhões e de US $ 1 trilhão em receitas adicionais sobre a próxima década. Como o resultado foi que o governo não fez nenhuma “grande barganha” com a Casa dos Republicanos, isso significa que, salvo algum milagre, o país vai bater em um penhasco fiscal em 1 de janeiro, quando os cortes de impostos de Bush expiram e começa o primeiro dos cortes automáticos, de US$ 1,2 trilhão. Em todos os sentidos, cortes de gastos são impostos. O CBO estima que o efeito líquido pode ser uma redução de 4% de saída.
As falhas de liderança na política econômica e fiscal, nos últimos quatro anos, tiveram consequências geopolíticas. O Banco Mundial espera que os EUA cresçam apenas 2% em 2012. A China vai crescer quatro vezes mais rápido do que isso; a Índia, três vezes mais rápido. Em 2017, o Fundo Monetário Internacional prevê que o PIB da China vai ultrapassar o dos Estados Unidos.
Enquanto isso, o desastre fiscal já iniciou um processo de cortes drásticos no orçamento de defesa, em um momento em que está muito longe de ser claro que o mundo se tornou um lugar mais seguro, pelo menos para todos no Oriente Médio.
Para mim, a maior falha do presidente tem sido não pensar nas implicações destes desafios para o poder americano. Longe de desenvolver uma estratégia coerente, ele acreditava, talvez encorajado pelo prematuro do Prêmio Nobel da Paz, que tudo o que ele precisava fazer era proferir melosas palestras em todo o mundo explicando aos estrangeiros que ele não era George W. Bush.
Em Tóquio, em novembro de 2009, o presidente fez o seu discurso clichê de abraço-ao-estrangeiro: “Em um mundo interconectado, o poder não precisa ser um jogo de soma zero, e as nações não precisam temer o sucesso do outro. Os Estados Unidos não procuram conter a China. Pelo contrário, a ascensão de um forte, com a China próspera, pode ser uma fonte de força para a comunidade das nações”. No entanto, no outono de 2011, essa abordagem foi descartada em favor de uma articulação de volta ao Pacífico, incluindo implementações risíveis de tropas para a Austrália e Singapura. Do ponto de vista de Pequim, essa abordagem não tinha credibilidade.
Seu discurso do Cairo, em 4 de junho de 2009, foi um lance especialmente desajeitado para congraçar-se sobre o que provou ser a véspera de uma revolução regional. “Eu também estou orgulhoso de levar comigo”, disse ele aos egípcios, “uma saudação de paz das comunidades muçulmanas em meu país: Assalamu alaikum. Eu vim aqui para buscar um novo começo entre os Estados Unidos e os muçulmanos em todo o mundo, uma base sobre a verdade de que a América e o Islã não são excludentes e não precisam estar em competição”.
Acreditando que era o seu papel repudiar o neoconservadorismo, Obama perdeu completamente a onda revolucionária da democracia no Oriente Médio – precisamente a onda que os neocons esperavam disparar com a derrubada de Saddam Hussein no Iraque. Quando a revolução estourou primeiro no Irã, em seguida na Tunísia, no Egito, na Líbia e na Síria, o presidente enfrentou alternativas fortes. Ele poderia tentar pegar a onda, emprestando seu apoio à ala jovem de revolucionários e tentar montá-lo em uma direção favorável aos interesses americanos, ou ele poderia não fazer nada e deixar que as forças de reação à revolução prevalecessem.
No caso do Irã, ele não fez nada, e os bandidos da República Islâmica impiedosamente esmagaram as manifestações. Idem na Síria. Na Líbia, ele foi seduzido a intervir. No Egito, ele tentou ter as duas coisas, exortando o presidente egípcio, Hosni Mubarak, a sair, então recuou recomendando uma “transição ordenada”. O resultado foi um desastre na política externa. Não foram só as elites do Egito que ficaram horrorizadas com o que lhes parecia uma traição, mas os vencedores, a Irmandade Muçulmana, não tinham nada a agradecer a Obama. Os aliados mais próximos da América no Oriente Médio – Israel e os sauditas – olharam tudo com espanto.
“Isso é o que acontece quando você é pego de surpresa”, disse um funcionário anônimo americano ao jornal The New York Times em fevereiro de 2011. “Nós tivemos sessões de estratégia intermináveis nos últimos dois anos sobre a paz no Oriente Médio, na contenção do Irã. E quantos deles pensaram na possibilidade de que o Egito se move da estabilidade à turbulência? Nenhum”.
Notavelmente, as pesquisas mostram o presidente relativamente forte na segurança nacional. Apesar dos erros públicos surpreendentes de seu governo, de assassinar politicamente uma estratégia coerente. De acordo com o Bureau of Investigative Journalism, sediado em Londres, a proporção de vítimas civis foi de 16% no ano passado. Pergunte-se como a mídia liberal teria se comportado se o governo de George W. Bush tivesse índices desse tipo. No entanto, de alguma forma, são apenas secretários de Estado republicanos que são acusados de cometer “crimes de guerra”.
O verdadeiro crime é que o assassinato desse programa destrói potencialmente a inteligência crucial (bem como os antagonismos locais) cada vez que há um ataque aéreo. Este simboliza a decisão do governo de abandonar a contra-insurgência em favor de um contra-terrorismo estreito. O que isso significa na prática é o abandono não só do Iraque, mas em breve do Afeganistão também. Compreensivelmente, os homens e mulheres que serviram lá sabem agora exatamente que seu sacrifício foi em vão, se a noção de que estamos a construir uma nação foi discretamente jogada fora. Somente quando ambos os países afundarem de novo na guerra civil perceberemos o preço real da política externa de Obama.
