De alguns dias para cá, alguns leitores têm me pedido para que fale sobre o que acho do candidato democrata Barack Hussein Obama. Como o assunto envolve princípios e valores, e muitos leitores insistem para que fale algo sobre o assunto, atendo finalmente aos pedidos.
Bem, por que não apóio Obama?
Questão de princípios
Em primeiro lugar, porque John McCain pode ser até liberal em alguns pontos, mas mesmo assim é extremamente mais conservador do que Obama. O senador democrata é liberal demais. Ele é mais liberal até do que Hillary Clinton, sua oponente nas prévias do seu partido. E o abismo de valores entre Joe Binden e Sarah Palin, vice de McCain, é ainda maior.
Obama é a favor do aborto por qualquer motivo e em qualquer fase da gravidez. Leia aqui:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/04/01/AR2008040102197.htmlAliás, sabe o que Obama disse recentemente sobre a Bíblia e o homossexualismo? Que a Bíblia não condena o homossexualismo (sic). E acrescentou: “
Se as pessoas acham isso controverso, então eu diria a elas apenas para irem ao Sermão da Montanha, que eu, em meu pensamento, por minha fé, acho mais central que alguma passagem obscura na Carta de São Paulo aos Romanos”. Não acredite em mim. Leia você mesmo aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u378105.shtmlEspantado com a ignorância do candidato democrata em relação à Bíblia? Infelizmente, tal ignorância é um padrão hoje entre a maioria dos políticos do Partido Democrata ao ponto de já ter virado chacota entre os articulistas republicanos. Citarei só um texto mais recente, e repleto de casos, da jornalista e comentarista política Ann Coulter, autora de best sellers nos EUA. O artigo está traduzido para o português aqui
http://juliosevero.blogspot.com/2008/09/obama-lcifer-da-minha-turma.html e, para entender melhor alguns pontos dele, leia as notas de rodapé do artigo, também em português, aqui
http://antenacrista.blogspot.com/2008/10/obama-lucfer-da-minha-turma.html (Depois de ler todo o artigo de Coulter, você vai entender o porquê do título forte: “Obama: Lúcifer é da minha turma”. E quem quiser ler o original em inglês, o link é
http://townhall.com/Columnists/AnnCoulter/2008/09/17/obama_lucifer_is_my_homeboyComo se não bastasse tudo isso, Obama é ainda a favor da legalização de drogas, da eutanásia e da destruição de embriões para a manipulação de células-tronco embrionárias. Então, como cristão, como posso apoiar Barack Obama? Só porque não gosto muito de Bush? Mas quem disse que McCain é Bush? (Já falamos sobre isso em post passado, do dia 11 de setembro – leia também os comentários).
Questão de credibilidade
Em segundo lugar, não apóio Obama porque há denúncias gravíssimas sobre a conduta dele e que atentam fortemente contra a sua credibilidade para ser presidente de um país, porém pouca gente sabe disso no Brasil porque a mídia brasileira é pautada pela mídia democrata norte-americana, que é majoritária nos EUA. Os democratas dominam as mídias televisiva (CNN, ABC, CBS, NBC etc) e impressa (The New York Times, Washington Post, Times, Newsweek etc) naquele país. Os republicanos só dominam a mídia radiofônica, mas ninguém no Brasil ouve as rádios dos EUA. É justamente por isso que a mídia brasileira está, por exemplo, saturada de fofocas sobre Sarah Palin, enquanto casos grotescos, gravíssimos, sobre Obama são deliberadamente omitidos. Exemplos de omissões? Vamos a alguns deles.
Desde fevereiro deste ano, um cidadão homossexual de Minnesota, chamado Larry Sinclair, que foi amigo de Obama, move uma ação contra ele e o Partido Democrata. O motivo? Ele sofreu ameaças após revelar que consumiu cocaína e teve relações homossexuais com o senador em novembro de 1999.
"O quê?!?"
É isso mesmo que você leu. E Obama já confessou que as drogas foram um problema em sua juventude.
