quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Como previsto, um homem extremamente coerente com sua biografia e fiel aos alvos da cartilha do liberalismo social

Hoje, faz um ano que Barack Hussein Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos da América. Há pouco mais de um ano, mais precisamente em 5 de outubro de 2008, escrevi um artigo sobre as razões pelas quais, mesmo não sendo fã de MCain, preferia este a Obama e não era nada simpático à candidatura do então senador democrata, por mais incensado que este fosse pela maioria da mídia de lá, de cá e de toda parte. O artigo pode ser lido aqui.
Bem, um ano depois de eleito e com pouco mais de nove meses de mandato, Obama foi, como esperado, absolutamente fiel a todas as promessas que fez na área de liberalismo social e falho nas promessas que fez em outras áreas. Tudo dentro do script. Aliás, essa era uma das coisas mais óbvias de se antever. Não era preciso ter “bola de cristal”, revelação, nada disso, para saber essas coisas. Era só olhar para a biografia do indivíduo e esperar que ele mantivesse a coerência ideológica que marcou sua trajetória. Quanto ao que prometeu que se chocava com a realidade dos fatos, naturalmente deveríamos deixar de lado. A maioria das pessoas, porém, prefere marketing de campanha, afetação, esse tipo de coisa; e aí, logo depois que a fumaça abaixa, vem a frustração.
Pois bem, vejamos a extraordinária coerência de Obama.
Escrevi à época de sua campanha, no texto já mencionado, que Obama faria de tudo para apoiar os abortistas, e... Bingo! O seu primeiro ato como presidente, em 21 de janeiro, foi decretar a Lei da Liberdade de Escolha, que autoriza o financiamento de ONGs internacionais pró-aborto com dinheiro público americano. Ademais, sua reforma na área de saúde inclui oferecer aborto gratuito a toda a população. Absolutamente previsível.
Afirmei ainda que Obama era a favor da destruição de embriões para a produção de células-tronco e faria de tudo para liberar essa prática nos EUA, e... Bingo! Em 9 de março, com o apoio de um Congresso americano esmagadoramente formado pelos seus colegas liberais (capitaneados por Nancy Pelosi, da ala radical do Partido Democrata [O Congresso americano já viu dias melhores...]), o homem assinou a liberação de tal pesquisa e o financiamento público para sua execução. Totalmente previsível.
Escrevi também que Obama era a favor do movimento homossexual e faria tudo para implementar a agenda desse movimento, e... Bingo! Obama estabeleceu que o mês de junho nos EUA será agora o “Mês gay dos EUA”, um mês dedicado a homenagear o homossexualismo no país, e ainda está lutando pela aprovação, no Congresso, de projetos de lei contra a chamada “homofobia”. Aliás, já conseguiu a aprovação de um deles e está lutando pela dos demais (leia aqui).
Lembrei ainda que Obama era a favor da legalização de drogas e... Bingo! Há poucos dias, o homem acabou com as restrições ao consumo de drogas implementado pelo governo anterior em contraposição ao consumo liberado de maconha em 14 Estados dos EUA (leia aqui). Tudo isso para a alegria de George Soros, que está fazendo campanha para que Obama inclua no tal Sistema Público Nacional de Saúde a maconha por receita médica (leia aqui e aqui). Aliás, meses atrás, Obama chegou até a levar a sério a cogitação de alguém a respeito da legalização da maconha como uma estratégia para “aquecer a economia americana”, porém descartou não o seu desejo de lutar pela legalização da maconha em todo o país, o que permanece, mas a legalização da maconha como método eficiente para reverter a crise (leia aqui). O objetivo de Obama, já celebrado de antemão pelos que lutam pela legalização da maconha, é, ao final, liberar a maconha para fins lúdicos (leia aqui). Imensamente previsível.
Apresentei também meus temores de que Obama, ao ser eleito, colocaria no alto escalão de seu governo gente extremamente liberal e radical, justamente porque sua vida estava totalmente associada a essa turma. Adivinhem. Outra vez, bingo! Só para citar três exemplos (porque citar todos os casos aqui resultaria em uma postagem quilométrica): O chefe do Escritório de Segurança nas Escolas do governo Obama é um ativista do movimento homossexual (leia aqui) e outros dois secretários de Obama são fãs confessos do carniceiro Mao Tsé-Tung, que matou 70 milhões de pessoas na China, inclusive milhões de cristãos.