A América sob este presidente é uma superpotência em retirada, se não indo para a aposentadoria. Admira que 46% dos americanos e 63% dos chineses acreditam que a China já substituiu os EUA como superpotência líder mundial ou que eventualmente substituirá. É um sinal de quão completamente Barack Obama “perdeu sua narrativa”, uma vez que o melhor argumento que ele ainda usa para sua reeleição é dizer que Mitt Romney não deve ser presidente. Em seu famoso discurso “Você não construiu isso”, Obama listou o que ele considera as maiores realizações da política de Big Government [Governo Grande]: a Internet, a GI Bill, a Golden Gate Bridge, a represa de Hoover, o pouso de Apollo na Lua e até mesmo (o que é uma afirmação bizarra) a criação da classe média. Infelizmente, ele não poderia falar nada comparável que sua administração tenha conseguido.
Agora, Obama segue cabeça-a-cabeça com o seu inimigo, que é um político que acredita mais no conteúdo do que na forma, mais na reforma do que em retórica. Nos últimos dias, muito se tem escrito sobre o congressista de Wisconsin, Paul Ryan, a quem Mitt Romney escolheu para companheiro em sua chapa. Eu conheço, gosto e admiro Paul Ryan. Para mim, o ponto sobre ele é simples: ele é um de apenas um punhado de políticos em Washington que é verdadeiramente sincero sobre como lidar com a crise fiscal deste país.
Ao longo dos últimos anos, a proposta denominada “Caminho para a prosperidade” de Ryan tem evoluído, mas os pontos essenciais são claros: substituir Medicare por um programa de voucher para aqueles que agora estão abaixo de 55 anos (não atuais ou iminentes recebedores), transformar Medicaid e os vale-refeições em blocos de subsídios para os Estados e – crucialmente – simplificar o código fiscal e baixar impostos para tentar injetar alguma vida, no lado da oferta, de volta para o setor privado dos EUA.
Ryan não está pregando a austeridade. Ele está pregando o crescimento. Apesar de veteranos da Era Reagan, como David Stockman terem suas dúvidas, eles estão subestimando o domínio de Ryan sobre este assunto. Não há literalmente ninguém em Washington que compreende os desafios da reforma fiscal melhor do que Ryan.
Tão importante quanto isso, Ryan aprendeu que a política é a arte do possível. Há partes do seu plano em que ele está, compreensivelmente, pedalando leve agora, nomeadamente quanto à fonte nova de receita federal ao qual se refere no seu “Roteiro para o Futuro da América” de 2010 como um “imposto sobre o consumo de negócios”. Stockman precisa lembrar-se de que os reais “planos de conto de fadas do orçamento” foram os produzidos pela Casa Branca desde 2009.
Eu conheci Paul Ryan em abril de 2010. Eu tinha sido convidado para um jantar em Washington onde a crise fiscal dos EUA se tornaria o tema de discussão. Tão crucial este assunto me parece que eu esperava que o jantar acontecesse em um dos maiores salões de hotel da cidade. Na verdade, foi realizada na casa do anfitrião. Apenas três congressistas compareceram –um sinal de quão bem sucedida havia sido a versão fiscal do presidente de “Não pergunte, não diga” (sobre a dívida). Ryan me surpreendeu. Eu queria vê-lo na Casa Branca desde então.
É preciso, porém, ver se o público americano está pronto para abraçar a reforma radical nas finanças da nação que Ryan propõe. O humor do público é profundamente ambivalente. A avaliação de aprovação do presidente caiu para 49%. O Índice Gallup de Confiança Econômica está em menos de 28% desde 13 de maio. Mas, Obama ainda está pouco à frente de Romney nas pesquisas [depois da publicação deste artigo, Romney passou à frente, mas apenas 2%] tanto no voto popular – com 50,8% contra 48,2% – quanto confortavelmente no Colégio Eleitoral. Os pesquisadores dizem que a nomeação de Paul Ryan não é uma virada de jogo, mas, na verdade, uma escolha de alto risco para Romney, porque muitas pessoas se sentem nervosas sobre as reformas que Ryan propõe. Porém, uma coisa é clara. Ryan pôs Obama para fora. Isso tem sido evidente desde que a Casa Branca partiu para a ofensiva contra Ryan, na primavera do ano passado. E a razão pela qual ele mexeu com Obama é que, ao contrário de Obama, Ryan tem um plano – ao contrário de uma narrativa – para este país.
Mitt Romney não é o melhor candidato para a presidência que eu posso imaginar, mas ele foi claramente o melhor dos candidatos republicanos para a nomeação. Ele traz para a presidência precisamente o tipo de experiência, tanto no mundo dos negócios como no poder executivo, que Barack Obama manifestamente não tinha há quatro anos (Se Obama tivesse apenas trabalhado na Bain Capital por alguns anos, em vez de ter sido um organizador comunitário em Chicago, ele poderia entender exatamente porque o setor privado não está “indo bem” no momento). E escolhendo Ryan como seu companheiro de chapa, Romney deu o primeiro sinal real de que, ao contrário de Obama, ele é um líder corajoso que não vai se abaixar diante dos desafios que a América enfrenta.
Os eleitores agora enfrentam uma escolha difícil. Eles podem deixar a narrativa de Barack Obama, desconexa e solipsista, continuar até que eles se encontrem vivendo em uma versão americana da Europa, com baixo crescimento, elevado desemprego e aumento da dívida, e ainda verdadeiro declínio na área geopolítica. Ou podem optar por uma mudança real: o tipo de mudança que vai acabar com os quatro anos de fraco desempenho econômico, parar o acúmulo terrível de dívida e restabelecer uma base segura fiscal para a segurança nacional americana.
Eu já disse isso antes: é uma escolha entre les États Unis [os Estados Unidos em versão francesa] e o Hino da Batalha da República [hino da União na Guerra Civil americana; esse hino ganhou no Brasil uma versão conhecida como Vencendo vem Jesus – saiba toda a história desse hino e sua importância para o cidadão norte-americano em meu livro A História dos Hinos que Amamos, da CPAD].
Eu era um bom perdedor há quatro anos. Mas, neste ano, esse perdedor se despediu com a ascensão de Ryan, e eu quero muito ganhar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A guerra cultural nos EUA e as eleições presidenciais norte-americanas