Em sua autobiografia A Audácia da Esperança, já prevendo que alguém poderia descobrir alguma coisa sobre o seu problema com vícios, Obama já confessara que, quando era mais jovem, na universidade, consumiu várias vezes maconha, cocaína e bebida alcoólica. Acrescenta, porém, que conseguiu se libertar desses vícios. Ora, Obama deixou de estudar em 1991. Em 1999, já fazia oito anos que ele não era mais um estudante. Naquele ano, quando teria se envolvido com Sinclair e usado drogas mais uma vez, ele era membro do legislativo local de Illinois.
Não estou dizendo com isso que creio definitivamente que, ainda hoje, nove anos depois, Obama tenha suas recaídas com drogas. Não sei. Pode ter realmente se libertado das drogas. Só sei que essa confissão dele em sua autobiografia, mais o fato de defender a legalização de drogas e mais esta denúncia demonstram que o senador democrata não inspira confiança.
Para quem quer saber mais sobre a denúncia, todas as páginas da ação movida contra Obama, e que ainda está rolando na justiça norte-americana, podem ser lidas no seguinte endereço eletrônico:
www.thesmokinggun.com/archive/years/2008/0214081obama1.htmlOutro exemplo: Phillip J. Berg, um advogado da Pensilvânia, acusa Obama de falsificar uma certidão de nascimento para ludibriar o registro eleitoral, o que o tornaria, portanto, inelegível. Sim, é isso mesmo que você ouviu: certidão de nascimento falsificada.
As rádios republicanas e a Fox News, único canal de tevê republicano, acompanham naturalmente o caso. Já a mídia democrata, que domina a tevê e o jornalismo impresso no país, deliberadamente não o menciona. Ela só mencionou o processo uma vez, na época das prévias democratas e porque a campanha de Hillary Clinton enfatizou o caso. Aqui, no Brasil, o único a falar sobre o processo foi o articulista Olavo de Carvalho, em sua coluna semanal no
Jornal do Brasil, especialmente na edição de 2 de outubro. Conta Carvalho:
“
Berg alega que Obama não provou ser legalmente cidadão americano e que, para piorar, o candidato democrata divulgou pela Internet uma certidão de nascimento falsa. O primeiro ponto é indiscutível. Em 15 de setembro Berg enviou intimações ao réu, ao registro civil e ao hospital do Havaí onde Obama alega ter nascido, solicitando que apresentassem a certidão original impressa. Não recebeu nada até agora. Obama tinha prazo até o dia 24 [de setembro] para responder. Em vez de mostrar a certidão, liquidando com o processo no ato, ele entrou com um pedido de dispensa (motion for dismissal), alegando que Berg não oferecera provas suficientes para justificar a abertura do processo e ademais não tinha legitimidade como queixoso, por não ter sofrido dano pessoal no caso”.
“
Respondendo à moção no dia 29 [de setembro], Berg afirmou que, como militante e contribuinte democrata [Berg é membro do Partido Democrata há 31 anos], ele sofre prejuízo, sim, de uma candidatura falsa que ameaça desmoralizar o seu partido caso se confirme, depois das eleições, que a certidão original de Obama não existe mesmo”.
“
Berg insiste que, se o tribunal não julgar o caso antes do dia da votação, e Obama vier a ser eleito, os EUA estarão sujeitos à maior crise constitucional da sua história, com a presidência ocupada por um estrangeiro sem qualificação legal para o cargo”.
“
Nesse ínterim, o site www.Factcheck.org afirmou que seus editores examinaram a versão impressa da certidão e que o documento é autêntico. Para maior clareza, publicou fotos do original, mostrando que atende a todos requisitos alegadamente faltantes, como o carimbo em alto relevo e a assinatura do cartorário. Segundo o site, as novas fotos do documento ali publicadas ‘não foram editadas de maneira alguma’”.
“
Berg respondeu – e qualquer visitante da página [do seu site] pode notar – que, ‘sujeitando as fotos originais da certidão a porcentagens extremas de compressão, sem ao mesmo tempo reduzir o tamanho das imagens, o site obteve fotos tremidas, embaçadas, totalmente inúteis para a detecção de qualquer detalhe’. A simples tabela das porcentagens de compressão, afirma Berg, ‘incrimina o Factcheck e destrói por completo a sua credibilidade’. Berg suspeita que ‘Factcheck alterou propositadamente as fotos e imagens escaneadas para perpetuar a fraude imposta ao público americano’”.
