quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

(1) COP 15: fatos escondidos de você; (2) Leonardo Boff continua admirando terroristas; (3) a relação entre parte do jornalismo e o liberalismo social

Eis uma prática que já está se tornando padrão em parte do jornalismo brasileiro quando o assunto é o tal Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível: quando Al Gore mente, divulga-se a mentira como se fosse verdade; e quando Al Gore é, em seguida, desmentido publicamente - ou ele mesmo se desmente -, então a mídia brasileira, em sua maioria, esconde o desmentido. Eis dois exemplos recentes, e em menos de 15 dias:
1) A Globo mostrou mais uma vez, na semana passada, aquele gráfico manipulado do filme Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, em que o CO2 é apresentado como sendo a causa do aquecimento da Terra nos anos 90. Você deve se lembrar. No tal gráfico, à medida que a emissão de CO2 aumenta, a temperatura da Terra também. Tremendo embuste. O truque usado por Al Gore e a turma do IPCC, e desmascarado há anos por cientistas, é o seguinte: inverte-se a ordem cronológica das duas linhas, colocando a relativa ao CO2 como anterior à do aumento da temperatura da Terra, para convencer o incauto de que aquele aumento da temperatura da Terra é uma decorrência do aumento do CO2.
Se você não sabia, querido leitor, então fique sabendo: a ordem cronológica dos dados mostra que o aquecimento da Terra vem antes do aumento da emissão de CO2. É o aumento da temperatura que provoca a maior emissão de CO2, e não o contrário.
Ademais, o CO2 produzido pela atividade humana representa apenas 3% de todo o CO2 emitido à atmosfera. Logo, ainda que fosse verdadeira a estória de que uma maior emissão de CO2 produz maior aquecimento, estaríamos diante de outro problema: mesmo que todo o CO2 produzido pela atividade humana fosse eliminado, isso não bastaria para evitar o tal aquecimento. Das 200 bilhões de toneladas de CO2 jogadas na atmosfera por ano, 6 bilhões são produzidas pela atividade humana. Quem mais joga CO2 no ar são os mares (90 bilhões), as plantas, o solo e os animais. E mais: quando a temperatura da Terra aumenta (e isso ocorre devido à atividade solar), os mares emitem mais CO2 do que o costumeiro. E aí estamos falando de dezenas de bilhões de toneladas de CO2 a mais na atmosfera, e não de 6 bilhões num universo de 200 bilhões.
2) Na segunda-feira, 14 de dezembro, Al Gore, falando à Conferência de Copenhague, afirmou que uma recente pesquisa mostrava que o Ártico poderia ficar totalmente sem gelo dentro de cinco a sete anos (sic) (!!!). Disse ele: “Estes números são fresquinhos. Alguns dos modelos sugerem ao Dr. Maslowski [autor dos estudos] que há 75% de chance de que toda a calota polar do ártico poderá, durante os meses de verão, ficar completamente sem gelo dentro de cinco a sete anos”. O jornal O Globo deu destaque à declaração de Al Gore. Porém, esqueceu de divulgar o desmentido do dia seguinte. O climatologista em cujo trabalho Al Gore se baseou o deixou em situação complicada ao afirmar sobre sua declaração: “Não sei como ele chegou a esse valor”. Depois do vexame, o gabinete de Al Gore divulgou uma retificação (leia toda essa história aqui). E ainda nesta semana, Al Gore foi confrontado com dados que mostram que... o gelo no Ártico voltou a aumentar!
Para quem não sabe, o gelo na Antártida aumentou 43% nos últimos anos, e o do Ártico, que havia diminuído 7% até 2007 (fato alardeado pela turma que crê no Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível), voltou a crescer nos últimos dois anos. E aí? Qual foi a desculpa de Al Gore? Qual a desculpa do homem que estava prevendo uma espécie de “fim do mundo” para 2010? Disse ele, no dia 15, que “é verdade que aumentou a área do gelo no Ártico [Ué, mas, um dia antes, ele não disse que iria desaparecer em cinco ou sete anos?], mas a espessura do gelo deixa ainda muito a desejar”. Ah, tá...
E falando ainda de Copenhague, andaram dizendo por aí que a tal ilha de Tuvalu iria desaparecer. Al Gore estava entre eles. Bem, não é o que os gráficos dizem. Veja aqui se o nível do mar aumentou em Tuvalu de 2000 a 2009. E que tal ver também aqui se aumentou alguma coisa de 1993 a 2009?