Capa da revista Newsweek desta semana: "'Já para rua, Barack!' - Por que precisamos de um novo presidente"

Os Estados Unidos estão vivendo uma intensa guerra cultural, cujo clima perpassa as próprias eleições presidenciais de novembro. Desde a posse de Obama até agora, o choque de cosmovisões nos EUA só tem aumentado, e o atual presidente norte-americano é o grande responsável por isso.
Em resposta ao presidente mais esquerdista da história dos EUA (que, além de ter adotado uma política econômica de esquerda, aumentando consideravelmente os gastos públicos, decretou o financiamento de ONGs abortistas com dinheiro dos contribuintes, autorizou a destruição de embriões para produção de células-tronco, transformou o mês de junho no “mês gay” dos EUA, é o primeiro presidente a fazer campanha em favor do “casamento” gay no seu país etc), surgiu, em 2009, o Movimento Tea Party, que pressionou alguns setores do Partido Republicano a abandonarem seu discurso parcialmente conservador para voltar a um discurso genuinamente conservador, que tenha realmente a ver com os valores sobre os quais o país foi fundado. Em contrapartida, o Partido Democrata, que já havia sido dominado pelos sociais liberais, marginalizou de vez seus liberais moderados para aderir a um discurso liberal mais agressivo. Ao apoio aberto de Obama ao “casamento” gay, se seguiu a decisão do Partido Democrata de incluir o “casamento” gay como plataforma oficial de governo do Partido e a perseguição a membros do Partido que sejam contrários a essa decisão.
Em uma demonstração pública de que o Partido Democrata não está disposto a aceitar em seus quadros candidatos que demonstrem ser socialmente conservadores, o PD anunciou em 3 de agosto que retirará de seu candidato oficial ao Senado no Estado do Tennessee, o advogado Mark Clayton, de 35 anos, o direito de concorrer, apesar de ele ter recebido o dobro dos votos do seu rival mais próximo nas primárias do PD naquele Estado, ganhando o direito de desafiar o senador republicano Bob Corker nas eleições de novembro. Qual o motivo para essa decisão? É que, para tristeza do “clã” de Al Gore (ex-vice-presidente no governo Clinton e que é quem manda no Partido Democrata no Tennessee), o vencedor Mark Clayton, que não era o preferido do “clã”, é um cristão que opõe-se publicamente ao “casamento” homossexual e ao aborto.
Entretanto, os maiores emblemas dessa guerra cultural que toma conta do país foram vistos no caso da Chick-Fil-A e do atentado ao Family Research Council na semana passada.

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

"A História dos Hinos que Amamos" (CPAD) reúne a bela história por trás de 117 clássicos da hinódia evangélica mundial


Por Lorena Fraga/CPAD News

Mesmo após seus 90 anos recém completados, a Harpa Cristã (HC), o hinário oficial das Assembleias de Deus no Brasil, continua sendo referência de louvor entre os evangélicos brasileiros. Mas, você sabe quem eram os autores e em que circunstâncias criaram hinos tão inspirados?