“
Berg publicou a tabela de compressões no dia 21. Atualizando a defesa da autenticidade da certidão no dia 26, Factcheck omitiu-se de responder à objeção do advogado e nem mesmo mencionou o nome dele”.
Para saber mais sobre o caso da certidão falsificada, entre no site que acompanha o processo nos EUA, site este que, desde que foi criado, já recebeu cerca de 20 milhões de visitas:
http://www.obamacrimes.com/E volto a frisar o seguinte detalhe: tanto Larry Sinclair quanto Phillip Berg são filiados ao Partido Democrata.
Mais um exemplo?
Em 2007, Obama foi ao Quênia, terra natal de seu pai, apoiar a candidatura do louco Raila Odinga à presidência daquele país. O motivo? Odinga é da mesma tribo a qual pertencia o pai de Obama e foi amigo dele. Em discurso no Quênia na época, Obama exaltou Odinga como a solução para o Quênia e criticou os demais candidatos. Pois bem, logo depois que perdeu aquela eleição, o muçulmano Odinga e seus adeptos destruíram 300 templos cristãos e mataram mais de mil crentes, dentre os quais 50 assembleianos queimados vivos presos dentro de seu próprio templo. Leia a história aqui:
http://www.worldnetdaily.com/index.php?fa=PAGE.view&pageId=71383Obama foi companheiro de protestos do líder muçulmano Louis Farrakhan, aquele que afirmou que “o judaísmo é a religião do esgoto”. Quando criticado por isso, Obama lembrou que essa relação fazia parte do passado, porém, depois de eleito senador, o democrata lutou pela liberação de 225 mil dólares em verbas federais para a igreja de seu amigo, outro radical, Michael Pfleger, e Farrakhan, mesmo sendo muçulmano, prega oficialmente toda semana nessa igreja (sic). Pfleger é amigo comum de Obama e Farrakhan. Veja nos seguintes links:
http://sweetness-light.com/archive/from-obamas-church-pfleger-on-farrakhanhttp://dallassouthblog.com/2007/05/30/min-louis-farrakhan-visits-father-michael-pfleger-and-st-sabina/http://www.youtube.com/watch?v=LjJlsGrlbUshttp://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/01/14/AR2008011402083.htmlhttp://www.newsmax.com/kessler/obama_farrakhan/2008/03/05/77971.htmlMais outro exemplo?
Um dos maiores coletores de fundos para as campanhas de Obama é o sírio Tony Rezko, envolvido com falcatruas e condenado por 16 crimes. Quando eleito senador, Obama retribuiu os favores de Rezko convencendo pessoalmente alguns prefeitos a investirem 14 milhões de dólares nos negócios imobiliários de Rezko. Leia aqui
http://abcnews.go.com/Blotter/Story?id=4111483 e aqui
http://www.newsmax.com/smith/barack_obama_tony_rezko/2008/09/02/126890.htmlPequena pausa para duas perguntas.
Primeira pergunta: Você já encontrou essas notícias nos jornais daqui?
Segunda pergunta: Por que será que não encontrou?
Adiante.
Vamos agora a um outro caso que, no início de setembro, mereceu apenas uma notinha de pouquíssimas linhas no jornal
Folha de São Paulo – a única mídia tupiniquim que mencionou o caso, mas sem entrar em detalhes e em um boxe minúsculo. Estou falando do relacionamento entre Obama e o terrorista esquerdista William Charles Ayers, e que a mídia brasileira só deu atenção agora porque Sarah Palin fez menção ao caso em discurso este final de semana, lembrando que até o democrata
The New York Times reconheceu ser estranha a relação entre Obama e Ayers, conforme matéria publicada no jornal no sábado, 4 de outubro. Por que o
NYT fez menção ao caso? Porque estão vindo à luz inexoravelmente aquilo que a Fox News já adiantara em 26 de agosto – documentos, inclusive da Universidade de Illinois, em Chicago, que comprovam definitivamente a forte ligação entre Obama e Ayers. Leia aqui
http://elections.foxnews.com/2008/08/26/newly-released-documents-highlight-obamas-relationship-with-ayers/Segundo os documentos, “
Obama deu os seus primeiros passos em sua formação política na sala de William Ayers”, ou seja, nas reuniões na casa do ex-terrorista.