Vamos aos fatos.
Durante a 6ª edição do Fórum Anual de Investimento, realizado no Clube da Liga da União de Nova Iorque, nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2008, Ron Bloom, membro da ala radical do Partido Democrata e nomeado por Obama conselheiro sênior do presidente dos EUA para assuntos relativos à indústria, bem como líder da força-tarefa do governo para salvar a indústria automobilística (boa parte dela foi estatizada neste ano), externou sua admiração por Mao Tsé-Tung. Ao palestrar no evento supracitado sobre o tema “O papel da União na falência e reestruturação”, Bloom revelou o que acha de verdade sobre o Livre Mercado e sobre o pensamento de Mao Tsé-Tung a respeito. Disse ele: “Sabemos que o Livre Mercado é um disparate. Sabemos que a questão toda está no sistema de jogo. (...) Sabemos que isso é em grande parte sobre poder. (…) Estou de acordo com Mao (Tsé-Tung) de que o poder político vem em grande parte do cano de uma arma”. Veja e ouça a fala de Bloom aqui. Acho que, depois desse discurso, Obama não pensou duas vezes: "O homem odeia o Livre Mercado e é fã de Mao Tsé-Tung! Que maravilha! Se eu for eleito, esse é o cara que preciso para essa crise econômica". Idealizado e feito.
Anita Dunn, atual diretora de Comunicações da Casa Branca, que também pertence à ala radical do Partido Democrata, foi a conselheira sênior da campanha de Obama à presidência dos EUA. Dunn afirmou recentemente que é fã de Mao Tsé-Tung e que a Casa Branca controla a mídia americana.
Sobre seu apreço a Mao, disse Dunn, em 5 de junho, discursando aos estudantes da Escola Episcopal de Saint Andrews, em Potomac, Maryland (EUA): “...a terceira lição e dica [que quero vos passar] vem de dois dos meus favoritos filósofos politicos: Mao Tsé-Tung e Madre Tereza, não muitas vezes ligados entre si, mas as duas pessoas para quem me volto no dever de apresentar um ponto simples, que é: você deve fazer escolhas, você deve desafiar, você deve dizer ‘Por que não?”, você deve descobrir como fazer as coisas que nunca foram feitas antes. Este é o ponto: As escolhas são suas, elas não são de mais ninguém. [Exemplo:] Em 1947, quando Mao Tsé-Tung foi contestado dentro do seu próprio partido em seu plano para tomar a China. Chiang Kai-shek e os nacionalistas chineses estavam em algumas cidades, tinham o exército e a força aérea, tinham tudo ao seu lado. E as pessoas diziam a Mao: ‘Como você pode ganhar? Como você pode fazer isso?’. E, então, Mao Tsé-Tung disse, vocês sabem: ‘Vocês lutam sua guerra e eu lutarei a minha’. Pense sobre isso por um segundo. Você não tem que aceitar a definição de como fazer as coisas e não tem que seguir as escolhas de outros povos e caminhos. Ok? Trata-se de suas escolhas e seu caminho. Você luta sua própria guerra, você define o seu próprio caminho, você descobre o que é certo para você. Você não deixa a definição externa definir a sua definição interna do que é bom para você, você luta a sua guerra e deixa eles lutarem a deles. Todo mundo tem o seu próprio caminho”. Veja e ouça Anita proferindo estas "sábias" palavras aqui.
E há poucos meses, em uma conferência na República Dominicana, Anita Dunn afirmou: “Nós controlamos as notícias da mídia”. O vídeo está aqui. Nele, ela explica como a campanha de Obama controlou a circulação e os trabalhos da grande mídia (NBC, MSNBC, ABC, CBS, CNN, New York Times etc), que, por sua vez, aceitava submissa esse controle por ter toda boa vontade em relação a Obama. Mais sobre o assunto pode ser lido aqui.
Enfim, Obama é cansativamente previsível. Exaustivamente previsível.
Hoje, nos Estados Unidos, há muita gente decepcionada com Obama. Os “evangélicos moderados”, que foram decisivos para elegê-lo, já nos primeiros meses de mandato se disseram arrependidos por o terem apoiado (leia aqui). A população americana, que dava a ele cerca de 65% de apoio no início do mandato, também está decepcionada e indignada (Hoje, mais da metade dos americanos não aprova o governo Obama). Eu, não. Obama não me decepcionou em nada. O máximo que posso dizer é que ele chega a ser enfadonhamente previsível.

2 comentários:

Júnior disse...

Irmão Silas

Muito útil seu artigo!

Bingo,bingo,bingo. E o povo, o que é q ganha?

Leandro Teixeira disse...

Todo este pessoal que o via como um 'messias' correram atrás do vento. Era apenas uma ilusão. O oásis era apenas uma fonte de águas turvas e envenenadas...