No livro A História dos Hinos que Amamos, do pastor e jornalista Silas Daniel, recém-lançado pela CPAD, você conhecerá a história por trás de 117 grandes clássicos da hinologia cristã mundial e a vida de fé e provação de seus autores, bem como as circunstâncias vivenciadas por eles e que os inspiraram a compor obras imortais. Dentre esses hinos, estão 103 que constam também na Harpa Cristã, o hinário mais popular do país, e que são homenageados neste primeiro volume.

Lançada durante as comemorações dos 90 anos da Harpa Cristã, esta obra traz a história de hinos como Sou Feliz, Deus velará por ti, Grandioso és Tu, Firme nas promessas, Graças dou, Rude Cruz, Mais perto quero estar, Porque Ele vive, Vencendo vem Jesus, Tu és fiel, Senhor!, Tal como sou, Amor que por amor desceste, Face a face espero vê-lO, Maravilhosa graça, Manso e suave, Sossegai, Quão bondoso amigo é Cristo, O Bom Consolador, Um pendão real, Castelo Forte, Leva tu contigo o Nome, Conta as bênçãos e Canta, minha alma!.

Segundo o autor, “depois de ler este livro, você cantará esses hinos que tanto ama com mais fervor e percepção espiritual, porque terá em mente a história de cada um deles e de seus respectivos autores. Por meio desses relatos enriquecedores, aqueles que militam na área da música dentro das igrejas também serão estimulados a buscarem fervorosamente a Deus, como muitos dos compositores destes belos hinos o fizeram no passado, para que o Senhor continue inspirando novas e imortais canções para a Sua glória. O Deus de Lutero, Isaac Watts, Charles Wesley, P. P. Bliss, George Matheson, George Bennard, Daniel Webster Whittle, Ira David Sankey, Elisha Albright Hoffman, Leila Naylor Morris, Fanny Crosby, Johnson Oatman Junior, Charles H. Gabriel, Eliza E. Hewitt e outros ilustres compositores do passado é o mesmo hoje e eternamente. Basta voltarmos para a fonte transbordante, mais profunda que o mar”, afirma pastor Silas Daniel.

O escritor traz uma pitada das experiências dos compositores para diminuir um pouco sua curiosidade. “Algumas das muitas histórias que me tocaram há anos, e que pus no livro, são as dos hinos Sou Feliz, que nasceu como resposta de Deus para consolar o coração de um pai depois de uma tragédia que ceifou a vida de suas três filhas pequenas; Deus velará por ti, que surgiu como fruto de uma experiência de cuidado de Deus para com uma família de um pastor batista que era pregador itinerante; Castelo Forte, que nasceu durante os preparativos para a tensa Dieta de Worms, para a qual Lutero foi sem ter muita esperança de voltar de lá vivo, mas Deus, como sabemos, o preservou; Firme nas promessas, que nasceu de uma experiência de cura divina; e Ele me abriu a porta, que foi escrito por um pastor que perdeu tudo, mas foi restaurado pela graça de Deus. Na verdade, são tantas histórias lindas! Só citei estas como exemplo. São 350 páginas e 59 capítulos que, com certeza, vão edificar a sua vida”, garante o autor.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

E o Foro de São Paulo, que tomou conta do Mercosul há muito tempo, agride o Paraguai e aprova ingresso da Venezuela na marra

Nestes últimos dias, acabei não escrevendo nada sobre a vilania cometida contra o Paraguai pela turma do Foro de São Paulo, mas seguem abaixo alguns links importantes com coerentes análises sobre o ocorrido. Ei-los:

* Vídeo da última edição do bom programa de debates Painel, da Globo News, apresentado pelo competente jornalista William Wack. Os debatedores foram direto ao ponto: o governo brasileiro deixou de fazer política de Estado há 10 anos. Mais precisamente, desde 2003, o que se vê é o PT usando o Estado brasileiro como instrumento ideológico, para fortalecer os ideais do Foro de São Paulo na América Latina e também tentar dar voz e marcar os posicionamentos esdrúxulos do FSP no mundo (AQUI)

* Uma análise curta, mas objetiva, da jornalista Graça Salgueiro, que talvez seja uma das mais atualizadas e maiores conhecedoras de política na América Latina, tendo se antecipado várias vezes a muitas notícias que só muito tempo depois apareceram na grande mídia brasileira (AQUI)

* Bom editorial do jornal O Estado de São Paulo sobre a injustiça que fizeram com o Paraguai (AQUI)

* E no site de Veja, no blog do jornalista Reinaldo Azevedo, há mais detalhes do acontecimento que foi o estopim da queda de Lugo (AQUI)

domingo, 1 de julho de 2012

A imprensa obamista (PARTE 4)

No mais recente artigo desta série, mais dois casos de omissão terríveis da imprensa obamista no Brasil. Para lê-lo, clique AQUI.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Dois textos interessantes sobre o crescimento da Assembleia de Deus no Brasil de 2000 a 2010

Seguem abaixo links para dois textos analisando o crescimento das Assembleias de Deus no Brasil conforme os dados dos censos nacionais de 2000 e 2010 do IBGE. O primeiro é do site de notícias CPADNews e o segundo é do jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja. Também segue o link para a matéria do Jornal Nacional de hoje sobre o crescimento dos evangélicos no Brasil durante esse período.