Para quem não sabe, Bill Ayers, como é mais conhecido, já foi preso várias vezes nos EUA e uma delas por ter planejado explosões em vários prédios de Washington nos anos 60 com bombas cheias de pregos para que os transeuntes que escapassem da explosão e dos escombros fossem mortos pelos pregos. Ayers planejou, sem sucesso, a explosão do Pentágono e da Casa Branca, mas outras explosões mataram inocentes, inclusive policiais. Para saber mais sobre Ayers, leia, por exemplo, aqui
http://en.wikipedia.org/wiki/Bill_AyersObama e Ayers se conheceram em 1995, em uma reunião de um grupo de admiradores de Ayers em sua própria casa. Desde então, os dois passaram a sempre ser vistos juntos nos chamados “círculos liberais-progressistas de Chicago”. Trabalharam juntos para a fundação Woods Fund of Chicago de 1999 a 2002, onde se empenharam, em parceria, no levantamento de mais de 70 milhões de dólares em favor dessa instituição, que promove ideais de esquerda. Desde essa época, moram no mesmo prédio. Sim, são vizinhos até hoje. Ayers até contribuiu para a campanha de Obama ao legislativo de Illinois em 2001.
Quando Obama foi confrontado pela primeira vez, em abril, num debate com Hillary Clinton, por um jornalista da CBS sobre a sua ligação com William Ayers, sabe o que foi que ele respondeu? Eis a resposta: “A verdade é que eu também sou amigo de Tom Coburn, um dos mais conservadores republicanos no Senado, que uma vez, durante sua campanha, disse que seria apropriada a aplicação da pena de morte para quem executasse abortos. Eu preciso me desculpar pelas declarações de Coburn? Porque eu também não concordo com estas”.
O primeiro problema é que a declaração de Coburn, que é senador republicano por Oklahoma, está fora do contexto. Coburn disse: “Eu sou a favor da pena de morte para abortistas e outras pessoas que matam”, e acrescentou que estava se referindo principalmente a pessoas que praticavam aborto ilegal. “Não apóio a pena de morte para pessoas que não tenham violado a lei”, disse ainda Coburn, que é médico e ressalta que já fez abortos em situações em que a vida da mãe estava em risco, o que não só é legal como também ético.
Mas, o pior de tudo é que Obama, em vez de condenar os atos terroristas de Ayers, reafirmou ser amigo do ex-terrorista ("...também sou amigo...") e reduziu a questão toda a uma mera discordância, e ainda comparando um médico e senador com um ex-líder de um grupo terrorista que arquitetou a explosão de vários prédios de Washington. Só no dia seguinte àquela declaração ao jornalista da CBS, depois da tremenda repercussão negativa, Obama disse que desaprovava fortemente as atitudes de Ayers do passado e negou que ele seja hoje ainda seu amigo.
Depois que as denúncias voltaram com tudo e Palin evocou-as, Obama disse que, desde 2005, não fala com Ayers e não troca e-mails com ele, mas seus vizinhos de prédio já o desmentiram imediatamente, dizendo que já os viram conversando várias vezes nos últimos anos. Os dois só se afastaram mesmo, de fato, depois das denúncias em abril.
O outro caso de amigo radical desde a primeira hora do qual, de repente, Obama se afastou este ano, foi o seu pastor Jeremiah Alvesta Wright Jr, líder da Igreja de Cristo Unida da Trindade, como foi amplamente divulgado pela mídia durante as prévias (Note: todas essas denúncias não foram feitas originalmente por republicanos, mas por democratas pró-Hillary durante as calorosas prévias do Partido Democrata).
Conta Obama que Wright inspirou tanto a sua vida que o título de sua primeira autobiografia (A Audácia da Esperança) foi baseado em um dos sermões dele. Entretanto, logo que os vídeos com os sermões radicais de Wright, adepto da Teologia da Libertação, foram ao ar na televisão e na internet, Obama limitou-se a dizer que não concordava com aquelas posições de seu pastor e, depois, quando provado que assistiu a muitos daqueles sermões quando foram proferidos, mas não disse nada contra na época – chegando até, como já adiantamos, a afirmar que os sermões de Wright inspiraram sua vida –, o senador democrata decidiu se desfiliar de sua igreja e se afastar totalmente de Wright. Hoje, Barack Hussein Obama, que se converteu do islamismo ao cristianismo já adulto, é um cristão sem igreja. E disse que só vai se preocupar em que igreja irá congregar depois de terminadas as eleições.