(Indico ainda lerem a entrevista do professor e meteorologista Luiz Carlos Molion, representante da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Metereológica Mundial [leia-a aqui], e o didático artigo do pesquisador e jornalista Richard Jakubaszko [leia-o aqui]; e a assistirem à entrevista do professor Molion e do engenheiro agrônomo Evaristo Eduardo de Miranda ao programa Canal Livre da Rede Bandeirantes divulgada no domingo passado, 13 de dezembro [Clicando aqui, você entrará no site de vídeos da Bandeirantes. Digite "Clima e Copenhague" no espaço de busca e os 6 vídeos do programa aparecerão. Os das entrevistas do professor Molion e do engenheiro Evaristo Eduardo são os vídeos das Partes 1, 2 e 3 do programa])
No jornal O Globo, edição de 24 de novembro, página 2, na seção Panorama Político: “O frei Leonardo Boff escreve sobre o caso Battisti: ‘Sinto orgulho, como brasileiro, por uma pessoa da qualidade do ministro Tarso Genro. Sua argumentação é irrefutável e sempre respeitosa’”. Battisti, para quem não se lembra, é aquele terrorista italiano que cometeu atentados contra uma democracia para implantar a ditadura do proletariado e, entre as suas ações criminosas, foi responsável pela morte de quatro pessoas: duas como mandante e outras duas como executor. E nem se arrepende de ter feito isso. Battisti foi condenado pela justiça italiana pelo assassinato dessas quatro pessoas e fugiu, chegando, em sua peregrinação, ao nosso país, cujo governo atual já abriga o padre Olivério Medina, das Farc, e também já mandou dois boxeadores cubanos de volta à ditadura de Cuba “na velocidade da luz” só porque o amigo Fidel, aquele “democrata”, fez um telefonema.
Nada mais coerente com Boff, não? Se Battisti lutou pela “causa”, valia tudo. Já dizia Boff, grande apoiador da ditadura cubana (que matou dezenas de milhares por fuzilamento em seus 50 anos de existência), sobre a sua amada Teologia da Libertação: “Na Teologia da Libertação, a questão de fundo não é a Teologia, mas a Libertação” (Teologia da Libertação no Debate Atual, Editora Vozes, Petrópolis, p. 17); “Quando falo em Libertação, eu entendo concretamente isto: acabar com o sistema de injustiça que é o capitalismo. É libertar-se dele para criar em seu lugar uma nova sociedade, uma sociedade socialista” (Da Libertação, Editora Vozes, Petrópolis, p. 70); “É preciso dizer claro e vigoroso: a libertação (...) trata-se concretamente, para nós, de superar o sistema capitalista em direção a uma nova sociedade de tipo socialista” (Da Libertação, p. 113); “Para nós, o Reino de Deus é concretamente o socialismo” (Da Libertação, p. 96).
Justiça seja feita: Clodovis Boff, irmão de Leonardo e co-autor desses livros, já abriu mão de boa parte dos princípios fundamentais da Teologia da Libertação. Leia aqui. Leonardo, porém, continua sendo daqueles que acham Battisti um “santo”.
No jornal O Globo, edição de 17 de novembro, na página 25, seção O mundo, Gilberto Scofield Jr, correspondente em Washington DC, fala da onda de críticas que Obama recebeu nos EUA durante a sua visita ao Japão. Aí, ao mencionar de onde partem as críticas na televisão, escreve o jornalista: “Os disparos vieram tanto da conservadora Fox quanto da mais equilibrada CNN”. Sentiram? “...da mais equilibrada CNN”. Pois é, para o jornalismo brasileiro, instrumento difusor do liberalismo social, só há dois jornalismos nos EUA: o ideologicamente conservador, que deve ser ignorado, e o “equilibrado”. Nenhuma mídia ideologicamente não-conservadora dos EUA é chamada de liberal, mas sempre de “independente” e/ou “equilibrada”. Entendem? Ser liberal, como é a CNN, o NYT, a ABC, a NBC, o Los Angeles Times etc, é ser “equilibrado”. Isso me faz lembrar o que vi uma jornalista brasileira dizer, ano passado, sobre um suposto “furo” da CNN durante as negociações do primeiro pacote do governo americano para reagir à crise econômica: “Se é a CNN que está dizendo que aconteceu, deve ter acontecido mesmo”. E, no final, o tal “furo” não se confirmou. Como já disse aqui várias vezes: quem pauta a mídia brasileira são os liberais CNN e New York Times. Se um fato não foi divulgado em nenhuma dessas duas mídias, então, para os jornalistas brasileiros, ele não aconteceu. E se divulgam o fato, mas dizem que ele aconteceu de um jeito que não aconteceu, fica valendo o que disseram essas mídias. Exemplo: os protestos recentes contra o governo americano nas ruas de Washington DC. A CNN e o NYT disseram que foram apenas “milhares”, quando fotos, vídeos e órgãos especializados em medir quantidade de público em manifestações mostraram que havia pelo menos 1 milhão de pessoas no protesto. É por isso que a audiência da CNN e a vendagem do NYT nos EUA estão, por assim dizer, na “camada do pré-sal”, enquanto Fox News e Wall Street Journal estão nas alturas. Entretanto, ainda são aqueles a referência ideológica do jornalismo brasileiro.