* Matéria do CPADNews sobre crescimento da AD (AQUI).

* Artigo no site de Veja sobre crescimento da AD (AQUI).

* Matéria do Jornal Nacional sobre crescimento dos evangélicos no Brasil conforme Censo 2010 (AQUI)

Os dados do Censo 2010 sobre religião e a aprovação do mandato individual do Obamacare pela Suprema Corte dos EUA

Hoje, o principal assunto, sem dúvida, é o resultado do Censo 2010 para religião no Brasil. Os evangélicos são hoje 22,2% da população brasileira. A Igreja Católica teve queda recorde, caindo de 73,6% para 64,6%. Como previsto ano passado pelo jornal Mensageiro da Paz (CPAD), o número de assembleianos em 2010 era de 12 milhões. Os dados do IBGE, porém, são mais precisos: havia 12.314.410 assembleianos no país há dois anos. Isso é quase 7% da população brasileira. Mais informações no CPADNews, clicando AQUI; e uma análise mais apurada sobre o significado dos dados na edição de agosto do Mensageiro da Paz, que começará a circular entre 15 e 20 de julho.

Outro tema importante de hoje é a aprovação, ocorrida ontem, pela Suprema Corte dos EUA do mandato individual do Obamacare, e que surpreendeu a todos, que já contavam com uma derrota do projeto dos democratas por 5 votos a 4. Uma análise enriquecida de dados sobre esse tema já se encontra na minha coluna de hoje do CPADNews, que você pode ler clicando AQUI.

Aproveito para informar que a quarta parte da série de artigos sobre as distorções, omissões e hipocrisias da imprensa obamista, que havia sido anunciada para ontem, será publicada aqui amanhã.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A imprensa obamista (PARTE 3)

Na continuação da nossa série de artigos sobre a imprensa obamista, conheça algumas histórias mal contadas e algumas das muitas trapalhadas incríveis do senhor Obama que são absolutamente omitidas pela grande mídia impressa e televisiva no Brasil.
Para ler o artigo, clique AQUI.

terça-feira, 26 de junho de 2012

A imprensa obamista (Parte 2)

Há anos que quem pauta a nossa mídia no que diz respeito aos Estados Unidos são os veículos de comunicação ligados ao liberalismo social, corrente ideológica que tem no Partido Democrata a sua maior representação política naquele país. Os leitores ou telespectadores brasileiros quase nunca ouvem o outro lado da história, somente o que um lado diz – os liberais dos EUA. Os mesmos que são a favor do aborto, do casamento homossexual, da liberalização de drogas, de maior controle do Estado sobre a vida das pessoas, da aversão à manifestação religiosa na vida pública e contra os cientistas – cristãos ou não – que questionam o dogma evolucionista, só para citar alguns exemplos. Como no Partido Republicano, e sobretudo no Movimento Tea Party, há gente que defende essas coisas, esse grupo é classificado pela “intelligentzia” liberal como “loucos”, “radicais”, “idiotas” etc. É costume até ver gente no Brasil que, infelizmente, comete a sandice de achar que o Movimento Tea Party reúne “filonazistas”! O que é isso?!? Quem fala uma coisa dessas é absolutamente ignorante em relação ao pensamento conservador norte-americano, do qual o Movimento Tea Party é hoje o seu maior representante. Nunca leram Russell Amos Kirk, Thomas Sowell, Walter Williams, Jonah Goldberg? Os conservadores sociais dos EUA não têm absolutamente NADA A VER com grupelhos doidos de neonazistas. Eles simplesmente têm e sempre tiveram nojo dessa gente.
Por que a mídia brasileira bebe deliberadamente apenas dessas fontes? Porque está alinhada ideologicamente a ela. A nossa mídia defende abertamente o aborto, o “casamento” homossexual, o dogma evolucionista, os religiosos fora das discussões públicas, por isso ela não se sente confortável lendo uma mídia que defende o oposto. Por isso você continuará a ler e a assistir sempre a ridicularizarão dos conservadores sociais nos EUA e a exaltação dos liberais.
É por isso que qualquer pessoa pública ligada ao conservadorismo social será apresentada pela mídia daqui como um idiota. Por isso qualquer candidato do Partido Republicano à presidência sempre será visto como um desvairado, cabeça-dura, no máximo um “maluco esperto”, enquanto os candidatos do Partido Democrata sempre foram e são apresentados (Bill Clinton, Al Gore, John Kerry, Obama etc) como homens à frente do seu tempo, carismáticos, elegantes etc. Um republicano sempre não diz coisa com coisa, sempre comete uma gafe, enquanto o democrata foi apenas engraçado, cometeu um mero deslize. Tente se lembrar de alguma vez em que um republicano tenha sido admirado pela nossa mídia, a não ser que seja um republicano mais à esquerda do que à direita, como Giulliani ou MCain, e mesmo assim é uma admiração muito tímida e reticente.
Bem, mas como falei ontem, vamos a alguns casos grotescos de omissões, distorções e hipocrisias da imprensa obamista. E lembrem-se: estes são apenas uma “gotinha” de um oceano. Há uma infinidade de casos. Vamos aos selecionados.
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