Pergunto: Tirando o caso do pastor Jeremiah Wright, a mídia brasileira mostra essas coisas sobre Obama?
Lembrando que os jornais brasileiros foram forçados a falar do Caso Obama-Ayers só porque o jornal The New York Times mencionou o caso este final de semana. Ou seja, se o NYT ou a CNN não falarem desses casos, ninguém publica nada sobre eles no Brasil, por mais que sejam casos conhecidos pelos americanos. Pergunto: Essas informações não são importantes para nossa análise do perfil de um político? As raízes e formação políticas e amizades do político não são importantes?
E como cristão, sabendo de tudo isso, você ainda acha conveniente apoiar Obama?
Um produto de puro marketing e retórica
Em terceiro lugar, se Obama quer tanta mudança, porque ele nunca propôs nenhum projeto de lei nestes quatro anos como senador? Isso é sinal de alguém que quer mudanças? Em seus quatro anos de Senado, Obama apenas votou contra ou a favor de projetos dos outros, e quando propôs acréscimos em um ou outro projeto, foi por orientação da bancada do seu partido.
E que coisa é essa de já ter escrito duas autobiografias aos 46 anos sem ter feito nada ainda de relevante que mereça isso? Isso não nos diz algo sobre a sua pessoa? Isso não nos mostra que Obama é apenas puro marketing, isto é, retórica sem conteúdo?
Não é à toa que Thomas Sowell escreveu recentemente: “
Barack Obama é verdadeiramente um fenômeno de nosso tempo – um candidato presidencial que não consegue citar uma única realização em sua carreira, alavancando-a apenas com retórica”.
Para quem não sabe, Thomas Sowell, 78 anos, autor desta frase que sintetiza bem o vazio que é o “Fenômeno Obama”, é um dos mais influentes críticos dos EUA. Ele é renomado economista do Instituto Hoover, da Universidade de Stanford, e ganhador do Francis Boyer Award de 1990. Ah, e se interessar a alguém: é negro. Esta última informação deveria ser absolutamente desnecessária, mas como a mídia tupiniquim criou essa história idiota de que todo mundo que é contra Obama é porque é racista, vale a pena frisá-la só para enfatizar que as coisas não são assim. Há ainda quem tente provar essa tese absurda de que as disputas do pleito presidencial deste ano tem a ver com racismo repetindo que 92% dos negros dos EUA apóiam Obama. Ora, a maioria esmagadora dos negros dos EUA tem sido seguidora do Partido Democrata nos últimos 30 anos! Basta lembrar que o candidato democrata John Kerry, branco e católico, que concorreu contra Bush em 2004 e era a favor do aborto, do “casamento” gay, da liberação da maconha etc, recebeu 82% dos votos dos negros dos EUA. Al Gore, em 2000, recebeu também a maioria esmagadora dos votos dos negros.
“Então quer dizer que os negros dos EUA votam nos democratas porque os republicanos são racistas e os democratas não são?” Também não. Recentemente, Arnaldo Jabor, articulista do jornal
O Globo, reverberou esse idéia absurda escrevendo em sua coluna semanal que apoiava Obama porque, entre outras coisas, quando ele, Jabor, morou nos EUA nos anos 50, viu o preconceito que os negros sofriam ali – como que querendo “linkar” todos os que não apóiam Obama com os preconceituosos dos anos 50. Ora, nos anos 50, havia muito, mas muito mais racistas do que hoje, e eles estavam majoritariamente entre os seguidores do Partido Democrata. É por isso que, em nenhum momento do artigo, Jabor diz qual era a preferência política daqueles preconceituosos que conheceu naquela época. Somente insinua forçosamente que os republicanos de hoje, por fazerem oposição a Obama (Nada mais lógico!), seriam herdeiros daquele preconceito de sua época. Aposta na ignorância e ingenuidade de seus leitores.
O partido que mais lutou pelos negros na História dos EUA foi o Partido Republicano.
Para quem não sabe, o Partido Republicano foi criado em 1854 por militantes antiescravidão exatamente para fazer oposição aos escravocratas e lutar por mais direitos para as mulheres. O Partido Democrata, ao contrário, fundado em 1792, era totalmente pró-escravatura e contra mais direitos para as mulheres.