8 comentários:

Fagner Heringer disse...

entre no meu blog por favor

http://futnewsfagner.blogspot.com

Júnior disse...

Nossa! Então fomos manipulados o tempo todo sobre o meio ambiente, sobre o aquecimento. Realmente me impressionei com as revelações da entrevista.

Silas Daniel disse...

Caro Junior, a Paz!

Pois é, o que estão e sempre estiveram por trás dessa história toda de efeito estufa e aquecimento global são os interesses globalistas e financeiros (leia post do dia 30 de novembro). O professor Molion, que sempre esteve participando de todos os principais debates internacionais sobre o assunto e é um dos metereologistas mais destacados do mundo, vai direto ao ponto. O erro na entrevista do "Canal Livre" foi apenas quando os debatedores acharam que o professor Molion fosse a única voz científica dissonante no Brasil no que diz respeito ao Aquecimento Global Antropogênico e Irreversível, quando há muitos outros também. Só como exemplo, cito dois nomes conceituados já mencionados neste blog: o metereologista gaúcho Eugenio Hackbart e o professor cearense José Carlos Parente de Oliveira, doutor em Física da Atmosfera.

Abraço!

Júnior disse...

Eu já tinha lido o artigo, mais a entrevista clareia mais ainda. Gosto de ler seus artigos porque o sr. posta as fontes.Realmente aquecimento global é só um pano de fundo pra outros objetivos.

Já que vc citou a emissora Band, gostaria de expor minha opinião sobre o jornalismo desta emissora, acho que é a de maior credibilidade entre as outras 3: record, sbt e globo.
Bom, não sou expert nisto, não sei se o sr. concorda.

Paz em Cristo

DANILO E DANIELA (RIBEIRO) disse...

A paz do Senhor Pr. Silas. Olha, eu estava assistindo o jornal e lendo artigos para me manter informado sobre o assunto, mas vejo que a melhor informação entre todas, encontrei neste exato momento.
Obrigado pela informação!
Abraços.

Silas Daniel disse...

Caro Junior,

Obrigado pelas palavras de apreço e motivação. Sobre o jornalismo da Band, ele é tão influenciado pelo liberalismo social e pelo politicamente correto quanto todas as outras redações. Porém, o telejornal da Band (especialmente o de trade da noite) tem lá seus momentos, assim como o "Jornal da Globo" (aquele de tarde da noite, com o William Wack) também tem lá seus momentos. Da Band, gosto mais das abordagens que o Boris Casoy dá às notícias do que as abordagens dos demais colegas dele de emissora. Digamos que o William Wack e o Boris Casoy são os únicos que uma vez ou outra (principalmente o Boris) distoam da correnteza. Não é muita coisa, mas é alguma coisa.

Abraço!

Silas Daniel disse...

Caros Danilo e Daniela, a Paz do Senhor!

Obrigado pelas palavras de apreço e motivação. Que bom saber que este blog está sendo bênção também no sentido de esclarecer sobre esse assunto.

Abraço!

Júnior disse...

Irmão Silas,

ehehe, acho que acertei um pouquinho.Formei essa opinião por que justamente no jornal band vez por outra é apresentado algum editorial(acho q se chama assim) criticando abertamente algumas atitudes do governo, coisa que ainda não ví em outros telejornais. E o Boris é um bom comentarista.

Obrigado pela vossa atenção