As distorções, omissões e hipocrisia da imprensa obamista (PARTE 1)

Quem lê meu blog há bastante tempo sabe que costumo elogiar alguns posicionamentos dos republicanos nos Estados Unidos, não porque ache o Partido Republicano dos EUA “mil maravilhas” – já discordei em meu blog de alguns posicionamentos de nomes do referido partido –, mas porque concordo com os valores esposados pela maioria conservadora que compõe aquele partido. Lamentavelmente, o Partido Democrata, que décadas atrás já foi mais moderado, foi tomado há muito tempo pelo esquerdismo dos sociais liberais, que são a maioria esmagadora nos seus quadros, o que torna cada vez mais raro encontrar entre os seus filiados alguém cujos posicionamentos estejam mais próximos dos valores judaico-cristãos. Inclusive, se a população dos Estados Unidos está hoje mais polarizada ideologicamente do que em outras épocas, com grande diminuição do número de moderados, isso se deve ao avanço do radicalismo liberal nas últimas décadas, que provocou uma reação conservadora.
Mas, o que me incomoda nessa história toda é ver como a esmagadora maioria da imprensa, por ser alinhada ideologicamente ao liberalismo social, omite e distorce descaradamente fatos para destruir a imagem dos conservadores e enaltecer os seus colegas liberais, de maneira que um republicano sempre é apresentado como burro, estúpido, deselegante, quadrado, um homem mal ou um esperto egoísta – a não ser que seja um republicano liberal (o que, no caso, o faz uma espécie de “homem menos mal”) – enquanto um democrata é sempre uma pessoa sensata, boa, bem intencionada, elegante, charmosa, “do bem”. E se os fatos disserem o contrário, estes são omitidos ou distorcidos deliberadamente até a exaustão. Aqui, no Brasil, então, isso é quase uma lei, uma vez que a nossa imprensa se pauta toda pela imprensa pró-democratas nos EUA: CNN, New York Times etc. Ou seja, no que diz respeito a questões que envolvem valores, a imprensa de hoje há muito tempo não é mais para informar, mas apenas para controle social – isto é, para vender, alimentar e manter a visão de mundo social liberal. Raramente encontramos, aqui ou ali, um artigo ou uma matéria mais honestos. As omissões, distorções e hipocrisia se avolumam gigantescamente e são cada vez mais gritantes. Mais à frente, na segunda parte deste artigo, citarei uma série de casos. Porém, antes disso, gostaria que você atentasse comigo para alguns dados que realçam ainda mais esse preconceito da imprensa brasileira com os republicanos:
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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sobre o artigo "O Profeta e Duas Irmãs", do senhor Carlos Heitor Cony