Quem foi o primeiro presidente que lutou pelo fim da escravatura nos EUA? O republicano Abraão Lincoln, que conseguiu dar fim à escravatura. E foram os republicanos que lutaram no Congresso pela 13ª emenda, que aboliu a escravidão; pela 14ª, que garantiu a proteção igualitária a negros e brancos; e pela 15ª, que deu direito de voto aos afro-americanos.
Em 1868, o
slogan do Partido Democrata era: “Este é um país de homens brancos: deixem os brancos governarem”; e em 1898, na cidade de Wilmington, na Carolina do Norte, democratas assassinaram republicanos negros no que foi o único golpe de estado da história dos Estados Unidos.
Em 1922, os senadores do Partido Democrata sabotaram uma tentativa dos republicanos de fazer passar uma lei que tornava o linchamento um crime federal. Além do mais, o único presidente dos EUA a nomear um membro da Ku-Klux-Klan (grupo fundado no século 19 por seguidores do Partido Democrata) para a Suprema Corte foi o democrata Franklin Delano Roosevelt. O nome do nomeado era Hugo Black, um dos antigos líderes da KKK. Por sua vez, o presidente republicano George Bush (pai) foi o primeiro a nomear um juiz negro – Clarence Thomas – para a Suprema Corte dos EUA, e o presidente republicano Dwight Eisenhower (que em seu governo enviou tropas para assegurar que a segregação acabasse nas escolas de Little Rock, Arkansas) foi quem ordenou a completa desegregação das Forças Armadas dos EUA
A Lei dos Direitos Civis de 1964 foi aprovada por 82% dos republicanos, enquanto só 64% dos democratas votaram a favor dela, e foi o presidente Richard Nixon o primeiro a implementar as chamadas “leis de ação afirmativa”.
Lembre-se ainda que o governo que mais teve negros e hispanos no alto escalão foi o atual governo George Bush: Condoleeza Rice (cujo nome foi cogitado para entrar na chapa republicana como candidata a presidente ou como vice, mas não vingou porque ela mesma não quis), Colin Powell, Alberto Gonzalez e Carlos Gutierrez.
Há muito mais informações que poderia mencionar aqui sobre o assunto, mas o espaço é limitado. Porém, se você quiser saber mais sobre a bela luta dos republicanos em favor dos negros, leia aqui
http://www.rightwingnews.com/archives/week_2005_02_13.PHP#003479 e aqui
http://www.humanevents.com/article.php?id=15893Portanto, quem associa o racismo aos republicanos ou é um deliberado mentiroso ou um ignorante.
"Então, pastor Silas, por que os negros são tão ligados aos democratas hoje?"
Tudo começou nos anos 70, com uma mudança de paradigma entre os democratas. Nos últimos 30 anos, o Partido Democrata, para reverter sua imagem, assumiu uma política populista, intensa e engajada de luta pelas minorias - todas as minorias, inclusive imigrantes. Por isso, os democratas, que historicamente nunca foram o partido que mais fez pelos negros nos EUA, acabaram se tornando o partido preferido dos negros americanos e de todas as outras minorias: homossexuais, feministas, imigrantes etc.
Mas, voltemos ao ponto da retórica sem conteúdo: o único discurso de Obama em que, finalmente, falou de propostas, e não mais em uma mudança abstrata sem propostas concretas, foi em seu discurso na Convenção do Partido Democrata em 28 de agosto. Porém, ao apresentar pela primeira vez suas propostas, o que se viu é que a maior parte delas é igual às propostas que McCain anunciava antes de Obama fazer aquele discurso. Até porque os dois não têm muito o que apresentar de diferente. É por isso que, no debate em Missouri, em 25 de setembro, por nove vezes Obama repetiu: “John McCain está absolutamente certo em sua resposta”. Sintomático, não? A verdade é que as idéias de ambos são, no geral, muito parecidas.