O senhor Carlos Heitor Cony, em artigo publicado em sua coluna de hoje (01/06/2012) na Folha de São Paulo, e intitulado “O profeta e duas irmãs” (leia AQUI), demonstrou total ignorância em relação à Bíblia. O tema do senhor Cony foi o livro do profeta Ezequiel. Na tentativa de desmerecer esse livro do Antigo Testamento e, com ele, toda a Bíblia, tratando o que vai no texto de Ezequiel como um absurdo, ele afirma as seguintes sandices:
1) Diz Cony que Deus mandou o profeta Ezequiel “comer, durante 390 dias, pão de cevada coberto de excremento humano”. Onde está escrito isso na Bíblia? Em canto nenhum! O texto onde é narrada essa história é o de Ezequiel 4.9-15, que não diz, em momento algum, que Ezequiel comeu excremento humano ou qualquer outro tipo de excremento. O que o texto diz é que Deus orientou Ezequiel a cozer bolos “sobre o esterco humano”, ou seja, usando o excremento humano como combustível para o fogo. Ora, se o senhor Cony não sabe, eu lhe informo: desde antes dos tempos de Ezequiel e até os dias de hoje, é costume no Oriente Médio pessoas usarem esterco de animais como combustível para o fogo. “Em áreas nas quais a madeira era escassa, o esterco de diversos animais servia de combustível. O de camelo era popular, mas nenhum judeu usava" (CHAMPLIN, R. N.; O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Editora Candeia, 2000, volume 5, p. 3.210). O esterco seco de homens só era usado em crises extremas, onde não havia sequer esterco de animais. O esterco seco de animais era o mais indicado para combustível, porque “tinha bastante palha não digerida, que dava mais qualidade ao combustível” (Ibid). Tal prática era considerada impura para os judeus, razão pela qual Deus diz a Ezequiel para cozer os bolos usando como combustível esterco – e logo esterco humano, o que seria ainda mais impuro –, porque Deus queria que Ezequiel representasse, diante dos judeus cativos na Babilônia, o que aconteceria naqueles dias com os seus irmãos judeus que estavam sofrendo o cerco dos caldeus a Jerusalém (586a.C.), e que era um permissão de Deus por suas impiedades, que sobrepujavam naquela época até mesmo a impiedade das nações pagãs à sua volta, com quem haviam aprendido essas abominações (Ezequiel 5.5-9).
O que Ezequiel fez foi uma representação profética da fome decorrente do racionamento de comida e água pelo qual passariam os judeus em Jerusalém durante o cerco de Nabucodonosor. Ezequiel deveria preparar o bolo usando “esterco seco para aquecer o seu forno. Só o pensamento disso já embrulharia o estômago de alguém. (...) O profeta deveria preparar este prato gastronômico nauseante publicamente, à vista do povo, para que eles pudessem ficar mais impressionados com a calamidade que se aproximava e que era simbolizada dessa forma. Na situação extrema da fome, eles não teriam à disposição nada que fosse delicioso e nada que fosse considerado limpo, mas deveriam aceitar o que pudessem conseguir” (HENRY, Matthew; Comentário Bíblico do Antigo Testamento – Isaías a Malaquias, CPAD, 2010, p. 635).
Como sabemos, Ezequiel nem precisou usar esterco humano, porque, a seu pedido, Deus permitiu que ele usasse como combustível esterco de vacas, o que era naturalmente aceito pelas pessoas, mas ainda considerado impuro pelos judeus (Ez 4.14,15). Lembrando ainda que mensagens teatralizadas eram muito comuns no Antigo Testamento. Há profusão delas nas páginas veterotestamentárias.
Ezequiel e outros milhares de judeus foram levados cativos à Babilônia na primeira leva que os caldeus fizeram de judeus, no ano 605 a.C., quando ocorreu a primeira guerra de resistência ao domínio de Nabucodonosor, rei dos caldeus. A segunda leva se daria no ano 597 a.C. e a última, em 586 a.C., quando Jerusalém é destruída.
Em suma, na passagem bíblica depreciada por Cony, Ezequiel está entregando uma mensagem dramatizada aos judeus no cativeiro, antes da destruição de Jerusalém, dizendo-lhes: “Não pensem que nossos irmãos remanescentes em Jerusalém vão vencer aos caldeus. Não! Deus permitirá, por causa das impiedades do nosso povo, que o exército de Jerusalém perca a batalha contra o domínio dos caldeus, e o cerco deles à nossa cidade se prolongue, levando o povo de Jerusalém à fome e, consequentemente, a comer coisas feitas de forma impura para sobreviver”. Mais adiante, Deus prediz ainda que, pelo prolongamento do cerco, a comida vai se acabar totalmente, ao ponto de as pessoas se matarem, inclusive familiares matarem uns aos outros, ocorrendo até mesmo o horrendo canibalismo (Ezequiel 4.10). Isso realmente aconteceu, como registrado por Jeremias, que estava em Jerusalém (Lamentações 4.4,5,10). Quando as coisas chegassem a esse ponto, os judeus capitulariam diante dos caldeus, que destruiriam Jerusalém nessa ocasião. A cidade só seria reconstruída décadas depois, quando o Império Medo-Persa substituiria o Império Babilônico. A história da reconstrução está narrada, principalmente, no Livro de Neemias.
Os caldeus só impuseram esse cerco aos judeus porque estes não aceitaram servir-lhes pagando seus altos impostos, enquanto Deus, que sempre livrara Israel em tantas outras batalhas desse tipo, dizia que, desta vez, pelos grandes pecados de Israel, não os socorreria. Que pecados eram esses? O livro do profeta Habacuque lista alguns: violência e corrupção generalizadas (Habacuque 1.1-4). E mais: poucos anos antes, sob o reinado de Manassés, alguns judeus começariam a praticar em Jerusalém coisas ainda mais abomináveis, como infanticídio e feitiçaria, que haviam aprendido com os povos pagãos, o que despertou a indignação divina (2Reis 21.9). O livro do profeta Jeremias, contemporâneo de Ezequiel, é, na sua maior parte, sobre esse tema do cerco: é Deus dizendo, por meio do profeta Jeremias, que, dessa vez, não iria ajudar Israel para que vencesse suas batalhas contra os opressores, e que, portanto, seria tolice lutar contra os caldeus crendo em vitória. Deus diz que o povo, se quisesse evitar o pior, deveria se entregar, e não lutar, mas que, no futuro, se eles voltassem aos valores que Ele lhes dera, voltariam a ser livres.
2) Cony afirma que os relatos registrados no Livro de Ezequiel são atribuídos “ao Espírito Santo ou a Moisés”, o que demonstra mais uma vez total desconhecimento da história e do texto bíblicos. Ora, ninguém, seja um bibliologista ortodoxo ou um liberal, atribui a autoria do livro de Ezequiel a Moisés. Simplesmente, Moisés viveu mais de 500 anos antes de Ezequiel! A autoria de Moisés é atribuída apenas ao Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento) e a alguns poucos salmos – e, para outros especialistas, também ao Livro de Jó, cuja história se passa antes de Moisés, que a teria registrado conforme tradição oral.
3) Cony cita uma passagem de Ezequiel errada e fora de contexto, distorcendo seu significado. Ele diz que é Ezequiel 26, mas é Ezequiel 16, que diz: “Quando nascestes, ainda não vos tinham cortado o cordão umbilical, estáveis completamente nua, eu me apiedei de vós: depois crescestes, vosso seio se formou, vosso sexo cobriu-se de pelos, eu passei e vos vi e cobri vossa ignomínia, estendi sobre vós o meu manto, vos lavei, perfumei e vesti”; e “Então confiante em vossa beleza, fornicastes por vossa conta com todos os passantes e vos prostituístes até nas praças públicas e abristes as pernas a todos os viajantes e vos deitastes com os egípcios, os medas, os persas, os assírios, os caldeus, os filisteus e os homens de todas as tribos ao longo do Eufrates”.
Esse texto é uma metáfora da traição de Israel ao seu Deus ocorrida naquela época (Ezequiel 16.1-3). Deus lembra a Israel, por meio do profeta Ezequiel, que os israelitas foram cuidados por Deus quando ninguém dava nada por aquele pequeno povo (16.4-6). E mais: Deus fez uma aliança com eles (representada nessa metáfora pelo casamento) e os fez grandes (16.8-10). Mas, o que fez Israel tempos depois? Traiu Deus, desprezando os mandamentos divinos para se misturar com os costumes abomináveis dos povos pagãos ao seu redor, praticando inclusive sacrifício de crianças (Leia Ezequiel 16.20). Então, em resposta, Deus reconta metaforicamente o que aconteceu, e de forma forte e contundente, segundo a proporção dos terríveis pecados cometidos por Israel naquele período.
4) Cony trata a história de Oolá e Oolibá como verdadeira (Ezequiel 23), quando trata-se de outra forte metáfora da traição dos dois Reinos de Israel (o Reino do Norte e o Reino do Sul, surgidos após o reinado de Salomão) a seu esposo, Yahveh, detalhada no capítulo anterior (Ezequiel 22). Deus lembra que os dois reinos haviam imitado os povos pagãos, derramando entre si o sangue de inocentes (incluindo crianças) (22.3,4); seus príncipes haviam matado pessoas inocentes também (22.6); extorquindo estrangeiros e sido injustos com órfãos e viúvas (22.7); filhos desrespeitando pais (22.10); homens forçando mulheres (22.10); adultérios e incestos (22.11); subornos e extorsão para derramar sangue (22.12); exploração religiosa (22.2-28), violência e opressão (22.29). Tudo isso era condenado por Deus explicitamente na Lei de Moisés. E o texto bíblico ainda diz que o que estava acontecendo nos dias do profeta Ezequiel era generalizado, quase ninguém escapava (22.30). Depois de tudo isso, será que Deus exagerou ao dizer o que disse?
Em tempo: Oolá significa “tabernáculo dela” e Oolibá, “meu tabernáculo está nela”. As tendas aqui são uma referência ao local de um culto. Ou seja, tratava-se de uma alusão aos cultos e costumes profanos aos quais as duas irmãs – Jerusalém, capital do Reino do Sul de Israel, e Samaria, capital do Reino do Norte de Israel – haviam aderido, fazendo com que ambas fossem abandonadas por Deus naquele período. Jerusalém e Samaria abandonaram os preceitos divinos para seguir às terríveis práticas dos povos pagãos.
O pior de tudo é ver Cony, que desconhece totalmente o que está sendo dito, afirmar que “se precisarem de mim, estou às ordens para fazer o papel de um dos egípcios. Em último caso, de um assírio”. Lembrando que os assírios influenciarem o Reino do Sul (Jerusalém) com seus costumes abomináveis (os assírios adoravam ao deus Adrameleque, que era a versão assíria dos deuses infanticidas Moloque e Camos - o rei Acaz, em sua aliança com os assírios, praticou o infanticídio - 2 Reis 16.3). Diz Deus: "Além disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que por mim geraras, e os sacrificastes a elas, para serem consumidos; acaso é pequena a tua prostituição?" (Ezequiel 16.20). Para Cony, não. Ele mesmo quer ser um dos assírios!
Ademais, os assírios, em sua relação com os judeus, que alternava alianças e opressão, acabaram destruindo o Reino do Norte (Samaria), isso bem antes de o Reino do Sul (Jerusalém) capitular sob os caldeus. Os assírios mataram milhares de judeus, escravizaram, torturaram e saquearam Samaria. Será que Cony quer ainda fazer o papel deles?
É o que dá falar do que não sabe.