Divergências mais relevantes entre eles? Apenas quanto a quando sair do Iraque e quanto aos cortes nos impostos – Obama quer sair do Iraque em 18 meses, McCain disse que poderá sair antes ou depois desse prazo, vai depender de tudo ser concluído lá; Obama disse que vai aumentar os impostos dos ricos e cortar os impostos da classe média em 95% (Demagogia pura!), enquanto McCain disse que vai cortar os impostos dos dois grupos, mas não na proporção extremamente demagógica que Obama quer fazer com a classe média. Demagogia por demagogia, a de McCain é mais pé no chão e justa. A de Obama se parece mais fundamentada no discurso vetusto e estúpido da “luta de classes”.
Messianismo
Em quarto lugar, Obama tem um discurso messiânico e os seus seguidores têm uma postura de messianismo em relação a ele. Isso é pernicioso. E como cristãos, não podemos aceitar isso.
A coisa chega ao ponto de quem não simpatizar com Obama ser demonizado pela imprensa, como se estivesse automaticamente “do lado do mal”. Essa demonização, mais a bajulação da mídia mundial ao candidato do Partido Democrata, chegou a levar um americano a criar um blog sugerindo um forte paralelo entre o perfil de Obama e o do Anticristo, destacando as referências excêntricas que o senador democrata faz a si mesmo e o messianismo da mídia dos EUA e do mundo em torno dele (veja aqui:
http://www.barackobamaantichrist.blogspot.com/). É forçar muito a barra, claro, mas esse tipo de raciocínio só foi possível por causa do tipo de tratamento extremamente bajulador que se dá a Obama na mídia, ao ponto de se omitir deliberadamente fatos relevantes e negativos de sua trajetória e demonizar quem não o apóia. Ou seja, independente desses exageros, fato é que há mesmo um messianismo fervoroso em torno do candidato democrata, um culto à sua pessoa, e isso é muito, muito doentio.
Querem ver uma coisa? Saibam que, se Obama for eleito presidente dos EUA, apesar de tudo que pesa contra ele, apesar de tudo isso, vou orar e torcer para que acerte, nos surpreenda e faça um grande governo desde o começo. Se os EUA vão bem, é bom para o mundo. Agora, não preciso nem apostar que, se McCain ganhar, desde o primeiro dia de seu governo vão “malhá-lo”. A maioria esmagadora vai torcer contra ele e Palin mesmo depois de eleitos. No primeiro errinho ou fala equivocada, vão atacá-los maciçamente na imprensa. Alguém duvida?
Já pararam para perceber que geralmente quem não apóia Obama pode dizer isso que eu disse e quem não apóia McCain-Palin torce pelo "inferno" em um futuro governo deles?
E por falar de "inferno", quem for eleito, devido à crise econômica, não vai ter um governo "em céu de brigadeiro".
“Em síntese, quer dizer que você nunca apoiará um candidato democrata?”
Sabe, eu queria até apoiar, mas, com a postura que os democratas têm tido nos últimos 20 anos, não me dão chance. Fazer o quê?
Para mim, Obama é quem tem mais chances de ganhar este pleito, porque, a um mês das eleições, devido à crise econômica, ele conseguiu reconquistar a preferência entre os independentes, voltando à dianteira nas pesquisas (lembre-se que, nos EUA, seguidores dos partidos republicano e democrata são praticamente os mesmos em quantidade - entre 40% a 45% da população cada um; o que faz mesmo a diferença na eleição americana é a oscilação do voto para um lado ou para o outro entre os que não são filiados a nenhum dos dois partidos). Porém, a minha simpatia não é por preferência, mas por propostas e, com igual peso, por princípios e valores.
Republicanos não são sinônimo de cristãos conservadores. Há muitos republicanos que não o são. Mas o que eu posso fazer se todos os democratas que têm se apresentado para a disputa nos últimos anos são liberais ou mais liberais (no caso de Obama em relação a McCain)? É por isso que a maioria dos cristãos nos EUA são pró-McCain (Leia aqui:
http://www.cristianismohoje.com.br/artigo.php?artigoid=34610). Nada mais lógico. Aliás, quando perguntei a um pastor americano amigo meu, que estava de passagem no Brasil semana passada, em quem votaria, ele disse-me de primeira: "McCain-Palin". Perguntei: "Por quê?" Ele respondeu: "Sou cristão". Simples assim.
Enquanto a coisa vir do jeito que está vindo – com liberais como Al Gore (2000), John Kerry (2004) e Obama (2008) –, não dá mesmo para apoiar os democratas. Prefiro McCain-Palin.